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Ebook A Arte de Esinar
Ebook A Arte de Esinar
ISBN: 978-85-94164-00-1
EDITORA MANÁ
Porto Alegre, RS
INTRODUÇÃO
Boa leitura!
O PAPEL DO PROFESSOR/PREGADOR
Organizar a aula
É preciso ter em mente o passo a passo da aula e assim, seguir uma sequência
lógica. Colocar no papel a ordem do encontro pode ajudar com a organização. Muitas
pessoas não conseguem se fazer entender por não apresentar coerência nas ações da
reunião. Começam pelo fim, pelo meio e por vezes acabam a aula no tópico que
deveriam ter começado. Separe tempo para meditar na aula e organizar as ideias.
Segue abaixo uma sugestão para organizar o encontro:
1. Oração;
2. Boas vindas (quebra-gelo);
3. Apresentação dos principais momentos da reunião;
4. Introdução do assunto;
5. Desenvolvimento da aula (tópico 1, tópico 2, tópico 3);
6. Conclusão;
7. Apelo;
8. Oração baseada no apelo;
9. Oração de intercessão ou testemunho;
10.Oração de despedida.
Organizar o ambiente
Às vezes, a estrutura da igreja não dá descanso para o professor. A falta de
salas de aula faz com que um ambiente de ensino precise ser arrumado a cada estudo.
Mesmo assim, é preciso organizar o ambiente, arrumar bancos e até mesmo limpar a
igreja (caso o dia de estudo não coincida com a data de limpeza da igreja). Cabe ao
professor preparar toda estrutura local, com 30 minutos de antecedência (sugestão), já
que as pessoas costumam chegar antes e não podem encontrar o local desorganizado.
É importante arrumar os bancos em círculo, a fim de criar um ambiente aconchegante
e propício para o ensino.
Estar a postos
O professor tem que ser o primeiro a chegar e o último a sair. Espera-se que
esteja na porta recepcionando os alunos. Não é aceitável que o professor chegue junto
com os alunos, nem tampouco depois. É preciso estar a postos 30 minutos antes
(sugestão), a fim de atender, cumprimentar e interagir com os que vão chegando. Pode
acontecer de alguém querer tirar alguma dúvida antes do estudo, por isso, o professor
deve estar pronto para atender suas “ovelhas”.
Ter ética
Nunca chame a atenção de um aluno na frente dos outros, não o cobre nem
faça observações negativas perante o grupo. NÃO É ÉTICO, NÃO É HUMANO e É
TOTALMENTE PREJUDICIAL ao desenvolvimento da pessoa. Nunca corrija um aluno
diante dos demais, para isso existe o momento do aconselhamento (sugestão de
trabalho que visa atendimento individual fora do horário dos estudos). Seja profissional
no que faz, se tiver que corrigir ou chamar a atenção, faça de forma reservada. Caso
exista uma situação de indisciplina, como aluno mexendo no celular ou conversando,
seja discreto ao solicitar a atenção dele. Quanto ao uso de aparelhos eletrônicos
durante a aula, faça as combinações antes de começar o estudo. E tenha muita cautela
se essa pessoa estiver visitando pela primeira vez, afinal, não deve conhecer as regras
da casa.
Ter paciência
A paciência é uma virtude que deve fazer parte do repertório de todo aquele que
deseja ensinar. É preciso conhecer e respeitar a individualidade de cada pessoa e para
isso, existe a sondagem (será explicada com mais detalhes adiante), através dela o
professor aprende a conhecer seu aluno. Cada pessoa tem seu tempo para aprender,
logo, por vezes será preciso retomar o assunto e explicar de uma forma mais simples.
Quando isso acontecer, não demonstre impaciência. Se o aluno perceber que a
pergunta causou desconforto ao professor, se sentirá inibido e na próxima vez não irá
questionar. A proposta dos estudos é criar um ambiente onde as dúvidas sejam
sanadas, já que isso não é comum em culto público. Então, permita que sua sala de
aula seja um espaço que promova o conhecimento e não um palanque de discursos
prontos e inquestionáveis.
