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Toda minha atuação profissional como médico está voltada para o Atendimento Pré-Hospitalar (APH) e tenho
atuado nesses anos de formado em diferentes ambientes dentro do APH:
• APH em ambiente aeroportuário
• APH em rodovias
• APH em indústrias
• SAMU
Todo esse material foi elaborado com muita dedicação e atenção aos
mínimos detalhes.
Espero que seja valioso para você e que contribua um pouco mais
com os seus conhecimentos de Atendimento Pré-Hospitalar (APH) e
mais especificamente de atendimento aos pacientes vítimas de
trauma no APH.
Atenciosamente,
Leonardo Clément
Apresentação Geral
Esse livro foi escrito tendo como base o artigo de revisão “Inicial Care of the Severely Injured Patient”,
publicado em 2019 na revista científica “The New England Journal of Medicina”.
Utilizamos as fontes citadas nesse artigo para construir o raciocínio e conteúdo disponibilizado nesse material.
Agradeço ao enfermeiro Wesley Pinto, por ter me apresentado a esse excelente material assim como pelos tantos
outros que costuma compartilhar comigo.
Aqui vamos apresentar as principais novidades e conceitos atuais de atendimento ao trauma com foco no APH.
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra1609326
Um Pouco de Filosofia
A INTERDEPENDÊNCIA
Napoleon Hill
A Interdependência
Introdução
Grandes e rápidos avanços no atendimento ao trauma estão associados a épocas de guerra.
As inovações são importantes para esse avanços assim como a análise científica com metodologia
adequada para verificação da eficácia e efetividade das inovações propostas.
Recomendo a leitura do blog do prof. e Dr. Luis Claudio Correia para saber mais sobre como ler criticamente
artigos científicos: www.medicinabeadaemevidencias.blogspot.com.br
Nos EUA, mortes por trauma ocupam o primeiro lugar em indivíduos entre 1 e 44 anos.
As Principais Inovações no Trauma
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra1609326
Tipos de intervenções
no trauma:
- Mecânicas
(Ex. Torniquetes)
- Farmacológicas
(Ex. Agentes fibrinolíticos)
- Filosóficas ou Estratégicas
(Ex. Cirurgia de controle de
danos precoce, RMC, PCR no
Trauma)
Caso
Local da Ocorrência
Uma vez que o torniquete é colocado no APH em ambiente civil, o mesmo DEVE FICAR POSICIONADO ATÉ
que possa ser retirado com segurança em ambiente hospitalar com suporte cirúrgico.
Epidemiologia das Lesões no Campo de Batalha
Epidemiologia das Lesões no Campo de Batalha
Torniquete Recomendado desde 1996
FASE 1
Torniquete Recomendado desde 1996
FASE 2 FASE 3
Uso de Torniquetes Comerciais no Campo - 2009
Uso de Torniquetes Comerciais no Campo - 2009
Curativos Hemostáticos Tópicos Avançados
https://www.researchgate.net/publication/267743873_Management_of_External_Hemorrhage_in_Tactical_Combat_Casualty_Care_Chitosan-Based_Hemostatic_Gauze_Dressings_-_TCCC_Guidelines-Change_13-05
Consensus de Hartford - 2013
https://www.east.org/content/documents/44_hartfordconf_1.pdf
Campanha STOP the Bleed
https://dev-journals2013.lww.com/jtrauma/Abstract/2015/03000/Tourniquet_use_at_the_Boston_Marathon_bombing__.20.aspx#pdf-link
Popularização dos Torniquetes no Meio Civil - 2015
https://dev-journals2013.lww.com/jtrauma/Abstract/2015/03000/Tourniquet_use_at_the_Boston_Marathon_bombing__.20.aspx#pdf-link
Popularização dos Torniquetes no Meio Civil - 2015
https://dev-journals2013.lww.com/jtrauma/Abstract/2015/03000/Tourniquet_use_at_the_Boston_Marathon_bombing__.20.aspx#pdf-link
Como Usar o Torniquete
Caso
X – HEMORRAGIA EM COXA ESQUERDA
Local da Ocorrência CONTIDA COM TORNIQUETE
A – VIAS AÉREAS PÉRVIAS –
SATO2 98% EM MÁSCARA NÃO
REINALANTE
B – TAQUIPNEIA (FR: 24 IPM)
C – DUAS PERFURAÇÕES EM REGIÃO
Cidade 1: USB APH TÓRACO ABDOMINAL (PULSO PERIFÉRICOS
TAQUICARDICOS + FILIFORMES + PELE FRIA E
PEGAJOSA + TEC > 3S + PA: 70X40 MMHG
D – GLASGOW 14
Esse tratamento foi adotado como rotina no campo de batalha e tem ganhado aceitação nos EUA e em outros
locais do mundo.
