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ALEXANDRA TRINTIN DE OLIVEIRA

Copyright © 2017 por Alexandra Trintin de Oliveira

Todos os direitos reservados, incluindo os direitos de reprodução total ou parcial, de


qualquer forma.

ISBN: 978-85-94164-00-1

EDITORA MANÁ

Porto Alegre, RS
INTRODUÇÃO

Ensinar/pregar não é tarefa fácil. Exige conhecimento, técnica e vocação. Muitas


pessoas se aventuram nesse campo sem ao menos ter alguma orientação ou formação.
O resultado é um só – pessoas frustradas - pois o ensino/pregação exige mais que boa
vontade em sua execução. Por isso este livro foi escrito, para ajudar você que deseja
ensinar/pregar com excelência. Com abordagens que vão desde a postura do orador
até estruturas do discurso, o manual é rico em orientações que vão elevar sua
performance diante de um auditório. Afinal, a oratória não é um espaço para
aventuras. É uma arte que precisa ser apreendida e explorada.
O livro é dividido em três capítulos. A primeira sessão dedica atenção especial
ao papel do professor frente ao seu público, seja ele um grupo de estudos ou célula.
O capítulo dois ganha destaque por trazer dicas valiosas para se ter a atenção das
pessoas durante um discurso. Através de elementos inusitados como cor da roupa, voz,
linguagem corporal e verbal você será capaz de atrair olhares e principalmente o foco
daqueles que te escutam. O terceiro capítulo traz uma abordagem mais técnica quanto
a fala, já que apresenta sua principal protagonista: a estrutura do discurso. Elementos
como introdução, desenvolvimento e conclusão são conceituados e analisados à luz de
um sermão próprio criado para ajudar você leitor a compreender que o
ensino/pregação pode ser desenvolvido, aperfeiçoado e apreciado.

Boa leitura!
O PAPEL DO PROFESSOR/PREGADOR

O professor de estudo bíblico é o mediador entre a Palavra de Deus, a visão da


igreja e o aluno. Ele é o portador do conhecimento que deve ser passado. Por isso,
deve estar bem preparado. Muitas dúvidas podem surgir ao longo da aula, é preciso,
portanto, estar capacitado para respondê-las. Além disso, imprevistos podem
acontecer, polêmicas podem surgir e os ânimos aflorar, cabe ao professor controlar o
nível de discussão na sala. É preciso também evitar que a visão da igreja a qual
pertence seja distorcida. Segue abaixo as atribuições esperadas pelo professor.

Preparar-se para a aula


Não se pode ir para uma aula sem se preparar, o mínimo que vai acontecer é
passar vergonha. As pessoas notam quando o professor não está devidamente
preparado. Não arrisque confiando em sua capacidade de improviso. Preparar-se é
uma questão de respeito para com os alunos, quando não há um preparo devido, o
tempo das pessoas é colocado no “lixo”, afinal, o professor só vai enrolar no estudo.
Para que exista preparação, é preciso que o professor estude o assunto da aula, busque
informações sobre o assunto, pesquise e amplie seu conhecimento sobre o tema. E, se
houver dúvida sobre o conteúdo, deve procurar seu líder.

Organizar a aula
É preciso ter em mente o passo a passo da aula e assim, seguir uma sequência
lógica. Colocar no papel a ordem do encontro pode ajudar com a organização. Muitas
pessoas não conseguem se fazer entender por não apresentar coerência nas ações da
reunião. Começam pelo fim, pelo meio e por vezes acabam a aula no tópico que
deveriam ter começado. Separe tempo para meditar na aula e organizar as ideias.
Segue abaixo uma sugestão para organizar o encontro:
1. Oração;
2. Boas vindas (quebra-gelo);
3. Apresentação dos principais momentos da reunião;
4. Introdução do assunto;
5. Desenvolvimento da aula (tópico 1, tópico 2, tópico 3);
6. Conclusão;
7. Apelo;
8. Oração baseada no apelo;
9. Oração de intercessão ou testemunho;
10.Oração de despedida.

Organizar o ambiente
Às vezes, a estrutura da igreja não dá descanso para o professor. A falta de
salas de aula faz com que um ambiente de ensino precise ser arrumado a cada estudo.
Mesmo assim, é preciso organizar o ambiente, arrumar bancos e até mesmo limpar a
igreja (caso o dia de estudo não coincida com a data de limpeza da igreja). Cabe ao
professor preparar toda estrutura local, com 30 minutos de antecedência (sugestão), já
que as pessoas costumam chegar antes e não podem encontrar o local desorganizado.
É importante arrumar os bancos em círculo, a fim de criar um ambiente aconchegante
e propício para o ensino.

Estar a postos
O professor tem que ser o primeiro a chegar e o último a sair. Espera-se que
esteja na porta recepcionando os alunos. Não é aceitável que o professor chegue junto
com os alunos, nem tampouco depois. É preciso estar a postos 30 minutos antes
(sugestão), a fim de atender, cumprimentar e interagir com os que vão chegando. Pode
acontecer de alguém querer tirar alguma dúvida antes do estudo, por isso, o professor
deve estar pronto para atender suas “ovelhas”.

Tratar todos com igualdade


O professor deve tratar a todos com igualdade, sem acepção. Não demonstre
preferências, mesmo que se identifique mais com determinadas pessoas do grupo. Não
dê mais atenção a um em detrimento de outro. Todos devem receber a devida atenção,
sem privilégios ou regalias. É preciso cuidar também para não olhar apenas para um
lado da sala. Faça contato visual com todos, até mesmo com aqueles que parecem
não estar tão interessados no assunto.
Incentivar e nunca desestimular
É o professor que cria um ambiente motivacional no grupo. Palavras de elogio
e reconhecimento são importantes quando o aluno faz alguma participação na aula.
Expressões como “muito bem”, “é isso aí”, “boa observação”, “bem pensado”,
“obrigada pela contribuição” fazem toda a diferença. Ao dar retorno, sobre a
contribuição do aluno na aula, faz com ele se sinta motivado a contribuir outras vezes
e, provavelmente, voltará, na próxima aula, mais preparado para participar. No
entanto, é preciso tomar cuidado com “estrelismos”, tem alunos que gostam de roubar
a cena e tomar muito tempo da aula. Caso perceba isso, avise que é a vez de outro
participar.
Quando houver uma colocação errada por parte de algum aluno, cuide para
não corrigir de forma ofensiva. É comum alguém falar “bobagem” durante a aula, mas
não trate como tal. Tente entender o que fez a pessoa pensar daquela forma. Caso
não haja algo bom para tirar da fala do aluno, agradeça a contribuição e retome o
assunto da aula, de forma discreta.