Administrar o tempo
Administrar o tempo exige competência, já que nem sempre é fácil. Não se pode
gastar tempo demais em um único tópico, é preciso dar conta de todos. Ao preparar a
aula, concentre-se nos tópicos do tema, reservando um espaço maior para os que
forem mais complexos e importantes. Não perca tempo lendo a lição ou uma grande
quantidade de versículos, isso os alunos devem fazer em casa. Ficar lendo o texto da
lição na aula, só demonstra que o professor não se preparou.
Corrigir os exercícios
Não adianta pedir que os alunos estudem a lição e que façam os exercícios se
isso não for validado pelo professor. É preciso corrigir o questionário sempre. Se o
aluno fizer a atividade e o professor nem ao menos olhar ou dar um visto, invalida a
ação do aluno. Lembre-se que as pessoas precisam de feedback constante. Corrija, dê
um “ok”, dê parabéns, coloque um símbolo que represente contentamento com o
resultado da atividade. Não importa a idade do aluno, um retorno positivo é bem-
vindo em qualquer faixa etária.
Observar o grupo
Este item é aplicável tanto em uma aula quanto pregação. Professores e
pregadores devem ser bons observadores e adequar suas falas à realidade de seu
auditório. Informações como idade, escolaridade, profissão e posição na igreja são
fundamentais para obter êxito na aula ou pregação. É essencial conhecer o repertório
dos ouvintes (experiências de vida, nível espiritual, grau de participação na igreja,
preferências, gostos, entre outros). Tais informações são relevantes, pois elas irão
indicar a metodologia que deve ser utilizada, a dinâmica, a linguagem do
professor/pregador e até mesmo os exemplos que devem ser dados durante o
estudo/pregação.
Por exemplo, pessoas que pararam de estudar a algum tempo terão mais
dificuldade em interpretar textos, demorarão mais para encontrar uma página no livro
e serão mais lentos em copiar uma questão do quadro ou responder a uma pergunta.
Tais ações pertencem a um ambiente escolar, logo, quem está longe da escola não
terá o mesmo ritmo dos demais. Assim, nas primeiras atividades que propuser, fique
atento ao tempo de duração de cada atividade para ajustar o planejamento das aulas
seguintes. O mesmo se aplica a pregação, se o público é composto por pessoas que
estão longe da escola ou que apresenta baixo nível de escolaridade, é bem possível
que tenham mais dificuldade em acompanhar o eixo principal da pregação. Portanto,
não exagere nos exemplos. Limite-se a desenvolver bem o assunto que se propôs a
pregar.
Sondar
Em relação ao professor, para fazer o levantamento das informações acima, é
importante, antes de tudo, realizar uma sondagem para conhecer o grupo. Elabore um
questionário com informações pessoais de cada integrante e guarde para si. Quem
não costuma fazer sondagem tem a tendência a sair frustrado da aula, afinal para
haver comunicação entre professor e aluno é necessário falar alinhado à realidade
deles. Da mesma forma, conheça o público antes de montar uma pregação, já que
sua fala precisa ser compatível à compreensão dos ouvintes. Pergunte ao pastor local
o perfil da igreja que vai ministrar, informe-se antes de preparar a mensagem. Nessas
horas, é importante o pregador ajudar o Espírito Santo, isso mesmo, ajudar, uma vez
que se o pregador utilizar uma linguagem acessível e uma linha de pensamento
simples, o Espírito Santo conseguirá fazer o seu trabalho. Afinal, não é atribuição do
Espírito Santo servir de dicionário, nem de tradutor na hora do culto. Sua obra é
convencer o homem sobre a Palavra de Deus por intermédio da fala do
pregador/professor, para isso, ela precisa ser clara e objetiva. Segue algumas
orientações para o momento da sondagem e preparação da aula/pregação.
• Tenha em mente o tema da aula/pregação;
• Entenda qual a finalidade desse ensino/pregação;
• Observe a quem se destina (idade, sexo, escolaridade, tempo de
conversão, engajamento na igreja);
• O que os ouvintes sabem sobre o assunto?
• Por que eles estão ali? Como chegaram ao grupo/igreja?
• Onde se posicionar? Certifique-se de que todos conseguirão te ouvir e
ver;
• O que eles precisam aprender com essa aula/pregação?
