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POLÍCIA MILITAR DA BAHIA

ADMINISTRAÇÃO POLICIAL
MILITAR

Albert Nogueira de Sousa - Cap PM


Ademar Ferreira de Abreu –Subten PM
Tiago do Nascimento Correia – Sd PM

SALVADOR
2019
Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 2
BLOCO 1: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ........................................................ 4
1.1 Componentes relevantes da estrutura organizacional da PMBA ........................ 5

BLOCO 2: CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ESTRUTURA ORGANIZACIONAL


TRADICIONAL .......................................................................................................... 7
2.1 Tradicional ........................................................................................................... 7
2.2 Delegação, centralização e descentralização ..................................................... 7
2.3 Estrutura e funcionamento da PMBA .................................................................. 8
2.4 Princípios da Administração Pública ................................................................... 9
2.5 Poderes Administrativos ...................................................................................... 14

3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PMBA 2017-2025 ................................... 16


3.1 Metodologia ......................................................................................................... 17
3.2 Planejamento Estratégico.................................................................................... 17
3.3 Plano Estratégico ................................................................................................ 18
3.4 O Mapa Estratégico da PMBA-Perspectivas ....................................................... 18
3.5 Gestão da estratégia via “Balanced Scorecard” .................................................. 19
3.6 Diretrizes que sustentam o Plano Estratégico da PMBA 2017-2025................... 20
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 27

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Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

INTRODUÇÃO

A partir do século XVIII com o surgimento e crescimento da Revolução


Industrial, a Administração, a mais pujante das organizações, tornou-se uma
ferramenta indispensável para a manutenção e desenvolvimento das indústrias e
demais tipos de organizações que se desenvolveram posteriormente.

Conceito de administração

A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister


(subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma função sob o
comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro
(CHIAVENATO,2003). Isto é, administrar, de uma maneira simplista significa conduzir
pessoas, negócios e recursos dos mais variados possíveis a um resultado planejado.
Com isso podemos afirmar que na atualidade, da forma como está configurada, as
organizações da sociedade moderna dependem da administração para seu
desenvolvimento e sua própria sobrevivência.

Habilidades do administrador

Segundo Chiavenato, ao administrador são necessárias as habilidades


seguintes: Habilidade Técnica, Habilidade Humana e Habilidade Conceitual.
Habilidades técnicas envolvem o uso de conhecimento especializado e
facilidade na execução de técnicas relacionadas com o trabalho, igualmente com os
procedimentos de realização. É o caso de habilidades em contabilidade, programação
de computador, engenharia etc. As habilidades técnicas estão relacionadas com o
fazer, isto é, com o trabalho com "coisas", como processos materiais ou objetos físicos
e concretos. É relativamente fácil trabalhar com coisas e com números porque eles
são estáticos e inertes, não contestam nem resistem à ação do administrador.
Habilidades humanas estão relacionadas com o trabalho com pessoas e se
referem à facilidade de relacionamento interpessoal e grupal. Envolvem a capacidade
de comunicar, motivar, coordenar, liderar e resolver conflitos pessoais ou grupais. As
habilidades humanas estão relacionadas com a interação com as pessoas. O
desenvolvimento da cooperação dentro da equipe, o encorajamento da participação,

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sem medos ou receios, e o envolvimento das pessoas são aspectos típicos de


habilidades humanas. Saber trabalhar com pessoas e por meio das pessoas.
Habilidades conceituais envolvem a visão da organização ou da unidade
organizacional como um todo, a facilidade em trabalhar com ideias e conceitos,
teorias e abstrações. Um administrador com habilidades conceituais está apto a
compreender as várias funções da organização, complementá-las entre si, como a
organização se relaciona com seu ambiente, e como as mudanças em uma parte da
organização afetam o restante dela. As habilidades conceituais estão relacionadas
com o pensar, com o raciocinar, com o diagnóstico das situações e com a formulação
de alternativas de solução dos problemas. Representam as capacidades cognitivas
mais sofisticadas do administrador e que lhe permitem planejar o futuro, interpretar a
missão, desenvolver a visão e perceber oportunidades onde ninguém enxerga nada.
Na medida em que um administrador faz carreira e sobe na organização, ele precisa,
cada vez mais, desenvolver as suas habilidades conceituais para não limitar a sua
empregabilidade (CHIAVENATO,2003).
Percebemos então que, ao decorrer da carreira será exigido do profissional a
capacidade de administrar, e para tanto, será necessária a reunião das habilidades
supramencionadas para uma boa gestão. Vale destacar que em qualquer organização
existem diversos níveis de administração, onde as atribuições irão requerer do
administrador as habilidades acima em maior ou menor grau, mas, não deixaram de
ser exigidas.

