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Índice

CAPITULO I. INTRODUÇÃO...................................................................................................................3
1.1.CONTEXTUALIZAÇÃO.....................................................................................................................4
1.2.Tipos de herança ligada ao sexo....................................................................................................4
1.3.Herança ligada ao cromossomo X.................................................................................................4
1.4.Doenças relacionadas ao cromossomo X.......................................................................................4
1.5.Herança restrita ao sexo.................................................................................................................5
1.6.Herança influenciada pelo sexo.....................................................................................................5
1.7.Curiosidades..................................................................................................................................5
CAPITULO II.GENES LIGADOS AO SEXO E O EQUILÍBRIO HARDY-WEINBERG........................7
2.1.FERRAMENTAS DO MELHORAMENTO GENÉTICO....................................................................9
2.3.CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS E SEUS ATRIBUTOS...................................................10
2.4.HERDABILIDADE.....................................................................................................................10
2.5.INTERAÇÃO GENÓTIPO-AMBIENTE....................................................................................11
2.6.ACURÁCIA DE SELEÇÃO.......................................................................................................11
2.7.INTENSIDADE DE SELEÇÃO..................................................................................................12
2.8.VARIABILIDADE GENÉTICA.................................................................................................12
2.9.MUDANÇA GENÉTICA............................................................................................................12
2.10.EFICÁCIA DA SELEÇÃO.......................................................................................................13
3.VALOR GENÉTICO E DIFERENÇA ESPERADA NA PROGÊNIE...........................................14
3.1.CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DE UMA POPULAÇÃO..........................................................14
3.2.TAMANHO DA POPULAÇÃO.................................................................................................14
3.3.Diferenças de fertilidade e viabilidade.........................................................................................15
3.4. Seleção........................................................................................................................................15
3.5.Migração e mutação.....................................................................................................................15
3.6.Sistema de acasalamento.............................................................................................................15
3.7.Cruzamento simples.....................................................................................................................16
3.8.Cruzamento contínuo Também chamado de cruzamento absorvente...........................................16
3.9.Cruzamento rotacionado ou alternado contínuo...........................................................................16
3.10.Uso de touros F1s......................................................................................................................16
3.11.Formação de populações compostas..........................................................................................16

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3.12.BOVINOS DE CORTE, CRIADORES E INICIATIVA PÚBLICA.................................................17
CAPITULO IV.MUDANÇAS NAS FREQÜÊNCIAS GÊNICAS............................................................18
4.1.Machos........................................................................................................................................18
4.2.Fêmeas.........................................................................................................................................19
4.3.Síntese da fisiologia do aparelho reprodutor em machos.............................................................20
4.4.Síntese da fisiologia do aparelho reprodutor das fêmeas..............................................................20
4.5.Diferenças na Deposição de Tecidos de Machos e Fêmeas..........................................................21
V.CONCLUSÃO.......................................................................................................................................22
VI.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................23

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CAPITULO I. INTRODUÇÃO
Herança ligada ao sexo é a designação da herança genética relacionada a genes presentes na
parte não-homóloga dos cromossomos sexuais, ou seja, no caso da espécie humana, os genes
presentes no cromossomo X não tem correspondentes no cromossomo Y. Os organismos com
reprodução sexuada podem ser classificados em monoicos (do grego mono = único e oikos =
casa) ou hermafroditas – cada indivíduo produz os dois tipos de gametas, óvulos e
espermatozoides; dioicos (do grego di = dois e oikos = casa) – cada indivíduo produz somente
um tipo de gameta – ou só óvulos ou só espermatozoides. Nas espécies dioicas, a existência de
um mecanismo genético de determinação do sexo não implica necessariamente a presença de
cromossomos sexuais distinguíveis, embora isso geralmente ocorra. Gregor Mendel, em 1865 diz
o par de cromossomos sexuais pode diferir quanto ao tamanho e/ ou à morfologia em um dos
sexos: o sexo heterogamético (do grego heteros = diferente) produz dois tipos de gametas, ao
passo que no sexo homogamético (do grego homos = igual) esse par de cromossomos é
holomórfico e um só tipo de gameta é produzido quanto aos cromossomos sexuais. Os
cromossomos que não diferem entre machos e fêmeas são denominados autossomos.

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1.1.CONTEXTUALIZAÇÃO
Weller (1994), A herança ligada ao sexo é uma herança genética que tem relação com os genes
que pertencem aos cromossomos sexuais e determinam algumas doenças que podem surgir em
um indivíduo. 

1.2.Tipos de herança ligada ao sexo


O sexo de um indivíduo é determinado a partir dos cromossomos sexuais herdados dos pais.
Para que seja homem, o indivíduo precisa ter recebido um cromossomo X da mãe e um Y do pai.
Para que seja do sexo feminino, é necessário que tenha recebido um cromossomo X da mãe e um
X do pai.
A partir daí, pode-se dividir a herança ligada ao sexo em três tipos:
•    Herança ligada ao cromossomo X;
•    Herança restrita ao sexo;
•    Herança influenciada pelo sexo.

1.3.Herança ligada ao cromossomo X


Esse tipo de herança ligada ao sexo decorre do lado materno e ocorre quando o gene modificado
está no cromossomo X. Dessa forma, os homens herdam esse cromossomo da mãe e as mulheres
herdam um da mãe (X) e um do pai (X). Portanto, apenas os homens apresentam essas
manifestações, pois possuem apenas um cromossomo X, sem nenhum gene normal para aquele
aspecto.

1.4.Doenças relacionadas ao cromossomo X


As doenças que decorrem desse tipo de herança ligada ao sexo surgem com grande frequência
nos homens e raramente nas mulheres. Algumas delas são:
Daltonismo: esse tipo de anomalia ocorre, principalmente, nos homens (5% a 8%) e causa
impossibilidade de diferenciar as cores vermelha e verde. Ela é causada principalmente por um
alelo recessivo encontrado no cromossomo X chamado de “Xd” ou “d”. O alelo que determina a
visão normal é denominado “XD” ou “D”. Os homens que possuem essa anomalia passam esse
gene para todas as filhas, mas não passam para os filhos, (MATTOS e ROSA, 1984).
Os casos de mulheres com esse problema são raros, apenas 0,04%, e para que isso seja possível,
é preciso que o pai e a mãe sejam portadores do alelo recessivo. Além disso, a chance dessa
mulher transmitir a anomalia para um filho do sexo masculino é de 50%.