Ter ética
Nunca chame a atenção de um aluno na frente dos outros, não o cobre nem
faça observações negativas perante o grupo. NÃO É ÉTICO, NÃO É HUMANO e É
TOTALMENTE PREJUDICIAL ao desenvolvimento da pessoa. Nunca corrija um aluno
diante dos demais, para isso existe o momento do aconselhamento (sugestão de
trabalho que visa atendimento individual fora do horário dos estudos). Seja profissional
no que faz, se tiver que corrigir ou chamar a atenção, faça de forma reservada. Caso
exista uma situação de indisciplina, como aluno mexendo no celular ou conversando,
seja discreto ao solicitar a atenção dele. Quanto ao uso de aparelhos eletrônicos
durante a aula, faça as combinações antes de começar o estudo. E tenha muita cautela
se essa pessoa estiver visitando pela primeira vez, afinal, não deve conhecer as regras
da casa.

Ter paciência
A paciência é uma virtude que deve fazer parte do repertório de todo aquele que
deseja ensinar. É preciso conhecer e respeitar a individualidade de cada pessoa e para
isso, existe a sondagem (será explicada com mais detalhes adiante), através dela o
professor aprende a conhecer seu aluno. Cada pessoa tem seu tempo para aprender,
logo, por vezes será preciso retomar o assunto e explicar de uma forma mais simples.
Quando isso acontecer, não demonstre impaciência. Se o aluno perceber que a
pergunta causou desconforto ao professor, se sentirá inibido e na próxima vez não irá
questionar. A proposta dos estudos é criar um ambiente onde as dúvidas sejam
sanadas, já que isso não é comum em culto público. Então, permita que sua sala de
aula seja um espaço que promova o conhecimento e não um palanque de discursos
prontos e inquestionáveis.

Administrar o tempo
Administrar o tempo exige competência, já que nem sempre é fácil. Não se pode
gastar tempo demais em um único tópico, é preciso dar conta de todos. Ao preparar a
aula, concentre-se nos tópicos do tema, reservando um espaço maior para os que
forem mais complexos e importantes. Não perca tempo lendo a lição ou uma grande
quantidade de versículos, isso os alunos devem fazer em casa. Ficar lendo o texto da
lição na aula, só demonstra que o professor não se preparou.

Controlar a frequência dos alunos


O controle de frequência é um instrumento que está à disposição do professor,
serve para retratar a vida espiritual e pessoal de cada membro, além é claro de apontar
possíveis problemas. Controlar a frequência é uma questão de saúde para o grupo.
Para se manter uma equipe organizada, a presença é um dos pontos que deve ser
observado. A falta de assiduidade pode ser o primeiro sintoma de que algo não vai
bem com a pessoa. Vários motivos podem estar causando as faltas, desde problemas
pessoais, espirituais até problemas internos ao grupo, seja em relação aluno/professor
ou aluno/aluno e até mesmo insatisfação quanto à dinâmica do grupo. Assim que
identificar possíveis faltas, é preciso partir para o próximo passo, acompanhar o
rendimento.
Acompanhar o rendimento
A partir do momento que se identifica a infrequência de um aluno (mesmo que
ele já esteja sendo atendido no programa de acompanhamento de sua igreja) é preciso
entrar em contato com a pessoa para marcar um horário e procurar saber o que está
acontecendo. Por vezes, os primeiros sinais de que algo vai mal são as faltas nos
estudos. É preciso entrar em ação e conversar para saber como ajudar a pessoa.
Mas não é apenas quando as faltas aparecerem que se deve entrar em contato
com os alunos. O professor é responsável pelo grupo que ensina. É como se ele fosse
o pastor daquelas pessoas, ficando ao seu encargo o acompanhamento da vida
espiritual de seus integrantes. É preciso observar o rendimento de cada aluno, verificar
se aquilo que é ensinado está sendo aplicado na vida prática. A missão de acompanhar
os integrantes do grupo é atribuição do professor, devendo este encaminhar ao pastor
local quando os assuntos fugirem de sua alçada. É uma espécie de bi docência, em
que o pastor tem no professor um aliado no ato de apascentar suas ovelhas. Mas para
isso, o pastor deve se reunir com os professores e orientar periodicamente.

Corrigir os exercícios
Não adianta pedir que os alunos estudem a lição e que façam os exercícios se
isso não for validado pelo professor. É preciso corrigir o questionário sempre. Se o
aluno fizer a atividade e o professor nem ao menos olhar ou dar um visto, invalida a
ação do aluno. Lembre-se que as pessoas precisam de feedback constante. Corrija, dê
um “ok”, dê parabéns, coloque um símbolo que represente contentamento com o
resultado da atividade. Não importa a idade do aluno, um retorno positivo é bem-
vindo em qualquer faixa etária.

Observar o grupo
Este item é aplicável tanto em uma aula quanto pregação. Professores e
pregadores devem ser bons observadores e adequar suas falas à realidade de seu
auditório. Informações como idade, escolaridade, profissão e posição na igreja são
fundamentais para obter êxito na aula ou pregação. É essencial conhecer o repertório
dos ouvintes (experiências de vida, nível espiritual, grau de participação na igreja,
preferências, gostos, entre outros). Tais informações são relevantes, pois elas irão
indicar a metodologia que deve ser utilizada, a dinâmica, a linguagem do
professor/pregador e até mesmo os exemplos que devem ser dados durante o
estudo/pregação.
Por exemplo, pessoas que pararam de estudar a algum tempo terão mais
dificuldade em interpretar textos, demorarão mais para encontrar uma página no livro
e serão mais lentos em copiar uma questão do quadro ou responder a uma pergunta.
Tais ações pertencem a um ambiente escolar, logo, quem está longe da escola não
terá o mesmo ritmo dos demais. Assim, nas primeiras atividades que propuser, fique
atento ao tempo de duração de cada atividade para ajustar o planejamento das aulas
seguintes. O mesmo se aplica a pregação, se o público é composto por pessoas que
estão longe da escola ou que apresenta baixo nível de escolaridade, é bem possível
que tenham mais dificuldade em acompanhar o eixo principal da pregação. Portanto,
não exagere nos exemplos. Limite-se a desenvolver bem o assunto que se propôs a
pregar.
Sondar
Em relação ao professor, para fazer o levantamento das informações acima, é
importante, antes de tudo, realizar uma sondagem para conhecer o grupo. Elabore um
questionário com informações pessoais de cada integrante e guarde para si. Quem
não costuma fazer sondagem tem a tendência a sair frustrado da aula, afinal para
haver comunicação entre professor e aluno é necessário falar alinhado à realidade
deles. Da mesma forma, conheça o público antes de montar uma pregação, já que
sua fala precisa ser compatível à compreensão dos ouvintes. Pergunte ao pastor local
o perfil da igreja que vai ministrar, informe-se antes de preparar a mensagem. Nessas
horas, é importante o pregador ajudar o Espírito Santo, isso mesmo, ajudar, uma vez
que se o pregador utilizar uma linguagem acessível e uma linha de pensamento
simples, o Espírito Santo conseguirá fazer o seu trabalho. Afinal, não é atribuição do
Espírito Santo servir de dicionário, nem de tradutor na hora do culto. Sua obra é
convencer o homem sobre a Palavra de Deus por intermédio da fala do
pregador/professor, para isso, ela precisa ser clara e objetiva. Segue algumas
orientações para o momento da sondagem e preparação da aula/pregação.
• Tenha em mente o tema da aula/pregação;
• Entenda qual a finalidade desse ensino/pregação;
• Observe a quem se destina (idade, sexo, escolaridade, tempo de
conversão, engajamento na igreja);
• O que os ouvintes sabem sobre o assunto?
• Por que eles estão ali? Como chegaram ao grupo/igreja?
• Onde se posicionar? Certifique-se de que todos conseguirão te ouvir e
ver;
• O que eles precisam aprender com essa aula/pregação?
• Que necessidade específica precisa tratar?
• O que eles esperam aprender contigo?
• Quanto tempo durará a aula/pregação?
• Quais recursos você pode contar?

