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INTRODUÇÃO
É também seu objeto mostrar suas modalidades, quais sejam: apelação
eleitora, apelação criminal, agravo de petição, agravo de instrumento embargos de
declaração, embargos de nulidade e infringentes do julgado, recurso ordinário recurso
especial, recurso de procedência extrajudicial e recurso partidário interno; seus
caracteres peculiares; suas diferenças; seus procedimentos; prazos efeitos; e
principalmente suas aplicações práticas no mundo do Direito.
1. CONCEITUAÇÃO DO RECURSO.
A parte que se sente desfavorecida com decisão emitida dispõe do direito de
recurso para provocar reexame da espécie.
O recurso é uma complementação ao direito de ação, uma vez que implica o
prosseguimento do contraditório processual estabelecido, por iniciativa da parte que se
sinta de algum modo prejudicada com o pronunciamento judicial.
Inexiste, por isso, qualquer margem para retratação do juízo recorrido, ao qual
cabe tão-somente dar encaminhamento da matéria ao órgão judiciário de instancia
mais elevada, sem mesmo aduzir qualquer sustentação.
É portanto, a presença dessa nova atividade decisória que se exige do juízo a quo,
despertado com a interposição do recurso, que pode ser apresentada como
característica determinante de sua vinculação na categoria de agravo de petição.
De acordo com o art. 279 do citado diploma legal, o agravo de instrumento
poderá ser interposto, no prazo de três dias, quando o recurso especial for denegado
em primeira instância (Tribunal Regional Eleitoral). Deverá este recurso ser interposto
por meio de petição, a qual deverá conter: a exposição do fato e do direito, as razões
do pedido de reforma da decisão e a indicação das peças do processo que deverão
ser trasladadas. Embasarão o instrumento os documentos apontados pelo agravante,
aqueles apontados pelo agravado, bem como os que serão obrigatoriamente
trasladados, tais como a decisão recorrida e a certidão da intimação.
Ainda de acordo com o art. 279 do Código Eleitoral, uma vez deferida a
formação do agravo, será o recorrido intimado para, no prazo de três dias, apresentar
as suas razões e indicar as peças que também serão trasladadas. Concluída a
formação do instrumento, o Presidente do Tribunal determinará a remessa dos autos
ao Tribunal Superior, podendo, ainda, ordenar a extração e juntada das peças não
indicadas pelas partes. Tal determinação em hipótese alguma poderá ser negada,
ainda que haja a interposição intempestiva do recurso. Contudo, se o dito instrumento
não puder ser apreciado pelo Tribunal Superior porque interposto fora do prazo legal,
o Tribunal Superior imporá multa ao recorrente correspondente ao valor do maior
salário mínimo vigente no país, o que não ocorrerá na hipótese de improvimento do
recurso.
Em sendo o recurso admitido, abrir-se-á vista à parte recorrida para que no
prazo de três dias apresente as suas razões. Findo esse prazo, com ou sem as razões
do recorrido, retornarão os autos conclusos ao Presidente do Tribunal para que este
diligencie no sentido de fazê-los subir até o Tribunal Superior Eleitoral, sem
acrescentar qualquer sustentação.
A decisão que não reconhece a plausibilidade do recurso pode ser atacada via
agravo de instrumento, sendo levada à apreciação do Tribunal Superior Eleitoral, para
que este ordene ou não a subida dos autos para exame de recurso especial, dando,
assim, por seu enquadramento a uma das modalidades contidas no art. 276,I do
Código Eleitoral, in verbis:
b) quando ocorrer divergência na interpretação de lei entre dois ou mais Tribunais
Eleitorais."
II- quando for omitido ponto sobre que devia pronunciar-se o Tribunal.
Por meio da anterior Lei Orgânica dos Partidos Políticos o direito eleitoral restaurou o
recurso extrajudicial que se encontrava expungido do sistema processual brasileiro.
A interposição de tais recursos se dava em relação aos atos decisórios dos
partidos políticos para os órgãos da Justiça Eleitoral. Embora já esteja revogada a
matéria merece permanecer pelo aspecto incomum, com enfoque analítico.
Não é possível cogitar-se de que se trata de mera função censora, uma vez
que não se fazia um ajuizamento de uma pretensão para que a lei se fizesse aplicável,
mas transpor uma relação processual já constituída, para que se submetesse a
decisão do reexame de uma instância mais elevada. E a circunstância de essa
atividade partidária projetar-se apenas entre os filiados dos partidos não comprometia
o caráter jurisdicional da atividade conferida às direções partidárias, pois apenas está
sendo definida a legitimidade dos protagonistas desse contencioso original.
