JUMÁDAL ÚLA 1444 EDIÇÃO Nº113
Allah diz: “E cumpri a promessa; certamente a promessa (é algo acerca do qual no Dia do
Julgamento) sereis questionados.” (Surah Issrá 17:34).
P- Qual é o significado de Rukhssati no
casamento? Se o casamento não for
consumado porque o marido e a esposa
viviam separados até o Rukhssati ser
formalmente realizado, isso afetará o status
do casamento sob a lei Isslâmica?
R- A palavra “Rukhssati” é um termo
proveniente da língua urdu que significa
literalmente despedida. Esta palavra é
geralmente usada quando a noiva deixa a sua
casa, e seus familiares e amigos se despedem
dela. O termo usado na língua árabe é Zifáf.
Nas circunstâncias atuais, é melhor realizar o
Rukhsati o mais rápido possível, pois é a melhor
forma de proteger-se de futuros problemas que
pode surgir entre o casal. O atraso no processo
de Rukhssati sem um motivo legítimo, como já
virou tendência em nossa sociedade, é uma
prática detestável (Macruh) e contrária a Sunnah.
Porém, se o Rukhsati não ocorrer e o casamento
não for consumado, isso não terá nenhum efeito
legal no Nikáh do casal, pois o Nikáh permanece
válido e intacto, independentemente de quanto
tempo o casal viva separado.
No entanto, se houver um motivo válido para
atrasar o Rukhsati, então não há mal nisso, pois o
Rukhssati do Mensageiro de Allah e tem em sua posse ou venda de artigos
Sayyidatuná ‘Aisha Radhialláhu ‘Anha foi três
anos após a realização do casamento. (Bukhári
Hadisse 5158, 5133).
Nota: O casamento não consumado significa
quando não houve ralação sexual entre os
cônjuges, ou melhor, após o casamento, o casal
não teve momentos a sós (Khalwat Sahihah). A
existência ou inexistência de Khalwat Sahihah só
terá seus devidos efeitos caso haja divórcio.
NOVEMBRO 2022
P- É permitido alugar um imóvel e cobrar do
inquilino uma certa percentagem dos lucros
ou do volume do seu negócio? Por exemplo,
10% do volume do negócio, assim, se num
mês o volume for de 800.000,00MT, o aluguel
daquele mês seria de 80.000 00MT. Este tipo
de contrato é permitido?
R- Não, não é permito. Este tipo de contrato é
inválido e proibido. O valor do aluguel mensal
deve ser previamente acordado e fixo, ou seja, a
renda não pode ser baseada na percentagem dos
lucros ou no volume de negócios, pois, não se
sabe ao certo quanto será o volume de negócios
do comerciante em um determinado mês e,
portanto, o valor é incerto e isso pode levar à
disputas entre o proprietário e o inquilino.
Sayyiduná Abu Huraira narra que o
Mensageiro de Allah proibiu uma transação
determinada pelo lançamento de pedras e uma
transação que envolve alguma incerteza.
(Musslim 2854).
A palavra “Gharar” que vem mencionada no
Hadisse significa incerteza, deceção, risco, etc.
No comércio Isslámico, é proibido realizar
transações onde há incerteza, como por exemplo,
venda de artigos em que o vendedor ainda não
inexistentes.
P- Meu pai faleceu no mês passado e na
próxima semana vai completar quarenta dias
e pretendemos nos juntar para realizar uma
cerimónia. Gostaria de saber o que devemos
fazer para beneficiar o falecido neste dia?
R- Após a morte do falecido não existe nenhuma
prática a ser realizada ao complemento de
quarenta dias. A realização de uma cerimónia
especial e específica no quadragésimo dia onde
juntam-se várias pessoas para recitarem Yássin
ou diferentes partes do Qur’án de forma a
beneficiar o falecido não foi prescrito pelo
Legislador (Shári’), portanto é uma inovação
(Bid’ah). Não existe um dia especifico para que
os mortos sejam beneficiados, a qualquer
momento eles são beneficiados pelas pessoas que
enviam recompensas à eles.