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Hemofilia: Esse é um outro problema decorrente da herança ligada ao sexo pelo cromossomo X
e provoca incapacidade de coagulação sanguínea. Uma pessoa hemofílica pode apresentar
sangramentos prolongados mesmo em pequenos ferimentos, além de provocar grandes riscos de
hemorragia interna (BRASIL, 2012).
A hemofilia pode ser do tipo “A”, mais frequente (85%) e “B”. Ela pode ser tratada por meio da
reposição dos fatores de coagulação. Ela é gerada pelos alelos recessivos ligados ao cromossomo
“Xh” ou “h” herdados da mãe. Os homens portadores de hemofilia passarão esse gene para as
filhas e não para os filhos.

1.5.Herança restrita ao sexo 


Esse tipo de herança restrita ao sexo corresponde aos genes denominados holândricos, que se
localizam no cromossomo Y e são herdados pelo pai. Um exemplo desses genes é o SRY, que
determina a transformação das gônadas indefinidas do embrião em testículos.
Um tipo de doença causada pela herança restrita ao sexo é a hipertricose auricular. Ela provoca
o surgimento de muitos pelos nas orelhas dos homens e pode ter duas variantes: hipertricose
lanuginosa congênita (cabelo relativamente fino e felpudo que pode chegar a 25 cm de
comprimento) e a Síndrome de Abras (o cabelo nasce ais grosso e colorido). Essa característica
passa de pai para filho por estar ligado gene “Y”, que é exclusivamente masculino.

1.6.Herança influenciada pelo sexo    


Na herança influenciada pelo sexo, os genes se expressam em homens e mulheres, porém de
maneiras diferentes. Um exemplo importante desse tipo de herança ligada ao sexo é a calvície.
Também rara nas mulheres, podendo ocorrer apenas caso se apresente como homozigoto
recessivo, nos homens a calvície fica localizada em um alelo autossômico e age como
dominante. Essa diferença decorre do ambiente hormonal de cada indivíduo.

1.7.Curiosidades
Em alguns animais, o processo de determinação do sexo ocorre de uma maneira diferente e não
pelos cromossomos sexuais. Nas abelhas, por exemplo, os óvulos fecundados pela rainha
formam fêmeas diploides. Já os não fecundados se transformam partenogeneticamente em
machos haploides no caso das formigas, as larvas recebem apenas mel e as que evoluirão para
rainhas, recebem também geleia real (secreção glandular das operárias adultas). Já na drosophila
melanogaster, conhecida popularmente como mosca-da-fruta, o sexo de cada inseto está

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relacionado a um balanço entre o número de cromossomos X e o número de lotes (conjuntos) de
autossomos.
O freemartinismo representa a mais frequente forma de intersexualidade encontrada nos bovinos
e menos comumente encontrada em outras espécies, como ovinos, caprinos, suínos e equinos
(Padula, 2005). Em animais cujas ninhadas apresentam normalmente machos e fêmeas, essa
anomalia é relativamente rara (Brace et al., 2008). Freemartinismo é resultante da anastomose
dos vasos das membranas fetais na gestação gemelar de fetos heterossexuais. O sangue de ambos
os fetos, macho e fêmea, é misturado por mais de 280 dias de gestação (Niku et al., 2007),
promovendo o intercâmbio de substâncias como hormônios, células sanguíneas e o fator de
diferenciação sexual entre os gêmeos. Gêmeos bovinos heterossexuais são também conhecidos
como quimeras sanguíneas (Niku et al., 2007), ou seja, apresentam duas ou mais populações de
células geneticamente distintas derivadas de mais de um zigoto em um único indivíduo (Basrur
et al., 1970). Em gêmeos heterossexuais, células do macho e da fêmea passam de um irmão para
o outro, resultando em quimeras XX/XY (Brace et al., 2008), que aparecem em alto número no
sistema hematopoiético desde os estágios iniciais da vida fetal (Niku et al., 2007). Essa troca de
sangue resulta em vários níveis de masculinização do trato reprodutivo da fêmea (Padula, 2004).
Esterilidade, clitóris hipertrofiado, presença de pelos longos na vulva, vagina mais curta, em
fundo cego, ausência de cérvix, vestígios de gônadas masculinas e hipoplasia dos ductos de
Müller (Brace et al., 2008) podem ser usados como diagnóstico clínico para o freemartinismo.
Além disso, o animal adulto deve apresentar inicialmente um histórico de falha reprodutiva, com
ausência de comportamento estral ou falha na concepção na presença do macho (Padula, 2005).

Síndrome de Turner equina (63, X0) Trata-se de uma anomalia caracterizada pela presença de
somente um dos cromossomos X que causa infertilidade (Coelho e Oliveira, 2008). Esta é a
anormalidade cromossômica mais comum na espécie equina. O animal apresenta características
fenotípicas femininas devido à ausência do cromossomo Y, sua estatura é menor do que a
considerada normal para a idade e raça, as estruturas do aparelho reprodutivo são pequenas e os
ovários não apresentam desenvolvimento folicular (McCue, 2000), a vulva pode ter tamanho
normal ou aparecer em forma ligeiramente diminuída (LeBlanc, 2005).

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CAPITULO II.GENES LIGADOS AO SEXO E O EQUILÍBRIO HARDY-WEINBERG
Os mamíferos têm um sistema de determinação de sexo tal que as fêmeas possuem dois
cromossomos X (homogamético = XX) e os machos, um cromossomo X e outro Y
(heterogamético = XY). Assim, a relação entre a frequência gênica e a genotípica, no sexo
homogamético, é igual àquela encontrada para genes autossômicos; mas, no sexo
heterogamético, existem apenas dois genótipos (A ou a), e cada indivíduo carrega um só gene (A
ou a), em vez de dois.

Se as frequências entre machos e fêmeas forem diferentes, a população não está em equilíbrio. A
frequência gênica, na população como um todo, não muda, mas sua distribuição entre os dois
sexos oscila, à medida que se aproxima do equilíbrio. Os filhos machos recebem todos os seus
genes ligados ao sexo somente de suas mães, portanto, pm é igual à pf da geração anterior; as
fêmeas, por sua vez, recebem seus genes ligados ao sexo igualmente de ambos os pais, portanto
pf é igual à metade da soma entre pm e pf da geração anterior.