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BLOCO 1: ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Delineada de acordo com os objetivos e estratégias estabelecidas pela


Corporação. Estrutura organizacional é o conjunto ordenado de responsabilidades,
autoridades, comunicações e decisões das unidades organizacionais. (OLIVEIRA,
D.P.R, 2001, p. 85).

O uso apropriado de uma estrutura organizacional e seus concomitantes


mecanismos de controles integrantes podem contribuir para a competitividade
estratégica de uma organização.

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1.1 Componentes relevantes da estrutura organizacional da PMBA

Departamentalização

A base na qual os cargos são agrupados para coordenar tarefas comuns é


chamada de departamentalização, em que as atividades podem ser agrupadas por
função e buscar economias de escala mediante a lotação de funcionários com
qualificações e orientações comuns em unidades comuns. As tarefas podem ser
agrupadas de acordo com um fim específico, onde todas as atividades relacionadas a
este fim estão sob a direção de um gerente.

Embora cada processo exija qualificações diferentes, a departamentalização


por processo possibilita a classificação homogênea das atividades. Finalmente, as
atividades podem ser agrupadas de acordo com o tipo de cliente atendido pela
organização.

Departamentalização funcional

Neste caso as atividades são agrupadas de acordo com as funções da


organização. É o critério mais usado.

Cadeia de Comando

Sendo uma linha contínua de autoridade que se estende do topo da


organização até o mais baixo escalão, a cadeia de comando esclarece quem se
reporta a quem. Dois conceitos são importantes na discussão da cadeia de comando.

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Autoridade refere-se aos direitos inerentes a uma posição de dar ordens e


esperar que elas sejam obedecidas. O princípio da unidade de comando afirma que
um profissional deveria ter apenas uma pessoa perante a qual ela é diretamente
responsável. Estes conceitos possuem hoje relevância menor devido aos avanços na
informática e tendência à maior participação de pessoal.

Centralização e Descentralização

O termo centralização diz respeito ao grau em que a tomada de decisões está


concentrada em um único ponto da organização. Quanto maior a contribuição
fornecida pelo pessoal de nível mais baixo, mais descentralizada a organização. As
organizações estão se tornando hoje mais descentralizadas para resolver problemas
mais depressa e obter maior contribuição e envolvimento dos seus componentes em
relação às metas organizacionais. Já na estrutura descentralizada a tomada de
decisões está diluída nos diversos escalões da organização.

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BLOCO 2: CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ESTRUTURA


ORGANIZACIONAL TRADICIONAL

2.1 Tradicional

a) Estrutura Linear ou Militar: Chefia é a fonte exclusiva de autoridade/hierarquia

Vantagens:

Aplicação simples/fácil transição de ordens e recebimento de


informações/decisões rápidas e baixo custo da administração.

Desvantagens:

Não favorece a especialização/organização rígida/sobrecarga de direção/não


favorece o espírito de equipe e cooperação.

2.2 Delegação, centralização e descentralização

Delegação

Transferência de determinado nível de autoridade de um chefe para seu subordinado,


criando a correspondente responsabilidade pela execução da tarefa delegada.

Os elementos básicos da delegação são:

1) a tarefa que foi transferida do chefe para o subordinado;

2) a obrigação (responsabilidade) que o subordinado tem para com o chefe na


realização desta tarefa transferida.

IMPORTANTE: a responsabilidade não pode ser delegada, pois nem o chefe nem o
subordinado podem livrar-se totalmente de suas obrigações, designando outros para
realizá-las.

Centralização

É a maior concentração do poder decisório na alta direção de uma organização.

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Descentralização

É a menor concentração do poder decisório na alta administração da


organização, sendo, portanto, mais distribuído pelos seus diversos níveis
hierárquicos.

