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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

CURSO DE LICENCIATURA EM FILOSOFIA

DISCIPLINA: ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA

DOCENTE: PROF. DRº ROBERTO SÁVIO ROSA

DISCENTE: WALDETE PEREIRA MILLA

A CONDIÇÃO HUMANA NA PERSPECTIVA DO EMBELEZAMENTO

O documentário Arquitetura da Destruição, nos faz refletir de forma mais


atenta, para o que seria o início da construção da estética nazista na
Alemanha. E cá, eu me pergunto: pode a arte ser má? Pode a beleza ser
destrutiva e mortífera? Podemos enaltecer a beleza ao ponto dela se tornar
causa de um extermínio sem igual?

Dentro desse contexto, acredito ser interessante uma rápida pontuação


de como podemos definir a condição humana e, pensa-la como: às formas de
vida que o homem impõe a si mesmo para manter-se vivo, e que, são
condições que tendem a suprir a existência humana, que variam de acordo
com lugar e o momento histórico.

A estética abarcada pela cultura, que se expressa pela arte, é o resultado


das emoções que emergem das percepções vivenciadas no mundo, ou onde
se vive, podemos dizer que a cultura advém dos indivíduos do lugar, onde
formam esse complexo sentido social. A arte pode ser representada de
diferentes formas, tais quais: a música, pintura, escultura, poesia etc., ela
proporciona a vivência de novas experiências por meio de reflexão; torna
possível a criação de novos laços sociais, estimula a expressão de opiniões e
sentimentos. A arte consagra a diversidade humana, não a exclui, nem a
extermina.

No documentário, vimos a adoração que Hiltler tinha pela arquitetura, pela


beleza e perfeição que compreendiam as artes da antiguidade (foco na Grécia),
da época medieval (foco em Roma) e, seu desprezo pela modernidade. Ele
denominou a Arte Moderna de “Arte Degenerada”, a arte de bolchevistas e
judeus. É por esse caminho e, através de uma grande campanha midiática pelo
país que, ele consegue ir construindo uma” Arquitetura do Mal”, um mal que
parece se transformar em uma espécie de oxigênio para ele. E assim vão se
somando pessoas na obra, vão formando a alienação em massa, distorcendo
valores, a moral, a ética, a estética, a cultura. E tudo isso dando um contorno
especial de beleza na destruição. Agora, está erguida a Arquitetura do mal,
onde “indivíduos sociais”, viram indivíduos de massa da dominação totalitária,
eis o fascismo.

A concepção de beleza nazista, é uma visão de perfeição nos traços


humanos e arquitetônicos (espelhados da Grécia e de Roma, assim como as
artes em geral), é nisso que se funda a arte e a cultura alemã nesse período,
uma condição humana com vistas e prática da “Eugenia”, a formação de uma
raça pura e bela alemã. Para tal, os alvos humanos “indignos de viver” seriam:
os criminosos, degenerados, deficientes mentais (os primeiros), ciganos,
homossexuais, judeus (estes, sobre uma incontrolável ira e desprezo), vadios,
insanos e fracos, deveriam ser eliminados da cadeia da hereditariedade

Destarte, pensar na condição humana de forma antropológica, como


seres culturais produtores de obras materiais, de pensamentos, ou de forma
mais restrita, na produção das artes, das letras e de outras manifestações
culturais, a tudo isso, eu me questiono sobre a natureza humana, discussão
longínqua e persistente durante os séculos entre os filósofos. O que nos cabe
de verdade e de real em nossa natureza?

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