HISTÓRIA
7º Ano
Capítulo
16
A colonização portuguesa na América
Resumo
Neste capítulo, discutiremos sobre os impactos da conquista europeia na
chamada América portuguesa. Analisaremos como o projeto de colo-
nização português promoveu o apagamento das memórias de diversos
povos originários, dificultando o reconhecimento da pluralidade étnica
do território brasileiro atualmente.
Objetivos de aprendizagem
• Identificar aspectos socioculturais dos povos originários no período
da colonização portuguesa;
• refletir sobre os significados da colonização portuguesa para os povos
originários;
• analisar o impacto do apagamento das memórias relativas aos povos
originários na compreensão da diversidade étnica brasileira atualmente.
Princípio
Descrever as diferentes organizações políticas e ideologias, relacionando-as
a seu contexto histórico.
Habilidade BNCC
(EF07HI09) Analisar os diferentes impactos da conquista europeia
da América para as populações ameríndias e identificar as formas de
resistência.
Conteúdo
Os povos originários; sistema de crenças; a dominação portuguesa; confron-
tos, resistências e negociações; consequências da colonização; a memória
dos povos originários.
O aluno aprendeu satisfatoriamente se...
• reconhece as resistências indígenas à colonização portuguesa e suas
práticas de negociação e de combate direto ao colonizador, a partir
de seus próprios sistemas de crenças e meios para fazê-lo, afastando
a ideia simplista de o indígena ser indolente ou de não ser civilizado.
O aluno excedeu as expectativas se...
• reflete sobre a própria realidade e sobre a situação atual das populações
indígenas no Brasil, criticando, de maneira cidadã, as medidas tomadas
em relação a essas populações, de acordo com a análise do passado.
Referências
• CUNHA, M. C. da. História dos índios no Brasil. São Paulo: Companhia
das Letras, 1998.
• MESGRAVIS, L.; PINSKY, C. B. O Brasil que os europeus encontraram:
a natureza, os índios, os homens brancos. São Paulo: Contexto, 2000.
PRES
Guia do professor VICE
Mon
Abertura DIRE
O texto motivador expõe os desafios de como tratar a história dos DIRE
povos originários. É importante destacar aos alunos os dados sobre o
contingente de indígenas no século XVI, entre 2 e 5 milhões, contras- DIRE
tando com a existência de cerca de 897 mil indígenas atualmente no
GER
território nacional.
Com o intuito de instigar a curiosidade da turma, mencione a GER
dificuldade dos estudiosos em acessar parte da história e da cultura dos
diversos povos que habitaram o território brasileiro. GER
Após a exposição desses dados, proporcione um espaço para a Sche
discussão da turma sobre os motivos possíveis para a dificuldade de aces- COO
sarmos parte da história dos povos originários do nosso país. A partir de
então, trabalhe a noção de dominação colonial e conquista dos europeus COO
sobre os povos nativos no campo cultural.
SUPE
1. A América portuguesa SUPE
Já na parte inicial da aula, é importante que os alunos tenham em DESI
mente que os antigos povos indígenas estão para o passado das sociedades
americanas assim como os dórios, jônios, etruscos, gregos e romanos DESI
estão para as sociedades europeias. Essa comparação deve ser feita com
ICON
cuidado para que não haja uma hierarquia entre as culturas abordadas.
Tatia
Aponte a contradição que reside em conhecermos muito mais sobre a
formação dos povos gregos e romanos do que as experiências dos povos ARTE
originários americanos. Essas reflexões devem surtir efeito no cotidiano Rafa
da turma, isto é, você deve destacar que uma das consequências disso é
o desconhecimento sobre a diversidade de povos indígenas existentes no CON
Brasil ainda hoje e sobre as origens culturais dos povos originários do
COO
continente em que vivemos.
Aproveite para discutir a representação dos indígenas por brasileiros COO
e por europeus. Em seguida, pergunte à turma: De que forma o indígena Font
costuma ser representado? A partir desse debate, é possível trabalhar a noção
de vulnerabilidade dos povos originários, amplamente defendida por uma PRO
vertente artística brasileira no século XIX. Essas descobertas devem ser Paula
aplicadas também à obra de Rugendas, para que a turma compreenda como
PRO
os indígenas foram constantemente representados nas artes brasileira e
europeia. Com isso, você pode problematizar a representação frágil e
vulnerável dos indígenas e confrontá-la com as informações do capítulo.
Atividades
1. As comunidades indígenas tinham uma forte relação com a terra,
podendo ser observada em seus rituais religiosos, que eram basea-
dos em elementos e fenômenos naturais. Além disso, praticavam
agricultura de subsistência.
2. Porque tal termo, atribuído pelos colonizadores, desconsidera a di-
versidade étnica e cultural dos povos originários do Brasil.
2. A dominação portuguesa
É importante que o tema das crenças dos povos indígenas seja
abordado com respeito à diversidade e com cuidado para que os alunos
não desenvolvam noções preconcebidas.
3
HISTÓRIA
7º Ano
Ao iniciar a discussão sobre o terceiro tópico, aproveite o tema
para refletir sobre a importância de compreender os conceitos aplicados
a acontecimentos do passado, pois esse exercício deve abrir a mente
dos alunos para a capacidade de eles mesmos realizarem tais críticas e
análises em outros contextos.
Atividade
3. Tupã era uma entidade espiritual da mitologia tupi-guarani que,
segundo a crença, era o responsável pelo controle da natureza.
2.1 Confrontos, resistências e negociações
Inicie a discussão acerca da complexidade presente no cotidiano
colonial, de modo que os alunos não fiquem com a impressão errônea de
que os povos originários se uniram aos colonizadores e, com isso, teriam
traído sua cultura de origem.
Atividade
4. Existem pelo menos duas formas de se interpretar esse acontecimento:
uma reflete a visão europeia, focando o processo de descobrimento, e
a outra versa sobre a óptica indígena, pela qual o evento teria sido uma
dominação. ca ao sistema de crenças dos povos originários porque eles acredi-
3. Consequências da colonização
3.1 A memória dos povos originários
Analise com a turma a imagem da obra de Oscar Pereira da Silva,
que representa a chegada dos portugueses ao Brasil. Você pode iniciar um
debate perguntando aos alunos: Por que vocês acham que, durante tanto
tempo, os povos originários foram representados dessa forma?
Neste momento, exponha para a turma o caráter conflituoso do
contato entre os europeus e os povos ameríndios. É importante que os
alunos percebam a dimensão dessa complexidade, ou seja, que não é
possível afirmar que houve um extermínio total, muito menos que houve
uma assimilação ou mistura harmoniosa entre as etnias. Dessa forma,
o ideal é que a turma note essa dificuldade em relação aos projetos de
sociedade que cada grupo representava. Isto é, os portugueses traziam
de seu continente o conjunto de ideias típico da Europa do século XVI:
mercantilismo, absolutismo etc., enquanto os indígenas representavam
comunidades que ainda estavam em contato direto com a natureza.
Retome conteúdos previamente trabalhados sobre esses temas para que
a turma consiga estabelecer as relações necessárias.
Encerre a discussão deste capítulo lendo o restante do texto relativo
ao último tópico e analisando a tabela presente neste subitem. A ideia
é que a turma se conscientize da diminuição do número expressivo de
indígenas no território brasileiro.
Superdesafio
A atividade desta seção propõe uma pesquisa sobre um dos povos
indígenas brasileiros mapeados pelos organizadores do site Povos indíge-
nas no Brasil, disponível em: eleva.md/2ZH56GV. Acesso em: 7 fev. 2022.
É interessante que cada aluno produza sua própria pesquisa, haja vista a
variedade de povos e de culturas indígenas no Brasil. Porém, caso necessá-
rio, é possível que a atividade seja feita em pequenos grupos. O importante
é que, ao final, você proporcione um espaço de debate para que os alunos
aprendam uns com os outros, bem como seja abordado um número razoá-
vel de culturas indígenas brasileiras.
4
a. O aluno deve valorizar a maneira como o grupo indígena selecionado
se autodenomina.
b. É importante que o aluno descreva a relação do grupo indígena
selecionado com a terra, observando a importância que ela tem
para a cultura e para a vida cotidiana do povo em questão.
c. As consequências sofridas ao longo do tempo pelo povo selecionado,
em termos de mortalidade e de apagamento cultural, devem ser
identificadas.
Atividades finais
5. (Enem) Letra D.
Os portugueses não compreenderam devidamente a diversidade
das culturas dos povos indígenas no Brasil e, por consequência, os
valores socioculturais desses grupos, pois basearam-se apenas nas
próprias concepções e nas próprias crenças.
6. (Fuvest) Letra B.
As relações entre indígenas e colonizadores se deram de maneira
complexa, por isso o extermínio das tradições indígenas não foi
completo nem é o único elemento para a análise dessa convivência.
7. Trata-se de uma maneira de enxergar o universo na qual to­dos os
seres possuem alma, inclusive plantas e animais. Essa noção se apli-
tam que todos os seres que os cercam possuem alma.
8. O pajé é a pessoa responsável por conectar o mundo espiritual ao
mundo material.
9. Não, porque a guerra era um elemento bastante importante para
muitos desses povos. Além disso, tinha caráter ritualístico na
maioria das culturas.
10. (UFPB) Letra D.
O poema de Eliane Potiguara não apenas evidencia a complexidade
que permeia a reconstrução da memória dos povos indígenas rema-
nescentes, mas também os coloca como sujeitos importantes para a
história brasileira.
11. (Uece) Letra C.
Os povos originários eram múltiplos, caracterizados pela diversi-
dade de idiomas e de práticas culturais.
12. (Unicamp) Letra D.
Nos últimos 30 anos, a quantidade de indígenas tem tido crescimento
em comparação às décadas e aos séculos anteriores.
13. Não, porque os demais povos originários, assim como os astecas e
os incas, possuíam importantes e específicas maneiras de organiza-
ção, de cultura e de práticas comuns.
14. Porque a terra e a natureza, além de proverem o sustento dos po-
vos originários, estavam relacionadas ao sistema de crenças desses
grupos.
15. Os povos originários retiravam da natureza o que precisavam
para sobreviver e distribuíam os alimentos de forma igualitária
entre todos. Além disso, devemos reconhecer que, entre os povos
originários, não havia o ideal de lucro; portanto, eles trocavam
excedentes com outros propósitos, por exemplo, a manutenção
do grupo.
16. Como não havia a ideia de lucro, os povos originários permuta-
vam o excedente de produção para que todas as necessidades do
grupo fossem supridas.
17. Porque não é possível analisá-las de maneira única, desconside-
rando as circunstâncias. Houve casos de grupos indígenas que se
aliaram aos colonizadores para combater um inimigo em comum,
e outros nos quais alguns povos originários se uniram contra os
colonizadores.
 HISTÓRIA
7º Ano

Relembrando
Conteúdo
A AMÉRICA PORTUGUESA Características da conquista territorial do reino espanhol; meios de combate
e guerra contra as sociedades já estabelecidas; consequências para a memória
do povo indígena.
Primeiro nome dado pelos Membro da comunidade
portugueses ao Brasil: indígena responsável pela
condução de rituais religiosos:
O aluno aprendeu satisfatoriamente se...
1. 3. • identifica os interesses que levaram os espanhóis a partirem para a

©Grafissimo/Getty Images
guerra contra as sociedades indígenas, suas técnicas de combate e os
modos de apagamento da memória desses povos.

O aluno excedeu as expectativas se...

• reflete sobre o processo de dominação das Américas no sentido
do apagamento da memória desses povos originários, impedindo,
posteriormente, a construção de uma história que demonstre a
complexidade do processo.

