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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

ENGENHARIA ELÉTRICA

GUILHERME MALAQUIAS NOVAES


JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO JUNIOR
LEONARDO GOMES DA SILVA
MARCOS RAPHAEL ANTUNES DA SILVA

RESPOSTA TRANSITÓRIA DE UM CIRCUITO RLC COM DEGRAU UNITÁRIO DE


ENTRADA

ATIVIDADE DE COMPLEMENTAÇÃO DE CARGA HORÁRIA

APUCARANA
2022
GUILHERME MALAQUIAS NOVAES
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO JUNIOR
LEONARDO GOMES DA SILVA
MARCOS RAPHAEL ANTUNES DA SILVA

RESPOSTA TRANSITÓRIA DE UM CIRCUITO RLC COM DEGRAU UNITÁRIO DE


ENTRADA

Atividade de Complementação de Carga


Horária, apresentado à disciplina de
Sistemas Lineares, do curso de
Engenharia Elétrica da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR,
como requisito parcial para a obtenção da
nota semestral.

Orientador: Rodrigo da Ponte Caun

APUCARANA
2022
SUMÁRIO

1 MATERIAIS E MÉTODOS..................................................................... 02
2 RESULTADOS E DISCUSSÕES.......................................................... 07
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 17
REFERÊNCIAS..................................................................................... 19
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1 MATERIAIS E MÉTODOS

O presente trabalho possui a finalidade de realizar a modelagem


matemática através do equacionamento íntegro diferencial de circuitos elétricos
juntamente com as atribuições e propriedades da Transformada de Laplace, a fim de
se obter a resposta transitória a partir da aplicação de uma entrada definida como um
degrau unitário, validando assim os resultados obtidos através de softwares
computacionais.
Primeiramente, segue abaixo o circuito projetado:

Figura 1 – Circuito RLC projetado

Fonte: Elaborado pelos autores

A modelagem do circuito pode ser realizada de duas maneiras distintas,


porém obtendo assim o mesmo resultado.
A primeira maneira é colocando todos os componentes do circuito no
domínio da frequência, e em seguida equacionando através da Lei de Kirchhoff das
tensões, a qual analisa o circuito como duas malhas e suas devidas correntes de
malhas, podendo assim, através de manipulações matemáticas encontrar a expressão
geral da função transferência a qual descreve o circuito.
Este primeiro método não foi utilizado pelo fato de ser ementa de outras
disciplinas de análises de circuitos, logo, para o devido trabalho foram utilizados a
análise através de equacionamentos íntegro diferencial, ou seja, utilizando a
modelagem com equações diferenciais.
As equações diferenciais, no ramo da engenharia elétrica, possuem
aplicações para o equacionamento de circuitos elétricos, envolvendo os seus
componentes como os resistores, indutores e capacitores.
3

Logo, para a realização deste método é equacionado o circuito através da


Lei de Kirchhoff das tensões e das correntes, que respectivamente servem para
encontrar um sistema envolvendo as tensões das malhas do circuito em relação as
suas correntes e para equacionar as correntes com seus devidos valores e sentidos.
Através deste equacionamento há a possibilidade de encontrar a função
transferência, a qual realizando frações parciais juntamente com as propriedades da
transformada inversa de Laplace, podendo descrever a função no domínio do tempo
a qual descreve a resposta do circuito.
Possuindo a função transferência e a função da saída no domínio do tempo
consegue-se realizar simulações para validar tais equacionamentos, através de
softwares como o LTspice, a qual foi utilizado para simular e comparar o circuito
original juntamente com a modelagem, e o MATLAB a qual simula a função de saída
no domínio do tempo, a fim de se obter resultados matemáticos e compará-los com a
simulação do circuito.
Segue abaixo o projeto desenvolvido no LTspice:

Figura 2 – Projeto desenvolvido

Fonte: Elaborado pelos autores

O projeto desenvolvido foi elaborado com caixas representando cada etapa


do que se deve analisar, justamente com instruções, observações e demais
informações a quais são pertinentes para a compreensão e validação dos resultados
obtidos.
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Primeiramente, a primeira seção do projeto é representada pela entrada do


circuito, a qual foi utilizada uma fonte independente pulsante para representar um
degrau unitário, a quais seus valores podem ser visualizados na figura abaixo:

Figura 3 – Parâmetros da fonte

Fonte: Elaborado pelos autores

Os valores atribuídos são para que a entrada seja uma função degrau
unitário, ou seja, um sinal quadrado com o valor de sua amplitude sendo igual a 1V
para o tempo maior ou igual a zero segundos, sendo que para tempo menor ela é
igual a zero.
Na figura 3 pode ser observado os valores Vinitial em Von são
respectivamente o valor inicial e máximo da função. As próximas informações são
referentes ao tempo de subida e descida da função, como é um degrau unitário, os
valores são iguais a zero. Por fim, o Ton, Tperiod e Ncycles são respectivamente o
período a qual a função fica em nível lógico alto, o seu período e a quantidade de
ciclos a ser simulado.
Em seguida, há duas seções equivalentes, sendo elas denominadas como
“Laplace” e “Circuito RLC”.
No circuito RLC há a representação do circuito, com seus devidos valores
e componentes, gerando assim a tensão em cima do capacitor, que por sua vez é a
tensão de saída escolhida na modelagem, e na seção Laplace é realizada a
modelagem através de uma fonte dependente de tensão, e abrindo o editor de suas
atribuições é possível inserir a função Laplace da função transferência obtida, e
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através da entrada aplicada representar a mesma saída encontrada no circuito RLC


desenvolvido. Segue abaixo a janela das configurações da fonte dependente:

Figura 4 – Configurações da fonte dependente

Fonte: Elaborado pelos autores

As atribuições e características da simulação pode ser observada na seção


“Spice directive and instructions” a qual implementa os valores do projeto, assim como
os dados da fonte, o parâmetro na fonte dependente, o tempo de simulação e os
valores nominais de cada componente, aos quais são referidos ao circuito e à
expressão da função transferência.

Figura 5 – Instruções atribuídas à simulação

Fonte: Elaborado pelos autores

As demais seções do projeto são a fim de informação, assim como as


observações gerais para o uso da simulação e a apresentação da função transferência
encontrada no equacionamento diferencial do circuito.
Por fim, mais uma simulação é realizada, através do software matemático
MATLAB, onde é possível plotar a função no domínio do tempo, obtida pela
6

transformada inversa de Laplace, que descreve o circuito. Segue abaixo o script


desenvolvido:

Figura 6 – Script de simulação no MATLAB da modelagem

Fonte: Elaborado pelos autores

Com todos esses processos, softwares e informações é possível realizar a


simulação do projeto, assim como seus equacionamentos e validação de resultados.
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2 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Como já explicitado nos materiais e métodos utilizados para o


desenvolvimento do trabalho, este capítulo abordará como que foi encontrado os
resultados obtidos, assim como suas validações, equacionamentos e explicações, a
fim de se embasar de maneira matemática a resolução do circuito escolhido.
Primeiramente, dividindo o circuito em duas malhas e aplicando a Lei de
Kirchhoff das tensões, obtêm-se o seguinte circuito elétrico:

Figura 7 – Lei de Kirchhoff das tensões

Fonte: Elaborado pelos autores

A análise acima realizada envolve os valores das tensões de cada


componente do circuito em relação ao sentido da corrente de malha pré-definida.
De forma a complementar o equacionamento, também foi realizada a Lei
de Kircchoff das correntes, a qual indica em cada nó as correntes que o compõem,
seja ela entrando ou saindo do nó, com isso podendo realizar o equacionamento
relacionando-as. Segue abaixo o circuito com a análise de nós:

Figura 8 – Lei de Kirchhoff das correntes

Fonte: Elaborado pelos autores


8

A tensão acima dos resistores obedece a Lei de Ohm, ou seja, é o produto


entre o valor da resistência com a corrente que passa pelo mesmo, ou seja:

𝑉𝑅 = R ∙ 𝑖𝑅 (t) (1)

Para a tensão acima do indutor é representada pelo produto do seu valor


em Henrys pela derivada primeira da corrente que passa pelo mesmo em relação ao
tempo, como pode ser observado no equacionamento abaixo:

d𝑖𝐿 (t)
𝑉𝐿 = L ∙ (2)
dt

Para a análise do capacitor, como ele é a tensão de saída a qual se deseja


realizar a modelagem, não há a necessidade de explicitar a sua tensão de maneira
íntegro diferencial, porém, ao analisar o circuito, como no ramo do capacitor há a
presença de uma resistência, então o equacionamento para encontrar a corrente do
capacitor, que é a mesma da resistência, pode ser obtida realizando o produto entre
o valor da capacitância em farads pela derivada primeira da tensão acima do capacitor
em relação ao tempo, como pode ser observado abaixo:

d𝑣𝑐 (t)
𝑖𝑐 = C ∙ (3)
dt

Logo, através de toda essa fundamentação há a possibilidade de iniciar a


modelagem, com base da Lei de Kirchhoff das tensões, obtendo assim o seguinte
sistema:

d𝑖1 (t)
𝑉𝑖𝑛 − L ∙ − 𝑅1 ∙ 𝑖2 (t) = 0
{ dt (4)
𝑅2 ∙ 𝑖3 (t) + 𝑉𝑜𝑢𝑡 − 𝑅1 ∙ 𝑖2 (t) = 0

Sendo que a tensão requerida, a qual é a tensão acima do capacitor, esta


representada como VOUT, sendo a variável que descreve a saída propriamente dita.
Em seguida, utilizando a Lei de Kirchhoff das correntes, pode-se obter o
seguinte equacionamento:
9

𝑖1 = 𝑖2 + 𝑖3 (5)

A corrente i3 pode ser obtida utilizando a equação que descreve a corrente


do capacitor, a qual foi apresentada na equação 3. Já a corrente i2 pode ser
encontrada fazendo a Lei de Ohms, porém, como não se sabe a tensão acima do
resistor neste ramo, pode se fazer de forma equivalente da seguinte maneira:

𝑉𝑅1
𝑖2 (𝑡) = (6)
𝑅1

Como VR1 é equivalente a soma das tensões dos componentes em paralelo


ao ramo do R1, tem-se:
𝑉𝑅2 +𝑉𝑜𝑢𝑡
𝑖2 (𝑡) = (7)
𝑅1

Sabendo que a corrente que passa por R2 é a mesma que passa pelo
capacitor, e a tensão do capacitor é igual a tensão de saída, então:

d𝑉𝑜𝑢𝑡
𝑅2 ∙C∙ +𝑉𝑜𝑢𝑡
dt
𝑖2 (𝑡) = (8)
𝑅1

Logo, após equacionar a corrente i2(t) e demonstrando que a corrente i3(t)


é a corrente acima do capacitor, pode-se encontrar a corrente i1, através da
substituição dos termos da equação 5:

d𝑉𝑜𝑢𝑡
𝑅2 ∙C∙ +𝑉𝑜𝑢𝑡 d𝑉𝑜𝑢𝑡
dt
𝑖1 (𝑡) = +C∙ (9)
𝑅1 dt

Deduzir as equações que descrevem as três correntes no circuito foram


necessárias por elas são representadas pelas variáveis auxiliares do
equacionamento, logo, havendo a necessidade do equacionamento de cada uma de
forma que ficasse em relação a variável principal, que por sua vez é a tensão acima
do capacitor (tensão de saída).
Por conseguinte, aplicando-as no sistema provindo da Lei de Kirchhoff,
obtêm-se:
10

d𝑉𝑜𝑢𝑡
𝑅2 ∙C∙ +𝑉𝑜𝑢𝑡 d𝑉𝑜𝑢𝑡
dt )
d( +C∙ d𝑉𝑜𝑢𝑡
𝑅1 dt 𝑅2 ∙C∙ +𝑉𝑜𝑢𝑡
dt
𝑉𝑖𝑛 − L ∙ − 𝑅1 ∙ =0
dt 𝑅1 (10)
d𝑉
d𝑉𝑜𝑢𝑡 𝑅2 ∙C∙ 𝑜𝑢𝑡 +𝑉𝑜𝑢𝑡
dt
{ 𝑅2 ∙ C ∙ + 𝑉𝑜𝑢𝑡 − 𝑅1 ∙ =0
dt 𝑅1

Isolando as duas parcelas iguais referentes a R1, e igualando as equações,


chega-se no seguinte equacionamento:

d𝑉
𝑅2 ∙C∙ 𝑜𝑢𝑡 +𝑉𝑜𝑢𝑡 d𝑉𝑜𝑢𝑡
dt )
d( +C∙
𝑅1 dt d𝑉𝑜𝑢𝑡
𝑉𝑖𝑛 − L ∙ = 𝑅2 ∙ C ∙ + 𝑉𝑜𝑢𝑡 (11)
dt dt