Diferenças entre descentralização e delegação

Descentralização

Ligada ao cargo

1. Geralmente atinge vários níveis hierárquicos;

2. Caráter mais formal;

3. Menos pessoal;

4. Mais estável no tempo.

Delegação

Ligada à pessoa atinge um nível hierárquico;

1. Caráter mais informal;

2. Mais pessoal;

3. Menos estável no tempo.

2.3 Estrutura e funcionamento da PMBA

Conforme a Portaria n.º 070-CG/2015, publicada em 22 de dezembro de 2015,


que regulamentou a organização e estrutura e funcionamento da PMBA.

Art. 1º –A Polícia Militar da Bahia – PMBA, órgão em regime especial de


administração direta, instituição permanente, militar, organizada com base na
hierarquia e disciplina, tem por finalidade preservar a ordem pública, a vida,
a liberdade, o patrimônio e o meio ambiente, de forma a assegurar, com
equilíbrio e equidade, o bem-estar social, em conformidade com as previsões
normativas contidas na Constituição da República Federativa do Brasil e na

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forma da Constituição do Estado da Bahia, competindo-lhe as atribuições


contidas na Lei n.º 13.201, de 09 Dez 14.
Art. 2º –A Polícia Militar, instituição permanente, organizada com base na
hierarquia e disciplina militares, será comandada por oficial da ativa da
Corporação, do último posto do Quadro de Oficiais Policiais Militares,
nomeado pelo Governador.

2.4 Princípios da Administração Pública

Para uma melhor compreensão da administração da Polícia Militar, é


alvissareiro uma noção do conceito de Administração Pública, seus princípios e
fundamentos, como forma de situar no âmbito estatal a Polícia Militar entendo suas
prerrogativas e seus limites enquanto órgão da administração.
Compreende-se por Administração Pública, em seu sentido amplo, todos
os órgãos, serviços e agentes que compõem a estrutura do Estado, destinados para
desempenhar as funções que lhe são pertinentes. Valendo ressaltar que algumas
atribuições, por lei, são privativas, só o Estado pode desempenhá-las, outras, podem
ser delegadas ou transferidas, conforme o interesse ou conveniência da
Administração Pública.
Estudar Administração Pública é entender como são geridos os bens e
interesses da coletividade, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como
compreender os mecanismos utilizados pelo Estado para a consecução do bem
comum, a partir de um sistema que envolve prerrogativas, que o colocam em condição
de superioridade frente ao particular, e sujeições, que funcionam como um limite a
atuação estatal, objetivando, acima de tudo, a preservação do interesse coletivo. As
prerrogativas são vantagens, benefícios, e são visualizadas, por exemplo, na
presunção de veracidade dos atos administrativos, no instituto constitucional da
desapropriação, dentre outros. Por outro turno, as sujeições, dão ideia de obediência,
limitação. São exemplos a necessidade de licitação para a aquisição de bens e
contratação de serviços, além da imposição legal de concurso público para a
contratação de pessoal, como consequência da observância da impessoalidade,
corolário da indisponibilidade do interesse público.
Neste sentido, importante pontuar que o Direito Administrativo é regido por dois
princípios basilares, dos quais decorrem todos os outros, expressos ou implícitos na
Constituição Federal de 1988. Estes princípios, denominados por Celso Antônio

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Bandeira de Melo (apud Marinela, 2011, p. 26) como pedras de toque, são o princípio
da supremacia do interesse público e o princípio da indisponibilidade do interesse
público. O primeiro coloca a administração em uma posição privilegiada em relação
aos seus administrados. Ao tratá-lo, Alexandrino e Paulo (2013, p. 182) anotam que:

Tem incidência direta, o princípio em foco, sobretudo nos atos em que a


administração pública manifesta poder de império (poder extroverso),
denominados, por isso, atos de império. São atos de império todos os que a
administração impõe coercitivamente ao administrado, criando
unilateralmente para ele obrigações, ou restringindo ou condicionado o
exercício de direitos ou de atividades privadas; são os atos que originam
relações jurídicas entre o particular e o Estado caracterizadas pela
verticalidade, pela desigualdade jurídica. Esses atos, sim, são fundados
diretamente no princípio da supremacia do interesse público, base de todos
os poderes especiais de que dispõe a administração pública para a
consecução dos fins que o ordenamento jurídico lhe impõe.

