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Economic order quantity

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Economic order quantity (EOQ), também conhecida como quantidade económica de
encomenda, é um modelo de gestão de stocks que envolve, de cada vez que uma nova
encomenda tem lugar, a aquisição de uma quantia fixa de produto. O montante exacto do
produto a ser encomendado depende da relevância do inventário transportado, das
características de custo e procura dos produtos, assim como dos custos envolvidos de
uma nova encomenda (Coyle et al., 2002, p. 227).
É um modelo clássico, que foi apresentado como resultado do seu trabalho
na Westinghouse Corporation, por Ford Harris, em 1913. Este modelo ficou também
conhecido, graças ao consultor que o implementou em diversas empresas, como lote
de Wilson (Garcia et al., 2006, p.22).
Relativamente à quantidade económica de encomenda, usualmente as empresas chamam
a esta abordagem o sistema dos dois caixotes. Quando o primeiro caixote está vazio, é
feita uma encomenda. A quantidade de inventário que a empresa necessita, até a nova
encomenda chegar é representada pela quantidade de stock no segundo caixote. Ambas
as noções implicam, que uma empresa irá produzir stock ou voltar a encomendar quando
a quantidade de inventário em mão diminuir para um nível predeterminado (Coyle et al.,
2002, p. 227).
Novamente, a quantidade encomendada depende da procura e do custo do produto,
juntamente com os custos de uma nova encomenda e de posse de inventário. O nível de
encomenda de stock (número de unidades), depende do tempo que demora para obter
essa nova encomenda e da procura desse produto ou da taxa de vendas do mesmo
durante esse período de tempo, tais como, quantas unidades a empresa vende por dia ou
por semana (Coyle et al., 2002, p. 227).
As empresas usando este modelo, necessitam, de modo a determinar quando voltar a
encomendar uma quantidade fixa, de desenvolver um nível mínimo de stock. Isto é
usualmente chamado de ponto de encomenda. Quando o número de itens
do inventário atinge o nível predeterminado, a quantidade fixa de encomenda (também
conhecida como quantidade económica de encomenda, ou EOQ) é como que
espontaneamente encomendada (Coyle et al., 2002, p. 227).

Índice
  [esconder] 

 1Pressupostos do modelo EOQ simples


 2Importância do modelo EOQ
 3Custos associados ao modelo EOQ
o 3.1Custos de encomenda
o 3.2Custos de posse
 4Como determinar a quantidade económica de encomenda?
o 4.1Método tabular
o 4.2Método gráfico
o 4.3Método das fórmulas
 4.3.1Variáveis
 4.3.2Formulação matemática
 5Análise ao gráfico EOQ
 6Limitações do modelo EOQ
 7Referências
 8Ver também
 9Bibliografia

Pressupostos do modelo EOQ simples


De seguida estão os principais pressupostos do modelo EOQ simples (Coyle et al., 2002,
p. 228):

 Um preço constante ou um custo que é independente da quantidade de encomenda;


 Um tempo de aprovisionamento constante e conhecido;
 Uma continua, constante e conhecida taxa de procura;
 A satisfação de toda a procura;
 Não limitar a disponibilidade de capital;
 Nenhum inventário em trânsito;
 Um horizonte infinito de planeamento;
 Um item do inventário ou nenhuma interacção entre os itens;

O primeiro pressuposto, diz-nos que os preços são relativamente estáveis, falando-nos