Explique bem cada proposta da aula/pregação


Toda aula ou pregação deve começar anunciando o que se pretende na ocasião.
É sensato apresentar os pontos principais do dia. Lembrando que apresentar não é
explicar. É simplesmente mencionar o que será tratado no dia. Comece a aula ou
pregação falando qual o assunto que será tratado, por exemplo:
Pregação: “Hoje, falaremos sobre a fé e seus benefícios na vida
do crente”. [Nesta frase, estão apresentados os principais tópicos
que serão tratados]. Aula: “Na aula de hoje, aprenderemos sobre
o que é jejum e seus tipos”. [Da mesma forma, nesta frase estão
presentes o tema e os tópicos].
Seguem abaixo, algumas orientações para que a aula seja clara e bem
explicada.
• Nunca parta do princípio de que todos sabem do que você está falando;
• Não poupe explicações, não pense que todos sabem o que significa as
palavras que você usa ou que estão escritas nos manuais de ensino
utilizados;
• Esclareça cada palavra se for necessário. Caso uma questão não tenha
sido respondida devidamente pela turma inteira, pode ser que o professor
não se fez entender. Então, repita o assunto com outras palavras;
• Nunca diga coisas difíceis para ostentar conhecimento. É um grande erro.
Seja claro, se faça entender. Caso queira ensinar alguma palavra ou
termo teológico novo, explique. Sempre explique;
• Após dar alguma informação, certifique-se de que todos
compreenderam. Nunca “peque” na omissão, “peque” no exagero de
explicações se for o caso.
Se perceber que algum aluno tem dificuldades para entender determinado assunto,
há duas formas de proceder. Primeiro cenário, explique no grande grupo (pode ser que
outros também não tenham entendido). Segunda opção, explique fora do grande
grupo caso ele não consiga compreender (pode ser que o nível de conhecimento da
pessoa seja baixo em relação à complexidade do assunto).

Obs.: há pessoas que gostam de causar polêmica, se alimentar tal comportamento na


pessoa pode perder a atenção do grande grupo. Neste caso, diga que tirará as dúvidas
da pessoa em outro momento e separadamente.

Prepare-se para os alunos rápidos


Em um grupo sempre haverá ritmos variados de aprendizagem. Se por um lado
é preciso garantir o aprendizado de alunos mais lentos, também é preciso dar atenção
especial aos mais rápidos. É preciso estar atento quando o excesso de explicações está
entediando os mais ágeis (aqueles que são mais estudiosos). Assim, sempre tenha
pronta alguma atividade desafiadora para aqueles que têm condições de ir além. Com
a pregação ocorre da mesma forma, não se demore demais em um ponto, pois poderá
perder a atenção dos mais rápidos.

Escolher os recursos
Às vezes, o professor/pregador não tem recursos multimídias a sua disposição,
mas se orar, terá criatividade para ilustrar suas aulas/pregações. O que conta nem
sempre é o recurso, é a criatividade. Se houver um computador, data show ou televisão
aproveite e ilustre com vídeos, trechos de filmes, imagens, fotos, músicas, slides, entre
outros. Mas não caia no erro de basear toda aula/pregação em slides por exemplo.
Há professores/pregadores que apenas leem e isso entedia os alunos. No tocante a
aula, o quadro também pode ser aliado para fazer esquemas, gráficos, ilustrações e
até mesmo expor os passos do encontro no quadro.

COMO TER ATENÇÃO DAS PESSOAS?

Para cativar a atenção das pessoas, algumas medidas são necessárias. É preciso
estar atento, pois o descuido de alguns tópicos que serão apresentados neste capítulo
pode comprometer todo aproveitamento da aula/pregação. A falta de preparo pode
criar uma barreira mesmo que inconsciente entre você e seu público alvo. O
professor/pregador é o mediador entre o conhecimento e o ouvinte, sendo assim é o
maior agente de transformação que existe na hora da aula/pregação. Seguem abaixo
algumas orientações que podem ser aplicadas tanto em uma aula quanto em uma
pregação.
1. Respeite seus ouvintes, seja pontual;
2. Cumprimente a todos com um sorriso (a pessoa se sente importante e não
apenas um número no local);
3. Não passe a imagem de superioridade, mas também não projete a imagem de
camarada ou coitadinho;
4. Se precisar, brinque com exemplos próprios, mas sem se expor. Isso gera um
clima de aproximação;
5. Empregue exemplos que sejam familiares ao assunto abordado e à experiência
de seus ouvintes. Porém, evite ficar contando exemplos o tempo todo, as pessoas
não gostam de ficar ouvindo histórias de terceiros ou sua biografia pessoal;
6. Observe os sinais que as pessoas emitem, o corpo fala, veja se não estão
entediadas;
7. Use suas anotações, mas não fique lendo ou olhando o tempo todo para o
papel;
8. Não leia por muito tempo, evite ler (para muitas pessoas o cérebro retém pouca
informação auditiva);
9. Gesticule quando necessário, os gestos podem contribuir na hora de ilustrar a
informação;
10.Não fique retomando o tempo todo o que está escrito no manual, parte-se do
princípio que você enquanto professor já domina o assunto e que o aluno já leu
o material em casa. Ficar lendo versículos e/ou o texto do Manual é “matação”
de aula;
11.Durante a pregação, não leia textos longos demais, nem cite textos bíblicos o
tempo todo. A pregação não é maratona bíblica. É possível citá-la sem
necessariamente, parar para ler ou citar versículos completos. Isso entedia o
público;
12.No estudo, utilize linguagem clara, frases curtas, coerentes, com ritmo natural
(NÃO É PREGAÇÃO);
13.Na pregação, utilize linguagem clara, frases curtas, coerentes, com ritmo
natural, podendo em alguns momentos salientar o tom de voz. O ritmo deve ser
alternado, nem tão parado, nem tão rápido, nem tão baixo, nem tão alto. Cuide
a monotonia na voz;
14.Organize seus exemplos, organize antes da aula/pregação;
15.Quando falar, nunca olhe apenas para uma pessoa ou um canto do local. Olhe
nos olhos de todos (muitas vezes o professor/pregador peca ao se reportar a
apenas um canto da sala/igreja, agindo assim é como se ignorasse o resto);
16.Faça contato visual, isso aproxima as pessoas;
17.Fazer as pessoas rirem também ajuda a quebrar o gelo. Mas cuide os excessos.