Já o princípio da indisponibilidade do interesse público traz consigo a ideia que


o administrador público, não obstante ser dotado de um grande poder, não deve, ao
manejá-lo, afastar-se do interesse público. De fato o administrador público gere coisa
de outrem, logo, não pode dispor daquilo que não é seu. Nesse aspecto, não age
conforme sua vontade, estando a sua atuação adstrita ao interesse público e,
sobretudo a lei.
Ao tratar do princípio em tela, Marinela (2011, p. 28) ressalta que

o princípio da indisponibilidade serve para limitar a atuação do agente público,


revelando-se um contrapeso a superioridade descrita no princípio da
supremacia, podendo se afirmar que, em nome da supremacia do interesse
público, o administrador pode muito, pode quase tudo, mas não pode abrir
mão do interesse público.

Conforme exposto, inúmeros princípios decorrem dos postulados analisados


acima. Juntos, formam o chamado regime jurídico administrativo, que nada mais é
que um conjunto sistematizado de princípios que norteiam o Direito administrativo e
consequentemente a atuação da Administração Pública.
No caput do artigo 37 da Constituição Federal de 1988 estão estampados os
princípios expressos.
O primeiro é o princípio da legalidade. Este impõe um regime de subordinação
à lei, de modo que o administrador público só atua quando a lei permite, autoriza. A
administração, através de seus agentes, só deve atuar dentro dos limites legais.
Nesse diapasão, ensina Di Pietro (2007, p. 59) que “em decorrência disso, a

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administração não pode, por simples ato administrativo, conceder direitos de qualquer
espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto, depende
de lei.”
A impessoalidade, também tratada no artigo 37, sedimenta a ideia de não
discriminação. Assim, quando da realização de um ato pela administração, não se
devem visualizar as pessoas por ele atingidas. Não cabe prejudicar ou beneficiar, pois
a atuação deve ser impessoal.
A moralidade, outro princípio constitucional expresso, refere-se à chamada
moralidade jurídica, que impõe aos agentes da administração uma atuação proba,
honesta.
O princípio da publicidade, por sua vez, estabelece que os atos da
administração devem ser públicos. Há assim uma clara vedação a atos secretos. O
objetivo aqui é dar conhecimento destes atos ao cidadão, para que eles possam ter a
possibilidade de controlá-los. Ademais, a publicidade permite que os atos
administrativos produzam seus efeitos, e assim sejam eficazes. Afinal, não é factível
exigir aquilo que é desconhecido. Para melhor entendimento, suponha que foi editado
um ato com o objetivo de proibir o estacionamento em determinada localidade. Para
a conduta de não estacionar ser exigível, é preciso que o poder público coloque uma
placa naquele local, caso contrário, o cidadão não terá como cumprir.
Por fim, tratamos do último princípio expresso previsto no art. 37 da
Constituição Federal. O princípio da eficiência. Este traz a ideia de otimização dos
recursos públicos. Observá-lo nada mais é que buscar fazer mais com menos gastos.
Utiliza-se para este postulado o conceito convencional de eficiência.
Para uma melhor fixação dos princípios fundamentais da administração
pública, basta lembrar da primeira letra de cada um deles de maneira a formar a
palavra “LIMPE”

Legalidade
Impessoalidade
Moralidade
Publicidade
Eficiência

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No artigo 37, caput, da CF/88, encontramos os princípios fundamentais da


administração pública: “Administração Pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerão aos
princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.
Complementando a CF/88, a lista de princípios pode ser ampliada com outros
princípios que norteiam a Administração Pública Direta, Indireta e Fundacional. O
art. 2º da Lei Federal 9.784/99, que trata sobre o processo administrativo no âmbito
da Administração Pública Federal, diz que “a Administração Pública obedecerá, dentre
outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica,
interesse público e eficiência”.
A Lei Federal supracitada acrescenta aos princípios constitucionais já vistos,
outros princípios importantes para a administração pública, elencamos estes
princípios em destaque abaixo, que também devem ser observados pelo policial
militar sendo este um agente público:

Finalidade;
Motivação;
Razoabilidade;
Proporcionalidade;
Ampla defesa;
Contraditório;
Segurança Jurídica;
Interesse Público.