Seu custo quando comparado com muitas outras intervenções no trauma, é mínimo.
Quando mais cedo é administrado após a lesão, melhores são as taxas de mortalidade.
Uso de Fibrinolítico no APH
O uso do ÁCIDO TRENAXÂMICO, deve ser incorporado nos protocolos de transfusão maciça.
Entretanto...
...nenhum dano ou malefício foi atribuído para o seu uso universal...
como intervenção inicial para pacientes com suspeita de hemorragia grave.
administração de plasma...
...durante o transporte para o hospital, potencializa a coagulação e...
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22766227
Ac. Tranexâmico em Hemorragias Pós Parto - 2012
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/22766227
Reconhecimento para Uso no Trauma Recente - 2013
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1802345
Uso de Plasma Durante o Transporte - 2018
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1802345
Uso de Plasma Durante o Transporte - 2018
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1802345
Caso
X – HEMORRAGIA EM COXA ESQUERDA
Local da Ocorrência CONTIDA COM TORNIQUETE
A – VIAS AÉREAS PÉRVIAS –
SATO2 98% EM MÁSCARA NÃO
REINALANTE
B – TAQUIPNEIA (FR: 24 IPM)
C – SANGRAMENTO EM MIE CONTIDO POR
Cidade 1: USB APH TORNIQUETE + DUAS PERFURAÇÕES EM
REGIÃO TÓRACO ABDOMINAL (PULSO
PERIFÉRICOS TAQUICARDICOS + FILIFORMES
+ PELE FRIA E PEGAJOSA + TEC > 3S + PA:
70X40 MMHG + INÍCIO DE REPOSIÇÃO
VOLÊMICA COM CRISTALÓIDE
D – GLASGOW 14
Foram necessários...
mais 76 anos para comprovar cientificamente
essa declaração...
em um estudo executado com bastante cuidado.
Os limites seguros da hipotensão permissiva são desconhecidos, porém a administração de grandes volumes de fluidos EV
antes do controle cirúrgico das hemorragias é perigosa e não deve ser realizada, exceto em caso de:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7935634
76 anos Depois... NEJM - 1994
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/7935634
Guideline para Ressucitação Volêmica no APH - 2009
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19667896
Devemos Pegar um Acesso no APH?
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19667896
Onde e Como Pegar o Acesso?
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19667896
Devemos Fazer Reposição Volêmica?
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19667896
Qual Solução Devemos Usar?
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19667896
Qual Volume Devemos Infundir?