Corpo e postura
O corpo fala mais que as palavras, portanto, cuide sua postura e procure notar
a linguagem corporal de seu público. As pessoas irão decidir se irão gostar de você ou
não. Evite uma postura rompante, mas evite também a de coitadinho (a). Quem é
humilde não demonstra pelo olhar baixo ou semblante caído. Isso NÃO DÁ
SEGURANÇA aos ouvintes. Ninguém vai dar crédito a uma pessoa que chega de
cabeça baixa e fica se justificando dizendo que não é ninguém e que não sabe nem o
que está fazendo ali. EVITE JUSTIFICATIVAS FALSAS, se a liderança da igreja te nomeou
é porque Deus sabe que você é capaz. Se começar a aula/pregação pedindo
desculpas, não vai terminar bem.
Há ainda outro extremo, há aqueles que se acham donos do saber. O
professor/pregador é mediador do conhecimento, não o detentor de todo o
conhecimento. Pode acontecer que em algum momento da aula você não saiba
responder a uma pergunta, por isso, assuma uma postura confiante e não arrogante.
Diga que vai pesquisar para dar a resposta depois, mas não afirme o que não sabe,
não explique o que não entende.

Com que roupa eu vou?


Esteja sempre bem arrumado durante as aulas/pregações. Nada de roupa
amassada, suja ou com muita informação. O foco da aula não é você. A título de
exemplo, se colocar uma saia floral e uma blusa listrada durante a aula/pregação,
todos ficarão pensando nas informações de sua roupa e não naquilo que está falando.
Portanto, “menos é mais”. Segue as orientações para homens e mulheres nas
modalidades estudo e pregação.
Homens/estudo/pregação
• Roupa alinhada, passada, limpa;
• Cabelo bem penteado;
• Barba feita, se utilizar barba, esta deve estar bem aparada.
Observação: se utilizar gravata certifique-se que o colarinho esteja devidamente
fechado. Não há nada mais escandaloso que um homem utilizando gravata com a
camisa aberta, já que parece um “bêbado vestido a rigor”.
Mulheres/ estudo/pregação
• Roupa limpa, passada e bem alinhada;
• Roupa sem muita informação;
• Cabelo bem penteado, alinhado;
• Se utilizar maquiagem, que seja sóbria.

Uso de cores
Conforme o efeito que se pretende criar, é a cor da roupa a ser utilizada, já que
tudo que envolve o palestrante acaba mexendo com o inconsciente das pessoas. É
preciso cuidar as cores que melhor favorecem ao pregador/professor, tudo para evitar
que a cor da roupa chame mais atenção que a própria mensagem. Além disso, estudos
apontam que conforme a cor utilizada é o efeito que gera nos ouvintes. Segue a relação
das cores e seus respectivos sentidos que são gerados.

Azul
É uma cor fria, extensa e está relacionada à ideia de seriedade, limpeza,
intelectualidade, tecnologia, fluidez, gentileza e harmonia. Quando o palestrante quer
passar ideia de lógica, paciência e seriedade deve utilizar o azul.
Os tons mais escuros como marinho ou royal, comunicam profundidade,
conservadorismo, sabedoria, poder e riqueza. Os tons mais claros como azul bebê
cria o efeito de limpeza, frescor, delicadeza e suavidade. Os tons abertos, como
turquesa, são alegres e divertidos, inspirando comunicação e criatividade. Conforme a
impressão que queira passar é o tom do azul a ser escolhido. Geralmente, ao falar
para um público mais conservador utiliza-se o azul marinho. A título de exemplo,
quando uma propaganda de banco tiver como pano de fundo o tom azul é porque
estão querendo que as pessoas invistam dinheiro em suas contas ou fundos. Já que o
azul representa seriedade e poder. Dessa forma, se a ideia é passar segurança e
estabilidade, utiliza-se o azul.
Amarelo
É uma cor quente, intensa e ligada a criatividade. Está relacionada a sentimentos
de alegria, felicidade, inteligência, imaginação. Desperta o otimismo, cooperação e
ação por parte dos interlocutores. Transmite também a sensação de riqueza,
prosperidade e poder.
A cor funciona como estimulante da atividade cerebral, por isso, é adequado
utilizar quando se pretende despertar o apoio dos ouvintes em determinada situação.
A cor passa o ar de autoconfiança para o público. É comum utilizá-la quando se
pretende que a pessoa invista ou acredite em seu projeto ou pregação. Aconselha-se
utilizar quando se tem algo difícil a ser comunicado e se pretende gerar adesão por
parte das pessoas.
No entanto, é preciso tomar cuidado, pois o amarelo não transmite segurança,
já que passa também a ideia de volatilidade (mudança de estado). Para amenizar o
efeito, pode-se utilizar com cinza.
Vermelho
É uma cor quente, intensa e desperta aproximação e extroversão. Traz a ideia
de movimento, conquista, coragem e calor. Mas pode também estar associado ao
perigo, violência e ira. Por isso, cuidado ao associá-lo com cinza, preto e roxo para
não pesar demais sua aparência.
A cor vermelha cria o efeito de emoção, podendo assim, ser utilizada quando
se pretende motivar as pessoas a aderir a determinado propósito. A cor demonstra
dinamismo, liderança e proatividade. O vermelho ainda transmite elegância e requinte,
principalmente se o tom puxar para o bordô. A título de exemplo, quando um gerente
de banco visa convencer seu cliente a fazer um empréstimo, costuma utilizar a gravata
vermelha para despertar a emoção (a emoção gera o impulso). Da mesma forma
quando um palestrante experiente quer gerar adesão em algum projeto, utiliza-se
algum tom vermelho em sua roupa.