• Que necessidade específica precisa tratar?
• O que eles esperam aprender contigo?
• Quanto tempo durará a aula/pregação?
• Quais recursos você pode contar?
Escolher os recursos
Às vezes, o professor/pregador não tem recursos multimídias a sua disposição,
mas se orar, terá criatividade para ilustrar suas aulas/pregações. O que conta nem
sempre é o recurso, é a criatividade. Se houver um computador, data show ou televisão
aproveite e ilustre com vídeos, trechos de filmes, imagens, fotos, músicas, slides, entre
outros. Mas não caia no erro de basear toda aula/pregação em slides por exemplo.
Há professores/pregadores que apenas leem e isso entedia os alunos. No tocante a
aula, o quadro também pode ser aliado para fazer esquemas, gráficos, ilustrações e
até mesmo expor os passos do encontro no quadro.
Para cativar a atenção das pessoas, algumas medidas são necessárias. É preciso
estar atento, pois o descuido de alguns tópicos que serão apresentados neste capítulo
pode comprometer todo aproveitamento da aula/pregação. A falta de preparo pode
criar uma barreira mesmo que inconsciente entre você e seu público alvo. O
professor/pregador é o mediador entre o conhecimento e o ouvinte, sendo assim é o
maior agente de transformação que existe na hora da aula/pregação. Seguem abaixo
algumas orientações que podem ser aplicadas tanto em uma aula quanto em uma
pregação.
1. Respeite seus ouvintes, seja pontual;
2. Cumprimente a todos com um sorriso (a pessoa se sente importante e não
apenas um número no local);
3. Não passe a imagem de superioridade, mas também não projete a imagem de
camarada ou coitadinho;
4. Se precisar, brinque com exemplos próprios, mas sem se expor. Isso gera um
clima de aproximação;
5. Empregue exemplos que sejam familiares ao assunto abordado e à experiência
de seus ouvintes. Porém, evite ficar contando exemplos o tempo todo, as pessoas
não gostam de ficar ouvindo histórias de terceiros ou sua biografia pessoal;
6. Observe os sinais que as pessoas emitem, o corpo fala, veja se não estão
entediadas;
7. Use suas anotações, mas não fique lendo ou olhando o tempo todo para o
papel;
8. Não leia por muito tempo, evite ler (para muitas pessoas o cérebro retém pouca
informação auditiva);
9. Gesticule quando necessário, os gestos podem contribuir na hora de ilustrar a
informação;
10.Não fique retomando o tempo todo o que está escrito no manual, parte-se do
princípio que você enquanto professor já domina o assunto e que o aluno já leu
o material em casa. Ficar lendo versículos e/ou o texto do Manual é “matação”
de aula;
11.Durante a pregação, não leia textos longos demais, nem cite textos bíblicos o
tempo todo. A pregação não é maratona bíblica. É possível citá-la sem
necessariamente, parar para ler ou citar versículos completos. Isso entedia o
público;
12.No estudo, utilize linguagem clara, frases curtas, coerentes, com ritmo natural
(NÃO É PREGAÇÃO);
13.Na pregação, utilize linguagem clara, frases curtas, coerentes, com ritmo
natural, podendo em alguns momentos salientar o tom de voz. O ritmo deve ser
alternado, nem tão parado, nem tão rápido, nem tão baixo, nem tão alto. Cuide
a monotonia na voz;
14.Organize seus exemplos, organize antes da aula/pregação;
15.Quando falar, nunca olhe apenas para uma pessoa ou um canto do local. Olhe
nos olhos de todos (muitas vezes o professor/pregador peca ao se reportar a
apenas um canto da sala/igreja, agindo assim é como se ignorasse o resto);
16.Faça contato visual, isso aproxima as pessoas;
17.Fazer as pessoas rirem também ajuda a quebrar o gelo. Mas cuide os excessos.