A genética quantitativa lida com características determinadas por muitos pares de genes e
influenciadas, em parte, pelo ambiente. As características quantitativas são aquelas que
apresentam variações contínuas ou descontínuas e são, parcialmente, de origem não-genética.
Assim, o ganho de peso, o consumo alimentar e a produção de leite variam continuamente e são
exemplos típicos de características quantitativas. As bases teóricas da genética quantitativa foram
estabelecidas por volta de 1920, nos trabalhos de Fisher, Wright e Haldane, e Lush foi o pioneiro
nas aplicações desses princípios no melhoramento animal (década de 30). Discussão mais
detalhada desse histórico pode ser verificada em Falconer (1981) e Silva (1982c).

Assim, vale ressaltar que a criação, a descoberta inicial e o desenvolvimento do conhecimento


são qualidades que somente poucas pessoas tiveram, têm e, certamente, terão o privilégio de
possuir. A estas, sem dúvida, é devida grande parte dos créditos da edificação dos pilares que
sustentam as transformações resultantes do uso das tecnologias. Contudo, todas as mudanças
tecnológicas pelas quais passou a humanidade não foram capazes de modificar certos hábitos e
costumes que remontam a ancestrais na história do homem. Ao lado disso, vê-se, ainda, a
plasticidade do homem em, usando ou não de tecnologias, ser capaz de, quase sempre, utilizar do
bom senso, da visão estética, da busca da beleza e, principalmente, da harmonia das formas e
funções e, com isso, emprestar ao desenvolvimento científico, a sensibilidade que só encontra

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par na arte. A atitude arraigada do homem a ensinamentos ancestrais que fluem de geração a
geração pode ser observada na atividade agropecuária, na qual se verificam ruminantes sendo
criados como se faziam na antiguidade, ou mesmo na cultura de arroz na China que ainda é
desenvolvida nos moldes praticados há mais de mil anos. A visão artística, por outro lado, pode,
no Brasil, ser exemplificada pelos criadores de bovinos, especificamente, pelos criadores de
zebuínos. Tais indivíduos foram capazes de, com persistência e visão de funcionalidade
associadas à uma concepção de harmonia nas formas, estabelecer as diversas raças hoje
existentes. Somente mais tarde iniciaram-se os programas, com embasamento científico, para
orientação da melhoria genética. Se no passado as mudanças se processavam de forma lenta, hoje
elas ocorrem rapidamente, devendo, no entanto, ser creditada ao processo de globalização em
andamento no mundo, a grande transformação que se verifica no momento, e principalmente
aquela que deve ocorrer mais intensamente nesta virada de século. Essa nova mudança surge
avassaladora provocando ondas de modificações de comportamento e, principalmente, trazendo
em sua essência uma quantidade incomensurável de informação. Apesar de não ser objetivo
deste trabalho questionar a importância, benefícios e/ou prejuízos que disso possam advir, torna-
se importante analisar-se o trajeto histórico e, principalmente, as perspectivas futuras do
melhoramento genético animal à luz do contexto econômico, cultural, comportamental, social e
político. O estádio de desenvolvimento também não pode ser desprezado. Assim, apesar de todas
as evoluções e avanços ocorridos nas áreas de genética molecular, simulação de sistemas e
demais biotécnicas, além da melhoria da capacidade computacional e do desenvolvimento de
modelos estatísticos que, sem dúvida, se constituem em instrumentos de desenvolvimento da
área de melhoramento genético animal, suas contribuições só serão efetivas se estes aspectos
forem considerados. Assim, é importante ressaltar que, nos últimos anos, o melhoramento
genético de bovinos de corte vem assumindo importância cada vez maior. Isso tem resultado não
só no aumento do número de programas que desenvolvem avaliação genética de diversos
rebanhos, mas, também, na maior valorização dos animais portadores de estimativas de
diferenças esperadas na progênie (DEPs). O melhoramento animal, apesar de ter a
fundamentação teórica desenvolvida há muitos anos, tem, recentemente, recebido grandes
contribuições que são, com a necessidade de melhoria genética imposta pelo mercado, as
principais responsáveis tanto pela expansão quanto pelos progressos genéticos que têm sido
observados nas mais diferentes espécies de animais domésticos explorados comercialmente.

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Fundamentalmente, a melhoria genética se processa com base na escolha correta daqueles que
participam, ou melhor, daqueles aos quais é dada a possibilidade de participar, do processo de
constituição da geração seguinte. Isso vale para a escolha dos indivíduos que produzirão filhos,
ou mesmo, para escolha de raças. A primeira situação refere-se ao processo chamado seleção e é
importante para melhoria de raças puras ou para cruzamentos. A segunda, orienta e sinaliza o
sucesso dos cruzamentos. Para que se entendam melhor os fundamentos desses processos
responsáveis pelo melhoramento é importante o entendimento de alguns conceitos básicos que
serão apresentados e discutidos.

2.1.FERRAMENTAS DO MELHORAMENTO GENÉTICO


Duas são as ferramentas disponíveis para se promover o melhoramento genético de qualquer
espécie: seleção e cruzamento. Seleção é o processo decisório que indica quais animais de uma
geração tornar-se-ão pais da próxima, e quantos filhos lhes serão permitidos deixar. Em outras
palavras, pode-se entender seleção como sendo a decisão de permitir que os melhores indivíduos
de uma geração sejam pais da geração subsequente. Acasalamento, por outro lado, é um termo
amplo que para animais domésticos, criados com fins comercias, é importante quando resulta em
concepção, gestação e nascimento de filhos. Dessa forma, é um elemento complementar
fundamental no processo de seleção. Quando o acasalamento ocorre entre indivíduos
pertencentes a raças ou espécies diferentes denomina-se cruzamento. A seleção, de modo geral,
tem o objetivo de melhoria e/ou fixação de alguma característica de importância. Isso quer dizer
que ela tem por finalidade aumentar, na população, a frequência de alelos favoráveis. A melhoria
obtida em características quantitativas vai depender da herdabilidade da característica em
questão, e do diferencial de seleção. No entanto, é importante ressaltar que a seleção, apesar de
possibilitar a mudança da frequência gênica da população, aumentando a frequência de alelos
favoráveis, não cria novos genes. A mudança na frequência dos genes é resultado da definição de
quais serão os pais da geração subsequente e do número de filhos que estes pais deixarão. O
cruzamento é sem dúvida uma forma de se conseguir melhoria genética e incrementos de
produção e de produtividade. Contudo, isso não elimina a necessidade, e muito menos diminui a
importância da seleção como método de melhoramento genético a ser realizado
concomitantemente. Raças puras melhoradas são, na verdade, elementos fundamentais ao
sucesso de qualquer programa de melhoramento. A seleção, além de fundamental para a

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melhoria das raças puras, tem de ser componente essencial em um programa de cruzamentos.
Cruzamento sem seleção resulta em vantagens facilmente superáveis pela seleção em raça pura,
ao passo que a associação das duas conduz a uma sinergia positiva.