Razoabilidade - Em função das prerrogativas e poderes conferidos á Administração


Pública, esse princípio tem o objetivo de conter o excesso, evitar as restrições
abusivas ou desnecessárias realizadas pela Administração através de seus agentes
no desempenhar de suas ações que lhe são próprias.
Proporcionalidade - esse princípio visa balizar as ações da Administração pelo
equilíbrio, as ações sempre deverão ser ponderadas, seguindo sempre as
interpretações mais ortodoxas da norma para cumprimento da finalidade do interesse
público.

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Ampla defesa - O acusado terá a seu dispor a prerrogativa de utilizar de todos os


meios admitidos em direito para se defender, não podendo, em hipótese nenhuma, a
administração limitar esse benefício sob pena da nulidade do processo.
Contraditório - pode ser dito que o princípio do contraditório significa que para cada
ato praticado durante o processo seja resultante da participação ativa de uma das
partes, a parte contrária também deve ser ouvida.
Segurança Jurídica - este princípio está relacionado com a estabilidade das
relações jurídicas, impede a desconstituição injustificada de atos ou situações
jurídicas, mesmo que tenha ocorrido alguma inconformidade com o texto legal durante
sua constituição, o cidadão tem a garantia de que o ordenamento jurídico é estável e
suas garantias individuais serão preservadas, não sofrendo alterações com o tempo.
Motivação - Todo ato da administração pública e de seus agentes deverá ser
motivado, isto é, ter explicação, fundamentação jurídica, esse princípio, se observado
corretamente, isenta a administração pública de questionamentos quantos às suas
ações.
Finalidade - no desempenhar de sua função o agente público deverá buscar os
resultados mais práticos e eficazes para a administração pública
Interesse Público - A supremacia do Interesse Público, visa a garantir que a
administração pública sempre tenha como prioridade o interesse da maioria, ou seja,
o interesse público em detrimento do interesse particular, por exemplo: se na
construção de uma avenida que irá beneficiar uma localidade, um imóvel pertencente
a pessoa física estiver impedindo a construção a administração poderá invocar esse
princípio para a conclusão do seu desiderato, claro que a administração será obrigada
a indenizar ao particular que teve seu patrimônio perdido em causa do benefício
público.

Pode-se citar também a Lei Federal 8.987/95, que dispõe sobre o regime de
concessão e permissão da prestação de serviços públicos e reforça os princípios da
licitação:

Art. 14. Toda concessão de serviço público, precedida ou não da execução


de obra pública, será objeto de prévia licitação, nos termos da legislação
própria e com observância dos princípios da legalidade, moralidade,
publicidade, igualdade, do julgamento por critérios objetivos e da vinculação
ao instrumento convocatório.

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2.5 Poderes Administrativos

Dentro do estudo das prerrogativas e sujeições conferidas à Administração


Pública, especial atenção deve ser dada aos poderes administrativos, sobretudo por
serem estes mecanismos conferidos ao administrador para a consecução do interesse
coletivo. Importante salientar que estes poderes, antes de tudo, correspondem a um
poder-dever conferido e ao mesmo tempo imposto à Administração. Poder de atuar,
e dever de atuar para assegurar o exercício das atividades do Estado. Neste sentido,
ensinam Alexandrino e Paulo (2013, p. 222) que os “poderes administrativos
representam instrumentos que, utilizados isolada ou conjuntamente, permitem à
administração cumprir suas finalidades”. Assim, pode-se afirmar que são, sobretudo,
poderes instrumentais, vez que utilizados para garantir o interesse coletivo. Essa é a
sua essência, a sua razão de existir.
A partir do grau de liberdade para o exercício desses poderes, a doutrina os
classifica como Poder Vinculado e Poder Discricionário. No primeiro, não há margem
de escolha. Assim, a administração atua estritamente, conforme estabelecido em lei.
É o que ocorre, por exemplo, no que se refere à prisão em flagrante por parte dos
agentes policiais, já que o art. 301 do Código de Processo Penal estabelece que estes
deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Dessa forma,
encontrando o policial militar uma pessoa em situação de flagrante, terá o dever de
prendê-la. Já o Poder discricionário permite a escolha, no caso concreto, da melhor
opção para atendimento do interesse público. Há neste caso um juízo de conveniência
e oportunidade. Nesse particular, ensina, Hely Lopes Meirelles (2008. p. 122):