Corpo e postura
O corpo fala mais que as palavras, portanto, cuide sua postura e procure notar
a linguagem corporal de seu público. As pessoas irão decidir se irão gostar de você ou
não. Evite uma postura rompante, mas evite também a de coitadinho (a). Quem é
humilde não demonstra pelo olhar baixo ou semblante caído. Isso NÃO DÁ
SEGURANÇA aos ouvintes. Ninguém vai dar crédito a uma pessoa que chega de
cabeça baixa e fica se justificando dizendo que não é ninguém e que não sabe nem o
que está fazendo ali. EVITE JUSTIFICATIVAS FALSAS, se a liderança da igreja te nomeou
é porque Deus sabe que você é capaz. Se começar a aula/pregação pedindo
desculpas, não vai terminar bem.
Há ainda outro extremo, há aqueles que se acham donos do saber. O
professor/pregador é mediador do conhecimento, não o detentor de todo o
conhecimento. Pode acontecer que em algum momento da aula você não saiba
responder a uma pergunta, por isso, assuma uma postura confiante e não arrogante.
Diga que vai pesquisar para dar a resposta depois, mas não afirme o que não sabe,
não explique o que não entende.
Uso de cores
Conforme o efeito que se pretende criar, é a cor da roupa a ser utilizada, já que
tudo que envolve o palestrante acaba mexendo com o inconsciente das pessoas. É
preciso cuidar as cores que melhor favorecem ao pregador/professor, tudo para evitar
que a cor da roupa chame mais atenção que a própria mensagem. Além disso, estudos
apontam que conforme a cor utilizada é o efeito que gera nos ouvintes. Segue a relação
das cores e seus respectivos sentidos que são gerados.
Azul
É uma cor fria, extensa e está relacionada à ideia de seriedade, limpeza,
intelectualidade, tecnologia, fluidez, gentileza e harmonia. Quando o palestrante quer
passar ideia de lógica, paciência e seriedade deve utilizar o azul.
Os tons mais escuros como marinho ou royal, comunicam profundidade,
conservadorismo, sabedoria, poder e riqueza. Os tons mais claros como azul bebê
cria o efeito de limpeza, frescor, delicadeza e suavidade. Os tons abertos, como
turquesa, são alegres e divertidos, inspirando comunicação e criatividade. Conforme a
impressão que queira passar é o tom do azul a ser escolhido. Geralmente, ao falar
para um público mais conservador utiliza-se o azul marinho. A título de exemplo,
quando uma propaganda de banco tiver como pano de fundo o tom azul é porque
estão querendo que as pessoas invistam dinheiro em suas contas ou fundos. Já que o
azul representa seriedade e poder. Dessa forma, se a ideia é passar segurança e
estabilidade, utiliza-se o azul.
Amarelo
É uma cor quente, intensa e ligada a criatividade. Está relacionada a sentimentos
de alegria, felicidade, inteligência, imaginação. Desperta o otimismo, cooperação e
ação por parte dos interlocutores. Transmite também a sensação de riqueza,
prosperidade e poder.
A cor funciona como estimulante da atividade cerebral, por isso, é adequado
utilizar quando se pretende despertar o apoio dos ouvintes em determinada situação.
A cor passa o ar de autoconfiança para o público. É comum utilizá-la quando se
pretende que a pessoa invista ou acredite em seu projeto ou pregação. Aconselha-se
utilizar quando se tem algo difícil a ser comunicado e se pretende gerar adesão por
parte das pessoas.
No entanto, é preciso tomar cuidado, pois o amarelo não transmite segurança,
já que passa também a ideia de volatilidade (mudança de estado). Para amenizar o
efeito, pode-se utilizar com cinza.
Vermelho
É uma cor quente, intensa e desperta aproximação e extroversão. Traz a ideia
de movimento, conquista, coragem e calor. Mas pode também estar associado ao
perigo, violência e ira. Por isso, cuidado ao associá-lo com cinza, preto e roxo para
não pesar demais sua aparência.
A cor vermelha cria o efeito de emoção, podendo assim, ser utilizada quando
se pretende motivar as pessoas a aderir a determinado propósito. A cor demonstra
dinamismo, liderança e proatividade. O vermelho ainda transmite elegância e requinte,
principalmente se o tom puxar para o bordô. A título de exemplo, quando um gerente
de banco visa convencer seu cliente a fazer um empréstimo, costuma utilizar a gravata
vermelha para despertar a emoção (a emoção gera o impulso). Da mesma forma
quando um palestrante experiente quer gerar adesão em algum projeto, utiliza-se
algum tom vermelho em sua roupa.
