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Goiânia - 27ª Vara Cível

0257320-25.2012.8.09.0051

DECISÃO

Cuida-se de Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica


proposto por CELG DISTRIBUIÇÃO S.A. – CELG D em face de CERÂMICA
FLORESCENTE LTDA., devidamente qualificados.
Em suma, alegou que a requerida atua de forma omissiva, frustrando as
diversas tentativas da exequente de buscar a satisfação dos débitos contraídos pela
executada.
Em razão disso, postulou pela desconsideração da personalidade jurídica da
executada, com a inclusão dos sócios Robério de Carvalho Barros e Tácio Assis
Barros no polo passivo da ação.
O incidente foi recebido na movimentação 64.
Citados, os sócios suscitaram a ausência de abuso da personalidade jurídica,
não podendo a medida ser deferida apenas pela falta de ativos financeiros
depositados em conta bancária, eis que as buscas de bens passíveis de penhora
sequer foram esgotadas.
Ao final, pugnaram pelo indeferimento do incidente de desconsideração da
personalidade jurídica.
Vieram conclusos.
DECIDO.
A desconsideração da personalidade jurídica é disposta no artigo 50 do
Código Civil e pressupõe o desvio de finalidade ou a confusão patrimonial.
Nos autos, não há prova inequívoca de que o executado se encontra em
abuso da personalidade jurídica. A dificuldade em se encontrar bens passíveis de
satisfação do débito, por si só, não autoriza a desconsideração da personalidade
jurídica.
Entendimento do Superior Tribunal de Justiça que corrobora o exposto:

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em 06/07/2022 14:29:31
Assinado por ROMERIO DO CARMO CORDEIRO
Validação pelo código: 10463565820236906, no endereço: https://projudi.tjgo.jus.br/p
AGRAVO INTERNO NO AGRAVO (ART. 1.042 DO NCPC)-
EXECUÇÃO - DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE
JURÍDICA - DECISÃO MONOCRÁTICA QUE DEU PROVIMENTO
AO RECLAMO PARA AFASTAR A DESCONSIDERAÇÃO DA
PERSONALIDADE JURÍDICA DA EMPRESA. INSURGÊNCIA DO
EXEQUENTE. 1. A teoria da desconsideração da personalidade
jurídica, medida excepcional prevista no art. 50 do Código Civil de
2002, pressupõe a ocorrência de abusos da sociedade, advindos do
desvio de finalidade ou da demonstração de confusão patrimonial. 2.
A mera inexistência de bens penhoráveis ou eventual encerramento
irregular das atividades da empresa não ensejam a desconsideração
da personalidade jurídica. 3. Manutenção da decisão monocrática
que, ante a ausência dos requisitos previstos no art. 50 do CC/2002,
afastou a desconsideração da personalidade jurídica. 4. Agravo
interno desprovido.
(STJ - AgInt no AREsp: 1018483 SP 2016/0303810-1, Relator:
Ministro MARCO BUZZI, Data de Julgamento: 12/12/2017, T4 -
QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJe 01/02/2018)
Destaco que foi instaurado o presente incidente a pedido da parte exequente,
mas esta, todavia, não trouxe aos autos nenhuma prova de desvio de finalidade ou
confusão patrimonial praticado pela empresa ré.
Ante o exposto, INDEFIRO o pedido de desconsideração da personalidade
jurídica.
INTIME-SE a parte exequente para requerer o que lhe for devido, no prazo de
15 (quinze) dias.

GOIÂNIA.

ROMÉRIO DO CARMO CORDEIRO


Juiz de Direito
(Datado e Assinado Digitalmente)

Tribunal de Justiça do Estado de Goiás


Documento Assinado e Publicado Digitalmente em 06/07/2022 14:29:31
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