Essa liberdade funda-se na consideração de que só o administrador, em


contato com a realidade, está em condições de apreciar os motivos
ocorrentes de oportunidade e conveniência da prática de certos atos, que
seria impossível ao legislador, dispondo na regra jurídica – lei – de maneira
geral e abstrata, prover com justiça e acerto. Só os órgãos executivos é que
estão, em muitos casos, em condições de sentir e decidir administrativamente
o que convém e o que não convém ao interesse coletivo.

Contudo, é importante frisar que, não obstante haver uma margem de escolha,
esta é concretizada dentro dos limites da lei, conforme já vimos. Pois, a Administração
Pública só atua a partir de um mandamento legal. Assim, deve-se ter o claro
entendimento de que discricionariedade não é sinônimo de arbitrariedade.

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Além dos poderes tratados acima, necessários se faz entender os poderes


hierárquico, disciplinar e poder de polícia, instrumentos essenciais na busca dos fins
a que se destina o Estado.
O hierárquico é aquele poder de organização, de estruturação interna dentro
de uma pessoa jurídica. É facilmente visualizado nos níveis de subordinação entre
órgãos e agentes públicos, sobretudo nas instituições militares, como ocorre nas
polícias militares, onde claramente se ver o escalonamento em graus hierárquicos dos
oficiais e praças das corporações.
O disciplinar, por sua vez, é o poder de aplicar sanções disciplinares. As
penalidades decorrentes deste poder advêm de dois vínculos: da hierarquia, que
permite a aplicação de sanções a servidores; ou das relações contratuais, a exemplo
de multas aplicadas a concessionárias de serviços públicos.
O último poder aqui tratado é o poder de polícia, previsto expressamente no art. 78 do
Código Tributário Nacional:

Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que,


limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a pratica do
ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à
segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do
mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão
ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à
propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

De fato, o dispositivo legal é demasiadamente extenso, entretanto, destaca-se


que a essência do poder de polícia reside justamente, em um dos postulados basilares
do Direito Administrativo, qual seja, o princípio da supremacia do interesse público, já
tratado nesse texto. Conforme anota Marinela (2011, p. 215), o poder de polícia “é um
instrumento conferido ao administrador que lhe permite condicionar, restringir, frenar
o exercício de atividade, o uso e gozo de bens e direitos pelos particulares, em nome
do interesse da coletividade”. O seu fundamento ensina Di Pietro (2007, p.102), “é o
princípio da predominância do interesse público sobre o particular, que dá à
Administração posição de supremacia sobre os administrados”. Deste modo, a partir
do exercício do poder de polícia é possível, por exemplo, restringir o acesso de
veículos a determinada localidade onde ocorre uma festa popular, objetivando a
segurança da população que ali se faz presente.

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3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PMBA 2017-2025