Verde
É uma cor fria e extensa. Passa a ideia de crescimento, juventude, esperança e
renovação. O verde tende a relaxar o sistema nervoso dos ouvintes, por isso é
importante utilizar a cor quando se enfrenta situações de tensão e nervosismo. Caso se
queira criar o efeito de equilíbrio, segurança e confiança, aconselha-se utilizar o verde.
O verde limão passa a ideia de energia e disposição, o verde claro de calma e
serenidade e o verde escuro de força física ou moral, robustez, potência. Mas cuidado
ao utilizar o verde claro em vigílias, a cor pode gerar sono nos ouvintes.

Laranja
Cor quente e intensa. Cria o efeito de movimento, força, euforia e
contentamento. Provoca sentimentos de alegria, humor, prazer, espontaneidade.
Perfeita para ambiente de trabalho e reuniões, pois passa a imagem de uma pessoa
objetiva e determinada. A cor comunica prosperidade e sucesso, já que cria o efeito de
uma pessoa bem-sucedida e, portanto, confiável. Além disso, passa o ar de alguém
cordial e amigável, ótima para ser usada durante um primeiro contato com o grupo de
estudo. Os tons adamascados, como salmão e coral são mais refinados, passam o ar
de requinte e riqueza. Mas dependendo do tempo da atividade a ser feita, é preciso
cuidar o uso do laranja, já que desperta o apetite nos interlocutores. Então, evite utilizar
laranja se for falar em alguma reunião de jejum de sua igreja.

Roxo
Cor que indica mistério, dignidade, sabedoria, sinceridade, respeito, nobreza e
extravagância. Pode comunicar realeza, misticismo e poder espiritual. Mas pode
facilmente ser associado à melancolia e ao fúnebre. Por isso, é importante cuidar com
as combinações. O roxo também comunica criatividade e meditação. É preciso cuidar
ao utilizar o roxo em ambientes de trabalho ou reuniões com equipes na igreja, pois
tem associação com o ego e a exposição excessiva da cor pode gerar mau humor nos
interlocutores.

Rosa
É uma cor variante do vermelho. Remete a sensação de carinho, delicadeza e
amor. É uma cor muito feminina e delicada. Usa-se rosa quando se pretende mostrar
doçura, compaixão e delicadeza. Cria-se o efeito de empatia e boa intenção. Ótima
cor para ser utilizada em ações sociais ou durante o aconselhamento de algum
integrante do grupo. A cor comunica certa inocência, por isso não deve ser utilizada
quando se pretende passar a ideia de uma pessoa mais madura. Por exemplo, caso
for se dirigir a um público mais velho que você, evite a rosa. Mas ao se reportar a um
público feminino, a cor rosa é bem-vinda.
Marrom
A cor transmite estabilidade, simplicidade, tranquilidade e produtividade. Sugere
trabalho pesado, praticidade, credibilidade e intimidade. O marrom e suas variantes
(bege e caramelo) transmitem disciplina e humildade. Criam também a imagem de
uma pessoa constante, responsável, obediente às regras e estável. Sugere ainda,
segurança e solidez. Ótima para ser utiliza em reuniões em que seus interlocutores
sejam mais velhos que você. Mas é preciso cuidar com o excesso do uso do marrom,
já que pode criar o ar de uma pessoa melancólica.
Cinza
Cor fria, expressa neutralidade. Cria o efeito de modernidade, tecnologia,
novidade e inovação. Evoca a ideia de estabilidade, equilíbrio e sucesso. No entanto,
o uso em excesso pode gerar efeito de indecisão, desânimo, falta de vitalidade e frieza.
Por ser uma cor neutra, não interfere muito em outras combinações. Pode ser
utilizada com todos os outros tons para a construção de um look, principalmente
quando se pretende passar a ideia de neutralidade frente a uma questão. Além disso,
comunica conservadorismo, ótima cor a ser utilizada quando se está diante de um
público com faixa etária diferente do seu, no caso, de pessoas mais velhas. A cor ainda
transmite um ar de sabedoria e profissionalismo. Podendo ser combinada com outras
cores e assim criar outros efeitos de sentido.

Branco
A cor revela organização e estabilidade. Traz a ideia de paz, pureza, modéstia,
calma, inocência, harmonia e limpeza. Cria o efeito de fé, de uma pessoa confiável e
verdadeira. Revela também perfeccionismo e dignidade. Ótima para criar a impressão
de boa pessoa e despertar a confiança de quem ouve. Pode ser utilizada quando se
pretende passar a ideia de uma pessoa organizada. Favorável assim, durante reuniões
administrativas com os grupos ou quando sua pregação trata sobre o tema, mesmo
que indiretamente.