2.3.CARACTERÍSTICAS QUANTITATIVAS E SEUS ATRIBUTOS


As características ditas quantitativas são, de modo geral, influenciadas por muitos genes em
vários loci, ao contrário daquelas chamadas características qualitativas, que são influenciadas por
poucos genes em um locus, ou em um número pequeno de loci. Outro aspecto peculiar às
características quantitativas é que a definição de grupos de indivíduos de acordo com elas só
existirá de forma arbitrária, pois não existe descontinuidade natural em suas variações. Este
grupo de características é representado pelos caracteres métricos que possuem variação contínua,
como por exemplo, medidas corporais, pesos, produção de leite etc. Assim, fica evidente que as
características de importância econômica enquadram-se, de modo geral, naquelas do primeiro
grupo. Para que seja possível relacionar as frequências gênica e genotípica com as diferenças
quantitativas exibidas pelas características métricas há necessidade de se entender o conceito de
valor, ou seja, aquele valor observado quando se mede uma característica. As características de
importância econômica em gado de corte são, em geral, quantitativas em natureza e possuem os
seguintes atributos: i) são influenciadas por muitos genes; a maioria dos quais individualmente
tem efeito pequeno; ii) efeitos aditivos, de dominância, e epistáticos, apesar de serem de
importância variável, dependendo da característica, estão sempre presentes, e iii) a expressão dos
genes é grandemente influenciada pelo ambiente. A característica, qualquer que seja ela, peso,
medidas corporais, medidas de fertilidade, cor de pelagem e, consequentemente, qualquer que
seja a forma utilizada para mensurá-la, é chamada de fenótipo.

2.4.HERDABILIDADE
No tocante ao melhoramento genético, a herdabilidade de uma característica é uma de suas
propriedades mais importantes. A herdabilidade é representada por h2 e expressa a proporção da
variância total que é atribuível aos efeitos médios dos genes, ou seja, à variância genética aditiva.
No estudo de características quantitativas, a principal função da herdabilidade é seu caráter
preditivo, ou seja, ela expressa o grau de confiança do valor fenotípico como indicador do valor
genético. Em outras palavras, a herdabilidade mede o grau de correspondência entre fenótipo e
valor genético que é, em última instância, aquilo que influencia a próxima geração. Pode, ainda,

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ser definida de acordo com a variância genética envolvida, sob dois pontos de vista,
herdabilidade no sentido amplo e herdabilidade no sentido restrito.

2.5.INTERAÇÃO GENÓTIPO-AMBIENTE
A não linearidade da resposta de alguns genótipos à mudança de ambiente resulta na existência
de fenótipos distintos como produtos desta interação. É dito existir interação entre genótipo e
ambiente toda vez que a expressão de determinado genótipo for dependente do ambiente onde
ele é avaliado.

A existência desta interação resulta na modificação da expressão representada em 1, que se


transforma em: P = G + E + GE (2), onde, GE representa a interação genótipo-ambiente. Apesar
de ser básico, do ponto de vista genético, quer seja concernente aos parâmetros e/ou às mudanças
genéticas, quer seja relativo ao progresso genético, torna-se importante a variação existente nas
características. Essas variações, expressas como variâncias, podem ser de origem genética,
fenotípica, ambiental, ou ainda, oriunda de combinações entre estas. Assim, ao se medir os
componentes de variância, tal componente de interação cria uma variação adicional que resulta
em uma modificação da equação 2, que se torna igual a: VP = VG + VE + VGE (3) Quanto mais
distantes forem os genótipos e/ou os ambientes mais marcante e fácil de identificar será o efeito
dessa interação. Essa interação pode se expressar de diferentes formas e com diferentes
intensidades, sendo que a expressão mais extrema pode ser representada pela inversão de
posicionamento de um determinado genótipo com sua mudança para outro ambiente diferente
daquele onde foi obtido primeiro posicionamento. Isto pode ser melhor visualizado
considerando-se o seguinte exemplo: supondo-se que um teste de avaliação comparativa entre
duas raças, A e B, tenha sido desenvolvido em dois ambientes distintos representados pelas letras
X e Y.

2.6.ACURÁCIA DE SELEÇÃO
Ao se promover seleção, além de ser importante ter-se uma idéia do que se espera com o
processo, ou seja, a predição do resultado da seleção, é importante ter-se uma estimativa da
segurança que se terá ao se adotar determinado procedimento. Esta segurança é definida pela
acurácia da seleção. Como em seleção genética, o que se faz é procurar identificar indivíduos
geneticamente superiores via medidas fenotípicas, há necessidade de uma boa relação entre o
fenótipo e o genótipo. Uma medida de associação entre duas variáveis é dada pelo coeficiente de

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correlação (r). Quanto mais relacionadas forem as duas variáveis, mais próximo de 1 será o r, ou
seja, mais acuradamente uma variável é predita pela outra. Logo, a acurácia de uma predição é
diretamente relacionada com a magnitude do coeficiente de correlação entre elas.

2.7.INTENSIDADE DE SELEÇÃO
A intensidade de seleção provê a indicação da magnitude da diferença entre a média dos
indivíduos selecionados e a média da população, em outras palavras, ela é medida pelo
diferencial de seleção. Na prática, a intensidade de seleção é limitada pela estrutura do rebanho
ou população, pela taxa de reprodução, pelo manejo reprodutivo utilizado, e pelo manejo geral
voltado para o aumento de natalidade e sobrevivência. A intensidade de seleção é representada
por i ou z/p, onde, p é a proporção selecionada e z é a altura da curva normal no ponto de
truncamento, ou seja, no ponto acima do qual os indivíduos são selecionados. Ela nada mais é do
que o diferencial de seleção expresso em termos de desvio-padrão da característica. O produto i x
desvio-padrão, fornece o diferencial de seleção máximo possível de ser atingido em uma dada
população, dada a percentagem que deve ser selecionada.