ainda a respeito de custos constantes, que essencialmente significa que a empresa não
oferece qualquer desconto de preço de volume (Coyle et al., 2002, p. 229).
Os três pressupostos seguintes estão extremamente relacionados entre si e, de um forma
simples, indicam-nos que existem condições de certeza. A procura é conhecida em cada
período de tempo relevante (diariamente, semanalmente ou mensalmente), e ao longo do
tempo a sua taxa de utilização é linear.
Há quem sinta que os pressupostos de certeza anteriores, fazem o modelo EOQ básico
demasiado simplista, tornando consequentemente as decisões não muito precisas. Em
certas ocasiões, embora isso possa acontecer, diversas razões importantes justificam a
utilização do modelo simples (Coyle et al., 2002, p. 229).
Em primeiro lugar, as empresas só descobrem a necessidade e a conveniência do modelo
EOQ simples, quando começam a desenvolver modelos de inventário frequentemente,
devido a uma quantidade limitada de dados disponível.
Em segundo lugar em certos ramos de negócio, a variação que existe da procura é tão
reduzida, que fazer o modelo mais complexo é demasiado dispendioso para a precisão
extra que se alcança. Algumas empresas com dados simples, envolvem-se em modelos
mais complexos e sofisticados, e os resultados finais obtidos não são provavelmente mais
precisos do que os que se iriam obter se tivessem usado o modelo simples.
Por último, os resultados do modelo EOQ simples são um pouco insensível às mudanças
nas variáveis de entrada (Inputs). Isto significa que, certas variáveis como o custo de
encomenda, os custos de posse e a procura, podem mudar sem afectar significativamente
o valor calculado da quantidade económica de encomenda (Coyle et al., 2002, p. 229).
A disponibilidade de capital, o quinto pressuposto pode ter alguma relevância, mas é uma
decisão que, por vezes, não é feita dentro da área logística.
O pressuposto seguinte, em que não existe inventário em trânsito, significa, que a
empresa adquir produtos com um preço de entrega base (o preço de compra inclui a
entrega), e vende-os no ponto de expedição, em que a entidade que compra esses
produtos paga todas as tarifas envolvidas no transporte (FOB). Deste modo o título de
propriedade das mercadorias não muda até que o comprador as receba. O título de
propriedade muda quando as mercadorias deixam o ponto de expedição ou a fábrica.
Sendo assim, de acordo com estes pressupostos a empresa não tem qualquer
responsabilidade pelas mercadorias em trânsito (Coyle et al., 2002, p. 229).

Importância do modelo EOQ


A importância do modelo EOQ , deve-se ao facto de o mesmo permitir resolver um dos
maiores problemas da gestão de stocks, isto é, o problema da quantidade de encomenda,
respondendo à questão: “que quantidade de inventário deve ser encomendado num
determinado ponto de tempo?” (Tulsian, 2007, p. 2.10).

Custos associados ao modelo EOQ[


O modelo EOQ simples considera apenas dois tipos básicos de custos: custos de
encomenda e custos financeiros de posse.
Custos de encomenda
O termo Custos de encomenda refere-se as despesas efectuadas para a aquisição de
entradas (inputs). Essas despesas incluem (Tulsian, 2007, p. 2.10):

 custo de colocação de uma encomenda;


 custo de transporte;
 custo de inspeccionar mercadorias;
 custo de receber mercadorias.
Custos de posse
O termo custos de posse refere-se as despesas efectuadas para manter um dado nível de
inventário. Essas despesas incluem (Tulsian, 2007, p. 2.10):

 Custo do seguro;
 Custo com o pessoal;
 Custo do local de armazenamento;
 Custo de obsolescência ou deterioração;
 Custo de manuseamento dos materiais.

O modelo simples analisa situações de conflito (Trade-off) entre estes dois custos (Coyle
et al., 2002, p. 229).
Se o modelo tiver em conta exclusivamente os custos de encomenda, encomendas
grandes iriam diminuir os custos totais de encomenda. Se o modelo incidir a sua atenção
unicamente nos custos de posse, que varia directamente com o aumento da dimensão do
lote, a quantidade de encomenda seria tão pequena quanto possível (Coyle et al., 2002, p.
229).

Como determinar a quantidade económica de encomenda?


De modo a determinar o EOQ pode ser utilizado um dos seguintes três métodos (Tulsian,
2007, p. 2.10):

 Método tabular;
 Método gráfico;
 Método da fórmulas.
Método tabular
Os custos de posse e de encomenda são [computador|computadorizados] para diferentes
tamanhos de encomenda, e desses tamanhos de encomenda, o que verificar um menor
[custo] total de inventário é o EOQ .
Método gráfico
Após alcançar um Trade-off entre os custos de posse e os custos de encomenda, é
determinada a quantidade óptima de inventário que deve ser encomendada em um
determinado ponto de tempo.
Procedimento prático envolvido a seguir, na determinação do EOQ de acordo com o
método gráfico:

 Colocar os custos no eixo dos YY e o tamanho da encomenda no eixo dos XX;


 Desenhar a linha dos custos de posse indo para cima, indicando os aumentos desses
mesmo custos e as descidas do tamanho da encomenda;
 Desenhar a linha do custo de encomenda inclinada para baixo, indicando as descidas
do custo de encomenda assim como as subidas do tamanho da encomenda;
 Desenhar a linha do custo total, que primeiro está inclinada para baixo e depois vai
para cima, após um certo ponto mínimo;
 Localizar o ponto em que ambas, a linha dos custos de posse e a linha do custo de
encomenda, se intersectam uma a outra, e desenhar uma linha perpendicular a partir
desse ponto até ao eixo dos XX;
 Localizar o ponto em que a perpendicular toca o eixo dos XX. Esse ponto dá-nos a
quantidade económica de encomenda;
 Localizar o ponto em que a perpendicular (quando estendida para cima) intersecta a
linha do custo total. Este ponto dá-nos o custo mínimo total na quantidade económica
de encomenda.
Notas:

 O custo de encomenda e o custo de posse são iguais no ponto EOQ.


 No ponto EOQ o custo total anual de encomendar e de posse é mínimo.
Método das fórmulas
Com o auxílio de diveras formulas, o EOQ pode ser calculado.
Variáveis
  = custo por unidade (UM / unidade);
  = procura anual do produto (unidades / ano);
  = custo de posse unitário anual por unidade (UM / unidade ano);
  = custo por encomenda (UM);
  = quantidade encomendada (unidades);
  = tempo de aprovisionamento.
Formulação matemática

 Custo total anual (UM / ano) (Machado, 2004):


.

 Quantidade económica de encomenda (unidades):


.

 Número de encomendas anuais:


.

 Custo de posse anual (UM / ano):


.

 Custo de encomenda anual (UM / ano):


.

com: .

 Stock médio (unidades):

 Ponto de encomenda (unidades):

 Tempo entre encomendas (ano):

Análise ao gráfico EOQ


Ao observarmos o gráfico EOQ acima, reparamos que a curva do custo total tem a forma
de uma hipérbole. Isto indica-nos que quando nos afastamos do valor da quantidade
económica de encomenda, embora seja sempre maior, o custo total, aumenta a uma taxa
maior quando nos afastamos para quantidades menores do que para quantidades
superiores àquele valor (Machado, 2004).
Podendo contribuir para a decisão do gestor dos stocks, esta análise tem algum relevo,
quando se tem de desviar da aquisição da EOQ. Se este lote, por exemplo, for tão
pequeno que obrigue o fornecedor a fazer um número de entregas em grande número ao
longo do ano, tal pode acontecer, o que pode retirar-lhe o interesse dessa venda. Se for do
agrado manter esse fornecimento, pode-se adquirir uma quantidade maior do que a
quantidade económica de encomenda e avaliar o acréscimo no custo total. Pode-se então,
deste modo, tomar a decisão mais conveniente, avaliando esse resultado (Machado,
2004).
O custo total mínimo corresponde à quantidade económica de encomenda ou lote
económico, e, o custo de posse anual, nesse ponto, coincide com o custo de encomenda
anual (Machado, 2004).

Limitações do modelo EOQ


O modelo EOQ é feito baseado em algumas suposições, que muitas vezes não são
realistas do ponto de vista prático, e tornam-se assim limitações do próprio modelo.

 Os custos de posse e encomenda podem não ser constantes, devido as variações nos
custos de vários componentes compreendendo custos. Assim, pode haver desconto
para compras de várias unidades, e o EOQ deixa de ser válido nesta situação [1] [2];
 A utilização anual esperada pode não ser a mesma como a actual, devido a uma
inesperada e não comum procura por inventário, bem como a demanda pode não ser
constante ao longo do período [1];
 O tempo de aprovisionamento pode não ser constante [1];
 A taxa de recebimento pode não ser instantânea, isto é, existe um tempo decorrido
entre o início e o final do reaprovisionamento [2];
 Não é possível utilizar as fórmulas do EOQ para a compra de mais de um produto [2] .

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