Preto
A cor pode ter tantas associações positivas quanto negativas. Pode indicar
pessimismo, luto e tristeza como também luxo, seriedade e liderança. O preto comunica
elegância, classe e poder. Uma pessoa que utiliza preto durante uma aula ou
pregação, comunica que é líder, que tem autoridade para falar aquilo que está
comunicando. Algo que pode gerar credibilidade se combinado com outra cor
adequada. Já que o preto cria a imagem de respeito e tradição. É preciso estar atento
e não utilizar o look total em preto, já que comunica agressividade e angústia, pesando
os olhos de quem vê. Caso queira comunicar autoridade e propriedade naquilo que
está falando, aconselha-se a utilizar a cor preta.
Voz
Na maior parte do tempo, a voz será sua única aliada durante as
aulas/pregações. Então, mantenha-a hidratada com água. Fale sempre num tom
médio, nunca baixo e nem alto demais. Fale num ritmo normal, nem muito rápido e
nem muito devagar. A maioria das pessoas não tem paciência com quem fala devagar.
Mas também quem fala muito rápido atrapalha o raciocínio das pessoas, já que não
dá tempo para elas pensarem no que foi dito. No caso dos estudos, não fale como se
estivesse pregando. A aula não é uma pregação, é um ensino. Ninguém precisa de
ritmo acalorado na voz durante um estudo. As pessoas estão ali para aprender e não
para se emocionar. É possível utilizar ritmos alternados na voz para não entediar os
ouvintes, mas não crie um ambiente de culto público, porque se criar, ninguém
perguntará nada e assim a pessoa voltará para casa cheia de dúvida.
Referente à pregação, é importante cuidar da voz, principalmente se está
fazendo uso do microfone. Há pessoas que deixam de prestar atenção no pregador
por conta do incômodo com a altura do som. Mantenha uma distância segura do
microfone para não ferir a audição dos ouvintes. No tocante ao ritmo de voz, é preciso
alternar para não cansar o público. Há quem pregue com emoção em frases simples
como: “Estava Jesus entrando na cidadeeeee, passando pelo portãooooo...”. Não há
sentido levantar e dar destaque na voz em uma frase que não diz nada, que é apenas
informativa. Dessa forma, as pessoas nunca saberão a hora de prestar mais atenção
na fala do orador. O tom de voz serve como marcador do discurso, para destacar esse
ou aquele trecho. Assim, se o pregador alterar a voz em frases comuns e sem
propósito, passará despercebido quando quiser de fato chamar a atenção, uma vez
que banalizou o efeito da voz.
Cuide do tom e do ritmo da voz, não “queime munição antes do tempo”. Seja
sábio, não é sendo sensacionalista que a pessoa vai acreditar no que se está pregando.
Quem convence é o Espírito Santo. Seja apenas uma ferramenta nas mãos dEle e não
atrapalhe seu agir.
Linguagem
A linguagem é tão importante quanto o tom e o ritmo da voz. É através dela que
a comunicação irá acontecer. Caso se empregue um linguajar fora dos padrões dos
ouvintes, o mínimo que se vai conseguir é impressionar as pessoas pela erudição ou
pela falta dela. Ninguém entenderá o que foi dito e o propósito da pregação/estudo
não será alcançado. Seguem abaixo, algumas orientações sobre a fala.
• Evite falar artificialmente. Se não é seu costume falar o português correto
como ‘está’, ‘estou’, ‘estamos’ encontre um meio termo;
• Nos estudos, não fale sério demais, não é culto público, não é pregação.
Sorria, pergunte a opinião deles (sem dedicar muito tempo para
participações, isso pode tirar o foco do tema da aula). Crie um ambiente
acessível através de sua linguagem;
• Faça perguntas *retóricas, sem necessariamente que eles respondam
verbalmente;
• Evite palavras difíceis, a menos que sejam explicadas posteriormente. Se
falar difícil, ninguém vai entender;
• Use exemplos do cotidiano deles, não tente ilustrar com coisas fora da
realidade das pessoas, ninguém vai entender;
• Não use palavrões. Evite os excessos. Mesmo que esteja dando aula para
jovens e adolescentes, não precisa falar através de gírias para se fazer
entender;
• Evite palavras erradas, pronúncias erradas, se não tiver certeza de como
se fala algo, substitua o termo por outra expressão;
• Cuide a concordância entre as palavras, caso fale “as casa”, “os carro”,
“as cidade” só vai incomodar os ouvidos das pessoas. Se falar errado,
desvia a atenção da pessoa para tua fala e não é essa a intenção. Então,
não atrapalhe o Espírito Santo. Concordar as coisas é fácil, singular com
singular, plural com plural.

Observação: ninguém está pedindo peritos em língua portuguesa, apenas falantes


inteligíveis. Não precisa frequentar a escola para saber que um é singular e mais de
um é plural. Não precisa de diploma para concordar frases simples, como: ‘os carros’,
‘as casas’, ‘as cidades’. É só somar e pronunciar. Então, treine em casa antes de se
dirigir ao auditório. Na maioria dos casos, as pessoas concordam as palavras de forma
errada por falta de hábito e não por falta de capacidade.
* Perguntas retóricas constitui-se como uma técnica bastante utilizada em pregações e aulas,
pois quando um questionamento é feito, o cérebro dos ouvintes se prepara para uma resposta.
Então, tudo que você responder após a pergunta ficará armazenado na mente deles. É como
se o professor organizasse aquele conhecimento no intelecto das pessoas.

ESTRUTURA DO DISCURSO (AULA/PREGAÇÃO)

Uma aula/pregação precisa ser coerente, ter início, meio e fim. Tudo precisa
estar interligado, respeitando sempre o tema da aula/pregação. Como já dito, estudo
não é pregação. Então, evite o pregador que há em você quando estiver ensinando e
avive o professor. Seja coerente, porque se trouxer outros conteúdos que não sejam a
proposta do momento irá transmitir a imagem de alguém confuso que não sabe o que
está falando. Logo, os ouvintes terão a percepção de que não é confiável, já que não
“sabe onde está e aonde quer chegar”. Além do fato, das pessoas terem a sensação
que estão perdendo tempo, pois em um culto/estudo onde o palestrante não diz coisa
com coisa as pessoas ficam frustradas e arrependidas de terem ido. Seguem abaixo,
algumas orientações.
• Cuidado para não se empolgar e entrar em assuntos que não estejam de
acordo com a aula/pregação. NÃO HÁ ATENÇÃO QUE RESISTA A UMA
AULA/PREGAÇÃO DESSAS;
• Não explore detalhes dos exemplos que for dar, pode acabar se
perdendo e saindo do foco, além de levantar polêmicas desnecessárias;
• Respeite o assunto da aula e não fale sobre outros temas. Não caia na
tentação de ficar contando várias histórias para ilustrar a mesma coisa,
uma história para ilustrar é suficiente;
• Não faça rodeios, ninguém gosta de participar de um estudo onde o
professor perde o tema principal da aula. Afinal, o aluno já leu a lição e
vai ficar se perguntando: o que ele (a) está falando? Será que esse
assunto é da aula que vem? Do mês que vem? Do ano que vem?
• Não deixe seu aluno/ouvinte perdido, deixe claro o que vai falar.
Estrutura do culto pedagógico
A aula é composta por vários momentos: oração, boas vindas (quebra gelo),
apresentação do que será feito no dia, aula e despedida. Todas elas cooperam entre
si e não podem ser negligenciadas.

Oração
A oração deve ser realizada com motivação, invocando a presença de Deus
para o estudo. Pedindo sabedoria para a ocasião. Não é hora de se fazer pedidos de
oração ou coisas do tipo. Isso pode ser feito no final da aula, afinal ninguém será
despedido de mãos vazias. Mas para esse momento, devem-se evitar queixas e
“tristemunhos” por parte dos participantes. A oração deve ser pelo estudo, para que o
Espírito Santo consiga edificar os corações mediante a palavra que será ensinada.

Boas vindas
Agradecer a presença de todos é essencial, pois demonstra respeito e educação
por parte do palestrante. Os alunos não fazem um favor à igreja quando comparecem
à aula, eles são os que mais se beneficiam. No entanto, espera-se que o professor seja
educado e demonstre satisfação em recebe-los no estudo. Se houver algum visitante,
receba-o com amor e alegria. As pessoas precisam se sentir bem recebidas. De
preferência quebre o gelo e peça que se cumprimentem com um sorriso. Pode ser
cantada uma música dando boas vindas enquanto todos se abraçam.