Fazendo a distributiva na equação 11, isolando o Vin e inserindo o operador


“p” no equacionamento, a qual substitui a derivada por um operador e seu expoente é
equivalente a ordem a derivada, simplifica-se a equação por:

𝐿∙𝑅2 ∙𝐶 𝐿
𝑉𝑖𝑛 = 𝑉𝑜𝑢𝑡 {( ∙ 𝑝2 ) + (𝑅1 ∙ 𝑝) + (𝐶 ∙ 𝐿 ∙ 𝑝2 ) + (𝑅2 ∙ 𝐶 ∙ p) + 1} (12)
𝑅1

Por fim há a possibilidade de encontrar a função transferência, a qual é a


divisão da saída pela entrada. Segue abaixo:

𝑉𝑜𝑢𝑡 1
= 𝐿∙𝑅 ∙𝐶 𝐿 (13)
𝑉𝑖𝑛 {( 2 ∙𝑝2 )+( ∙𝑝)+(𝐶∙𝐿∙𝑝2 )+(𝑅2 ∙𝐶∙p)+1}
𝑅1 𝑅1

Reorganizando os termos através de suas ordens, colocando no domínio


da frequência e substituindo a variável “p” pela variável “s”, encontra-se a função
transferência:

𝑉𝑜𝑢𝑡 1
𝐻(𝑠) = = 𝐿∙𝑅 ∙𝐶 𝐿 (14)
𝑉𝑖𝑛 {( 2 +𝐶∙𝐿)∙𝑠2 +( +𝑅2 ∙𝐶)∙𝑠+1}
𝑅1 𝑅1

Como a tensão de entrada do circuito é um degrau unitário, a sua


equivalência para o domínio da frequência é dada pelo termo 1/s, logo, ao inserir na
equação 14 e passando o Vin multiplicando a função transferência, há a possibilidade
de encontrar o valor de saída requerido pela proposta do trabalho.
11

1
𝑉𝑜𝑢𝑡 = 𝐿∙𝑅2 ∙𝐶 𝐿 (15)
𝑠∙{( +𝐶∙𝐿)∙𝑠2 +( +𝑅2 ∙𝐶)∙𝑠+1}
𝑅1 𝑅1

Com a função transferência encontrada já há a possibilidade de realizar a


simulação utilizando a fonte dependente no LTspice para validar a sua equivalência.
Porém, primeiramente há a necessidade de atribuir valores as variáveis referentes aos
componentes do circuito, para assim encontrar a função no domínio do tempo que
descreve o circuito;
Sendo R1=10 Ω, R2=5 Ω, L=1 H e C=0,2 F, então:

1
𝑉𝑜𝑢𝑡 = 𝑠∙{0,3∙𝑠2 +1,1∙𝑠+1} (16)

Dividindo o numerador e o denominador por 0,3, chega-se na seguinte


equação:

10
3
𝑉𝑜𝑢𝑡 = 11 10 (17)
𝑠∙{𝑠2 + ∙𝑠+ }
3 3

Encontrando as raízes da equação de segundo grau presente no


denominador da equação:

10
3
𝑉𝑜𝑢𝑡 = 5 (18)
𝑠∙{(𝑠+2)∙(𝑠+ )}
3

Fazendo o esquema de frações parciais:

𝐴 𝐵 𝐶
𝑉𝑜𝑢𝑡 = 𝑠+2 + 5 +𝑠 (19)
𝑠+
3

E encontrando os valores dos coeficientes A, B e C:

10 10
3 3
𝐴=[ 5 ∙ (𝑠 + 2)] =[ 5 ] =5 (20)
𝑠∙(𝑠+2)∙(𝑠+ ) −2∙(−2+ )
3 𝑠=−2 3 𝑠=−2
12

10 10
3 5 3
𝐵=[ 5 ∙ (𝑠 + 3)] =[ 5 5 ] = −6 (21)
𝑠∙(𝑠+2)∙(𝑠+ ) 5 − ∙(− +2) 5
3 𝑠=− 3 3 𝑠=−
3 3

10 10
∙ ∙
3 3
𝐶=[ 5 ∙ 𝑠] =[ 5 ] =1 (22)
𝑠∙(𝑠+2)∙(𝑠+ ) (0+2)∙(0+ )
3 𝑠=0 3 𝑠=0

Obtêm então o seguinte resultado:

5 6 1
𝑉𝑜𝑢𝑡 (𝑠) = 𝑠+2 − 5 +𝑠 (23)
𝑠+
3

Por fim, para realizar a transformação da tensão de saída no domínio da


frequência para o domínio do tempo há a necessidade de realizar a transformada
inversa de Laplace na equação.
Para a presente equação encontrada são duas propriedades as quais
devem ser utilizadas, das quais seguem a sua transformação genérica abaixo:

Figura 9 – Transformada inversa de Laplace

Fonte: Elaborado pelos autores

Logo, transformando as frações parciais calculada para o domínio do


tempo, encontra-se a seguinte equação:

5
𝑉𝑜𝑢𝑡 (𝑡) = 5𝑒 −2𝑡 − 6𝑒 −3𝑡 + 1 (24)

Com a função transferência, as frações parciais e a equação no domínio


do tempo há a possibilidade de realizar as simulações necessárias para validar todos
os resultados obtidos, comprovando assim a eficácia do método para a modelagem
de circuitos elétricos.
13

Primeiramente, para a simulação através do LTspice foram encontradas as


seguintes simulações para a entrada em relação a saída do circuito RLC e a saída a
qual foi modelada:

Figura 10 – Comparação entre o degrau de entrada e a saída do circuito RLC

Fonte: Elaborado pelos autores

Figura 11 – Comparação entre o degrau de entrada e a saída modelada

Fonte: Elaborado pelos autores

Logo, em sequência há a possibilidade de realizar a simulação da saída do


circuito juntamente com a modelada em relação ao degrau unitário de entrada, de
forma que, as duas saídas ficam sobrepostas em relação a toda extensão da
simulação. Obtendo assim o seguinte resultado:
14

Figura 12 – Comparação a saída do circuito e a saída modelada

Fonte: Elaborado pelos autores

O software LTspice em suas simulações possui a ferramenta de quadros


informativos aos quais o usuário pode extrair várias informações referente aos sinais,
e com isso, realizar análises e comparações necessárias.
Logo, para o presente projeto foram encontrados os seguintes dados para
as duas curvas geradas:

Figura 13 – Dados extraídos do LTSPICE das saídas simuladas

I) Dados referentes a saída modelada II) Dados referentes a saída do circuito


Fonte: Elaborado pelos autores

Analisando o valor médios da saída modelada e do circuito projetado,


respectivamente, há os valores de 889,11 mV e 889,86 mV, dos quais ao serem
comparados há o percentual de erro de aproximadamente 0,084283%
Uma segunda averiguação dos resultados pode ser obtida através da
análise ponto a ponto dos valores atingidos pelas duas saídas, encontrando assim os
seguintes dados:
15

Figura 14 – Dados da saída do circuito e da modelada em determinado ponto

Fonte: Elaborado pelos autores

Através dos dados da figura acima pode-se analisar que para o tempo igual
a aproximadamente 1,65 segundos a saída do circuito e da modelagem possuem,
respectivamente, os valores de tensão iguais a 801,67093 mV e 800,3502 mV
gerando um erro de aproximadamente 0,16%.
O valor do erro da segunda análise é maior que a da primeira pelo fato dela
ser um valor aproximado selecionado pelo cursor do LTspice, sendo que, da primeira
análise é em relação ao valor médio de todo o sinal gerado, sendo ela a que possui
maior precisão significativa, pois não leva em conta apenas um ponto e sim o valor
médio de ambos os sinais em toda a extensão simulada.
A fim de se comparar com a modelagem matemática no domínio do tempo,
com o auxílio do MATLAB, realizando o script da figura 6, foi obtido o seguinte
resultado:

Figura 15 – Simulação da equação no domínio do tempo no MATLAB

Fonte: Elaborado pelos autores


16

Portanto, para fins de validação de resultados pôde-se observar a


comparação entre a entrada simulada pelo circuito RLC no LTspice em relação a saída
modelada no LTspice e a saída no domínio do tempo plotada no MATLAB, fazendo
assim com que a modelagem e o projeto tenham seus resultados alcançados.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um circuito RLC de segunda ordem possui em sua composição um