Cabe ressaltar que tal fato embora "anômalo" poderá existir, pois ao adotar a
ordem constitucional brasileira a tríplice divisão dos poderes Legislativo, Executivo e
Judiciário de forma independente e harmoniosa, não estabeleceu monopólio funcional
entre eles, de modo que as atividades funcionais poderiam ser compartilhadas
reciprocamente.
Um outro caso de recurso a ser interposto no âmbito das agremiações política
partidária, está relacionado com a aplicação das sanções disciplinares aos seus
respectivos filiados. Tal recurso estava previsto no art. 70, da Lei Orgânica dos
Partidos Políticos, que o previa para os casos de medidas disciplinares aplicadas em
virtude do descumprimento do dever de disciplina, dos princípios programáticos e das
funções partidárias.
3. INTERPOSIÇÃO DO RECURSO
A impugnação apresenta-se para dar pela existência de vícios existentes que
atinjam a validade preferencial.
Para que se recurso destinado a exame pela segunda instância, mister se faz o
exame em caráter inicial dos pressupostos de sua admissibilidade. Até mesmo quando
o recurso é levado à instância superior, deve-se levar a remessa dos autos para que
sejam examinados os requisitos de admissibilidade, correndo o processo
regularmente.
O princípio do contraditório, outrossim, não desaparece nas vias de recursos.
As fundamentações dos recursos sobre as impugnações sobre apuração de votos
deverão ser apresentados em 48 horas. Muitas vezes, é notório que alguns juízes
desrespeitam o princípio do contraditório, simplesmente encaminham o recurso
quando recebido pelo recorrente à superior instância, excluindo a parte diversa.
A oralidade, não exigência de petição escrita, está presente nos recursos
interpostos quando se trata de apuração de votos, no instante em que foi rejeitada a
impugnação sobre vício de apuração, como rege o artigo 169: "A medida que os votos
forem sendo apurados, poderão os fiscais e delegados de partidos, assim como os
candidatos, apresentar impugnações que serão decididas de plano pela junta...parag.
2º De suas decisões cabe recurso imediato, interposto verbalmente ou por escrito, que
deverá ser fundamentado no prazo de 48 horas para que tenha seguimento."
A situação do processo de apuração a que deu motivo ao recurso deve ser
mantida como no momento da impugnação, ensejando maior segurança à apuração
do fato recorrido. A relevação teria de ocorrer no momento subsequente à interposição
do recurso, por escrito ou verbalmente. Tudo isso para que não haja a alteração ou
perecimento da coisa a ser reexaminada sobre contagem errônea de votos.
É importante salientar este último, porque versa sistematicamente que o recorrente
nem sempre é obrigado à apresentar provas documentais daquilo a que alega,
apontando facilmente os meios a que se poderá chegar a certeza dos fatos, quando se
tratar de captação de sufrágios por ilegítimo processo, abuso de autoridade, fraude,
coação, abuso do poder econômico, uso indevido da propaganda. Porém, isso não
exonera o recorrente de provar claramente a viabilidade dessas investigações,
mostrando, ao menos, os caminhos a que se poderá chegar à verificação da verdade
dos fatos apurados.
Estão delineadas pelo art. 267 as sequências sistemáticas das regras quanto a
tramitação dos recursos em primeira instância, referentes aos atos de decisão dos
Juízes eleitorais, no que tange ao recebimento da petição pelo Juiz, intimação do
recorrido para ciência do recurso interposto, a forma das intimações e citações,
prazos, reformulação das decisões. Quanto àquele, a intimação do recorrido para
ciência do recurso, está esclarecido no artigo o princípio do contraditório, dando
paridade de tratamentos às partes.
4. TRAMITAÇÃO DOS RECURSOS NOS TRIBUNAIS.
A regra acima, no entanto, tem como exceção o disposto no art. 270, segundo
o qual nos recursos que se ocupam de coação, fraude, interferência abusiva do poder
político ou do poder econômico, infringência às normas que disciplinam a propaganda
eleitoral ou utilização de qualquer processo ilícito de arregimentação de votos, é
admitida a realização de atos probatórios na faze recursal.
No caso de admitir-se instrução probatória (art. 270), o protesto por sua
realização é apresentado ainda no Juízo a quo, embora esteja sendo admitida a sua
realização em segunda instância, se reconhecida sua pertinência. Recebendo os
autos, cumprirá ao relator pronunciar-se pela efetivação das provas indicadas pelas
partes, mandando-as realizar, caso as admita, no prazo de cinco dias. Do despacho
denegatório caberá reexame pelo tribunal se os interessados o requererem, no prazo
de vinte e quatro horas.