Referências
Crença segundo a qual seres e
coisas possuem alma:
Entidade da mitologia
tupi-guarani geralmente • ELLIOTT, J. H. “A conquista espanhola e a colonização da América”.
associada ao trovão:
In: BETHEL, Leslie. (Org.). América Latina Colonial. São Paulo: Edusp,
2. 4. 1998. v. I e II.
• LAS CASAS, Frei Bartolomé de. O paraíso destruído: a sangrenta
história da conquista da América. Porto Alegre: L&PM Pocket/
1. Ilha de Vera Cruz; 2. animismo; 3. pajé; 4. Tupã. Descobertas, 2001.

Capítulo

17
A colonização espanhola na América
Resumo
Neste capítulo, discutiremos sobre os impactos da conquista europeia na
América espanhola, observando, entre outras coisas, as características
dessa colonização e alguns meios de combate que foram utilizados pelos
espanhóis para subjugar as sociedades e os grupos indígenas que viviam no
continente americano. Analisaremos esses aspectos a fim de compreender
também as suas consequências para a memória dos povos ameríndios.
Objetivos de aprendizagem
• Caracterizar o processo de conquista territorial implementado pelo
reino espanhol, dadas as circunstâncias específicas daquele contexto;
• analisar estratégias e táticas dos espanhóis que possibilitaram a vitória
sobre os povos já estabelecidos;
• refletir sobre o processo de colonização espanhola e suas consequências
para a memória dos povos ameríndios.
Princípio
Descrever as diferentes organizações políticas e ideologias, relacionando-as
a seu contexto histórico.
Habilidade BNCC
(EF07HI09) Analisar os diferentes impactos da conquista europeia
da América para as populações ameríndias e identificar as formas de
resistência.
Guia do professor
Abertura
Comece a discussão pedindo aos alunos que observem a imagem
de abertura e digam o que enxergam nela. Espera-se que eles reconheçam
uma igreja e a figura de um monumento ao centro. A partir disso, inicie a
leitura do texto e reflita com a turma sobre a necessidade de os espanhóis
efetivarem o seu domínio sobre as regiões americanas. Incentive a turma
a perceber que havia um forte sentido ideológico cristão, especificamente
católico, na colonização, porém aborde o tema com cuidado para evitar
discursos preconceituosos sobre a religião cristã. O importante é que
os alunos notem que ações como as de colonização só foram possíveis
devido ao forte apelo ideológico representado pela fé cristã. Se necessário,
retome as discussões sobre a Reconquista e a Reforma Protestante para
que a turma relembre o que ocorria na Europa no período de colonização
espanhola na América.
1. Dominação espanhola na América
Inicie a discussão deste tópico pedindo à turma que relembre as
características da expansão portuguesa na América, em especial com
relação ao tratamento dado pelos portugueses aos povos originários. A
turma deve ter em mente que os portugueses dividiram esses grupos em
dois, aliados e inimigos, sem levar em consideração as diferenças entre os
povos e as singularidades de suas culturas. A partir disso, leia o texto com
os alunos e estabeleça as relações necessárias. Todos esses assuntos devem
ser intercalados, pois, assim, os alunos compreenderão esses processos de
invasão e de conquista em conjunto. Por meio do conteúdo da vinheta
Perfil, é possível, ainda, debater sobre a importância da fé católica para
os espanhóis.

5
HISTÓRIA
7º Ano
Atividades
1. A dominação espanhola na América se deu em meio a uma série
de conflitos. Chegando ao continente pela região da atual América
Central, os espanhóis entraram em contato com povos indígenas,
que estavam organizados em sociedades grandiosas e complexas
(como o Império Asteca), fato que gerou grande resistência às in-
vestidas colonizadoras.
2. O ideal eurocêntrico e o interesse na expansão da fé católica.
1.2 Primeiros contatos
Ao tratar das diferenças entre espanhóis e indígenas em termos mili-
tares, explore a imagem que compara Hernán Cortés a Montezuma, para os
alunos notarem como eles foram representados séculos depois, e para refleti-
rem sobre os significados disso. Uma atividade muito semelhante encontra-se
na seção Superdesafio.
Separe a discussão em três frentes: militar, biológica e ideológica.
Depois disso, pergunte à turma: Como vocês acham que um número tão
pequeno de espanhóis conseguiu dominar impérios tão grandes quanto
os dos astecas e incas? A partir da leitura, preencha cada lacuna com as
informações correspondentes.
Ao final, analise as imagens e debata com os alunos sobre os sig-
nificados da colonização para os espanhóis, de modo que eles percebam
que se tratava de uma tarefa muito mais complexa e significativa do que
a simples busca pela ampliação do poder ou da economia do reino. Esse
elemento deve ser especialmente reforçado para que a percepção do cato-
licismo como vetor das ações espanholas não seja vista como uma crítica
à religiosidade cristã, mas como o reconhecimento da singularidade dos
espanhóis colonizadores.
Atividades
3. Porque, por meio do contato entre espanhóis e os povos amerín-
dios, estes foram expostos a doenças virais e bacterianas para as
quais não possuíam imunidade, além de serem desconhecidas pe-
los nativos até então.
4. Não, porque no México, por exemplo, a religiosidade católica foi
bastante mesclada às práticas indígenas. Além disso, expressões
culturais e religiosas desses povos permanecem vivas até os dias de
hoje.
1.3 As consequências culturais
Encerre a discussão deste capítulo apresentando aos alunos as refle-
xões acerca da memória dos povos ameríndios após a colonização espa-
nhola. Retome conteúdos de capítulos anteriores que tratem dos Impérios
Asteca e Inca. Faça essa reflexão encaminhando-a para o debate sobre a
importância de relembrar essas histórias e de valorizar a perspectiva do
povo derrotado. Explore esse tema informando à turma que não se trata
de uma perspectiva ser melhor que a outra, e sim de saber reconhecer de
onde parte cada uma para criar sua própria perspectiva.
Superdesafio
A atividade desta seção propõe um aprimoramento na capaci-
dade da turma de analisar imagens e relacioná-las ao conteúdo estu-
dado. Se possível, acompanhe os alunos antes de eles responderem às
questões para que você possa apresentar e discutir com a turma o que
a imagem está representando.
6
a. Sim, porque Cortés foi representado montado a cavalo, com uma
armadura completa e empunhando uma espada de aço, enquanto
os nativos aparecem com pedaços de pedra nas mãos.
b. Porque essa forma de representar os nativos reforça o ideal de que
os indígenas eram muito frágeis e apresentavam pouco perigo aos
espanhóis em termos militares. A imagem pertence ao século XVI,
por isso também pode ser analisada segundo o seu momento de
criação, que coincide com o período das conquistas.
c. É possível analisar essa atribuição como uma maneira de apagar
o histórico de perdas dos povos indígenas, ao mesmo tempo que
afirma a superioridade dos espanhóis em relação aos ameríndios,
em todos os sentidos, ao sugerir que a vida de um animal vale mais
do que a de um ser humano.
Atividades finais
5. (Fuvest) Letra E.
Outro fator que contribuiu para a dizimação das populações indí-
genas foram as doenças trazidas pelos europeus.
6. (Enem) Letra B.
O trecho expressa o drama e a perda vivenciados pelos povos
indígenas ao tentarem resistir, sem sucesso, à superioridade
militar dos espanhóis.
7. (UFU) Letra B.
Os povos ameríndios, apesar de terem sido vistos pelos espanhóis
como descreve Cristóvão Colombo, resistiram fortemente à
colonização.
8. (Unicentro) Letra C.
Estão corretas as alternativas II e III. A afirmativa II está correta em
razão do aspecto religioso que impulsionou as ações dos espanhóis.
Já a afirmativa III está correta graças às Guerras de Reconquista e
como elas prepararam o discurso e o conhecimento tático espanhol
para as guerras de colonização.
9. (Enem) Letra C.
Renomear os locais era uma maneira simbólica de solapar a cultura
dos povos nativos.
10. Porque os espanhóis precisavam estender a zona de influência do
rei e da rainha, além de expandir a fé católica. Havia, também, as
vantagens econômicas que isso poderia causar.
11. A expansão espanhola na América tinha como objetivo fundamental
propagar a fé católica e, por isso, ela representava o seu sentido
ideológico.
12. No sentido militar. Os espanhóis possuíam armas mais eficientes
do que as dos astecas e incas.
13. Não, pois além de os espanhóis estarem mais bem preparados em
termos de tática militar, já que haviam acabado de sair das Guerras
de Reconquista, a guerra possuía um sentido diferente para os as-
tecas e incas, não sendo somente um ato expansionista.
14. A crença na fé católica foi muito importante para manter os es-
panhóis focados na tarefa colonizadora, dando-lhes um sentido
religioso e ideológico.
15. Ao atribuir aos indígenas o lugar do “outro”, os espanhóis conseguiram
separar os nativos de si, de modo que agiram para dominá-los e para
suprimir suas expressões originais.
16. Não, porque as perspectivas dos nativos foram constantemente
ignoradas pelos espanhóis, os quais produziram sua própria
narrativa sobre os acontecimentos.
 HISTÓRIA
7º Ano

Relembrando
O aluno aprendeu satisfatoriamente se...
Impérios do "Novo Mundo" • identifica em que consiste a análise de uma documentação histórica;
derrotados pelos espanhóis: • enfatiza a importância da memória para a construção da história;
1.
• caracteriza adequadamente os conflitos decorrentes da colonização.
Impactos da O aluno excedeu as expectativas se...
dominação Religião imposta
• reconhece a complexidade de instaurar outra forma de organização
social em um espaço já estabelecido por outros povos;
espanhola pelos colonizadores aos
povos originários da América: • reflete sobre as disputas e as negociações ocorridas durante a colonização
e as utiliza na elaboração de uma crítica à realidade atual.
2.
Referências
• BERNAND, Carmen; GRUZINSKI, Serge. História do Novo Mundo:
da descoberta à conquista, uma experiência europeia (1492-1550).
São Paulo: Edusp, 2001.
• ROMANO, Ruggiero. Os mecanismos da conquista colonial. São Paulo:
Um dos aspectos que Perspectiva, 2007.
favoreceram militarmente
os espanhóis nas
• WACHTEL, Nathan. “Os índios e a conquista espanhola”. In: BETHELL,
batalhas contra os povos Leslie (Org.). História da América Latina. São Paulo: Edusp, 1998. v. 1.
ameríndios:

3.
Guia do professor
1. Asteca e Inca; 2. catolicismo; 3. superioridade bélica.
Abertura
Capítulo Para dar início à discussão, peça aos alunos que observem a imagem