Verde
É uma cor fria e extensa. Passa a ideia de crescimento, juventude, esperança e
renovação. O verde tende a relaxar o sistema nervoso dos ouvintes, por isso é
importante utilizar a cor quando se enfrenta situações de tensão e nervosismo. Caso se
queira criar o efeito de equilíbrio, segurança e confiança, aconselha-se utilizar o verde.
O verde limão passa a ideia de energia e disposição, o verde claro de calma e
serenidade e o verde escuro de força física ou moral, robustez, potência. Mas cuidado
ao utilizar o verde claro em vigílias, a cor pode gerar sono nos ouvintes.
Laranja
Cor quente e intensa. Cria o efeito de movimento, força, euforia e
contentamento. Provoca sentimentos de alegria, humor, prazer, espontaneidade.
Perfeita para ambiente de trabalho e reuniões, pois passa a imagem de uma pessoa
objetiva e determinada. A cor comunica prosperidade e sucesso, já que cria o efeito de
uma pessoa bem-sucedida e, portanto, confiável. Além disso, passa o ar de alguém
cordial e amigável, ótima para ser usada durante um primeiro contato com o grupo de
estudo. Os tons adamascados, como salmão e coral são mais refinados, passam o ar
de requinte e riqueza. Mas dependendo do tempo da atividade a ser feita, é preciso
cuidar o uso do laranja, já que desperta o apetite nos interlocutores. Então, evite utilizar
laranja se for falar em alguma reunião de jejum de sua igreja.
Roxo
Cor que indica mistério, dignidade, sabedoria, sinceridade, respeito, nobreza e
extravagância. Pode comunicar realeza, misticismo e poder espiritual. Mas pode
facilmente ser associado à melancolia e ao fúnebre. Por isso, é importante cuidar com
as combinações. O roxo também comunica criatividade e meditação. É preciso cuidar
ao utilizar o roxo em ambientes de trabalho ou reuniões com equipes na igreja, pois
tem associação com o ego e a exposição excessiva da cor pode gerar mau humor nos
interlocutores.
Rosa
É uma cor variante do vermelho. Remete a sensação de carinho, delicadeza e
amor. É uma cor muito feminina e delicada. Usa-se rosa quando se pretende mostrar
doçura, compaixão e delicadeza. Cria-se o efeito de empatia e boa intenção. Ótima
cor para ser utilizada em ações sociais ou durante o aconselhamento de algum
integrante do grupo. A cor comunica certa inocência, por isso não deve ser utilizada
quando se pretende passar a ideia de uma pessoa mais madura. Por exemplo, caso
for se dirigir a um público mais velho que você, evite a rosa. Mas ao se reportar a um
público feminino, a cor rosa é bem-vinda.
Marrom
A cor transmite estabilidade, simplicidade, tranquilidade e produtividade. Sugere
trabalho pesado, praticidade, credibilidade e intimidade. O marrom e suas variantes
(bege e caramelo) transmitem disciplina e humildade. Criam também a imagem de
uma pessoa constante, responsável, obediente às regras e estável. Sugere ainda,
segurança e solidez. Ótima para ser utiliza em reuniões em que seus interlocutores
sejam mais velhos que você. Mas é preciso cuidar com o excesso do uso do marrom,
já que pode criar o ar de uma pessoa melancólica.
Cinza
Cor fria, expressa neutralidade. Cria o efeito de modernidade, tecnologia,
novidade e inovação. Evoca a ideia de estabilidade, equilíbrio e sucesso. No entanto,
o uso em excesso pode gerar efeito de indecisão, desânimo, falta de vitalidade e frieza.
Por ser uma cor neutra, não interfere muito em outras combinações. Pode ser
utilizada com todos os outros tons para a construção de um look, principalmente
quando se pretende passar a ideia de neutralidade frente a uma questão. Além disso,
comunica conservadorismo, ótima cor a ser utilizada quando se está diante de um
público com faixa etária diferente do seu, no caso, de pessoas mais velhas. A cor ainda
transmite um ar de sabedoria e profissionalismo. Podendo ser combinada com outras
cores e assim criar outros efeitos de sentido.