Em seguida, o recurso irá com vistas ao relator para exame, pelo prazo de oito
dias, após o qual deverá ser devolvido à secretaria, para que em vinte e quatro horas,
seja incluído em pauta de julgamento. Porém, versando o recurso sobre expedição de
diploma, os autos, após devolvidos pelo relator, deverão ser submetidos ao exame de
um revisor, pelo prazo de quatro dias, após o que, devem ser devolvidos à secretaria
para inclusão em pauta.
O julgamento desse tipo de recurso não pode sofrer adiamento, não
comportando, de maneira alguma, qualquer pedido de vista que leve à interrupção da
deliberação iniciada. Os julgadores presentes, desejando maiores esclarecimentos,
que compulsem, momentaneamente, os autos e peçam explicações verbalmente ao
relator, durante a fase do relatório e depois durante a emissão do voto. O julgamento
deverá ser cumprido em uma única assentada. Mas, após encerrado o relatório,
podem as partes fazer a sustentação oral de seus pontos de vista, concedendo-se a
palavra, por último, ao Procurador Regional, para o pronunciamento adicional que
considerar pertinente, iniciando-se depois a votação, com o voto proferido pelo relator,
seguindo-se os demais na ordem de antiguidade determinada pela investidura no
colegiado.
5. PRAZOS
Os recursos eleitorais, via de regra, devem ser interpostos no prazo de três
dias da publicação do ato decisório. Assim prevê o art.258 do Código Eleitoral:
Sempre que a lei não fixar prazo especial, o recurso deverá ser interposto em 3 (três
dias) da publicação do ato, resolução ou despacho.
- da decisão denegatória de transferência eleitoral (art. 57, § 2º, do Código Eleitoral);
-dos atos, despachos dos Juízes ou Juntas Eleitorais (art. 265 do Código
Eleitoral);
Desde que a decisão judicial seja passível de recurso, não se produzirá a coisa
julgada enquanto não houver a transcorrência do prazo sem a iniciativa recursal da
parte em sucumbência, tanto quanto ficará a depender dos recursos admissíveis
tempestivamente interpostos.
O alcance do recurso pode ser total ou parcial, de acordo com a iniciativa das
partes, sobre o qual incidirá o poder de reexame na instância revisora. Nem sempre o
efeito devolutivo do recurso importa em transposição de conhecimento para órgão
judicante diferente. Pode a competência recursória ser atribuída ao próprio órgão
prolator da decisão recorrida, levando a um novo exame as questões controvertidas. É
o caso, exatamente, dos embargos de declaração previstos no art. 275 do Código
Eleitoral e dos embargos de nulidade e infringentes do julgado de que trata o art. 83 da
Lei nº5.682, de 21.07.1971, cujo conhecimento incumbe ao próprio órgão de onde
emanou a decisão recorrida.
Veja-se, por exemplo, o que dispõem os arts. 216 e 217 do Código Eleitoral:
"Art. 216. Enquanto o Tribunal Superior não decidir o recurso interposto contra
a expedição do diploma, poderá o diplomado exercer o mandato em toda a sua
plenitude.
Pelo que pode ser observado, a invalidade de diplomas que acaso possa
ocorrer em decorrência do provimento de recurso contra a diplomação ou de recurso
que modifique a distribuição dos sufrágios tem eficácia ex nunc, a significar que os
atos anteriormente praticados no desempenho do mandato representativo e as
remunerações recebidas não são atingidos. Tem-se como legítimo o desempenho do
mandato até a produção do ato decisório que o invalide. Desde esse momento, sem
mais tardança, dever-se-á dar execução ao julgado, não comportando a prática de
qualquer ato por quem tenha o mandato reconhecido insubsistente.
Nesse sentido, preceitua o art. 267, § 6º, do Código Eleitoral, com a redação
promanada da Lei nº4.961, de 04.05.1966:
"Art. 362. Das decisões finais da condenação ou absolvição cabe recurso para
o Tribunal Regional, a ser interposto no prazo de 10 (dez) dias.
A decisão condenatória que seja aplicada pelo Tribunal Regional somente
poderá ser atacada desde que se ajuste a uma das hipóteses do recurso especial
consignadas no art. 276, I, do Código Eleitoral.
Em linhas gerais, o presente trabalho trouxe uma abordagem clara e precisa
acerca dos recursos pertinentes à Justiça Eleitoral.
Referências Bibliográficas:
RECURSOS ELEITORAIS