2.8.VARIABILIDADE GENÉTICA
No conceito de variabilidade genética, ou melhor dizendo, na sua existência, reside toda
capacidade de se promover seleção, e consequentemente melhoramento genético. À medida que
se processa um programa de seleção eficaz, e que este se perpetua por muitas gerações
mantendo-se o mesmo critério de seleção, há uma redução no nível de variabilidade genética
como resultado do incremento de homozigose. Além disso, um certo grau de homozigose é
gerado por níveis variáveis e inevitáveis de consanguinidade. Certo grau de consanguinidade é
dito ser inevitável em função de que determinados indivíduos selecionados são utilizados de
maneira intensa, o que tem como consequência o acasalamento de indivíduos com algum grau de
parentesco maior do que aquele que ocorreria em estrutura totalmente aleatória de
acasalamentos. Para melhor entendimento da variabilidade genética, e principalmente, sua
importância, há necessidade de se conhecer a constituição genética da população.

2.9.MUDANÇA GENÉTICA
Ao se desenvolver um programa de Melhoramento Genético, o que se busca, em última
instância, é a modificação da estrutura genética da população, pelo aumento das frequências dos
genes desejáveis. Pode-se expressar a mudança genética esperada, ou seja, aquela resultante da
seleção, como sendo o produto da herdabilidade da característica sob seleção (h2 ) pelo
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diferencial de seleção (Ds). Enquanto este representa a diferença fenotípica entre a média dos
indivíduos selecionados para pais (sm - s) para aquela geração, aquela, como mostrado
anteriormente, representa a fração da variância fenotípica observada que é creditada a diferenças
genéticas aditivas. No entanto, apesar de a quantificação da mudança genética ser importante não
só para monitoramento do progresso genético, como também, para correção de rumos, o que é
realmente importante é predição. A possibilidade de se prever as mudanças genéticas que se
podem promover torna o investimento mais atrativo e seguro. Outro fator de importância
fundamental, neste contexto, é a segurança que se tem na predição que é feita

2.10.EFICÁCIA DA SELEÇÃO
É importante ressaltar que para se selecionar um indivíduo, a primeira tarefa é obter estimativas
acuradas dos valores genéticos dos animais disponíveis para seleção. Boas predições dependem
da qualidade dos dados, qualidade das estimativas de parâmetros genéticos e do uso de modelos
apropriados. A taxa de melhoramento genético, ou progresso genético, depende da acurácia da
seleção, intensidade de seleção e da variação genética existente. Neste processo, o reprodutor
tem importância fundamental, uma vez que sua contribuição para a geração seguinte é muito
maior do que a das fêmeas, e será tanto maior quanto maior for o uso da inseminação artificial.

O mérito individual é importante neste contexto, embora, informações de ancestrais, parentes


colaterais e progênie sejam de grande auxílio à seleção. Modernamente, as avaliações genéticas
são conduzidas pela metodologia dos modelos mistos utilizando-se do modelo touro e, cada vez
mais, do modelo animal para estimação do mérito genético dos indivíduos e posterior seleção. O
modelo animal, por utilizar informações de todos indivíduos e considerar as relações de
parentesco existentes entre os animais em avaliação, promove maior acurácia nas estimativas de
mérito genético obtidas, permite identificação do mérito genético médio por ano, e por isso,
possibilita uma avaliação da tendência genética. Tal modelo possibilita, ainda, a obtenção da
estimativa da capacidade genética de transmissão para todo indivíduo avaliado, mesmo para
animais jovens, e por conseguinte, sem progênie. Essa capacidade de transmissão é representada,
na grande maioria das avaliações hoje em andamento, pelo que se convencionou chamar de DEP.
Além disso, quando a análise for multivariada, e considerar todos os indivíduos para a
característica com base na qual se fez a seleção, é possível levar-se em conta a seleção
sequencial. É importante ressaltar que o viés imposto por outros tipos de seleção, como por
exemplo, acasalamento preferencial, não é considerado nem mesmo pelo modelo animal. Vários
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trabalhos de pesquisa vêm sendo desenvolvidos para solucionar problemas como estes, podendo
ser citada, para o caso de seleção baseada no fenótipo, a metodologia desenvolvida por Brito &
Fries (1994). No entanto, várias outras considerações têm de ser feitas com respeito a vieses
introduzidos quando da avaliação genética. Pode-se citar interação genótipo-ambiente, uso de
touros múltiplos e avaliações de raças múltiplas entre outras. Por basear-se na metodologia das
equações de modelos mistos, as soluções obtidas para os efeitos genéticos são ajustadas para os
efeitos fixos. Estas soluções, por se referirem a efeitos aleatórios são chamadas de preditores, ou
seja, permitem a predição de seus efeitos na expressão de fenótipo. Por essa razão são chamadas
de BLUP ("Best Linear Unbiased Predictor"), ou melhores preditores não-viesados; enquanto as
estimativas dos efeitos fixos estimam a importância de tais efeitos para uma determinada
avaliação. Assim, essas são ditas serem BLUE ("Best Linear Unbiased Estimator"), ou melhores
estimadores não-visados. As principais fontes de vieses, mais comuns em dados coletados no
campo, são, segundo Euclides Filho (1995): seleção, acasalamentos dirigidos, informação
incompleta de pedigree, paternidade duvidosa, correlações genéticas entre características
selecionadas separadamente como univariadas, heterogeneidade de variância, interação genótipo-
ambiente, análise conjunta de diversas raças e/ou cruzamentos, seleção sequencial etc.

3.VALOR GENÉTICO E DIFERENÇA ESPERADA NA PROGÊNIE


Valor genético de um indivíduo pode ser definido como sendo igual a duas vezes o desvio da
média de seus filhos, considerando-se um grande número deles, da média da população. A DEP
representa a metade do valor genético do animal, e indica a capacidade de transmissão genética
de determinado indivíduo, para uma característica particular.

3.1.CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DE UMA POPULAÇÃO


O conhecimento dos fatores que influenciam a composição genética de uma população se
constitui em uma das bases teóricas do melhoramento genético animal. A descrição genética de
um grupo de indivíduos é feita pela especificação de seus genótipos e do número de indivíduos
que os compartilham, ou seja, pelo conhecimento de suas frequências gênicas e genotípicas.

3.2.TAMANHO DA POPULAÇÃO
Para melhor entendimento de seu efeito sobre a frequência gênica, deve-se definir tamanho ideal
e tamanho efetivo de população. A importância destes conceitos torna-se mais clara à medida
que se leva em consideração que é uma amostra de genes de uma determinada população que

Genes Ligado Ao Sexo.. Pá gina 14


será transmitida à próxima. Assim, a frequência gênica na progênie será influenciada pela
variação amostral que será tanto maior quanto menor for o número de pais.