18
As sociedades da América espanhola
Resumo
Neste capítulo, discutiremos as dinâmicas que envolveram o processo de
colonização espanhola na América. Para isso, serão analisados os contextos
de produção das documentações que permitiram o acesso a essa experiên-
cia. Além disso, o capítulo propõe uma reflexão sobre o apagamento da
memória dos povos originários da América.
Objetivos de aprendizagem
• Analisar os contextos em que foram produzidas as principais
documentações sobre a colonização espanhola;
• identificar os sentidos políticos e ideológicos presentes nas documen-
tações de origem espanhola, bem como nas de origem ameríndia;
• caracterizar os conflitos entre espanhóis e ameríndios no contexto da
invasão e suas consequências para o legado histórico das sociedades
ameríndias.
Princípio
Comparar fontes históricas a fim de fundamentar a análise da realidade.
Habilidade BNCC
(EF07HI10) Analisar, com base em documentos históricos, diferentes
interpretações sobre as dinâmicas das sociedades americanas no Período
Colonial.
Conteúdo
Análise e crítica de documentação histórica; apagamento da memória e
construção da história; dinâmicas sociais conflituosas entre povos origi-
nários e colonizadores europeus.
de abertura e que a analisem de acordo com as informações da legenda.
Esse primeiro momento deve gerar questionamentos sobre a necessidade
de resguardar artefatos da cultura asteca em museus. Pergunte se eles já
foram a alguma exibição de museu e o que acharam dessa experiência.
Os alunos devem perceber que os séculos de guerras e de dominação
espanhola prejudicaram bastante a manutenção de diversos povos ori-
ginários da América, como é o caso dos astecas, e que isso se reflete na
escrita da história.
1. A dominação espanhola na América
Mostre à turma os diferentes processos envolvidos na escrita
da história. Para isso, retome os conteúdos de capítulos anteriores
nos quais você tenha discutido com os alunos temáticas teóricas.
É importante que a turma perceba que a produção de narrativas é uma
atividade que independe dos métodos criados pelos historiadores, ou
seja, que ela é uma ação humana e se expressou de diferentes modos ao
longo do tempo.
Dê continuidade à leitura do texto e permita que os alunos analisem,
com cuidado, a imagem que apresenta uma parte do Códice Florentino.
É fundamental que a turma perceba a singularidade do estilo pictórico
para a cultura asteca e como este difere da forma escrita, mais utilizada
pelos espanhóis. Nesse aspecto, reforce que um tipo de registro não é
superior a outro. Utilize a riqueza das representações dessa imagem para
aprofundar os debates sobre a violência dos conflitos entre espanhóis e
astecas, sobretudo do ponto de vista simbólico.
Atividades
1. Espera-se que o aluno consiga analisar a ilustração do códice as-
teca, identificando os espanhóis, sobre os cavalos, e seus aliados
indígenas atacando um território indígena.
2. Os códices astecas são importantes documentações para com-
preender a cultura desse povo, pois permitem analisar suas pers-
pectivas sobre a dominação.

7
HISTÓRIA
7º Ano
1.2 Dominação cultural
Depois de finalizar as discussões sobre o primeiro tópico, analise as
imagens presentes nesta seção para explorar mais com a turma a diver-
sidade de códices e os seus limites. Com base nisso, debatam a respeito
das diferenças entre os códices produzidos antes e depois da chegada dos
espanhóis. É importante que a turma perceba a mudança em relação ao
que passou a ser representado e, principalmente, o aparecimento mais
frequente da linguagem escrita nessas documentações. Você pode, ainda,
iniciar um debate com os alunos perguntando: O que vocês acham que
a inserção de inscrições nos relatos pictóricos astecas significou para esse
povo? A ideia é trabalhar o significado de riscar uma imagem, inserindo
caracteres.
Dê continuidade à discussão sobre os diferentes pontos de vista em
torno da colonização. Com a turma, leia atentamente a listagem dos pres-
ságios, de autoria do historiador mexicano León-Portilla. Posteriormente,
discuta com os alunos sobre os significados descritos no trecho e como
eles deviam ser importantes para os astecas. Trata-se de um exercício
de imaginação, o que significa que os alunos devem ter liberdade para
descrever cenários e impressões. Aproveite o momento para estimular a
capacidade dos estudantes em perceber diferenças culturais. Em seguida,
reflita sobre os significados das guerras coloniais para os astecas.
1.3 Conflitos e resistências
Relacione as informações dos primeiros tópicos às do terceiro.
É importante que os alunos notem como as dinâmicas internas das socie-
dades asteca e inca favoreceram, de alguma forma, o exército espanhol.
Retome temas vistos em capítulos anteriores sobre essas questões e ana-
lise a imagem retirada do Lienzo de Tlaxcala. Trabalhe o conteúdo de sua
legenda com os estudantes, de modo que eles percebam a singularidade
da representação de Cortés em comparação à dos indígenas. Exercite,
sobretudo, a capacidade dos alunos em analisar fontes históricas pergun-
tando-lhes: Vocês acham que a maneira como esta cena foi representada
marca o que realmente aconteceu? Esse debate deve suscitar nos alunos
a percepção da crítica à imagem e, a partir disso, você pode explorar o
recorte como uma fonte histórica que nos informa, até certo ponto, como
o evento ocorreu, mas nos revela olhares subjetivos.
Finalize o debate deste capítulo analisando o significado do conceito
de aculturação e sua limitação para compreender as transformações ocor-
ridas nos povos originários americanos. Tratar dessa discussão é impor-
tante, pois costumeiramente pensamos que as culturas e práticas dos
povos ameríndios encontram-se escondidas, suspensas ou, até mesmo,
apagadas. Para desmistificar essa visão, analise também a imagem da
cerimônia promovida pelo Gallup Inter-tribal Indian Ceremonial. Avalie
com a turma a possibilidade de pesquisar mais sobre eventos como esse
ao redor do mundo e no Brasil.
Atividades
3. Os relatos produzidos pelos espanhóis se diferenciam dos produ-
zidos pelos astecas porque esses grupos estavam em posições dife-
rentes. Os espanhóis, como colonizadores, produziram narrativas
que consideram sua chegada à América como uma descoberta e
suas vitórias militares como heroicas, legitimando suas ações e
condenando as dos povos originários. Os astecas, por outro lado,
relatam a chegada dos europeus do ponto de vista de quem é inva-
dido, expressando tristeza pelo cenário de destruição promovido
pelos conquistadores.
8
4. O problema dessa interpretação é que ela ignora as dinâmicas in-
ternas dos povos originários, que tinham entre si relações de diver-
sos tipos, harmônicas ou conflituosas.
Superdesafio
A atividade desta seção apresenta aos alunos trechos de relatos que
trazem a perspectiva asteca sobre as guerras de conquista. Peça a eles
que respondam às perguntas e que debatam sobre a resposta da última
pergunta.
a. Os astecas descrevem os acontecimentos como a perda de sua
“nação” e de sua cultura.
b. É possível perceber que os espanhóis agiram de maneira violenta,
espalhando pragas, doenças e morte pela sociedade asteca.
c. É importante conhecer esses relatos para entender as situações de
violência e de destruição causadas pelos colonizadores em suas guerras
de dominação.
O aluno também pode argumentar a favor da divulgação desses re-
latos para que, com base no conhecimento proporcionado por eles,
possamos agir diferentemente em relação às culturas ameríndias.
Atividades finais
5. (Enem) Letra A.
O modo como os astecas enxergaram os espanhóis derivou de seu
sistema de crenças e de sua visão mitológica de mundo.
6. (Unesp) Letra D.
O relato de Cortés revela o choque do ponto de vista espanhol ao
encontrar um padrão cultural tão diferente do dele.
7. (Fuvest) Letra C.
O espanto e o maravilhamento fizeram parte das impressões dos
espanhóis ao entrar em contato pela primeira vez com as constru-
ções ameríndias, assim como houve essas reações por parte dos
povos originários.
8. Letra C.
O trabalho de missionários e sobreviventes ameríndios foi impor-
tante para a preservação de documentações sobre os acontecimen-
tos da colonização.
9. Letra B.
O governo espanhol esteve empenhado em reprimir as manifesta-
ções culturais ameríndias.
10. Não, porque, apesar de produzirem histórias de maneira diferen-
te daquelas dos dias atuais, essas pessoas ainda assim contavam
histórias.
11. Essa obra nos revela a perspectiva assumida pelos espanhóis como
os únicos aptos a narrar a realidade sobre a colonização da Améri-
ca espanhola.
12. A principal transformação foi de caráter linguístico, já que nos
códices astecas, por exemplo, observamos que esses grupos se
apossaram do alfabeto latino para se expressarem.
13. Porque acessá-las e compreender seu significado tornou-se im-
possível devido ao apagamento da cultura e das práticas astecas
pelos espanhóis.
14. Mesmo que não se saiba, de fato, se esses eventos aconteceram,
o importante é reconhecer a importância de seus significados
para os astecas.
15. Sim, porque essa história se espalhou ao longo do tempo, fazendo
com que julgássemos as culturas indígenas de acordo com o ponto
de vista dos colonizadores.
16. Para os espanhóis, a dominação da América representava mais
riquezas e súditos para o reino e mais fiéis para a Igreja Católica.
 HISTÓRIA
7º Ano

Relembrando Conteúdo
Análise e crítica de documentação histórica; apagamento da memória e
construção da história; dinâmicas sociais conflituosas: povos originários
A América espanhola e colonização europeia.

Idioma antigo dos astecas:
Pintor responsável pela produção
1.
Alguns acontecimentos anteriores à
chegada dos espanhóis à América
foram vistos pelos astecas como:
©Matrioshka/Shutterstock
O aluno aprendeu satisfatoriamente se...
dos códices astecas: • identifica no que consiste a análise de uma documentação histórica;
• enfatiza a importância da memória para a construção da história;
4.
• caracteriza as interações sociais entre os povos indígenas e os coloni-
zadores europeus.

2. O aluno excedeu as expectativas se...

• reconhece a complexidade de se instaurar outra forma de organização
social em um espaço já estabelecido por outros povos;
• reflete sobre as disputas e as negociações ocorridas nesse processo, em
Nome dado ao conjunto de fontes
pictóricas ou escritas prol de uma crítica à realidade do presente.
provenientes da cultura asteca:
3.
Referência
RAMINELLI, Ronald. Imagens da colonização: a representação do índio
de Caminha a Vieira. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1996.

1. náuatle; 2. presságios; 3. códices; 4. tlacuilo. Guia do professor

Capítulo
Abertura

19 A sociedade da América portuguesa A função da imagem de abertura do capítulo é levantar a discussão

Resumo
Neste capítulo, discutiremos as interações sociais na América portuguesa,
analisando, com base em fontes históricas, as relações estabelecidas entre
os europeus colonizadores e os povos indígenas que habitavam o terri-
tório no contexto da colonização.
sobre a preservação e a valorização da memória dos povos indígenas do
Brasil. É interessante que você questione a turma a respeito desses tópicos
a partir da pergunta que inicia o capítulo. Leia com os alunos o texto
motivador, recuperando os conteúdos já estudados sobre a colonização
do Brasil. É preciso, ainda, reforçar que foram diferentes os tipos de vio-
lência que esses povos sofreram no contexto da colonização, de modo que
o apagamento histórico é o principal motivo pelo qual existem museus
como o representado na imagem.