Branco
A cor revela organização e estabilidade. Traz a ideia de paz, pureza, modéstia,
calma, inocência, harmonia e limpeza. Cria o efeito de fé, de uma pessoa confiável e
verdadeira. Revela também perfeccionismo e dignidade. Ótima para criar a impressão
de boa pessoa e despertar a confiança de quem ouve. Pode ser utilizada quando se
pretende passar a ideia de uma pessoa organizada. Favorável assim, durante reuniões
administrativas com os grupos ou quando sua pregação trata sobre o tema, mesmo
que indiretamente.
Preto
A cor pode ter tantas associações positivas quanto negativas. Pode indicar
pessimismo, luto e tristeza como também luxo, seriedade e liderança. O preto comunica
elegância, classe e poder. Uma pessoa que utiliza preto durante uma aula ou
pregação, comunica que é líder, que tem autoridade para falar aquilo que está
comunicando. Algo que pode gerar credibilidade se combinado com outra cor
adequada. Já que o preto cria a imagem de respeito e tradição. É preciso estar atento
e não utilizar o look total em preto, já que comunica agressividade e angústia, pesando
os olhos de quem vê. Caso queira comunicar autoridade e propriedade naquilo que
está falando, aconselha-se a utilizar a cor preta.
Voz
Na maior parte do tempo, a voz será sua única aliada durante as
aulas/pregações. Então, mantenha-a hidratada com água. Fale sempre num tom
médio, nunca baixo e nem alto demais. Fale num ritmo normal, nem muito rápido e
nem muito devagar. A maioria das pessoas não tem paciência com quem fala devagar.
Mas também quem fala muito rápido atrapalha o raciocínio das pessoas, já que não
dá tempo para elas pensarem no que foi dito. No caso dos estudos, não fale como se
estivesse pregando. A aula não é uma pregação, é um ensino. Ninguém precisa de
ritmo acalorado na voz durante um estudo. As pessoas estão ali para aprender e não
para se emocionar. É possível utilizar ritmos alternados na voz para não entediar os
ouvintes, mas não crie um ambiente de culto público, porque se criar, ninguém
perguntará nada e assim a pessoa voltará para casa cheia de dúvida.
Referente à pregação, é importante cuidar da voz, principalmente se está
fazendo uso do microfone. Há pessoas que deixam de prestar atenção no pregador
por conta do incômodo com a altura do som. Mantenha uma distância segura do
microfone para não ferir a audição dos ouvintes. No tocante ao ritmo de voz, é preciso
alternar para não cansar o público. Há quem pregue com emoção em frases simples
como: “Estava Jesus entrando na cidadeeeee, passando pelo portãooooo...”. Não há
sentido levantar e dar destaque na voz em uma frase que não diz nada, que é apenas
informativa. Dessa forma, as pessoas nunca saberão a hora de prestar mais atenção
na fala do orador. O tom de voz serve como marcador do discurso, para destacar esse
ou aquele trecho. Assim, se o pregador alterar a voz em frases comuns e sem
propósito, passará despercebido quando quiser de fato chamar a atenção, uma vez
que banalizou o efeito da voz.
Cuide do tom e do ritmo da voz, não “queime munição antes do tempo”. Seja
sábio, não é sendo sensacionalista que a pessoa vai acreditar no que se está pregando.
Quem convence é o Espírito Santo. Seja apenas uma ferramenta nas mãos dEle e não
atrapalhe seu agir.
Linguagem
A linguagem é tão importante quanto o tom e o ritmo da voz. É através dela que
a comunicação irá acontecer. Caso se empregue um linguajar fora dos padrões dos
ouvintes, o mínimo que se vai conseguir é impressionar as pessoas pela erudição ou
pela falta dela. Ninguém entenderá o que foi dito e o propósito da pregação/estudo
não será alcançado. Seguem abaixo, algumas orientações sobre a fala.
• Evite falar artificialmente. Se não é seu costume falar o português correto
como ‘está’, ‘estou’, ‘estamos’ encontre um meio termo;
• Nos estudos, não fale sério demais, não é culto público, não é pregação.