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19667896
Revisão Cochrane - 2014
https://www.cochranelibrary.com/cdsr/doi/10.1002/14651858.CD002245.pub2/full
Revisão Eur J Trauma Emerg Surg - 2018
Revisão Eur J Trauma Emerg Surg - 2018
Revisão Scand J Trauma - 2018
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6296142/
Revisão Scand J Trauma - 2018
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6296142/
Revisão Scand J Trauma - 2018
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6296142/
Revisão Scand J Trauma - 2018
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC6296142/
Hipotensão Permissiva no TCE
https://traumarummet.files.wordpress.com/2016/12/mortality-and-prehospital-
blood-pressure-in-patients-with-major-traumatic-brain-injury.pdf
Hipotensão Permissiva no TCE
https://traumarummet.files.wordpress.com/2016/12/mortality-and-prehospital-blood-pressure-in-patients-with-major-traumatic-brain-injury.pdf
Hipotensão Permissiva no TCE
https://traumarummet.files.wordpress.com/2016/12/mortality-and-prehospital-blood-pressure-in-patients-with-major-traumatic-brain-injury.pdf
Hipotensão Permissiva no TCE
https://traumarummet.files.wordpress.com/2016/12/mortality-and-prehospital-blood-pressure-in-patients-with-major-traumatic-brain-injury.pdf
Caso
X – HEMORRAGIA EM COXA ESQUERDA
Local da Ocorrência CONTIDA COM TORNIQUETE
A – VIAS AÉREAS PÉRVIAS –
SATO2 98% EM MÁSCARA NÃO
REINALANTE
B – TAQUIPNEIA (FR: 24 IPM)
C – SANGRAMENTO EM MIE CONTIDO POR
Cidade 1: USB APH TORNIQUETE + DUAS PERFURAÇÕES EM
REGIÃO TÓRACO ABDOMINAL (PULSO
PERIFÉRICOS TAQUICARDICOS + FILIFORMES
+ PELE FRIA E PEGAJOSA + TEC > 3S + PA:
80X50 MMHG
D – GLASGOW 15
Trabalho intitulado:
“Du Shock Traumatique dans les Blessures de Guerre: Analyses
d’Observation”.
Isso levou o departamento de defesa americano a estabelecer uma determinação para que a
A ressuscitação não é um substituto do controle de hemorragias. Temos que ter cuidado quando as medidas de
ressuscitação são realizada sem um plano ou uma previsão para controle cirúrgico da hemorragia.
A proposta principal da conceito “HORA DE OURO”, consiste em direcionar todos os esforços em direção a um
controle precoce da hemorragia, incluindo os demais cuidados iniciais, tais como...
...TRIAGEM, EVACUAÇÃO RÁPIDA e RESSUSCITAÇÃO.
“A Hora de Ouro”
Outros sistemas de trauma, tais
como o europeu ou o australiano,
contemplam o conceito de
hora de ouro colocando
médicos ou outros
profissionais de suporte
avançado no ambiente pré-
hospitalar para facilitar as
manobras para controle de
hemorragia precoce.
http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.472.6423&rep=rep1&type=pdf
Mortes por Hemorragia de Tronco, Antes dos 30’
https://emsfellowship.com/wp-content/uploads/2018/12/LTOWB20.pdf
Mortes por Hemorragia de Tronco, Antes dos 30’
https://emsfellowship.com/wp-content/uploads/2018/12/LTOWB20.pdf
Caso
X – HEMORRAGIA EM COXA ESQUERDA
Local da Ocorrência CONTIDA COM TORNIQUETE
A – VIAS AÉREAS PÉRVIAS –
SATO2 98% EM MÁSCARA NÃO
REINALANTE
B – TAQUIPNEIA (FR: 24 IPM)
C – SANGRAMENTO EM MIE CONTIDO POR
Cidade 1: USB APH TORNIQUETE + DUAS PERFURAÇÕES EM
REGIÃO TÓRACO ABDOMINAL (PULSO
PERIFÉRICOS TAQUICARDICOS + FILIFORMES
+ PELE FRIA E PEGAJOSA + TEC > 3S + PA:
80X50 MMHG
D – GLASGOW 15
F – FOCUSED
A – ABDOMINAL
S – SONOGRAPHY
T – TRAUMA
O exame, poucos minutos após a chegada no hospital, ou até mesmo no APH, é conduta padrão nos EUA, países
da Europa, Austrália, Japão e muitos outros países desenvolvidos.
Pacientes vítimas de trauma com hipotensão não devem perder tempo indo para
Tomografia Computadorizada (TC), e essa armadilha comum pode ser evitada pela avaliação com
FAST à beira do leito.
Se o paciente aparenta ter uma hemorragia interna não compressível, abdominal ou torácica,
apesar do resultado negativo no FAST, o profissional assistente deve suspeitar de falso negativo e...