Objetivos de aprendizagem
• Identificar como se deu a interação entre os europeus colonizadores e
os povos originários da América;
• entender como se desenrolaram os movimentos de resistência
protagonizados por indígenas;
• refletir sobre o papel desempenhado pelas fontes históricas produzidas
no início da colonização da América portuguesa no que diz respeito à
memória e à história dos povos indígenas.
Princípio
Comparar fontes históricas a fim de fundamentar a análise da realidade.
Habilidade BNCC
(EF07HI10) Analisar, com base em documentos históricos, diferentes
interpretações sobre as dinâmicas das sociedades americanas no Período
Colonial.
Habilidade específica
Analisar, com base em documentos históricos, diferentes interpretações
sobre as dinâmicas da América portuguesa no Período Colonial.
1. Dominação portuguesa
1.1 Contato e adaptação
Instigue os alunos a fazer um exercício de imaginação sobre o
período histórico que estão estudando. Trata-se de uma época da his-
tória do Ocidente em que os europeus se viram maravilhados pelas
histórias e pelas possibilidades oferecidas pelo Novo Mundo. Estabeleça
uma distinção entre os dois diferentes momentos que originaram os
dois tipos de documentação abordados neste tópico. Em um primeiro
momento, os viajantes narravam, em seus diários, os primeiros conta-
tos que haviam feito e tentavam descrever tudo aquilo que viam como
valioso. Posteriormente, os relatos daqueles que haviam se estabelecido
no território diziam respeito ao comportamento e às características dos
povos que encontraram na região.
É importante trabalhar com a turma o termo apresentado na
vinheta Glossário. Pergunte aos alunos se eles conhecem o termo “euro-
cêntrico” e explique que se trata de uma visão de mundo que coloca a
perspectiva europeia da história como dominante.
Exponha à turma o fato de que os indígenas tinham costumes
diferentes dos europeus. Destaque, ainda, que essas características foram
profundamente acentuadas nos relatos, de modo a estabelecer uma
diferença crucial para o projeto colonizador: existe um “nós” (o povo
europeu cristão) e existe um “eles” (os povos indígenas). Essa distinção é

9
HISTÓRIA
7º Ano
fundamental para entender como se deu a legitimação do projeto coloni-
zador. Ressalte a necessidade de se transmitir, na Europa, a ideia de que
os indígenas eram selvagens e que, por isso, deveriam ser catequizados.
1.2 Dominação cultural
Discuta com os alunos a respeito de qual visão foi empregada nos
relatos sobre os indígenas. É preciso ressaltar que essas diferenças cultu-
rais motivaram a continuidade da colonização por parte dos invasores.
Você pode retomar o contexto da Reforma Protestante e a necessidade
da Igreja Católica de aumentar o número de fiéis; por isso, o interesse
em catequizar os indígenas. Se, de um lado, a Igreja necessitava de fiéis,
do outro, as Coroas europeias e as companhias de comércio desejavam
enriquecer, de modo que a colonização serviria para ambos. Para além
de todas as maravilhas e fantasias sobre o Novo Mundo, a promessa de
enriquecimento levou muitos a buscarem as terras de além-mar, e a cria-
ção de uma visão estereotipada sobre os indígenas serviu para criar a base
desse processo. Trabalhe com os alunos sobre quais imagens cristalizadas
nós temos sobre os indígenas, de forma a ressaltar como elas não corres-
pondem à realidade.
Finalize a leitura do tópico com a turma, ressaltando que havia,
entre os colonizadores, duas concepções diferentes acerca da humanidade
dos indígenas, e que elas dependiam principalmente de seus interesses.
Para os missionários, por exemplo, os indígenas podiam ser catequi-
zados e tornados súditos; já para os comerciantes, os colonos etc., que
precisavam de mão de obra para o trabalho na Colônia, os indígenas
eram “bárbaros” que deviam ser escravizados. Converse com os alunos
a respeito dos rumos tomados pela visão estereotipada sobre os povos
originários nesse contexto, destacando que concebê-los como “bárbaros”
e “selvagens” serviu de justificativa para guerrear com eles e torná-los
escravizados. Nesse sentido, ressalte o caráter violento desse contato, de
forma que os nativos se viram diante da escolha de se catequizar e de
renunciar à sua cultura ou de enfrentar os invasores na guerra, podendo
morrer ou ser escravizados. Faça uma comparação entre as duas imagens,
evidenciando que Albert Eckhout as fez em tamanho real, com o objetivo
de passar uma mensagem em relação aos indígenas da América para seus
interlocutores na Europa.
Atividades
1. A mulher tupi anda vestida e carrega seu filho no braço. Além dis-
so, traz consigo, na cesta, vários objetos artesanais, e, atrás de si, há
uma plantação com pessoas trabalhando. Por sua vez, a mulher ta-
puia é representada carregando pedaços de corpos humanos, sem
roupas e com o cabelo cortado. 5. (UEL) Letra E.
2. Resposta pessoal.
Sugestão de resposta: As telas mostram duas visões diferentes so-
bre os indígenas. Na primeira, o indivíduo é amigável e civilizado,
aquele que trabalha e constitui família. Na segunda, os elementos
evocam a imagem do indígena inimigo, bárbaro e canibal. 6. (Enem) Letra B.
1.3 Conflitos e resistências
Neste momento, serão abordados episódios de resistência armada
entre os indígenas e os colonizadores. Leia o texto com os alunos, loca-
lizando as narrativas apresentadas no tempo e no espaço. Se possível, o
primeiro episódio da série apresentada na vinheta Cult é um bom mate-
rial introdutório sobre o tema.
Explique aos alunos que os conflitos começaram por conta do
avanço da colonização pelos Sertões, com vistas ao crescimento da pecuá-
ria. É importante ressaltar também a união de grupos indígenas em torno
10
de um objetivo comum: o combate ao invasor. Muitos desses grupos eram
inimigos ancestrais que se aliaram, demonstrando a dinamicidade das
ações feitas pelos indígenas para resistir ao processo colonizador.
Discuta com a turma a respeito da extensão das resistências indí-
genas e do objetivo desses povos de garantir a sobrevivência dos seus
membros. É importante recuperar o fato de que a colonização não se deu
de forma pacífica, bem como também se deve destacar para os alunos o
fato de que os indígenas não deixaram de existir no Brasil; pelo contrário,
eles continuam presentes e reivindicando seus direitos. Nesse sentido,
retome a ideia de que as memórias e as histórias dos indígenas no Brasil
foram profundamente afetadas pelos estereótipos e pelos preconceitos
criados pelos homens europeus, ao mesmo tempo que suas populações
foram bastante diminuídas.
Atividades
3. Era comum que os colonizadores utilizassem dos costumes indíge-
nas para promover alianças. Dessa maneira, conseguiam o apoio de
determinados grupos para guerrear com outros grupos inimigos.
4. Embarcações francesas aportaram no Rio de Janeiro. Nesse contex-
to, o francês Villegagnon se aliou aos tupinambás na tentativa de
vencer os portugueses e expulsá-los daquelas terras.
Superdesafio
A atividade desta seção propõe uma análise de fontes históricas
do período que apresentam perspectivas indígenas sobre o processo
colonizador.
a. Os textos tratam dos povos originários do Brasil. O primeiro foi
escrito em 1500, e o segundo, em 1587.
b. Pero Vaz de Caminha chamou a atenção para palavras como
“inocentes”, “simples” e “gente boa”. Ele diz que seus corpos são fortes
e que seus rostos são bons. Já Gabriel Soares de Souza ressaltou a
falta de três letras na língua dos indígenas, “F”, “L” e “R”, indicando,
portanto, que os indígenas não tinham fé, lei nem rei e, por isso,
seriam ingovernáveis e selvagens.
c. Não. Caminha considerou que os indígenas podem ser trabalhadores
quando escreveu que era possível colocá-los para realizar qualquer
atividade. Para ele, os indígenas eram bons e ingênuos, podiam
receber a fé e, até mesmo, conviver com os degredados de Portugal.
Já Gabriel Soares de Souza pensava que os indígenas não obedeciam
a ninguém, não possuíam lei nem respeitavam nenhuma fé.
Atividades finais
A pecuária, no contexto da colonização, serviu como pretexto a
fim de expandir a ocupação para o interior, tendo encontrado, nes-
se processo, a resistência dos indígenas do Sertão, fato que gerou
conflitos como a Confederação dos Cariris.
O texto mostra o espanto de Caminha diante das práticas culturais
dos indígenas, que são vistos de maneira preconceituosa pelos colonos
europeus, de forma etnocêntrica.
7. (Enem) Letra E.
A interação entre europeus e povos originários da América não se
deu de forma amistosa. Esse fato pode ser interpretado por meio
da canção, na qual o indígena é retirado de seu lugar e de sua terra
pelo invasor e, além disso, pega em armas contra ele, o que busca
demonstrar que esse encontro não foi pacífico.
 HISTÓRIA
7º Ano

8. (Enem) Letra A. Capítulo

O trecho da carta permite a compreensão de um ponto muito im-
portante do processo colonizador: a possibilidade de catequização
dos indígenas. Como não foram encontrados metais preciosos no
primeiro momento, a catequização passou a ser o maior objetivo,
20 Formação da América portuguesa:
séculos XVI e XVII
segundo Caminha, para aquelas terras.
9. Essas fontes são relatos de viajantes que estiveram no litoral du- Resumo
rante o século XVI, ou de membros das frotas enviadas pela Coroa
portuguesa. Nesses diários e relatos, descrevia-se a natureza do Neste capítulo, estudaremos como se formou a noção de América por-
território colonial, suas gentes e seus costumes. Em alguns relatos, tuguesa, a partir das representações cartográficas do território e de suas
havia também a presença de ilustrações. principais características históricas.
10. A ideia de bárbaro, selvagem, a associação entre as práticas cultu-
rais indígenas à bruxaria e à feitiçaria, fatores já conhecidos pelos Objetivos de aprendizagem
europeus e frequentemente perseguidos. • Entender o uso de mapas como fontes para fundamentar uma análise
11. Os europeus enxergavam os indígenas a partir da sua visão de mun- histórica;
do, atribuindo-lhes estereótipos que não se adequavam à realidade, • compreender mapas como produções humanas datadas no tempo e
além de apresentarem uma visão preconceituosa sobre os nativos. no espaço, capazes de fornecer informações acerca das sociedades e
12. Não. Enquanto os indígenas aliados eram vistos de forma huma- de suas práticas, pensamentos e percepções;
nizada, aqueles que se recusaram a integrar a sociedade colonial • inserir a produção cartográfica em um contexto caracterizado pela
eram vistos como bárbaros e selvagens. expansão comercial marítima;
13. A ideia de que eram bárbaros, selvagens e canibais. • contextualizar o significado de América portuguesa nos séculos XVI
14. O interesse consistia em justificar o projeto colonizador, pois, para e XVII.
os colonizadores, a caracterização de indígenas como selvagens e
bárbaros servia como justificativa para catequizá-los ou guerrear
contra eles. Esse discurso servia para legitimar a presença coloni-
Princípio
zadora na América. Comparar fontes históricas a fim de fundamentar a análise da realidade.
15. A expansão da Colônia para os Sertões, com vistas à prática da
pecuária, motivou o conflito com os indígenas do interior. Como Habilidade BNCC
consequência, muitos indígenas morreram, e sua população dimi-
(EF07HI11) Analisar a formação histórico-geográfica do território da
nuiu. Além disso, grande parte de suas práticas culturais, línguas e
América portuguesa por meio de mapas históricos.
saberes desapareceu.
16. Sim. Um dos prêmios prometidos aos que resolvessem a questão
dos indígenas revoltosos era a posse de terras no Sertão, nas quais Conteúdo
a principal atividade a ser realizada era a pecuária. Análise e crítica de mapas históricos; formação dos espaços coloniais.

Relembrando O aluno aprendeu satisfatoriamente se...

A América portuguesa
Principais fontes históricas
produzidas no “Novo Mundo”
no início da colonização:
1.
• identifica corretamente a importância de se empreender uma análise
sobre mapas do passado, com o intuito de reconhecer a expansão
territorial como uma expressão da prática colonizadora.
Modo de ver o outro a partir
de uma visão de mundo O aluno excedeu as expectativas se...
centrada na Europa:
• extrapola a análise dos mapas do passado para uma crítica e reflexão
4.
acerca dos mapas da atualidade, reconhecendo também nestes, as
dinâmicas territoriais.

Conflito entre indígenas

Objetivo da Igreja Católica Referências
na colonização:
e colonos no Nordeste • OKUNEVA, Olga. “Ensaio sobre o mapa ‘Brasil’ de G. Gastaldi
do Brasil:
5. pertencente ao Delle navigationi e viaggi, de G. B. Ramusio (1556;
2. 1565; 1606)”. In: Terra Brasilis (Nova Série). Disponível em:
eleva.md/34wQvnb. Acesso em: 9 fev. 2022.
• SCHWARCZ, Lilia Moritz.; GOMES, Flávio dos Santos (Orgs.).
Atividade econômica que
Dicionário da escravidão e liberdade. São Paulo: Companhia das
motivou a colonização Letras, 2018.
dos Sertões:

3.

