Você está na página 1de 5

1

24 SUGESTÕES PARA ESCREVER O RELATÓRIO INDIVIDUAL DE ALUNO

ME RAFAEL CORREIA LIMA


rafaclimarte@gmail.com

1. O que escrever?
O desenvolvimento da aprendizagem com suas dificuldades ou defasagens; a
descrição do laudo médico do aluno, quando houver; a descrição da avaliação pela
equipe multiprofissional se houver. Relate a avaliação já consolidada anteriormente,
o estágio da escrita que o aluno se encontra, nos casos de ciclo de alfabetização.
Escreva a recuperação paralela ou contínua proposta pelo professor e/ou pela
instituição escolar, bem como as intervenções e procedimentos. Forneça a
frequência/ausência do aluno. Relate a posição da família frente à situação. Faça
sugestões de atividades pedagógicas factíveis e concretas.

2. O que não escrever?


Adjetivos pessoais (mimado, fofo, etc), apelidos, palavras no diminutivo,
comportamentos ou situações não relacionados com ensino/aprendizagem. Não
afirme nada que não está comprovado. Não faça sugestões externas ou a equipe
multiprofissional. Não apresente um diagnóstico aberto ou fechado. Não fique
tentado a apresentar uma conclusão acerca do levantamento de informações
realizado.

3. Identificação
Carlos Eduardo não é Carlinhos, Cacau ou Duda. Ele tem sobrenome, tem uma série
que frequenta, tem uma idade específica e é o personagem mais importante nesse
documento. Identifique-o de forma clara e de maneira que qualquer pessoa saiba
quem está sendo citado. Informe o ano letivo que pertence esse documento. Coloque
a data de nascimento do aluno ou a idade. Identifique-se como professor e informe
os profissionais participantes diretamente desse relatório.

ISSN 2595-1653, v. 1, n. 4, 2018.


2

4. Casos
Aluno especial (laudo médico); Aluno em investigação profissional; Quando
solicitado por algum órgão externo ou alunos com dificuldades de aprendizagem
(dificuldade no desenho, grafia de letra ou número, dificuldade de aprender rimas,
canções, interpretar e de escrever, dificuldade de decodificar, de ler e de escrever,
nomear, comparar, disfluência, troca de letras, dificuldades na fala, cagueira,
desatento, impulsivo, não conclui tarefas, ansiedade, etc).

5. Ordenação do relato
Faça um relatório geral do aluno, e se precisar ordenar, opte por mês ou bimestre,
durante todo o ano letivo, abra espaço para falar de cada área de conhecimento,
ordenando por disciplina. Lembre-se que a educação infantil, o ensino fundamental
e o ensino médio possuem características específicas para as informações do
relatório.

6. Relato (rio)
Relatório é um relato. Não assuma um papel que não é seu. Você não diagnostica,
portanto não faça encaminhamento e não faça nenhum parecer. O professor relata
tudo o que ele vê, pois é o profissional que mantém contato direto e consegue
perceber as atitudes e reações das crianças individual e socialmente, além da família.

7. Relatório individual ou grupal?


É comum perder o foco e começar a justificar as atitudes e reações do aluno, mas, o
fato do relatório ser individual implica em uma análise do aluno e jamais da sua
turma, a socialização é importante, mas o comportamento é individual. O relatório
não precisa de justificativa.

8. Destinatários
O Relatório deve ser escrito de forma compreensível para todos os envolvidos
(professores, família, multiprofissionais, etc), não importando o grau de escolaridade
ou o parentesco com o citado. O documento descrito e assinado pode ser visto e lido
por muitas pessoas e precisa ser conciso e coerente.

ISSN 2595-1653, v. 1, n. 4, 2018.


3

9. Direto e objetivo
Não fique dando voltas para falar do aluno, seja direto e objetivo. Não use o espaço
para falar da turma inteira ou falar de educação brasileira, não use textos prontos,
informações gerais, pois além de demonstrar insegurança no relatório, ainda pode
levar à confusão pela amplitude das informações ao sujeito.