Sorria, pergunte a opinião deles (sem dedicar muito tempo para
participações, isso pode tirar o foco do tema da aula). Crie um ambiente
acessível através de sua linguagem;
• Faça perguntas *retóricas, sem necessariamente que eles respondam
verbalmente;
• Evite palavras difíceis, a menos que sejam explicadas posteriormente. Se
falar difícil, ninguém vai entender;
• Use exemplos do cotidiano deles, não tente ilustrar com coisas fora da
realidade das pessoas, ninguém vai entender;
• Não use palavrões. Evite os excessos. Mesmo que esteja dando aula para
jovens e adolescentes, não precisa falar através de gírias para se fazer
entender;
• Evite palavras erradas, pronúncias erradas, se não tiver certeza de como
se fala algo, substitua o termo por outra expressão;
• Cuide a concordância entre as palavras, caso fale “as casa”, “os carro”,
“as cidade” só vai incomodar os ouvidos das pessoas. Se falar errado,
desvia a atenção da pessoa para tua fala e não é essa a intenção. Então,
não atrapalhe o Espírito Santo. Concordar as coisas é fácil, singular com
singular, plural com plural.
Uma aula/pregação precisa ser coerente, ter início, meio e fim. Tudo precisa
estar interligado, respeitando sempre o tema da aula/pregação. Como já dito, estudo
não é pregação. Então, evite o pregador que há em você quando estiver ensinando e
avive o professor. Seja coerente, porque se trouxer outros conteúdos que não sejam a
proposta do momento irá transmitir a imagem de alguém confuso que não sabe o que
está falando. Logo, os ouvintes terão a percepção de que não é confiável, já que não
“sabe onde está e aonde quer chegar”. Além do fato, das pessoas terem a sensação
que estão perdendo tempo, pois em um culto/estudo onde o palestrante não diz coisa
com coisa as pessoas ficam frustradas e arrependidas de terem ido. Seguem abaixo,
algumas orientações.
• Cuidado para não se empolgar e entrar em assuntos que não estejam de
acordo com a aula/pregação. NÃO HÁ ATENÇÃO QUE RESISTA A UMA
AULA/PREGAÇÃO DESSAS;
• Não explore detalhes dos exemplos que for dar, pode acabar se
perdendo e saindo do foco, além de levantar polêmicas desnecessárias;
• Respeite o assunto da aula e não fale sobre outros temas. Não caia na
tentação de ficar contando várias histórias para ilustrar a mesma coisa,
uma história para ilustrar é suficiente;
• Não faça rodeios, ninguém gosta de participar de um estudo onde o
professor perde o tema principal da aula. Afinal, o aluno já leu a lição e
vai ficar se perguntando: o que ele (a) está falando? Será que esse
assunto é da aula que vem? Do mês que vem? Do ano que vem?
• Não deixe seu aluno/ouvinte perdido, deixe claro o que vai falar.
Estrutura do culto pedagógico
A aula é composta por vários momentos: oração, boas vindas (quebra gelo),
apresentação do que será feito no dia, aula e despedida. Todas elas cooperam entre
si e não podem ser negligenciadas.
Oração
A oração deve ser realizada com motivação, invocando a presença de Deus
para o estudo. Pedindo sabedoria para a ocasião. Não é hora de se fazer pedidos de
oração ou coisas do tipo. Isso pode ser feito no final da aula, afinal ninguém será
despedido de mãos vazias. Mas para esse momento, devem-se evitar queixas e
“tristemunhos” por parte dos participantes. A oração deve ser pelo estudo, para que o
Espírito Santo consiga edificar os corações mediante a palavra que será ensinada.
Boas vindas
Agradecer a presença de todos é essencial, pois demonstra respeito e educação
por parte do palestrante. Os alunos não fazem um favor à igreja quando comparecem
à aula, eles são os que mais se beneficiam. No entanto, espera-se que o professor seja
educado e demonstre satisfação em recebe-los no estudo. Se houver algum visitante,
receba-o com amor e alegria. As pessoas precisam se sentir bem recebidas. De
preferência quebre o gelo e peça que se cumprimentem com um sorriso. Pode ser
cantada uma música dando boas vindas enquanto todos se abraçam.