1. relatos de viajantes; 2. Guerra dos Bárbaros; 3. pecuária; 4. eurocen-

trismo; 5. catequização.

11
HISTÓRIA
7º Ano
Guia do professor
Abertura
A partir da leitura do texto motivador, ressalte para a turma que mapas
são resultado de contextos históricos e, por isso, possuem uma historicidade.
É possível que os alunos não entendam a noção de “historicidade”, o que pode
ser interessante de se discutir. Questione os alunos se a realidade apresentada
nos mapas da introdução sempre foi daquele jeito e discuta as hipóteses que
eles levantarem.
Em seguida, leia o texto que abre o capítulo a fim de relacionar a
análise inicial com o trabalho que será feito com mapas históricos. Com
essas perguntas e análises, os alunos devem ser instigados a pensar em
aspectos importantes para o trabalho com mapas, tais como as características
estéticas e geográficas que os levam a reconhecer a época retratada neles;
os propósitos dos mapas; o entendimento de que a produção cartográfica
apresenta intenções etc.
1. A colonização do Brasil
Nesse momento, ressalte que existe um debate historiográfico acerca
da chegada da frota de Cabral ao Brasil. Deve-se destacar que expedições
anteriores já tinham chegado ao território da América e que, provavelmente,
já havia a ideia da existência de terras por aqui, de modo que Cabral não
chegou por acidente.
Para analisar o mapa deste tópico, considere seus elementos visuais,
identificando como a América é representada e como essa descrição imagé-
tica nos informa a respeito das ideias e das noções em voga na época sobre
o “Novo Mundo”. O interesse das expedições marítimas em encontrar ouro
e metais preciosos deve ser ressaltado, à medida que são refletidos nas pro-
duções cartográficas.
1.1 Domínio territorial: fontes históricas
Peça aos alunos que observem os mapas deste tópico e identifiquem
as diferenças entre eles. Permita que elaborem hipóteses e, depois, discu-
ta-as com todos. É possível que apresentem perspectivas sobre o porquê
das diferentes representações nos mapas em questão. Após essa discussão,
leia o texto com os alunos, verificando se as hipóteses que levantaram são
adequadas ao contexto das produções cartográficas. A ideia de que esses
mapas não apenas funcionavam como verdadeiras cartas, mas também
contavam uma história a partir dos desenhos deve ser trabalhada, levando
em consideração o conceito de carta náutica. É interessante destacar que,
no Terra Brasilis, há a representação de indígenas realizando as atividades
de extração do pau-brasil no litoral, enquanto, no interior, são retratados
indígenas armados, possivelmente indicando hostilidade. Há, ainda, o
desenho de um dragão à esquerda da imagem, mostrando que o interior
do Brasil, naquela época, era tão inexplorado a ponto de haver suposições
fantásticas sobre o que ele poderia conter. Discuta também que a dife-
rença entre os dois mapas indica um maior interesse sobre o território,
processo que ameaçou a soberania portuguesa na região e impulsionou
a efetivação da colonização.
Atividades
1. A chegada de Cristóvão Colombo à América oito anos antes e a
vinda de outras expedições à costa do Brasil permitem questionar
a ideia de que Cabral teria chegado ao Brasil por acidente. Imagi-
na-se que já se fazia ideia da existência de terras a oeste da costa
ocidental da África, apesar de ainda não se saber sua extensão e
características.
12
2. Os mapas produzidos durante determinado contexto histórico po-
dem nos revelar os limites da sociedade em questão e, até mesmo,
os interesses envolvidos no território representado.
1.2 A administração e a organização colonial
Analise o mapa deste tópico com a turma e discuta as hipóteses
que levantarem. Permita que os alunos indiquem as diferenças e as seme-
lhanças entre o novo mapa e aqueles vistos anteriormente. A partir disso,
debatam sobre quais processos podem ter acarretado tais mudanças de
representação. Depois, leia o texto e aponte os acontecimentos ocorridos
no intervalo entre os mapas anteriores e esse, além do interesse das outras
nações europeias no território do Brasil.
Apresente à turma a primeira tentativa de organização política do
território da América: as capitanias hereditárias. Neste momento, é pos-
sível estabelecer a comparação com o mapa político do Brasil no início
do capítulo, de modo que os alunos possam identificar as diferenças e as
semelhanças entre os dois mapas, indicando processos de continuidade e
ruptura nas representações cartográficas do Brasil. Ressalte a resistência
indígena nesse processo, que incluiu aliança entre os povos originários
e um reino inimigo de Portugal e que, além disso, rendeu vitórias aos
potiguaras. Em seguida, oriente-os na realização da atividade.
Atividades
3. A partir de 1534, a Coroa portuguesa dividiu o território colonial em
capitanias hereditárias, faixas de terra que foram cedidas para 12 ca-
pitães donatários, os quais deveriam arcar com os custos de povoar e
de ocupar essas áreas.
4. Não. As constantes ameaças de invasões estrangeiras e os conflitos
com os povos nativos fizeram com que a Coroa portuguesa imple-
mentasse o Governo-Geral. Nesse sentido, o território seria admi-
nistrado por um representante da Coroa.
Trace conexões entre a atuação das ordens religiosas e o conteúdo
do capítulo anterior sobre a memória dos povos indígenas. É preciso
ficar claro que, embora os religiosos não desejassem a escravização dos
indígenas, o processo de catequização contribuiu para a desagregação
gradual de suas culturas e estruturas sociais e, consequentemente, de suas
memórias a partir da imposição dos valores europeus. Leia com os alunos
a legenda da imagem, evidenciando que o ideal de ordem dos jesuítas se
mostrava até na organização dos espaços. É importante lembrar também
que a opção dos indígenas pelo aldeamento era uma estratégia de sobre-
vivência e que isso não significava o abandono de suas culturas, mas a
transformação de seus valores tradicionais em valores cristãos. Ressalte
a necessidade da Coroa portuguesa de tornar a Colônia lucrativa, o que
acarretou a construção dos engenhos, os quais passaram a ser a primeira
grande unidade de produção de riqueza da Colônia.
Chame a atenção sobre como o problema de mão de obra gerou con-
flitos entre religiosos e colonos. Apesar de ambos os grupos serem coloni-
zadores, eles divergiam quanto ao gerenciamento da Colônia. Em seguida,
analise a imagem da estrutura do engenho com a turma, identificando os
elementos envolvidos no beneficiamento da cana-de-açúcar. Fale sobre a
presença do trabalhador escravizado, ressaltando que a escravidão predo-
minou na maior parte da história do Brasil, tendo deixado consequências
até os dias de hoje. Em seguida, saliente que a riqueza do açúcar atraiu
cada vez mais a atenção dos reinos inimigos. A análise do mapa da página
permite dar conta das estratégias de defesa do território e da atuação das
missões religiosas, ambos presentes na ilustração.
 HISTÓRIA
7º Ano

Finalize a aula com a narrativa sobre a ocupação holandesa no
Brasil. É preciso elucidar as causas políticas desse processo, com o fato de
Portugal ter herdado as desavenças entre Holanda e Espanha, no contexto
da União Ibérica. Nesse sentido, discuta a respeito de como os conflitos
políticos entre os reinos da Europa desencadearam conflitos coloniais,
destacando a importância das colônias da América nas disputas políti-
cas das metrópoles. Em seguida, é importante marcar as características
da ocupação holandesa no Nordeste, especialmente no que se refere às
transformações espaciais empreendidas.
Superdesafio
A atividade proposta nesta seção busca aprofundar a capacidade
analítica do aluno por meio da análise de uma fonte histórica imagética.
Peça aos alunos que observem atentamente a imagem a fim de perceberem
os detalhes e relacionarem ao conteúdo da aula.
13. Não. Apenas as capitanias de Pernambuco e São Vicente foram
bem-sucedidas no melhoramento da produção de cana-de-açúcar,
com destaque para as capitanias da atual Região Nordeste, que ti-
veram relativa prosperidade nesse sentido.
14. A construção de feitorias e de fortificações na costa e as chamadas
“missões guarda-costas”, que patrulhavam o litoral e destruíam fei-
torias e fortes construídos pelos franceses.
15. Os holandeses invadiram o território colonial português durante a
União Ibérica. Após algumas tentativas, conseguiram adentrar no
Brasil Colônia, em 1635, nas capitanias do Nordeste. O território
de Pernambuco esteve sob domínio holandês, sendo o maior pro-
dutor de açúcar. Lá, foi construída a cidade de Recife, capital de
Nova Holanda. O domínio holandês perdurou até 1654, quando
foi destituído pelos portugueses.
Relembrando

No Mapa das terras do Brasil, Gastaldi representou o território brasi-

leiro ocupado por povos nativos, que desempenhavam atividades variadas, América portuguesa
como a caça, a produção de ferramentas e o trabalho agrícola. Além disso, nos séculos XVI e XVII
há a representação de europeus, indicando a existência de relações de
trocas entre eles e os indígenas, como o escambo. Embora Gastaldi nomeie
algumas regiões da Colônia, há a indicação de que, no período, nem todas
Unidade produtiva utilizada
as áreas eram conhecidas por ele, o que pode ser verificado na inscrição Aldeamentos construídos
pelos jesuítas: para o benefício da produção
“Terra non discoperta”, presente na parte superior do mapa. Por fim, pró- de cana-de-açúcar:
1.
ximo ao litoral, estão representadas várias caravelas, indicando o fluxo de 2.
embarcações europeias para a região.

Atividades finais
Cidade construída pelos
5. Letra A. holandeses como
A escolha da cana-de-açúcar para ser implementada na América capital da Nova Holanda:

portuguesa deu-se por conta da possibilidade de grandes lucros, 3.

pois era algo que já havia sido experimentado em outras colônias
portuguesas.
6. Letra C.
A produção de açúcar foi bastante expressiva no Nordeste do Bra- Nome dado à união das
Nome dado às terras da
América portuguesa de
sil, caracterizando uma atividade centrada em grandes fazendas Coroas de Portugal e acordo com a divisão
da Espanha:
que utilizavam mão de obra escravizada. feita em 1534:

7. (Ibmec-SP) Letra C. 4. 5.
A principal estratégia de catequização dos jesuítas era a educação.
Por isso, fundaram escolas e organizaram as reduções para cate-
quizar os indígenas e convertê-los à fé, por meio da imposição dos 1. reduções; 2. engenho; 3. Recife; 4. União Ibérica; 5. capitanias
valores cristãos europeus. hereditárias.
8. (UFC) Letra A.
As capitanias hereditárias foram a primeira estratégia de divisão do Capítulo

21
território por parte da Coroa portuguesa, com fins de estabelecer o Formação da América portuguesa:
domínio por meio da defesa e da produção do açúcar.
9. (UFRN) Letra B.
séculos XVIII e XIX
O processo de ocupação das terras brasileiras resultou na invasão
de territórios indígenas. Esse foi um dos motivos pelo qual os nati-
vos reagiram à colonização, desencadeando conflitos. Resumo
10. Principalmente relações de troca. Os europeus e os indígenas realiza- Neste capítulo, daremos continuidade à análise de mapas e discutiremos
vam atividades de troca entre si, de modo que os indígenas auxiliaram
alguns dos principais fatores históricos que influenciaram na expansão
na extração do pau-brasil, que era de interesse dos europeus, receben-
territorial da América portuguesa. Analisaremos como esses fatores
do destes ferramentas e objetos que não conheciam.
11. As ordens religiosas vieram à América com o objetivo de cate- explicam as práticas desenvolvidas na Colônia e como essas mudanças
quizar os indígenas, no contexto da Reforma Católica. Para tanto, relacionadas à expansão são representadas cartograficamente.
construíram reduções, que eram aldeamentos onde os indígenas
seriam educados e catequizados. Objetivos de aprendizagem
12. Os colonos necessitavam de mão de obra para trabalhar principal- • Analisar mapas como fontes para fundamentar uma análise histórica;
mente nos engenhos e, por isso, escravizavam os indígenas, o que • compreender que os mapas são produções humanas datadas no tempo e
desagradava os jesuítas, que buscavam catequizá-los. Uma vez ba- no espaço e que podem fornecer informações sobre as sociedades, suas
tizados, na concepção dos jesuítas, os indígenas não poderiam ser práticas, pensamentos e percepções;
escravizados. Essas divergências deram origem a vários conflitos
entre colonos e jesuítas.