Apresentação da reunião
Nunca comece a aula propriamente dita sem informar tudo que ocorrerá no
encontro. Faça um check list, dizendo o passo a passo, isso ajudará até mesmo o
professor se organizar. Por exemplo:
Hoje estudaremos os tipos de culto, as ocasiões em que podem
ocorrer e suas principais características. Por fim, veremos que
Deus não pode ser engessado e que pode agir da forma que bem
entender. Com base nisso, iremos orar e pedir uma reforma em
nossa maneira de agir e pensar.

Com essa introdução ajudou ao aluno a se organizar mentalmente e assim


acompanhar com mais atenção o passo a passo da aula. Apresentando a ordem da
aula terá mais atenção dos homens, já que gostam de objetividade e clareza. Se enrolar
e não dizer aonde se pretende chegar durante a aula, não terá atenção deles. Uma
vez o professor tendo apresentado a estrutura da reunião, deve partir para a aula
propriamente dita. Abaixo descreveremos a estrutura da aula.

Estrutura da aula
Toda aula/pregação deverá ser composta de três momentos: introdução,
desenvolvimento e conclusão. Nenhum desses pontos pode ser desrespeitado. A menos
que queira acabar com qualquer possibilidade de sucesso.
Introdução
É o momento mais importante da aula/pregação. Nele, ou você ganha ou perde
a atenção dos ouvintes. É fundamental fazer uma introdução criativa e alinhada à
realidade do grupo. É preciso pedir inspiração a Deus, peça que Ele lhe dê uma
maneira criativa de iniciar o conteúdo. Na introdução, o único assunto deve ser o tema
da aula. Segue um modelo abaixo:
Você já parou para pensar como o ser humano gosta de rotina?
Como ele se apega em determinados tipos de comportamentos
ou preferências? Gosta de comprar na mesma padaria, no
mesmo açougue, de ir ao mesmo restaurante. E quando diz não
gostar de um alimento, é possível que nunca o tenha
experimentado. Infelizmente, esse comportamento é dirigido
também às coisas de Deus. Por exemplo, gostam de sentar no
mesmo banco da igreja, de ouvir sempre o mesmo estilo de
pregação, de que o culto sempre siga o mesmo padrão. Se o
pregador não for pentecostal não serve, se no louvor o ministro
da música não fizer isso ou aquilo, não é competente.
Pensamentos como esses pairam na mente de muitas pessoas.
Mas a pergunta que fica é: será que é possível Deus agir em
diferentes formatos de cultos e quebrar rotinas? Será que é
possível Deus realizar sua obra em diferentes manifestações
(preferências)? Bom, hoje vamos aprender sobre tipos de cultos,
seus formatos e como Deus age poderosamente em todos eles.

Nessa introdução, há a presença de vários elementos como: exemplos reais do


cotidiano que ilustram como as pessoas gostam de rotina, um paralelo com a rotina
da vida cristã e a apresentação direta e objetiva do tema e da estrutura da
pregação/aula. Ao ouvir uma introdução dessas, o auditório fica atento, já que se
identifica com os exemplos que foram citados. Tal exemplificação permite que o ouvinte
faça associações com o que será falado e, assim, conseguirá assimilar o assunto com
maior facilidade. No tocante à apresentação da estrutura do discurso, a sensação de
organização é gerada e o ouvinte passa a acompanhar cada item do que foi
apresentado. Uma forma de ganhar a atenção do ouvinte durante todo o discurso.

Desenvolvimento
A parte do desenvolvimento do discurso corresponde à explicação do conteúdo
da aula/pregação. É quando aquilo que foi apresentado na introdução ganha vida. É
preciso seguir e respeitar cada tópico anunciado no primeiro momento, para não cair
em descrédito, já que quando se apresenta algo e não é executado, pode gerar uma
imagem de desorganização e falta de preparo. O desenvolvimento é composto por
tópicos, os quais devem ser seguidos de forma lógica pelo professor/pregador. Cada
tópico deve ganhar a devida atenção. Pode acontecer de um tópico ser mais difícil para
a compreensão do grupo, então, orienta-se a dar mais tempo para sua explicação.
Segue o modelo de desenvolvimento do primeiro tópico.
Culto apresenta diversas formas e manifestações. Tudo depende
da finalidade da reunião, daquilo que se quer passar as pessoas.
Por isso, a Bíblia nos dá margem para classificarmos diferentes
tipos de encontros. Há aqueles que são de cunho carismático,
pedagógico, kerigmático, koinonimático. O primeiro deles
corresponde à manifestação de dons na igreja; o segundo ao
ensino; o terceiro ao evangelismo; e, o quarto à comunhão. A
pergunta que fica, é possível Deus atuar nessa diversidade de
culto? (Caso seja um estudo, pode abrir espaço para discussões,
sem se prolongar muito).

No desenvolvimento desse primeiro tópico, observa-se que os tipos de culto não


foram apresentados imediatamente. Primeiro foi falado sobre a diversidade de formas
que pode conter em função do propósito e do público alvo. Nesse ponto do
desenvolvimento, apenas se destacou que o objetivo e o auditório fazem toda diferença
para determinar o formato de culto mais apropriado. Além disso, foi feita uma pergunta
retórica que pode ser utilizada tanto em um estudo bíblico em que de fato as pessoas
terão espaço para responder, quanto em uma pregação no culto público onde as
pessoas não responderão verbalmente, mas sim mentalmente. Tal pergunta serve para
preparar os ouvintes para a próxima explicação. Conforme desenvolvimento do
segundo tópico. Segue abaixo.
Sim, é possível Deus se manifestar de formas diferentes. Ele não
fica engessado em nossos gostos e preferências. Não é porque
gostamos mais de cultos pentecostais que essa é a única forma
dele alcançar uma pessoa. Não é porque gostamos mais de
cultos de ensino que ele não possa se manifestar em cultos
avivados. Por exemplo, vamos ver casos em que Deus se
manifestou em locais, jeitos e formatos diferentes daqueles que
conhecemos. No dia de pentecostes, o Senhor se manifestou
através de dons e línguas estranhas (leia Atos 2: 1-4). Muitos
foram escandalizados e até mesmo acharam que os discípulos
estavam bêbados, porém era cumprimento da promessa de que
o Espírito Santo haveria de descer. A este tipo de culto chamamos
de carismático. Deus também se movia por meio do ensino (leia
Atos 2: 42), no livro de Atos há diversas passagens provando que
a Palavra de Deus era ensinada aos homens e que isso gerava
edificação e firmava os novos convertidos na fé. E esta forma de
reunião pode ser chamada de culto pedagógico. Há também,
passagens que provam que havia reuniões voltadas apenas para
possíveis conversos, ou seja, para ímpios (leia Atos 1:8). Cabia
ao povo testemunhar e anunciar o evangelho para aqueles que
ainda não conheciam a Cristo. E este formato de reunião era
totalmente voltado para a evangelização, sendo chamado assim
de culto evangelístico. Mas há ainda outro tipo de encontro que
muitas vezes não recebe a importância devida, pois ele se dá a
beira de uma mesa durante a alimentação. É o culto de koinonia
(leia Atos 2: 41-47). Nessa passagem, entendemos que a igreja
era unificada através de jantares ou almoços, além de que
também novas almas eram ganhas durante o partir do pão.

