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Nos casos de Bayrak, Gamaleddyn e Aktas, os pedidos das requerentes de receber ajuda
legal com a intenção de recorrer sobre questões de direito para o Conseil D’Etat (Conselho
de Estado), foram rejeitados por falta de fundamentos sérios para esse recurso. A senhorita
Aktas, entretanto, recorreu ao Conseil D’Etat em 2008, todavia não obteve sucesso. Os pais
dos dois meninos fizeram o mesmo. O Conseil D’Etat dispensou seus recursos,
considerando que o “keski” de Sikh, embora fosse menor que o turbante tradicional e em
cores escuras, não poderia ser descrito como um símbolo “discreto”. Constatou que os dois
meninos, ao usarem o acessório, estavam exibindo visivelmente sua filiação religiosa,
violando a proibição legal.
Reclamações
Procedimento
As queixas foram apresentadas perante a Corte Europeia de Direitos Humanos entre março
e setembro de 2008.
Decisão da Corte1
Artigo 9º
A Corte decidiu examinar, somente sob o Artigo 9º, as diversas queixas baseadas nas
alegações sobre restrições de liberdade religiosa.
Em todos esses casos, o banimento das vestimentas religiosas dos alunos constituía uma
restrição de suas liberdades de manifestarem suas religiões. Essa restrição está prevista na
lei de 15 de março de 2004 (e reafirmada no Artigo L. 141-5-1 do Código Educacional), a
qual visava o objetivo legítimo de proteger os direitos e liberdades de outras pessoas e da
ordem pública.
A Corte salientou que a medida de expulsão poderia ser explicada pelos requerimentos de
proteção dos direitos e liberdades de outras pessoas e da ordem pública e não por outras
objeções às crenças religiosas dos alunos.
A Corte concordou com a opinião das autoridades francesas que o uso constante de
acessórios substitutos também constituía uma manifestação de filiação religiosa. Isso
indicou que a lei de 2004 deveria ser aplicada ao aparecimento de novos símbolos
religiosos e também a possíveis tentativas de burlar a lei.
Quanto à punição de expulsão definitiva, isso não foi desproporcional aos atos dos alunos,
pois eles tinham a possibilidade de continuar seus estudos por meio de educação à
distância.
Essa interferência das autoridades quanto à liberdade dos alunos de manifestar sua religião
foi, entretanto, justificada e proporcional ao objetivo pretendido. Consequentemente, as
suas queixas baseadas no Artigo 9º tiveram que ser rejeitadas por serem manifestamente
infundadas.
A Corte também rejeitou, como manifestamente infundada, a parte da queixa das senhoritas
Ghazal e Aktas e dos senhores Jasvir Singh e Ranjit Singh relativa ao Artigo 14 em conjunto
com o Artigo 9º, uma vez que a legislação em questão se aplicava a todo símbolo religioso
conspícuo.
Artigo 6º §1º
A Corte decidiu que todas as seis queixas teriam que ser rejeitadas.
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