Apresentação da reunião
Nunca comece a aula propriamente dita sem informar tudo que ocorrerá no
encontro. Faça um check list, dizendo o passo a passo, isso ajudará até mesmo o
professor se organizar. Por exemplo:
Hoje estudaremos os tipos de culto, as ocasiões em que podem
ocorrer e suas principais características. Por fim, veremos que
Deus não pode ser engessado e que pode agir da forma que bem
entender. Com base nisso, iremos orar e pedir uma reforma em
nossa maneira de agir e pensar.
Estrutura da aula
Toda aula/pregação deverá ser composta de três momentos: introdução,
desenvolvimento e conclusão. Nenhum desses pontos pode ser desrespeitado. A menos
que queira acabar com qualquer possibilidade de sucesso.
Introdução
É o momento mais importante da aula/pregação. Nele, ou você ganha ou perde
a atenção dos ouvintes. É fundamental fazer uma introdução criativa e alinhada à
realidade do grupo. É preciso pedir inspiração a Deus, peça que Ele lhe dê uma
maneira criativa de iniciar o conteúdo. Na introdução, o único assunto deve ser o tema
da aula. Segue um modelo abaixo:
Você já parou para pensar como o ser humano gosta de rotina?
Como ele se apega em determinados tipos de comportamentos
ou preferências? Gosta de comprar na mesma padaria, no
mesmo açougue, de ir ao mesmo restaurante. E quando diz não
gostar de um alimento, é possível que nunca o tenha
experimentado. Infelizmente, esse comportamento é dirigido
também às coisas de Deus. Por exemplo, gostam de sentar no
mesmo banco da igreja, de ouvir sempre o mesmo estilo de
pregação, de que o culto sempre siga o mesmo padrão. Se o
pregador não for pentecostal não serve, se no louvor o ministro
da música não fizer isso ou aquilo, não é competente.
Pensamentos como esses pairam na mente de muitas pessoas.
Mas a pergunta que fica é: será que é possível Deus agir em
diferentes formatos de cultos e quebrar rotinas? Será que é
possível Deus realizar sua obra em diferentes manifestações
(preferências)? Bom, hoje vamos aprender sobre tipos de cultos,
seus formatos e como Deus age poderosamente em todos eles.
Desenvolvimento
A parte do desenvolvimento do discurso corresponde à explicação do conteúdo
da aula/pregação. É quando aquilo que foi apresentado na introdução ganha vida. É
preciso seguir e respeitar cada tópico anunciado no primeiro momento, para não cair
em descrédito, já que quando se apresenta algo e não é executado, pode gerar uma
imagem de desorganização e falta de preparo. O desenvolvimento é composto por
tópicos, os quais devem ser seguidos de forma lógica pelo professor/pregador. Cada
tópico deve ganhar a devida atenção. Pode acontecer de um tópico ser mais difícil para
a compreensão do grupo, então, orienta-se a dar mais tempo para sua explicação.
Segue o modelo de desenvolvimento do primeiro tópico.
Culto apresenta diversas formas e manifestações. Tudo depende
da finalidade da reunião, daquilo que se quer passar as pessoas.
Por isso, a Bíblia nos dá margem para classificarmos diferentes
tipos de encontros. Há aqueles que são de cunho carismático,
pedagógico, kerigmático, koinonimático. O primeiro deles
corresponde à manifestação de dons na igreja; o segundo ao
ensino; o terceiro ao evangelismo; e, o quarto à comunhão. A
pergunta que fica, é possível Deus atuar nessa diversidade de
culto? (Caso seja um estudo, pode abrir espaço para discussões,
sem se prolongar muito).
Oração de apelo
Depois do apelo, é preciso orar e validar a decisão da pessoa. Essa oração é o
fechamento de tudo que foi ensinado/pregado. É como se a pessoa fosse assinar o
“contrato com Deus” e se comprometer a cumprir fielmente aquilo que fora ensinado.
A oração do apelo tem que ser feita com sabedoria, as palavras e os pedidos devem
ser referentes aquilo que foi ensinado/pregado e não por demandas que não tenham
aparecido durante o discurso.