Tamanho efetivo de população representa o número de indivíduos que contribuem efetivamente


para a variância de amostragem, ou taxa de consanguinidade, desde que acasalados de acordo
com as premissas da população ideal que podem ser, segundo Falconer (1981), resumidas
simplesmente no seguinte: "é aquela na qual a variação de amostragem é tão pequena que pode
ser desconsiderada".

3.3.Diferenças de fertilidade e viabilidade


Diferenças em fertilidade e/ou viabilidade apresentadas por diferentes genótipos resultam em
contribuição desuniforme, por parte dos diversos pais, via gametas produzidos. Isso pode resultar
em mudanças na frequência gênica durante a transmissão dos genes para a próxima geração.

3.4. Seleção
A seleção, por determinar quais genótipos participarão da formação da geração subsequente,
reduz a amostra de genes capazes de serem encontrados na progênie. Assim, a frequência gênica
da progênie pode ser alterada. Tal procedimento é, na verdade, o que se busca em um programa
de melhoramento genético, quando se deseja que somente os indivíduos melhores para os
atributos de interesse deixem descendentes.

3.5.Migração e mutação
A introdução de indivíduos de populações diferentes e a mutação podem, também, modificar as
frequências gênicas de determinada população.

3.6.Sistema de acasalamento
Acasalamento entre indivíduos em uma população é responsável pelos genótipos da próxima
geração. Assim, a frequência genotípica de uma geração depende dos genótipos dos indivíduos
que se acasalaram na geração anterior. Numa população grande, na ausência de seleção,
migração, mutação e em presença de acasalamentos aleatórios, as frequências gênica e
genotípica serão constantes de uma geração para a próxima. Uma população nestas condições é
dita estar em equilíbrio Hardy-Weinberg. Nestas condições existe uma relação entre as
frequências gênica e fenotípica que é de extrema importância em genética de populações e
genética quantitativa.

Genes Ligado Ao Sexo.. Pá gina 15


3.7.Cruzamento simples
É definido como sendo o sistema de acasalamento envolvendo somente duas raças com
produção da primeira geração de mestiços, os chamados F1s, sendo abatidos machos e fêmeas,
não havendo, portanto, continuidade e consequentemente, não há formação das gerações
subsequentes.

3.8.Cruzamento contínuo Também chamado de cruzamento absorvente


Tem a finalidade precípua de substituir uma raça ou determinado grupo genético por outro, pelo
uso continuado de uma delas.

3.9.Cruzamento rotacionado ou alternado contínuo


É aquele em que a raça do pai é alternada a cada geração e pode ser estabelecido com duas ou
mais raças. Cada um desses sistemas pode ser conduzido com diferentes tipos de cruzamentos.
Para gado de corte, segundo Euclides Filho (1996b), os tipos de cruzamento mais importantes
hoje são:

3.10.Uso de touros F1s


A utilização desse esquema de cruzamentos, quer seja em sistema de cruzamento simples, quer
seja em sistema rotacionado, resultará de heterozigose inferior àqueles obtidos com reprodutores
puros.

3.11.Formação de populações compostas


O desenvolvimento de programas de cruzamento com esse objetivo tem sido retomado mais
recentemente dentro de uma nova visão e em novas bases. Como discutido anteriormente, para se
evitarem níveis elevados de consanguinidade quando da formação do novo grupo genético, tem-
se de garantir que os representantes de todas as raças envolvidas sejam animais provenientes ou
filhos de um grande número de touros geneticamente diferentes. Outra forma de se evitarem
incrementos significativos e prejudiciais de consanguinidade é manter-se a população composta
como população aberta. Nesse caso, novos indivíduos oriundos de cruzamentos seriam
continuamente incorporados à população.

Cruzamento terminal também chamado cruzamento industrial, possibilita uso máximo de


heterose e da complementaridade. Além disso, viabiliza grande flexibilidade na escolha da raça
terminal, o que garante rápidos ajustes a demandas de mercado ou a imposições do sistema de
produção. 12.5.3.4. Rotacionado terminal Nesse caso, 45% a 50% das fêmeas são acasaladas em

Genes Ligado Ao Sexo.. Pá gina 16


um sistema rotacionado com a finalidade de se produzirem fêmeas de reposição. As fêmeas
restantes, as mais velhas, são acasaladas com touro de raça terminal. Tanto nesse tipo quanto no
anterior, todos os animais, machos e fêmeas, oriundos do cruzamento terminal são destinados ao
abate.

3.12.BOVINOS DE CORTE, CRIADORES E INICIATIVA PÚBLICA


A arte e a sensibilidade a serviço da produção

Contribuindo para a ocupação territorial desde o descobrimento do Brasil, e para expansão da


fronteira agrícola, até os dias atuais, destaca-se o bovino de corte como elemento histórico do
desenvolvimento brasileiro. Aliado a ele destacam-se, ainda, a perseverança, o espírito
empreendedor e a dedicação dos criadores brasileiros de bovinos. Essa combinação se constituiu
na mola propulsora da pecuária nacional e tem servido de base para o desenvolvimento do
melhoramento animal no país. Como mencionado por Domingues (1975), com os erros e acertos
dos criadores é possível estabelecer um caminho para a ciência. A pecuária de corte brasileira é,
sem dúvida, prova concreta disso. Nos três primeiros séculos após o descobrimento do Brasil, os
animais domésticos tinham finalidade precípua de trabalho, alimentação e agasalho e eram
criados de forma extrativista e empírica. A criação orientada para produção com intuito
comercial só teve início nos primórdios do século XIX, a partir das primeiras importações do
gado bovino da Índia. Assim, inicia-se um processo de seleção empírico que teve como objetivo
principal, a fixação de características ligadas à forma e à beleza. Essa fase teve importância
fundamental por possibilitar a padronização racial, que resultou não só no estabelecimento das
diferentes raças de origem indiana, mas, principalmente, pelo fato de que estas se formaram com
padrões indiscutivelmente brasileiros.