Mufti Muhammad Makhluf explica:
“O que se deve fazer a favor do morto a todo o
momento, consoante a capacidade e
possibilidade individual, e o que lhe trará
benefício e recompensas, são as adorações e os
atos virtuosos, como por exemplo: O Duá, o
pedido de perdão em favor do falecido, a
recitação do Qur'án, individualmente, a oferta
de recompensas ao falecido em qualquer dia (i.e.
sem restrições), a prática da caridade e do Hajj
por ele, etc.”.
P- Quais são as Surates que podem ser
recitados no Salátul Jumu’ah de acordo com
a Sunnah?
R- Existem três combinações das Surates que
foram transmitidas a partir da prática do Profeta
no Salátul Jumuʿah:
1- O Mensageiro de Allah recitava Suratul
Jumuʿah (Capítulo 62) no primeiro Raca't e
Suratul Munáfiqun (Capítulo 63) no segundo
Raca’t.
2- O Mensageiro de Allah recitava Suratul
A'lá (Capítulo 87) no primeiro Raca’te e Suratul
Gháshiyah (Capítulo 88) no segundo Raca'te.
3- O Mensageiro de Allah recitava Suratul
Jumuʿah (Capítulo 62) no primeiro Raca’te e
Suratul Gháshiyah (Capítulo 88) no segundo
Raca’te.
As três combinações fazem parte da Sunnah, A
combinação com a Suratul Jumu’ah é a melhor
por refletir sobre o dia de Jumu’ah. Com base
nessas combinações, é Sunnah recitar a Surah
por completo em cada Raca'te de forma a
cumprir com a Sunnah. Se o Imám recitar
parcialmente não cumprirá com a Sunnah.
P- Vivo na Inglaterra, no ano passado paguei
bilhetes para quatro pessoas realizarem o
Hajj. O valor total foi pago à agência de
viagens em novembro do ano passado. As
autoridades sauditas cancelaram o Hajj para
aqueles que não residem na Arábia Saudita.
Gostaria de saber se eu tenho direito de
exigir o reembolso total à agência de
viagens?
R- Se o cliente realizou o pagamento total ou
parcial ao agente de viagens ou ainda deixou
algum depósito, e o agente de viagens não
consegue cumprir o acordo devido ao
cancelamento dos voos e Hajj, o acordo
realizado entre o cliente e a agência de viagens
torna-se nulo e o cliente tem o direito de exigir o
reembolso do valor total dos bilhetes. Os clientes
não são responsáveis por quaisquer perdas
potenciais incorridas pelas agências de viagens,
da mesma forma que não beneficiam dos lucros
das agências de viagens em circunstâncias
normais. Portanto, é errado para um agente de
viagens se recusar a fornecer um reembolso total.
Os clientes têm o direito de usar todas as opções
adequadas para recuperarem o dinheiro pago à
agência de viagens, embora os consumidores
possam aceitar, em vez disso, um voucher
(Garantia) com o valor da viagem para ser usado
no futuro.
Allah diz:
“E cumpri a promessa; certamente a promessa
(é algo acerca do qual no Dia do Julgamento)
sereis questionados.” (Surah Issrá 17:34).
P- Comprei um item por 15.000,00MT e já
está em minha posse, porém, só paguei
3.000,00MT até agora e o restante dos
12.000,00MT será pago em quatro
prestações. Uma vez que não paguei na sua
totalidade, é permitido vender o item?
R- Após a realização da compra e venda, o
comprador passa a ser o proprietário legítimo do
item, embora este ainda não tenha o pago na sua
totalidade. Portanto, quando você é o
proprietário do item, você pode muito bem fazer
o uso do item, assim como poderá realizar uma
venda, pois tudo depende do proprietário. O
proprietário pode fazer aquilo que lhe desejar,
desde que a compra e venda seja definitiva (Bai’
Lázim), sem qualquer opção de devolução
(Khiyár). (Tuhfatul Fuqahá 2/37, Bináyah
8/11).