...proceder a outros métodos diagnósticos como a TC, DRENAGEM TORÁRICA BILATERAL
ou a depender do caso, LAPAROTOMIA EXPLORATÓRIA.
ABCDE do FAST no APH - 2018
Essa técnica já é
usada em alguns
centros de trauma
especializados e
ainda merece
muita atenção e
mais pesquisas.
https://www.youtube.com/watch?v=Ft2PIgBdXj8
20 Anos de Experiências em Centro de Trauma Nível 1 - 2018
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/29298239
REBOA com Alternativa à Toracotomia - 2015
REBOA com Alternativa à Toracotomia - 2015
REBOA com Alternativa à Toracotomia - 2015
Caso
X – HEMORRAGIA EM COXA ESQUERDA
Local da Ocorrência CONTIDA COM TORNIQUETE
A – VIAS AÉREAS PÉRVIAS –
SATO2 98% EM MÁSCARA NÃO
REINALANTE
B – TAQUIPNEIA (FR: 24 IPM)
C – SANGRAMENTO EM MIE CONTIDO POR
Cidade 1: USB APH TORNIQUETE + DUAS PERFURAÇÕES EM
REGIÃO TÓRACO ABDOMINAL (PULSO
PERIFÉRICOS TAQUICARDICOS + FILIFORMES
+ PELE FRIA E PEGAJOSA + TEC > 3S + PA:
80X50 MMHG
D – GLASGOW 15
alta
Um protocolo organizado de transfusão maciça, com
taxa de proporção de concentrados de
hemácias em relação ao plasma (1:1), mostrou
melhorar os resultados no campo de batalha, e foi
posteriormente adotado de forma mais ampla.
http://qinflow.com/
Dispositivo Qinflow
http://qinflow.com/
Enfermeiro Davi – SAMU Maiorca
Aumento de Sobrevida - 2011
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21814099
Aumento de Sobrevida - 2011
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21814099
Aumento de Sobrevida - 2011
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21814099
CIRURGIA DE CONTROLE DE DANOS
Cirurgia de Controle de Danos
Trata-se de uma...
...estratégia pra controle de hemorragias graves.
Essa abordagem consiste numa intervenção cirúrgica inicial e envolve deixar o abdome com alguma técnica de
fechamento temporário e postergar manobras cirúrgicas definitivas e reconstruções para abordagens
subsequentes.
Aumenta a sobrevida dos pacientes com as lesões mais graves e com os maiores volumes de sangue perdido.
Alguns pacientes devem ser submetidos a múltiplas cirurgias por um período de vários dias para evitar os danos
fisiológicos causados por uma cirurgia mais prolongada com extensa perda de sangue.
Entre os diferentes estágios cirúrgicos, os pacientes são internados em UTI, onde são manejados
cuidadosamente com atenção na ressuscitação, resolução da acidose, mantendo a normotermia e
eliminação da coagulopatia.
Essa abordagem já era rotina no início do século XX, e foi ressuscitada e batizada como...
A primeira cirurgia subsequente, deve ser realizada dentro de 24h após realização da cirurgia de
controle de danos.
Cada cirurgia subsequente, quando necessária, deverá também ser realizada dentro de 24h após a cirurgia
anterior com o objetivo de...
...aumentar as chances de fechamento primário da fáscia.
A indicação de cirurgia de
controle de danos deve ser
criteriosa já que cirurgias repetidas
aumentam a morbidade dos
pacientes com lesões de gravidade moderada.
Histórico da Técnica – Nome Atual 1993
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8371295
24h até a Próxima Cirurgia - 2014
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24962190
24h até a Próxima Cirurgia - 2014
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24962190
Indicação de Cirurgia de Controle de Danos - 2016
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26151522
Indicação de Cirurgia de Controle de Danos - 2016
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26151522
Indicação de Cirurgia de Controle de Danos - 2016
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26151522
RESTRIÇÃO DE MOVIMENTOS DA COLUNA
PCR NO TRAUMA
AVANÇOS ADICIONAIS
Avanços Adicionais
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMra1609326
Um Pouco de Filosofia
A INTERDEPENDÊNCIA
Napoleon Hill