Reconhecimento de uma necessidade e estabelecimento dos meios


Em fins do século passado, início deste, segundo Caielli (1991), já havia preocupação com a
pesquisa em melhoramento genético animal no Brasil. De acordo com este autor, o programa da
área de zootecnia do Estado de São Paulo estabeleceu, nesta época, entre outras coisas, a
necessidade de se estudarem as aplicações e os resultados possíveis da seleção das raças e
variedades locais com o fim de aperfeiçoar, fixar e hibridizar com raças exóticas. Paralelamente,
procurava-se determinar quais destas últimas deveriam ter suas introduções incentivadas tanto
para cruzamento quanto para aclimação.

Genes Ligado Ao Sexo.. Pá gina 17


CAPITULO IV.MUDANÇAS NAS FREQÜÊNCIAS GÊNICAS
Numa população sob acasalamento ao acaso, as frequências gênicas e genotípicas permanecem
constantes, geração após geração. Entretanto, existem vários processos capazes de modificar a
constituição genética da população, por influírem no processo de transmissão dos genes de uma
geração para outra. Esses processos são agrupados em duas classes: os sistemáticos, que
englobam a migração, a mutação e a seleção, e o dispersivo, que surge em pequenas populações
pelos efeitos de amostragem. O interesse no presente capítulo está apenas nos processos
sistemáticos. O processo dispersivo poderá ser visto em Falconer (1981).

Portanto, as propriedades de uma população, com respeito a um loco apenas, expressas na Lei
de Hardy-Weinberg, são: 1) as frequências genotípicas nos descendentes, sob acasalamento ao
acaso, dependem somente das frequências gênicas na geração dos pais e não da frequência
genotípica; 2) independente das frequências genotípicas da geração paterna, o equilíbrio é
atingido em uma geração; e 3) mantidas as condições especificadas para o equilíbrio, as
frequências gênicas e genotípicas permanecem constantes, geração após geração.

4.1.Machos
O gene SRY pode ser considerado como a chave da diferenciação sexual e está relacionado com
a formação do aparelho reprodutor masculino. Na presença de tal gene, o desenvolvimento do
testículo inicia-se pelos cordões sexuais primitivos os quais se proliferam e penetram na medula
da gônada formando os cordões testiculares. Os cordões testiculares separam-se da superfície
que lhes deu origem, formando a túnica albugínea densa, sendo esta a indicação do
desenvolvimento testicular no feto (JUNQUEIRA; ZAGO, 1987; DOMENICE et al., 2002;
MOORE; PERSAUD, 2004).

Então, ocorre a transformação dos precursores das células de suporte em células de Sertoli, as
quais vão direcionar o desenvolvimento das demais células da gônada. Assim, os precursores das
células esteróidicas desenvolvem-se em células de Leydig e as células germinativas em
espermatogônias (DOMENICE et al., 2002). A diferenciação das genitálias interna e externa no
sexo masculino é dependente da ação hormonal do testículo recém-formado, o qual produz os
hormônios sexuais antimülleriano e testosterona. A ação local da testosterona secretada pelas
células de Leydig faz com que os ductos de Wolff, citados anteriormente, se diferenciem em
epidídimo, ducto deferente e vesícula seminal, enquanto que os ductos de Muller, responsáveis

Genes Ligado Ao Sexo.. Pá gina 18


pelo desenvolvimento do trato feminino, irão sofrer atrofia sob ação do hormônio anti
mülleriano, secretado pelas células de Sertoli (DOMENICE et al., 2002). Os genitais externos,
assim como as gônadas também se desenvolvem de precursores comuns entre os machos e as
fêmeas, sendo estes o tubérculo genital, as pregas vestibulares e o sino urogenital (JUNQUEIRA;
CARNEIRO, 2004). No macho, a testosterona secretada pelos testículos é transformada em
dihidrotestosterona (DHT) por meio da enzima 5α-redutase. A DHT age sobre os genitais
externos indiferenciados, promovendo a diferenciação em órgãos masculinos. Sob a ação da
DHT, o sinus urogenital irá desenvolver a uretra, a próstata e as glândulas bulbouretrais. O
tubérculo originará o pênis, enquanto que a prega vestibular a bolsa escrotal (PALHANO, 2008).
De acordo com Hafez e Hafez (2004), o escroto de bovinos machos pode ser visualizado em
torno dos 60 dias de gestação, quando segundo o mesmo, já é possível determinar o sexo dos
animais.

4.2.Fêmeas
Para Moore e Persaud (2004), a diferenciação sexual em fêmeas é passiva, pois na ausência do
cromossomo Y, não haverá nenhum fator determinante testicular, o que formará os ovários
femininos. De acordo com Almeida (1999), os ovários tem a mesma origem dos testículos, pois
os mesmos provêm das gônadas indiferenciadas. Porém dependem da expressão dos genes DAX-
1 de WNT- 4, os quais irão mediar à dissociação dos cordões sexuais primitivos do córtex
(MELLO, 2005; MILLER; SASSOON, 1998). Com a degeneração da porção medular, o córtex
se estrutura através de novos cordões mergulhados no mesêmquima subjacente, agora
denominados de cordões corticais, aos quais se incorporam nas células germinativas primordiais.
Grupos isolados de células se dispõem ao redor de células germinativas primordiais, que dão
origem a ovogônias e se transformam em ovócitos. Estes ovócitos, que já entraram na primeira
divisão meiótica, aparecem circundados por células planas oriundas da desagregação cordonal e
formam os folículos primordiais (ALMEIDA, 1999). Para Hafez e Hafez (2004) nos bovinos os
folículos primordiais são formados aos cinco meses de gestação. Existe um consenso de que na
maioria dos mamíferos o processo de oogênese é completado antes ou logo após o nascimento,
quando as oogónias entram em prófase da meiose, tornam-se por definição oócitos e cessam a
atividade mitótica retomando apenas na puberdade (DINIZ et al., 2005). Nas fêmeas, Domenice
et al. (2002) acredita que não haja ação hormonal, na diferenciação dos órgãos sexuais externos.
Pelo simples fato de não existir a ação da testosterona, o sinas urogenital, nas fêmeas irá

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desenvolver a parte inferior da vagina e da uretra, as tubas uterinas terão origem nos ductos de
Muller e as porções caudais dos ductos de Muller quando fundidas, originarão o epitélio uterino
e o epitélio da parte superior da vagina. O mesêmquima circundante se encarrega de originar o
restante da parede destes órgãos, enquanto que o tubérculo originará o clitóris e as pregas
vestibulares os lábios vulvares (ALMEIDA, 1999; PALHANO, 2008). Segundo Mello (2005), o
desenvolvimento do trato feminino não depende da atividade hormonal do ovário, enquanto que
a presença de um testículo é obrigatória para o desenvolvimento masculino, devido à ação da
testosterona. Outra diferença está na organização testicular e ovariana, visto que o
desenvolvimento da gônada masculina progride sem a ação das células germinativas, as quais
têm um papel essencial na organização e manutenção do desenvolvimento ovariano.

