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Com base nos conceitos de ilusão de óptica e a literatura disponível na web qual a explicação para a o

Para explicarmos o que ocorre com a nossa visão e cérebro que nos faz enxergar o
vestido e tênis de cores diferentes, primeiramente é necessário entendermos o que é a ilusão de
óptica.
A ilusão de óptica é um fenômeno que está relacionado a ilusões que enganam nosso
sistema visual. Podendo mudar de pessoa para pessoa, a ilusão de óptica consegue fazer com que
enxerguemos qualquer coisa que realmente não estamos vendo, como também consegue nos fazer
enxergar imagens de forma errada e com cores diferentes da real.
As ilusões podem ser de duas naturezas: fisiológica ou cognitiva. Ilusões de caráter
fisiológico são ilusões que surgem naturalmente. Elas atuam diretamente no trabalho dos nervos
ópticos e na forma como eles interagem com a nossa percepção.
Já as ilusões de caráter cognitivo são criadas com artifícios visuais e usam como base o nosso
conhecimento de mundo para nos autoconfundir.
Entretanto, não é apenas o nosso sistema visual que é confundido pelas ilusões de
óptica. Sabendo que para a final compreensão do que vemos está diretamente relacionada a ligação
do sistema visual com o cérebro, entendemos que a forma como os neurotransmissores enviam
informações são fatores determinantes para explicarmos também as ilusões de óptica.
Uma parte significativa do córtex cerebral é dedicada ao processamento visual.
Diferentes áreas do cérebro, assim como diferentes processos de percepção, são responsáveis por
funções visuais específicas, tais como a percepção de movimento, cor, profundidade. Existem até
mesmo regiões cerebrais específicas que lidam apenas com o reconhecimento facial ou de
movimentos biológicos - ou seja, de não objetos -, e outras que processam apenas o reconhecimento
de objetos.
Como vemos, as ilusões de óptica são como grandes e famosas estrelas que atraem não
somente todo nosso sistema visual para si, como também muitas e complexas regiões cerebrais.
Mas, tendo em vista todo esse estudo, afinal, por que algumas pessoas veem o vestido branco e
dourado, e outras azul e preto, e algumas veem o tênis rosa e branco, e outras cinza e verde? Bom,
tudo que vimos ainda não foi suficiente para responder a esta pergunta. Mas estamos chegando lá.
No fundo de nossos olhos estão as retinas, estruturas que permitem aos olhos detectar a
cor. A percepção cromática está associada à atividade de um tipo celular denominado cone. Os
cones só se ativam na presença de luz em quantidade suficiente, e há três tipos dessa estrutura, os
pequenos, os médios e os grandes que são sensíveis ao azul, verde e vermelho.
Já a percepção de sombras, dadas pela associação do preto, branco e cinza é dada pelo tipo celular
denominado bastonete.
Como dito anteriormente, o cérebro está diretamente ligado à compreensão do caso do
vestido e do tênis, e, por isso, vamos ver como os sistemas neurofisiológicos de cores estão
relacionados com esse caso tão comentado.
Muitas pessoas, equivocadamente, restringem a percepção dos cones apenas à cores, e
os bastonetes à luz, sem perceber que quando falamos em cor estamos na verdade falando de luz,
porque, sem luz não existiriam o que chamamos de “cores”. Na natureza encontramos dois sistemas
cromáticos (sistemas responsáveis pelas cores): o sistema aditivo e o sistema subtrativo.
O sistema aditivo é aquele formado pelas três cores primárias da luz (azul violeta,
vermelho e verde), decompostas a partir da luz branca solar, que é a fonte natural de luz que temos
no planeta terra.
Esse sistema chama-se aditivo porque a adição das três cores primárias resultam na percepção da
luz branca. O que explica o porquê algumas pessoas enxergam o vestido branco e dourado.
Já o sistema subtrativo leva esse nome tendo em vista que, diferentemente do sistema aditivo que
tende a “cores luz”, a mistura de suas cores primárias tende ao preto, ou seja, a ausência de luz.
Todos os objetos que temos e vemos possuem cor. Essa cor é formada pelos elementos naturais ou
sintéticos que se encontram na camada externa desses objetos. Os pigmentos que o formam e nos
permitem ver suas cores também podem ser naturais ou sintéticos (exemplo: as lâmpadas elétricas,
as velas e outros aparatos luminosos nos fornecem iluminação sintética; e, as asas de um flamingo,
a cor de frutas como a cenoura, acerola, kiwi, etc., são exemplos de pigmentos naturais). Esses
pigmentos, naturais ou sintéticos, em contato com as “cores luz” absorvem determinadas faixas de
onda cromática e refletem outras, que são captadas pelo olho humano. O que explica o porquê
algumas pessoas enxergam o vestido azul e preto.
Logo, agora compreendemos que, primeiramente, o caso do vestido e do tênis não são
necessariamente ilusões de óptica, mas, que a forma como cada um de nós enxerga as imagens está
relacionada a estruturas visuais dos nossos olhos, o que diretamente estão relacionadas com a forma
do nosso cérebro interpretar as imagens.
Quando vemos o vestido azul e preto significa que os cones da nossa retina estão bem
ativos, e isso mostra que nossos olhos estão fazendo a mistura subtrativa.
Quando vemos o vestido branco e dourado significa que nossos olhos não funcionam bem com
pouca luz, e os bastonetes da nossa retina detectam o branco. Menos sensíveis à luz, os nossos olhos
criam a mistura de aditivos verde e vermelho, e ambas cores juntas criam o dourado que
enxergamos nos detalhes do vestido.
Por outro lado, se vemos o vestido ora branco e dourado, ora azul e preto, ou uma combinação dos
dois significa que nossos olhos são de “nível médio” e podem mudar devido à luminosidade do
ambiente em que se encontram, ou em virtude da maneira como está inclinada a tela do aparelho em
que estamos vendo a imagem. Esse tipo de percepção divergente é o mesmo tipo que ocorre em
muitas manipulações sensoriais produzidas por ilusões de óptica.
O mesmo raciocínio se aplica ao caso do tênis, entretanto, vale lembrar que não
necessariamente alguém que enxerga o vestido branco e dourado enxerga o tênis branco e rosa; há
variações, mas, que, no geral, as interpretações se comportam de forma semelhante e quase linear.
Variações dessa conclusão definem olhos de “nível médio” e podem ser atribuídas à posição da tela
em que se está enxergando a imagem e/ou à iluminação do ambiente em a pessoa está.

Referências:
Artigo: Enciclopédia sobre o Desenvolvimento visual.
Artigo: Plataforma My Brain University.

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