10. O você pensa? O que você escreve?


Se apoie em palavras formais e de maior abrangência para relatar suas impressões
sobre os fatos. Mimado, fofoqueiro, preguiçoso, deprimido, agressivo, bagunceiro,
não tem limites, são expressões muito comuns e generalizadas, das quais não são
recomendadas para descrição do sujeito nos relatórios. Se aproprie de formas mais
detalhadas para situar o leitor ao que se quer referir, de preferência se concentrando
no ensino e aprendizagem, esse é o maior foco da relação pedagógica.

11. Não coloque rótulos


Não é um documento fácil de ser escrito, pois traz informações negativas, errôneas e
às vezes contraditórias, não foque nas suas impressões, vá além da própria percepção.

12. O tempo
No início do ano, na semana da páscoa, no dia das mães, logo quando “ele” chegou
à escola, são informações que não informam clareza de tempo, pode ser significativo
para quem vivencia e escreve os fatos, mas, nem sempre para quem lê.

13. Siglas e abreviações


SEE, SME, LDB, ECA, CF, etc., são siglas comuns aos profissionais da educação.
O relatório é um documento que atinge diretamente pessoas que não tem a mesma
vivência profissional, portanto escreva por extenso.

14. O sujeito, o verbo e o complemento.


Cuidado com os gêneros masculino ou feminino. Eles devem estar bem claros, pois
é muito comum, no decorrer da escrita, a confusão acerca do que está sendo relatado,
se for um aluno, menino, ou aluno referindo ao gênero feminino, tenha atenção à
concordância e à regência.

ISSN 2595-1653, v. 1, n. 4, 2018.


4

15. Uso de sinônimos


É importante se utilizar de sinônimos e da riqueza da língua portuguesa, para que o
texto fique bem escrito, lembrando que qualquer texto precisa ser claro e a leitura
deve estar ao alcance de qualquer leitor.

16. Gerúndio
Evitar o uso de gerúndio que empobrece a escrita, às vezes, utilizar verbos no
infinitivo valoriza a produção científica e você se livra de problemas.

17. Interpretações
Os problemas de interpretações são muito comuns e o professor deve se livrar de
pequenos detalhes durante a escrita, pois, faz toda a diferença na hora da leitura.

18. O professor fala do aluno


O autor do relatório individual de aluno é o próprio professor que usa a 3ª pessoa do
singular para descrever sobre o seu aluno previamente identificado no início do
documento, quem escreve não deve se colocar no texto, não se justifique, apenas
relate. Não é indicado que você se posicione no texto para não ser o causador de
possíveis problemas, mas, o relator da situação ou da investigação.

19. Formatação
Recomendada a formatação ABNT, principalmente para justificar o texto e o formato
da escrita. Por ser documento, não está dispensada a formatação.

20. Frequência do aluno


A presença ou ausência do aluno é um fator essencial ao relatório. Pois quaisquer
ocorrências ou situações-problemas do aluno implicam diretamente com a sua
frequência.

21. Ano/série
Cada ano/série da educação básica tem uma divisão e características próprias, a
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio são distintos. O ideal é

ISSN 2595-1653, v. 1, n. 4, 2018.


5

relatar cada ciclo respeitando a fase da educação básica e principalmente a fase do


aluno.

22. Matriz curricular


“Ela ama matemática, eu adoro português”, já dizia a música. Cada disciplina tem
características específicas e informações necessárias para se posicionar mediante o
sujeito, nem sempre existe unanimidade nas inteligências disciplinarias.

23. Considerações
Não necessita de conclusão e desfecho final. O relatório é o início das ações
pedagógicas registradas que serão encaminhadas a outros professores ou
multiprofissionais envolvidos.

24. Firma
Por ser um documento, necessita de assinatura, o professor deve assinar, por ser de
natureza pedagógica, a coordenação pedagógica deve assinar e consecutivamente a
direção escolar.

ISSN 2595-1653, v. 1, n. 4, 2018.

Você também pode gostar