elemento dissipador e dois armazenadores de energia, dos quais respectivamente são
o resistor, indutor e capacitor. Com isso, os modelos matemáticos obtidos através das
mais variadas topologias e variações envolvendo os três componentes elétricos são
as equações diferenciais, o modelo no domínio da frequência e função transferência,
de segunda ordem.
Com a simulação, cada um dos três elementos é analisado conforme suas
respostas no tempo, a qual no presente trabalho foi em relação ao degrau unitário, e
com isso a sua saída requerida pode ser prevista conforme o comportamento
individual de cada componente e sua influência no circuito.
Logo, analisando primeiramente o indutor em corrente contínua, em sua
definição e comportamento real, apenas haverá tensão em seus polos quando estiver
sendo carregado ou descarregado, pois quando estiver na situação de regime
permanente, caso no qual não há variação de corrente no indutor, a sua tensão será
nula e seu comportamento será de um curto circuito, com isso possibilitando que a
partir de seu carregamento a tensão da fonte seja atribuída ao restante do circuito,
passando pelo indutor como se fosse parte do condutor.
Na proporção que a queda de tensão do indutor vai diminuindo a taxa de
aumento da tensão do nó irá aumentar até que o indutor se torne um curto circuito e
a tensão no nó atinja o valor da fonte de tensão de entrada. Logo, o capacitor está
sendo influenciado por esta variação do indutor, que da mesma forma é um
armazenador de energia, quando a tensão nos terminais do capacitor se torna igual a
tensão naquele nó, a corrente deixará de circular, e com isso se comportará como um
circuito aberto em regime permanente.
No presente circuito o capacitor carrega na proporção que o indutor vai
saturando, de forma que quando ele atinge sua totalidade e vira um curto circuito, o
capacitor chega a seu carregamento máximo, fazendo com que sua corrente seja nula
em regime permanente. Logo, através das simulações obtidas pode visualizar que a
tensão de saída acima do circuito em regime é equivalente a mesma tensão da fonte
injetada no circuito que com a saturação do indutor se torna a mesma tensão no nó,
porém ao se analisar a corrente do capacitor e da resistência, percebe-se que ela
tende a zero em regime, pelo fato do capacitor se comportar como um circuito aberto.
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Através da análise do comportamento de cada componente os modelos


matemáticos se tornam indispensáveis para realizar a modelagem e análise do
circuito, de forma a validar os resultados que são esperados de forma teórica dada
entrada aplicada.
Logo, a aplicação das equações integro diferenciais para descrever o
comportamento de cada componente em relação ao tempo, juntamente com as Leis
de Kirchhoff que apresentam a metodologia para a análise de circuitos, é possível
realizar a modelagem.
Vale a pena ressaltar que ao aplicar todos os cálculos, os resultados
obtidos em relação aos resultados simulados com cada componente possuem uma
margem de erro relativamente desprezível, uma vez que, projetar um circuito
modelado equivalente com determinadas margens desprezíveis sem que haja a
presença dos mesmos componentes se torna um método muito importante para a
engenharia elétrica.
Contudo, o desenvolvimento do presente trabalho possibilitou que de forma
detalhada fosse realizado um estudo sobre a modelagem através de métodos de
análises de circuitos, equacionamento diferencial de cada componente e a aplicação
da transformada de Laplace, assim como todo o embasamento teórico que completa
cada área citada, podendo ser útil no processo de projeção, estudo e análise de
circuitos elétricos RLC, possibilitando aos discentes a aplicação dos conceitos
adquiridos durante a disciplina de Sistemas Lineares à problemas de simulações reais
que envolvem atividades presentes durante toda a graduação.
19

REFERÊNCIAS

ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. Fundamentos de circuitos eléctricos; 5. ed.


McGraw Hill Mexico, 2013.

DIPRIMA, Richard C.; BOYCE, William E. Equações diferenciais elementares e


problemas de valores de contorno. Rio de Janeiro: LTC, 2015.

LATHI, Bhagwandas Pannalal; GREEN, Roger A. Sinais e sistemas lineares. 2. ed.


New York: Oxford University Press, 2005.

OPPENHEIM, A. V.; WILLSKY, A. S.; HAMID, S.; NAWAB, S. H. Sinais e Sistemas.


2. ed. Pearson, 2010.

FELLIPE MEIRA SOUZA E SOUZA, Transformada de Laplace em circuitos


elétricos RLC, Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

ESEQUIA SAUTER; FÁBIO SOUTO DE AZEVEDO; IRENE MARIA FONSECA


STRAUCH. Transformada de Laplace: um livro colaborativo. Universidade Federal
do Rio Grande do Sul, 2020.

LEANDRO DO NASCIMENTO. Manual prático do LTspice IV. São Paulo: USP, 2017

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