O documentário aborda a temática: Percepção e Cérebro.
De facto, a percepção é o ponto de partida da nossa vida mental, porém o
nosso cérebro pode ser enganado por várias ilusões. Segundo o neurocientista Beau Lotto “nosso cérebro é enganado pelo que vê”, a cor não existe realmente no mundo físico, é algo que os nossos olhos, através do cérebro, colocam no mundo. “Não vemos pelos olhos, vemos pelo cérebro.”
Nosso cérebro usa as experiências passadas para gerar as suas percepções
do mundo. O cérebro usa como pistas a sombra, a profundidade e a perspectiva para dar sentido ao que vemos. Uma tarefa importante do córtex visual é integrar informações locais de diferentes partes de uma imagem em percepções globais, como contornos e superfícies. Está sempre atento aos movimentos.
Um interessante facto sobre o cérebro são os chamados Neurônios-Espelho,
que ligado à visão e ao movimento, permitem o aprendizado por imitação, ou seja, a observação é um factor importantíssimo para eles. Podemos até sentir dor só de ver alguém se machucar.
A ilusão da mão de borracha expressa o impacto que a natureza das
percepções do ser humano têm na conformação da realidade. A mão de borracha fica paralela a uma das mãos verdadeiras, dentro do campo de visão, enquanto a outra fica escondida do outro lado da divisória. Por meio de estímulos apresentados ao mesmo tempo na mão verdadeira e na mão de borracha, a ilusão convence às pessoas de que o braço de borracha é da própria pessoa. E quando Lehrer espanca com um martelo a mão de borracha, o voluntário sente dor como tivesse sido na sua própria mão. Este fenómeno é conhecido como “sensação fantasma”. O experimento leva-nos a entender que o nosso cérebro acredita mais no que vê do que nos outros sentidos. “30% do seu cérebro é devotado pelo sentido da visão.”
Outra ilusão que o documentário nos mostra é o “Efeito McGurk”, que é um
fenómeno perceptual que demonstra a interação entre a audição e visão na percepção da fala. A ilusão sonora consiste na apresentação de uma dublagem que induz o indivíduo a acreditar que houve um fonema,quando na verdade está ouvindo outro.
Conhecemos a história de Daniel Kish, cego desde os 13 meses de idade,
“vê” usando a ecolocalização. Daniel com a língua emite cliques de som que apercebidos nas superfícies voltam para ele sob forma de eco débeis, “O meu cérebro processa os ecos, transformando-os em imagens dinâmicas” ajudando-o a deslocar-se. “Eu não uso os meus olhos, eu uso o meu cérebro.”
As ilusões, no documentário, nos ajudam a ver o quanto o cérebro trabalha
para criar a experiência sensorial que temos. Entendemos que apesar de nossa realidade não ser realmente real e nem perfeita, ela chega bem próximo de ser.