13
HISTÓRIA
7º Ano
• inserir a produção cartográfica em um contexto caracterizado
pela expansão territorial na América portuguesa, a descoberta e o
desenvolvimento de novos mercados e suas consequentes reconfigurações
territoriais;
• compreender as mudanças no significado da América portuguesa nos
séculos XVIII e XIX.
Princípio
Cotejar fontes históricas, a fim de fundamentar a análise da realidade.
Habilidade BNCC
(EF07HI11) Analisar a formação histórico-geográfica do território da
América portuguesa por meio de mapas históricos.
Habilidade específica
Analisar a formação histórico-geográfica do território da América portu-
guesa por meio de mapas históricos dos séculos XVIII e XIX.
Conteúdo
Análise e crítica de mapas históricos; formação dos espaços coloniais;
desenvolvimento das práticas coloniais.
O aluno aprendeu satisfatoriamente se...
• identifica corretamente a importância de se empreender uma análise sobre
mapas do passado, no sentido de reconhecer a expansão territorial como
algo minimamente pensado e estabelecido de acordo com determinados
fins da prática colonizadora, principalmente durante a colonização
brasileira na época da descoberta de ouro em Minas Gerais.
O aluno excedeu as expectativas se...
• extrapola a análise dos mapas do passado para fazer críticas e reflexões
acerca dos mapas da atualidade, reconhecendo também neles as suas
dinâmicas territoriais e relacionando-as com os recentes interesses
econômicos envolvidos nesse processo.
Referências
• ELIAS, Rodrigo. “Gente indomável”. Revista de História da Biblioteca
Nacional. Rio de Janeiro, n. 99, dez. 2013. p. 17-19.
• MESGRAVIS, Laima. História do Brasil Colônia. São Paulo: Contexto,
2015.
• RODRIGUES, Gefferson Ramos. “Ordem na baderna”. Revista de
História da Biblioteca Nacional. Rio de Janeiro, n. 99, dez. 2013. p. 17-19.
Guia do professor
Abertura
Inicie a discussão pedindo aos alunos que observem atentamente
a imagem de abertura e que respondam se conhecem algum lugar pare-
cido com o apresentado. Peça que analisem as casas e prédios a fim de
perceber um padrão na arquitetura e, em seguida, explique a influência
portuguesa no modelo urbanístico da Colônia. Esse momento é impor-
tante para que os alunos entendam que influências do passado podem
ser percebidas ainda hoje.
14
1. O Brasil Colônia
1.1 Território
Retome os conteúdos trabalhados no capítulo anterior sobre
as práticas ocorridas nos espaços coloniais nos séculos XVI e XVII e
compare-as com as mudanças ao longo do século XVIII. Os alunos
devem perceber a pecuária e a descoberta de ouro como fatores essen-
ciais para a expansão territorial portuguesa, mas por motivos diferentes.
Discuta com a turma sobre como as atividades típicas da pecuária for-
maram tradições que perduram em muitos lugares do Brasil.
Atividades
1. Segundo o princípio do uti possidetis, ita possideatis, o direito so-
bre a posse da terra caberia a seus ocupantes. Assim, em 1750, por
meio do Tratado de Madri, Portugal legitimou sua posse sobre as
terras brasileiras, que ocupava desde meados do século XVI.
2. Não. Embora o Tratado de Madri dispusesse sobre a ocupação e a
posse das terras habitadas por esses povos, eles não foram levados
em conta na definição do acordo.
1.1.1 Novos espaços coloniais
Relacione a discussão do bandeirantismo à da pecuária e à da
descoberta de ouro. É importante que os alunos compreendam que
muitas dessas ações se deram sem nenhum direcionamento da Coroa.
Assim, eles terão acesso a uma compreensão mais complexa da dinâmica
das relações coloniais em vez de pensarem que a Coroa comandava
absolutamente tudo o que ocorria na Colônia. Aproveite este assunto
para aprofundar a discussão sobre alguns dos aspectos dessa dinâmica.
Em primeiro lugar, a utilização do ouro na própria Colônia e o contra-
bando. Em seguida, a questão da aventura envolvida na busca por metais
preciosos em regiões até então desconhecidas. Por fim, o tema do tra-
balho escravo e a importância das experiências portuguesas na África.
Destaque os processos de mudança sofridos pela Colônia, por seus
habitantes e pela própria Coroa no decorrer do século XVIII.
Atividades
3. Uma das atividades responsáveis pelo processo de expansão ter-
ritorial foi a pecuária. Acredita-se nesse fato porque Portugal, por
meio de uma Carta Régia, determinou que a atividade pecuarista
deveria ocorrer em locais que estivessem, no mínimo, a dez léguas
do litoral.
4. As Casas de Fundição recebiam todo o ouro extraído na região
para que fosse fundido e transformado em barras. Nesse processo,
recolhia-se o quinto real, imposto correspondente a um quinto da
produção local de ouro e enviado a Portugal.
1.2 Dinâmicas da sociedade colonial
Enfatize as diferentes formas de resistência protagonizadas pelos
colonos às pressões da metrópole. Nesse aspecto, reforce com os alunos
que mesmo essas situações de resistência atendiam a interesses especí-
ficos, isto é, não correspondiam aos interesses da população colonial
como um todo. É importante que a turma reconheça que o comércio do
ouro e todas as transformações decorrentes desse processo privilegiaram
 HISTÓRIA
7º Ano

em grande medida apenas algumas famílias e a própria Coroa. A maior 13. Diversas revoltas ocorreram como resultado da insatisfação com
parte da população colonial continuava trabalhando para sobreviver e os altos impostos cobrados pelo governo português. Um exemplo
também havia aqueles que moravam próximo a regiões mineradoras disso foi a Revolta de Filipe dos Santos, que reuniu donos de mi-
e tentavam a sorte na procura por ouro. O Monumento às Bandeiras nas insatisfeitos com a cobrança do quinto e o controle exercido
reforça uma memória sobre os bandeirantes que apaga o aspecto violento pelas Casas de Fundição.
de suas ações em relação a indígenas e povos africanos aquilombados. 14. Do ponto de vista dos colonos que os financiaram e dos próprios por-
tugueses, os bandeirantes podem ser considerados heróis, pois con-
Essa memória serve para gerar um senso de comunidade, sobretudo
seguiram encontrar ouro e mão de obra para ser escravizada. Já pela
entre paulistas, mas é preciso que os alunos notem que até mesmo os
perspectiva dos povos indígenas e dos aquilombados, os bandeirantes
bandeirantes faziam parte de um grupo específico da sociedade colonial. trouxeram destruição.
15. A descoberta do ouro causou um aumento considerável no número
Superdesafio de pessoas que viviam nessas regiões, propiciando o surgimento de
A atividade desta seção tem o objetivo de retomar a reflexão sobre novas cidades e vilas. Além disso, possibilitou que outras famílias se
os mapas e relacioná-los ao presente dos alunos. É importante que os destacassem economicamente.
estudantes realizem uma pesquisa sobre a existência de povos originários
na região em que vivem para que reflitam sobre os impactos que a interio- Relembrando
rização e a descoberta do ouro causaram a essas populações.
América portuguesa
a. Resposta pessoal. nos séculos XVIII e XIX
A partir desta resposta, o aluno poderá responder às próximas
perguntas. Caso ele more em um local que não foi descoberto na
época do Tratado de Tordesilhas, a percepção da diferença entre o Documento diplomático Processo iniciado pela
passado e o presente da região em questão deve ser bastante rica que garantiu o direito descoberta de ouro no final
para a formulação de respostas para as próximas atividades. Valorize de novas posses de
terra a Portugal:
do século XVII e que modificou
consideravelmente a
experiências desse tipo. sociedade colonial:
b. Resposta pessoal. 1. 3.
As experiências de interiorização afetaram grande parte do território
brasileiro. Auxilie o aluno a identificar de que maneira esse processo
afetou o local onde vive e, especialmente, as comunidades indígenas
de sua região. Atividade econômica e de Homens contratados para
subsistência que promoveu o conseguir mão de obra
processo de interiorização da
Atividades finais Colônia de modo ocasional:
indígena a ser escravizada
e procurar por ouro em
5. (Cesgranrio) Letra D. terras brasileiras:
As atividades de pecuária e a extração das “drogas do sertão” esti- 2.
4.
veram fortemente ligadas ao processo de interiorização da Colônia.
6. (PUC-MG) Letra B.
As Reformas Pombalinas representaram o interesse metropolitano
em centralizar ainda mais o seu domínio sobre o Brasil.
7. (UTFPR) Letra E.
São Paulo não foi capaz de monopolizar o comércio e a exploração do
ouro justamente porque as relações eram muito mais complexas do que 1. Tratado de Madri; 2. pecuária; 3. corrida do ouro; 4. bandeirantes.
essa afirmação sugere.
8. (Uece) Letra B. Capítulo

22 Território e população do Brasil:

A descoberta de ouro e de diamante movimentou consideravelmente
a sociedade colonial, refletindo-se no rápido aumento populacional séculos XVI e XVII
em regiões recém-descobertas pelos colonizadores.
9. (Mackenzie) Letra C.
A ação dos bandeirantes esteve diretamente ligada à expansão
territorial portuguesa. Eles atuaram antes do Tratado de Madri Resumo
e, portanto, garantiram aos portugueses a posse “em direito” das Neste capítulo, discutiremos as relações estabelecidas entre diferentes
terras descobertas. povos no processo de colonização, identificando quais grupos eram esses
10. O Tratado de Madri concedeu a Portugal a posse de terras que até e quais práticas socioculturais caracterizavam tais relações. Além disso,
então pertenciam oficialmente à Espanha. Com isso, foi possível
veremos como esses elementos influenciaram na distribuição territorial
elaborar mapas mais precisos sem a criação de conflito com os es-
do Brasil.
panhóis. Além disso, Portugal passou a ter posse direta de terras
muito proveitosas do ponto de vista comercial, principalmente a
das regiões mineiras. Objetivos de aprendizagem
11. O Marquês de Pombal desejava ampliar o controle da Coroa so- • Compreender como a colonização e a escravidão, em suas diferentes
bre a Colônia. Dessa forma, ao extinguir as capitanias hereditárias, dinâmicas e práticas, contribuíram para a apropriação do território
buscava centralizar o controle do território colonial. brasileiro por diferentes povos;
12. Podem-se citar as Casas de Fundição, por meio das quais Portu- • identificar, em documentos históricos, informações pertinentes ao
gal buscava facilitar a fiscalização da produção aurífera, fundindo Período Colonial;
todo o ouro e cobrando de imposto um quinto de toda a produção • valorizar os diferentes matizes étnico-raciais que compuseram a
local. sociedade colonial e formaram a sociedade contemporânea.