Nesse ponto do desenvolvimento, é feita uma definição de cada tipo de culto


bem como é apresentado base bíblica para isso. É afirmado que independente da
manifestação, Deus se movia, já que a finalidade e o público alvo é quem determina
a melhor maneira de cultuar. E Deus em sua infinita sabedoria se comunica de diversas
formas e por meios até mesmo inesperados, como a beira de uma mesa. Quando o
desenvolvimento estiver acabado, é preciso preparar os ouvintes para a conclusão do
que foi dito. Seguem abaixo algumas orientações para fazer o fechamento da
aula/pregação.
Conclusão
É quando se retoma aquilo que foi dito na aula/pregação. É uma espécie de
resumo e pode ser realizado em forma de perguntas para que os alunos respondam
ou em caso de pregação, o pregador mesmo responde. Uma pregação/aula para ser
completa precisa da conclusão, caso contrário deixará seus ouvintes frustrados. Segue
o exemplo de conclusão.
Então, é possível Deus se manifestar de maneiras diferentes? É
possível agir em locais diferentes? É possível Ele quebrar
protocolos que conhecemos? Vocês se identificam mais com qual
tipo de culto? Qual é o preferido de vocês? Então quer dizer que
independentemente do tipo de culto, tais reuniões podem ser
úteis na obra de Deus?

Nesta conclusão, as perguntas retomam aquilo que foi apresentado na


introdução. É como se indiretamente o palestrante dissesse que sim é possível Deus se
manifestar de diferentes maneiras. Que é possível sim ele quebrar protocolos que
estamos acostumados. Além do que, ao perguntar aos ouvintes sobre qual o tipo de
culto eles mais se identificam, o orador está insinuando que o gosto e preferência do
auditório não anula o fato de existir outras manifestações espirituais diferentes daquilo
que julgam ser o melhor. Então, o palestrante aponta para seu maior objetivo: fazer as
pessoas entenderem que todo tipo de culto é útil na obra de Deus. Terminada a
conclusão, a fala precisa se encaminhar para o apelo. Segue as orientações.
Apelo
Após a conclusão do discurso, é a hora do apelo. Nessa fase, o ouvinte deve
tomar consciência daquilo que foi ensinado durante o estudo/pregação. É um
momento decisivo, em que a pessoa vai ser motivada a assumir uma postura frente
aquilo que foi ensinado/pregado. É um dos momentos mais tensos no mundo
espiritual, pois é hora de decisão, de renúncia, de entrega, de reformulação de valores.
É preciso muita espiritualidade, já que, nesse momento, ou você atinge seu propósito
ou não atinge. Além disso, nessa etapa da fala o orador precisa fazer com que as
pessoas assumam uma posição frente aquilo que foi discursado. Pregação/aula sem
apelo é vazia e inacabada. Segue abaixo o modelo.
Com base no que foi dito, você percebeu que muitas vezes
perdemos as bênçãos de Deus porque não permitimos que Ele
aja fora de nossa caixinha? Quantas vezes Ele falou e não
ouvimos porque aquele culto não se enquadrava no formato que
gostamos. Quantas vezes a oportunidade de ganhar uma alma
passou porque achávamos que um jantar ou almoço não seria
capaz de alcançar um coração para o Reino de Deus. Quantas
vezes deixamos de ser abençoados porque a performance de
determinado irmão ou irmã não se enquadrava no modelo de
crente que temos. Eu quero te convidar nesse dia a rever suas
convicções e a aceitar o fato de que Deus age da forma que quer,
na hora que quer e usa quem Ele quer. Quero te convidar a
renunciar seu eu e preferências e se colocar nas mãos dEle e
permitir que o Senhor faça tudo de Seu jeito.

No apelo, também há a presença de perguntas retóricas que retomam o que


fora dito. No entanto, as perguntas se apresentam de forma afirmativa. O que no
desenvolvimento do primeiro tópico foi feito no campo da dedução e especulação, na
hora do apelo é feito no campo da conclusão. Nesse ponto do discurso, não há
margens para questionamentos, já que todo tema já foi apresentado, defendido e
comprovado. Ainda no apelo, são utilizadas figuras do cotidiano das pessoas, fazendo-
as refletir na veracidade daquilo que foi pregado/ensinado. Tais ilustrações servem
para levar a pessoa a se dar conta do quanto já perdeu por ter uma postura diferente
daquela defendida no discurso. E como forma de redenção, o orador faz o convite e
leva a pessoa a tomar uma decisão: aceitar aquilo que foi pregado.

Oração de apelo
Depois do apelo, é preciso orar e validar a decisão da pessoa. Essa oração é o
fechamento de tudo que foi ensinado/pregado. É como se a pessoa fosse assinar o
“contrato com Deus” e se comprometer a cumprir fielmente aquilo que fora ensinado.
A oração do apelo tem que ser feita com sabedoria, as palavras e os pedidos devem
ser referentes aquilo que foi ensinado/pregado e não por demandas que não tenham
aparecido durante o discurso.

Oração de intercessão e testemunhos em estudos bíblicos


Caso existam pedidos de oração, ou alguma campanha em andamento, deve
ser feita no final do encontro. É um momento reservado para unificação do grupo,
onde a causa de todos é abraçada. Mas cuidado para não ter muitos relatos nessa
hora. Às vezes, os membros acabam contando detalhes de suas vidas particulares na
frente de todos e assim, acabam tomando muito tempo da reunião. Se houver um
testemunho, que ele seja passado ao professor antes para que seja avaliado e para
que a pessoa também seja orientada na forma de testemunhar. Não estrague a aula
abrindo espaço para falas desnecessárias.

Recados e informações nos estudos bíblicos


Os recados devem ser dados antes da oração final, ou seja, depois que a oração
de intercessão e testemunhos terminou (se houver necessidade). Não caia na armadilha
de dar informações durante o encontro, isso é desastroso. Gera dispersão,
desconcentração e até mesmo, dependendo do caso, polêmica.

Oração final e fechamento nos estudos bíblicos


A oração final deve ser feita em forma de agradecimento pelo encontro. Serve
também para posterior a ela, despedir o povo. Então, não dê recados ou avisos depois
da oração final. Assim que orar terminando o encontro, despeça o povo.

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