4.3.Síntese da fisiologia do aparelho reprodutor em machos.


Os testículos são os principais órgãos do aparelho genital masculino. Estes tem por função a
produção de espermatozóides e do hormônio sexual masculino (testosterona). A produção
espermática se dá nos túbulos seminíferos, a partir das células germinativas primordiais
(espermatogônias), sustentadas pelas células de Sertoli. Os túbulos seminíferos desembocam em
uma rede central que se comunica com os ductos eferentes localizados na cabeça do epidídimo,
formando a via espermática. A liberação dos espermatozóides se dá em meio ao líquido seminal,
secretado pelas glândulas anexas. O pênis é o órgão copulador do trato, enquanto a bolsa escrotal
irá proteger e controlar a termorregulação dos testículos (PALHANO, 2008). As duas funções
importantes no testículo são governadas pelo FSH e pelo LH. O hormônio folículo-estimulante
(FSH) está intimamente ligado com o início da atividade dos túbulos seminíferos e com a
espermatogênese, enquanto o hormônio luteinizante (LH) controla a atividade endócrina das
células de Leydig, as quais irão produzir a testosterona. Toda ação hormonal do sistema
reprodutor inicia-se com a liberação do hormônio hipotalâmico GnRH, o qual chega a hipófise
anterior através do sistema porta hipotalâmico-hipofisário onde irá exercer a função de liberação
dos hormônios gonadotróficos FSH e LH (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004, DINIZ et al.,
2005).

4.4.Síntese da fisiologia do aparelho reprodutor das fêmeas


Os ovários possuem função exócrina com a liberação de oócitos e endócrina com a produção
dos hormônios (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). O útero, segundo Palhano (2008), é dividido
em três partes, sendo estas o corpo, os cornos e o colo, o mesmo tem por função principal a de

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abrigar o embrião, fornecendo proteção e nutrição adequada para seu desenvolvimento. A cérvix
uterina possui anéis relacionados com a seleção e armazenamento de espermatozoides e a vagina
é órgão copulatório. De acordo com Junqueira e Carneiro (2004), os hormônios hipofisários
controlam a maioria das funções ovarianas. O hormônio folículo estimulante (FSH) estimula o
crescimento dos folículos e a síntese de estrógeno pelas células da granulosa. O hormônio
luteinizante (LH) induz a ovulação e transforma a camada de células da granulosa e da teca
interna em uma glândula endócrina, o corpo lúteo. Os estrógenos e a progesterona, produzidos
no ovário, agem no hipotálamo estimulando ou inibindo a secreção de hormônio liberador de
gonadotropina (GnRH). Segundo Aguiar (2006) e Palhano (2008), os hormônios gonadais nas
fêmeas são os estrógenos e os progestágenos. Os estrógenos atuam no desenvolvimento dos
órgãos sexuais e das características sexuais secundárias. Promovem ainda a receptividade sexual
das fêmeas durante o estro, têm um efeito anabólico proteico e feedback positivo com a liberação
de LH. É secretado pelo folículo dominante, juntamente com a inibina, bloqueando a liberação
do FSH, inibindo assim o crescimento dos outros folículos determinantes.

4.5.Diferenças na Deposição de Tecidos de Machos e Fêmeas


Segundo Owens (1993) o crescimento e o desenvolvimento descrevem as fases de mudança entre
a concepção de um indivíduo e a sua maturidade, sendo que a taxa e qualidade desse processo
ocorrem normalmente, se forem oferecidas aos animais boas condições de criação. De acordo
com Hafez (1963), os fatores que afetam no desenvolvimento prénatal de bovinos são
dependentes do genótipo do feto, ambiente materno, tamanho, idade e nutrição da matriz. Após o
nascimento, segundo o mesmo, o desenvolvimento dos animais sofrerá influências do seu
genótipo, do peso ao nascimento, produção de leite e habilidade materna. Somente no pós-
desmama, o desenvolvimento de bovinos será afetado por sua condição sexual, bem como por
outros fatores como a nutrição, clima e manejo.

Os machos crescem mais rapidamente que as fêmeas, devido ao aumento de potência de


andrógenos sobre estrógenos na estimulação do crescimento (BAVERA et al., 2005).

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V.CONCLUSÃO
Os genes ligado ao sexo e as várias anomalias relacionadas ao aparelho reprodutor ocorrem nos
animais domésticos, mas sua prevalência varia grandemente entre as linhagens, raças e espécies,
sendo muito maior naquelas em que há alto grau de cruzamentos consanguíneos, por escolha ou
por falta de machos mantidos como reprodutores. Estudos de várias gerações indicam que as
malformações genitais e a redução da saúde reprodutiva ocorrem por influência humana na busca
de animais de alta produção. Por outro lado, a seleção genética para determinação dos
cruzamentos é também de extrema importância para evitar que anomalias hereditárias sejam
transmitidas aos descendentes. Animais com alterações reprodutivas diagnosticadas são
convencionalmente eliminados da reprodução, favorecendo a diminuição do índice de
nascimento de animais indesejáveis (Basrur e Basrur, 2004). O avanço da citogenética permitiu a
descoberta de que as anormalidades cromossômicas são as principais causas de malformações do
trato reprodutivo (Basrur e Stranzinger, 2008).

Os genes são considerados a unidade da hereditariedade, pois contêm as informações – que são


transferidas dos pais para os filhos – necessárias para orientar a produção de moléculas de RNA
(ácido ribonucleico, do inglês, ribonucleic acid) e proteínas, que são determinantes na formação
de todo o organismo.

Nos últimos anos, o melhoramento genético animal tem sido amplamente divulgado por
instituições de pesquisa, ensino e associações de criadores. A ampla variabilidade genética
existente permite selecionar indivíduos de elevado padrão genético e adaptabilidade. O principal
problema é que a avaliação de animais considerando apenas os aspectos visuais e de
conformação desejadas de produção ou reprodução. Assim, para que haja progresso genético é
imprescindível realizar avaliações genéticas por meio de metodologias trazer retornos
econômicos imediatos ao produtor como o aumento no preço da venda dos animais.

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