15
HISTÓRIA
7º Ano
Princípio
Valorizar a existência de múltiplas realidades culturais, étnicas, ideoló-
gicas e religiosas como ferramenta para o convívio social, respeitando os
direitos humanos, e para a construção de saberes e identidades.
Habilidade BNCC
(EF07HI12) Identificar a distribuição territorial da população brasileira
em diferentes épocas, considerando as diversidades étnico-racial e étnico-
-cultural (indígena, africana, europeia e asiática).
Habilidade específica
Identificar a distribuição territorial da população brasileira nos séculos
XVI e XVII, considerando as diversidades étnico-racial e étnico-cultural
(indígena, africana e europeia).
Conteúdo
Relação entre os povos durante a colonização brasileira; escravidão indí-
gena; escravidão africana.
O aluno aprendeu satisfatoriamente se...
• identifica corretamente a distribuição territorial dos espaços para as
populações indígenas e africanas no Brasil colonial, tendo como ênfase
a crítica à relação estabelecida, por parte dos colonizadores, para com
os povos originários e africanos.
O aluno excedeu as expectativas se...
• critica a distribuição territorial da colônia brasileira com base no
histórico de marginalização de alguns povos em prol dos colonizadores,
desenvolvendo, assim, senso de respeito aos direitos humanos e de
autodeterminação identitária.
Referências
• DORIGNY, Marcel; GAINOT, Bernard. Atlas das escravidões: da
antiguidade até nossos dias. Petrópolis: Vozes, 2017.
• FRAGOSO, João; GOUVÊA, Maria de Fátima (Org.). O Brasil colonial
(1443-1580). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015. v. 1.
Guia do professor
Abertura
Faça a contextualização do capítulo, ressaltando que a questão de
terras sempre foi motivo de conflitos na história do Brasil. É importante
destacar que, quando se trata dessas relações, precisamos entender as
consequências do processo colonizador para nossa sociedade e, nesse
contexto, os vínculos estabelecidos entre brancos europeus, indígenas e
africanos escravizados e como elas se manifestam na distribuição terri-
torial. Pergunte: Quem possui o controle das terras? Por quê? Essas são
questões que podem guiar a discussão.
16
1. A sociedade colonial
1.1 A relação entre diferentes povos
Destaque os motivos dos primeiros contatos entre europeus e
indígenas no Brasil. É preciso justificar o uso da palavra “povos” para
os indígenas, que não se configuram um grupo homogêneo, mas que é
composto por pessoas com línguas, costumes e pertencimentos diferen-
tes. É importante que as expedições marítimas sejam circunscritas no
contexto do mercantilismo e da procura por metais preciosos e domínio
do comércio ultramarino. Faça também a distinção entre os conceitos
de descobrimento e conquista a fim de fornecer uma interpretação mais
complexa desse processo histórico e de se ter a dimensão de sua violência.
A partir do texto, explique como a necessidade de mão de obra
motivou a importação de escravizados da África. Indique que a insti-
tuição escravista será alvo de capítulos mais aprofundados adiante, de
modo que nos interessa, aqui, saber que o negro foi inserido nas relações
entre os sujeitos no Brasil colonial. Todavia, este era entendido como uma
mercadoria, uma força de trabalho, não tendo liberdade. É importante
destacar que, assim como os indígenas, os negros escravizados perten-
ciam a vários grupos diferentes na África, mas que eles enfrentaram da
mesma forma o jugo do cativeiro.
Atividades
1. Para os jesuítas, os povos originários não deveriam ser escra-
vizados, mas sim catequizados para que se tornassem fiéis ca-
tólicos. Os colonizadores, por outro lado, tinham interesse na
mão de obra dos indígenas, organizando, inclusive, expedições
de aprisionamento para escravizá-los.
2. Nesse período, as escolas eram comandadas pelos jesuítas, e o aces-
so a esses espaços era restrito aos membros da elite portuguesa.
1.2 Escravidão indígena
Destaque, na primeira parte do texto, as questões referentes, ainda,
à cidadania e à educação na Colônia, “privilégios” que não estavam à
disposição de todos os moradores do Brasil. Além disso, enfatize o caráter
complexo das relações sociais e de trabalho, à medida que as cidades e as
fazendas se desenvolviam, fazendo com que novas profissões se tornas-
sem necessárias e surgissem na vida colonial. Nesse sentido, é importante
salientar a presença do elemento do homem pobre livre na sociedade
colonial. Ressalte também a ideia da mestiçagem na sociedade colonial e
o caráter violento em que ela se deu, tomando cuidado com a abordagem
de um assunto tão sensível. É preciso que os alunos tenham ideia da vio-
lência desse processo, sem ser expostos a imagens e detalhes sobre isso.
Em seguida, leia o início do tópico sobre a escravidão indígena fri-
sando como as estratégias de dominação e de resistência eram variadas
entre colonos e povos originários. É importante salientar que, ainda que
ilegal, a escravidão dos indígenas persistiu durante bastante tempo na
história do Brasil.
Evidencie as diferentes estratégias de escravização indígena e sua
duração ao longo do tempo, mesmo quando proibida. Além disso, atente
para o papel dos jesuítas na desagregação das estruturas sociais e culturais
dos povos originários, a partir da imposição de valores. Reforce a atuação
das bandeiras no extermínio, ressaltando que muitos bandeirantes enri-
queceram com a escravização e o assassinato de indígenas. Em seguida,
oriente-os na realização das atividades.
 HISTÓRIA
7º Ano

Atividades 9. (Fatec) Letra E.

3. Os conflitos entre povos indígenas e colonos portugueses aumenta-
ram consideravelmente quando Portugal decidiu ocupar os territó-
rios recém-conquistados, criando núcleos de povoamento onde os
nativos viviam.
4. Os conflitos armados entre colonos e indígenas propiciaram a
diminuição de sua população e seu despovoamento. Além disso,
aqueles que optaram pela catequização e inclusão na sociedade
colonial foram pouco a pouco sendo entendidos como não indí-
genas, o que contribuiu para a diminuição de seus números nos
censos oficiais.
1.3 Escravidão africana
Destaque a opção pela escravização dos negros africanos como res-
posta à necessidade de mão de obra para o trabalho nos engenhos. Ressalte
que o negócio do tráfico cresceu exponencialmente ao longo dos anos,
sendo identificado como uma das atividades mais lucrativas da Colônia e
que movimentou um grande contingente populacional. Enfatize também as
péssimas condições de vida no cativeiro e a formação de quilombos como
estratégia mais conhecida de resistência aberta à escravidão.
Identifique Palmares como o maior dos quilombos coloniais, o
qual conseguiu resistir aos ataques dos colonos por mais de um século. É
importante ressaltar a história de Palmares, haja vista a dimensão que o
quilombo tomou e a ameaça ao domínio europeu na Colônia.
Superdesafio
a. Resposta pessoal.
O aluno deverá identificar quantos processos estão abertos no esta-
do, se há alguma comunidade com a titulação da terra e qual é ela.
b. O processo consiste em seis etapas: autoidentificação quilombola,
elaboração do relatório técnico de identificação e delimitação,
publicação do relatório, portaria de reconhecimento, decreto de
desapropriação e, por fim, a titulação.
c. Resposta pessoal.
O site do Incra informa quantas comunidades existem em cada es-
tado, o município onde se localizam e quantas famílias vivem lá.
Atividades finais
5. (Fatec) Letra D.
Os quilombos foram a maior expressão da resistência aberta dos
negros africanos ao sistema escravista, sendo o Quilombo dos Pal-
mares o maior e mais famoso deles. TERRITÓRIO E
6. (UFT) Letra C.
Há comunidades quilombolas em todo o território nacional, não ape-
nas nas Regiões Norte e Nordeste; por isso, a alternativa III está errada.
7. (UFPE) Letra A.
As disputas entre missionários religiosos e colonos com relação à
escravidão indígena foi um dos motivos pelo qual se optou pela
importação de sujeitos escravizados da África e pela inclusão do
Brasil no mercado negreiro. APTAS A PARTICIPAR DAS
8. (Enem) Letra A.
Os povos indígenas tinham uma visão diferente da dos europeus
em relação à utilização do pau-brasil. Estes buscavam seu uso
comercial.
A implementação do sistema de cultivo da cana-de-açúcar foi o
que promoveu o povoamento da colônia portuguesa no Brasil e
motivou a instalação de uma estrutura político-administrativa,
com base no Governo-Geral e nas Câmaras Municipais.
10. Principalmente relações de troca. Os europeus entregavam
materiais e ferramentas desconhecidas dos indígenas em troca
de trabalho na extração e no transporte do pau-brasil, processo
denominado escambo.
11. Os colonos e os missionários jesuítas divergiam quanto à escravi-
zação dos indígenas, de modo que as necessidades de mão de obra
farta para a lavoura da cana-de-açúcar fez com que se optasse pelo
africano escravizado, inclusive porque esse comércio de escraviza-
dos era lucrativo e já era realizado por Portugal.
12. Não. Apesar de não serem escravizados, nos aldeamentos, os indí-
genas sofriam a imposição cultural dos jesuítas, contribuindo para
a desagregação de seus valores culturais e a inclusão na ordem da
sociedade colonial.
13. Não. A relação entre os diferentes povos constituintes da sociedade
colonial era violenta. O apresamento e a escravização dos indígenas,
além das guerras empreendidas contra eles, contribuíram para
a redução de sua população. Além disso, os negros escravizados
eram submetidos a péssimas condições de vida e de trabalho, tendo
expectativas de vida abaixo da média.
14. As pessoas negras na cena são representadas como um amontoado
quase desumano. Elas não têm rosto nem roupas, quase não sendo
possível distinguir uma da outra. Isso é sintomático da forma como o
escravizado era entendido naquele período, como uma mercadoria
apenas.
15. Não. O comércio de africanos escravizados trouxe para a América
pessoas de diversos grupos da África, que carregaram consigo suas
diferenças étnicas e culturais.
Relembrando
ERAM RESPONSÁVEIS PELA
EDUCAÇÃO NA COLÔNIA
MAIOR E MAIS CONHECIDO PORTUGUESA, COMANDANDO
EXEMPLO DA RESISTÊNCIA AS ESCOLAS:
À ESCRAVIDÃO AFRICANA NO
BRASIL: 1. 3.
POPULAÇÃO DO BRASIL:
SÉCULOS XVI E XVII
TÍTULO PELO QUAL ERAM
CHAMADAS AS PESSOAS RESULTADO DA MISTURA
DE POVOS DE DIFERENTES
CÂMARAS MUNICIPAIS: ETNIAS: 4.
2.
1. Quilombo dos Palmares; 2. homens-bons; 3. jesuítas; 4. miscigenação.

17
HISTÓRIA
7º Ano
Capítulo
23 Território e população do Brasil:
séculos XVIII e XIX
Resumo
Neste capítulo, analisaremos as dinâmicas da população brasileira nos
contextos de mudança dos séculos XVIII e XIX. Enfatizaremos as ques-
tões de redistribuição territorial dos diferentes povos que constituíam a
sociedade colonial e imperial, em especial no momento das migrações.
Além disso, conheceremos a situação social e jurídica dos escravizados
após uma série de políticas do Império brasileiro.
Objetivos de aprendizagem
• Compreender que as escravidões e o processo de colonização, com suas
práticas diversas, e as políticas adotadas pelo Império contribuíram
para a apropriação do território brasileiro por diferentes povos;
• conhecer o contexto de disputas pelo fim da escravidão, com suas leis,
movimentos políticos e jornais;
• valorizar os diferentes matizes étnico-raciais que compuseram a
sociedade colonial e formaram a sociedade brasileira atual.
Princípio
Valorizar a existência de múltiplas realidades culturais, étnicas, ideoló-
gicas e religiosas como ferramenta para o convívio social, respeitando os
direitos humanos, e para a construção de saberes e identidades.
Habilidade BNCC
(EF07HI12) Identificar a distribuição territorial da população brasileira
em diferentes épocas, considerando a diversidade étnico-racial e étnico-
-cultural (indígena, africana, europeia e asiática).
Habilidade específica
Identificar a distribuição territorial da população brasileira nos
séculos  XVIII e XIX, considerando a diversidade étnico-racial e
étnico-cultural (indígena, africana, europeia e asiática).
Conteúdo
Relação entre os povos durante a colonização brasileira; escravidão indí-
gena e africana; política de branqueamento; políticas liberais durante o
Império brasileiro; imigração de outros povos: europeus e asiáticos.
O aluno aprendeu satisfatoriamente se...
• identifica corretamente a distribuição territorial para as populações
indígenas e africanas no Brasil colonial e imperial, tendo como ênfase
a crítica à relação estabelecida pelos colonizadores com os povos
originários e africanos e o tratamento diferenciado dado aos
povos europeus e asiáticos que imigraram para o Brasil durante o
século XIX.
O aluno excedeu as expectativas se...
• critica a configuração territorial da Colônia e do Império brasileiro
e a distribuição de terras na atualidade, tendo como base o histórico
de marginalização de alguns povos em prol dos colonizadores,
18
desenvolvendo, assim, senso de respeito aos direitos humanos e de
autodeterminação identitária, uma vez que identifica, também, o
tratamento diferenciado dado a outros povos (europeus e asiáticos).
Referências
• BEIGUELMAN, P. A crise do escravismo e a grande imigração.
São Paulo: Brasiliense, 1991.
• SCHWARCZ, L. M. O espetáculo das raças: cientistas, instituições
e questão racial no Brasil – 1870-1930. São Paulo: Companhia das
Letras, 1993.
Guia do professor
Abertura
Explore a imagem de abertura e o conteúdo de sua legenda. Espera-se
que a turma perceba que o governo brasileiro empenhou-se em promover
políticas de branqueamento, sendo a imigração europeia um dos principais
meios para isso.
1. A sociedade brasileira nos séculos XVIII e XIX
Associe o conteúdo do texto aos temas trabalhados nos capítulos
anteriores para que os alunos identifiquem permanências, singularida-
des e transformações. Neste momento, o mais importante é que a turma
compreenda a complexidade do desenvolvimento econômico e social nas
diversas regiões coloniais brasileiras e não fique com a impressão de que
se pode generalizar afirmações para toda a colônia. Trabalhe com eles,
sobretudo, as singularidades do trabalho dos vaqueiros e suas repercus-
sões na cultura nacional. Valorize também as experiências de seus alunos
que, a depender da localidade em que se encontram, devem ter mais ou
menos contato com a cultura dos vaqueiros.
Dê continuidade à leitura do texto com a turma, enfatizando as
várias formas de produção de conhecimento durante a Colônia e as dife-
renças de oportunidades entre os filhos da elite econômica e social e o
restante da população. Aborde essas questões para que a turma reflita
acerca das formas de acesso à educação, seja ela formal ou não. Pensar
sobre isso é relevante para o reconhecimento da diversidade formativa
nos dias atuais, contribuindo para a desconstrução de eventuais pre-
conceitos que os alunos possam ter. Além disso, valorize as produções
culturais típicas do Período Colonial, como a literatura de cordel, e a
importância delas para a compreensão desse contexto.
Atividades
1. Não. Eram poucos os habitantes do Brasil colonial que tinham
acesso à educação formal, sendo esta restrita a grupos mais abas-
tados de famílias poderosas. Esse acesso se configurava em uma
desigualdade social presente no Brasil colonial.
2. Valorizar as diferentes formas de produção cultural permite que
evitemos o preconceito de pensar que apenas o conhecimento ad-
quirido por meio da educação formal em universidades europeias
constituiu e formou pessoas.
1.2 As dinâmicas sociais
Leia com os alunos os textos referentes às escravidões indígena e
africana, levantando sempre a discussão sobre a participação de indígenas

e africanos na captura de seus semelhantes, seja por meio das missões dos
bandeirantes, seja por meio da atuação como capitães do mato. A turma
deve pensar sobre essas questões de maneira mais complexa do que sim-
plesmente uma “concordância” entre esses povos e sobre as condições que
ajudaram a infligir a seus semelhantes. Você pode estabelecer esse debate
por meio da análise das imagens presentes neste tópico. A partir disso, é
possível refletir com a turma sobre a complexidade das relações sociais
da colônia brasileira, a qual, muitas vezes, forçou esses povos a agir como
carrascos dos seus.
Analise as chances de liberdade para os povos negros escravizados.
Nesse sentido, a análise da imagem de Debret mostrando o comércio
como forma de ganhar dinheiro para a compra da alforria é muito impor-
tante. Porém, é necessário sinalizar aos alunos que essa não era uma
realidade comum a todos os escravizados do Brasil. Enfatize também a
discussão sobre as leis e as ideias abolicionistas, de modo que a turma
perceba a complexidade de pensamento disponível no período.
Atividades
3. Os jagunços tinham a função de manter em ordem os vaqueiros, os
indígenas e os africanos que trabalhavam para os fazendeiros. Eles
empregavam, muitas vezes, a violência para garantir isso, já que a
aplicação da lei variava nessas regiões mais afastadas do litoral.
4. Não, porque a escravidão indígena esteve muito mais ligada às ne-
cessidades e particularidades das capitanias do que à presença de
escravizados africanos. Houve casos em que negros escravizados e
indígenas trabalharam nas mesmas áreas.
1.3 O projeto de branqueamento
Dê continuidade à leitura do tópico anterior com a turma, enfati-
zando as discussões e a quantidade de povos escravizados que chegaram
ao Brasil no século XIX. A partir disso, relacione essa problemática ao
interesse do Estado brasileiro em branquear a população. Nesse aspecto,
a análise da imagem presente neste tópico é fundamental para que os
alunos compreendam de que maneira as políticas de branqueamento
foram representadas. Não deixe de relacionar o conteúdo dessas políticas
ao contexto geral da discussão sobre raça e escravidão na Europa e nas
Américas. Se necessário, retome os conteúdos trabalhados anteriormente,
principalmente aqueles associados à independência do Haiti. Assim, é
possível debater com a turma os receios dos grupos escravocratas de que
uma revolta semelhante ocorresse no Brasil.
Atividade
5. (Enem) Letra E.
A imagem trata da valorização das políticas de branqueamento da
população brasileira.
1.4 As políticas liberais
Discuta sobre as diferentes maneiras de representar o indígena e o
africano na construção da história nacional. A turma deve perceber que
a história é fruto de escolhas e de esquecimentos, de modo que, ao longo
dos séculos, as populações indígena e africana foram deixadas de lado em
suas demandas, sendo caracterizadas muito mais pelos colonizadores e
seus descendentes do que por eles mesmos. Associe essas ideias à discus-
são sobre o liberalismo e sua expressão tipicamente brasileira.
1.5 As imigrações europeia e asiática
Debata com a turma as implicações das teorias raciais, do aboli-
cionismo e das políticas de branqueamento. Os alunos devem perceber
que se tratou, inicialmente, de um empenho para suprimir a presença
de ex-escravizados como trabalhadores assalariados, uma vez que os
HISTÓRIA
7º Ano
próprios trabalhadores imigrantes exerciam suas Atividade em condições
bastante adversas.
Finalize as discussões sobre este capítulo apresentando como as
culturas e as tradições dos povos que imigraram para o Brasil modifi-
caram as regiões em que se estabeleceram. Caso algum aluno da turma
seja de uma dessas regiões, ou, até mesmo, toda ela esteja ligada a essa
realidade, aproveite suas experiências para relacionar o conteúdo dis-
cutido às questões cotidianas de suas vivências.
Superdesafio
a. Resposta pessoal.
Espera-se que o aluno relacione o conteúdo da documentação se-
lecionada ao contexto histórico que ela representa, indicando data,
autor (se possível) e o significado disso para o período.
b. Resposta pessoal.
Espera-se que o aluno identifique os significados da colonização na
documentação selecionada. Por exemplo, caso escolha um mapa,
espera-se que identifique se os indígenas são representados como
mão de obra escravizada, selvagens ou preguiçosos.
c. Resposta pessoal.
Espera-se que o aluno consiga pensar em formas alternativas de
representar o período selecionado, expressando seu conhecimento
de modo autônomo.
Atividades finais
6. (Enem) Letra C.
No contexto do qual trata a citação, o governo passou a subsidiar a
imigração, já que os fazendeiros reclamavam dos altos custos para
trazer mais mão de obra.
7. (Unipam) Letra A.
Após a Lei Áurea, a população negra não recebeu amparo do Estado
brasileiro.
8. Letra B.
Os imigrantes passaram a ocupar os postos de trabalho que, an-
teriormente, eram ocupados pelos negros escravizados, exercen-
do atividades braçais tidas como indignas por parte da população
brasileira.
9. Letra D.
No processo de construção do ideal que representaria a nação bra-
sileira, a população negra foi deixada de lado. Foram contempla-
dos como grupos formadores da identidade nacional os europeus
e os indígenas; estes, no entanto, foram incluídos de forma roman-
tizada.
10. Pode-se citar a Lei do Ventre Livre, que tornava livres todos os
filhos nascidos de escravizadas a partir da data de sua publicação,
e a Lei dos Sexagenários, que tornava livres os escravizados acima
de 60 anos.
11. Era possível por meio da compra de alforrias e mediante o acúmu-
lo do excedente de seus trabalhos, mas esses casos eram exceção.
12. As lutas de resistência dos escravizados, somadas às lutas abolicio-
nistas de intelectuais negros e brancos, pressionaram a sociedade
brasileira a pensar de outra forma sobre a escravidão.
13. As políticas de branqueamento foram fomentadas pelo governo
imperial brasileiro no intuito de promover o branqueamento da
população, baseadas em teorias racistas que consideravam os bran-
cos superiores aos negros.
14. Os ideais raciais e a valorização das etnias europeias foram funda-
mentais para a criação da história brasileira durante o Império, já
que os intelectuais conseguiram justificar a sua leitura do passado
nacional elogiosa em relação aos europeus.
19
HISTÓRIA
7º Ano

15. Porque assim o governo objetivava branquear a população, evitando Anotações

que se continuasse com a maior parte da população sendo negra.
16. Não, principalmente porque o governo brasileiro tinha o interesse
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de que o maior número possível de imigrantes viesse e, por isso,
financiou suas viagens. Para os negros recém-libertos, não houve
nenhuma política de inserção na sociedade. ______________________________________________________________________

Relembrando
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AMÉRICA PORTUGUESA
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NOS SÉCULOS XVIII E XIX

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MANIFESTAÇÃO CULTURAL FIGURAS RESPONSÁVEIS

POR MANTER A ORDEM
PRODUZIDA NO BRASIL
ESTABELECIDA POR
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COLONIAL QUE ERA CANTADA
/Wikimedia

E VENDIDA EM FEIRAS: FAZENDEIROS E DONOS

DE ESCRAVIZADOS:
©Domínio público

1. 3. ______________________________________________________________________

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FILOSOFIA QUE POLÍTICA EXECUTADA
FUNDAMENTOU GRANDE PELO GOVERNO IMPERIAL
PARTE DAS MEDIDAS PARA RESOLVER O PROBLEMA
POLÍTICAS DO PERÍODO DE MÃO DE OBRA E PROMOVER ______________________________________________________________________
IMPERIAL BRASILEIRO: O BRANQUEAMENTO DA POPULAÇÃO:
2. 4.
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1. literatura de cordel; 2. liberal; 3. jagunço e capitão do mato;

4. imigração. ______________________________________________________________________

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