“O cenário atual é de constantes, velozes e profundas transformações nos


campos político, econômico e social, provocadas, principalmente, pelos avanços na
tecnologia da informação e comunicação. Hoje, não é mais possível fazer as mesmas
coisas com a previsibilidade e certeza de outrora. É preciso conhecer e desvendar
este novo estado do mundo e garantir não apenas a sobrevivência das organizações,
mas também promover a sua evolução, atuando como agentes de mudança e
construtores do futuro. Para tanto, tem-se adotado o uso de tecnologias de gestão que
façam frente aos intensos e sérios desafios que lhes são impostos, despontando
dentre as mais relevantes, o Planejamento Estratégico. Tal instrumento torna
possível que, a partir de um diagnóstico, a Organização faça grandes escolhas para
aproveitar as oportunidades, minimizar as ameaças, utilizar suas forças e mitigar suas
fraquezas, com vistas ao cumprimento da sua missão e alcance da sua visão de
futuro. As instituições públicas, por sua vez, têm considerado, também, o
planejamento estratégico como ferramenta essencial para uma administração mais
eficiente, eficaz e efetiva, tendo em vista a necessidade de apresentar resultados mais
satisfatórios, atendendo às demandas sociais por serviços de melhor qualidade,
mesmo num contexto de restrições orçamentárias e financeiras. Diante desse
panorama, a Polícia Militar da Bahia tem se esforçado para atender aos anseios de
seus diversos atores sociais e buscado inspiração nas modernas organizações,
fazendo emergir o seu Plano Estratégico para o período de 2017 a 2025. A partir dele,
a PMBA está prospectando mudanças administrativas e operacionais necessárias ao
desenvolvimento da Corporação, tanto na utilização dos seus recursos
organizacionais, quanto na operacionalização dos seus serviços finalísticos. Para uma
Instituição quase bicentenária, este instante se reveste de uma magnitude sem
precedentes, pois, pela primeira vez na história, a PMBA ousou construir seu Plano
Estratégico com a ampla participação de seus Oficiais e Praças, de todos os postos e
graduações. Espera-se, então, a partir de agora, que cada policial militar se identifique
com as diretrizes e se empenhe na execução das iniciativas que nele foram
estabelecidas, trabalhando sinergicamente para o cumprimento de todos os objetivos
acordados.” (SILVEIRA, et al., 2017)

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“Em outubro de 2015, a Polícia Militar da Bahia deu início à elaboração da


agenda para construção do seu Plano Estratégico, optando por limitar este ciclo ao
ano de 2025, que coincide com o seu bicentenário ano de existência. O Centro
Corporativo de Projetos, órgão pertencente à estrutura do Deplan, foi o responsável
pelo gerenciamento deste projeto, utilizando a Metodologia de Gerenciamento de
Projetos do Estado da Bahia - MGPE e o Sistema de Gestão de Ações Prioritárias,
Projetos, Programas e Portfólio - SG. No dia 30 de novembro de 2016, ocorreu a
entrega formal do Plano Estratégico pelo Departamento de Planejamento, Orçamento
e Gestão ao Comandante-Geral, que, por intermédio da Portaria n.º 37-CG/2017,
publicada no BGO nº 061, do dia 28 de março de 2017, aprovou este documento.
(SILVEIRA, et al., 2017).

3.1 Metodologia

A PMBA adotou o “Planejamento Estratégico com Balanced Scorecard


(PEBSC)”, para elaboração do seu Plano Estratégico. Este conhecido método,
consiste na coordenação da definição das diretrizes estratégicas, como missão, visão
e valores, das estratégias e objetivos, com um sistema de medição de desempenho,
oferecendo à Corporação o conjunto de ferramentas necessárias à gestão da
estratégia, com vistas ao alcance da visão de futuro para 2025. Esta oportunidade
proporciona à Organização não somente um tempo para exercer a sua capacidade de
planejar, mas, sobretudo, para pensar estrategicamente.” (SILVEIRA, et al., 2017)
O planejamento estratégico elaborado pela PMBA, surge entre o alinhamento
da Instituição com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) e demais
órgãos integrantes do sistema, que prospectou um novo Plano Estratégico do Sistema
Estadual da Segurança Pública (PLANESP), para um período de 10 (dez) anos (2016-
2025), com o objetivo de estruturar uma sistemática redução dos índices de
criminalidade, além da melhora significativa da qualidade dos serviços de segurança
ofertados.

3.2 Planejamento Estratégico

Conforme Silveira et al. (2017), o planejamento estratégico é um processo


voltado à formulação da estratégia de longo prazo, durante o qual se busca o

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Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

diagnóstico do ambiente no qual a Organização está inserida. Este processo também


confere maior racionalidade às ações da Instituição no cumprimento da sua missão e
no alcance de sua visão. No que se refere à participação na formulação da estratégia,
esta deve envolver diferentes níveis de colaborações, a fim de que o processo seja
mais interativo e contínuo, estimulando a comunicação, o aprendizado e o
comprometimento de todos. O processo de elaboração do plano estratégico
contempla a realização de reuniões para diagnóstico e análise de ambiente, e para
elaboração dos elementos que o constituem. Esse processo pressupõe os seguintes
questionamentos: onde estamos; onde queremos chegar; o que fazer; por quê; como;
quando; quanto; para quem; por quem; e onde.

3.3 Plano Estratégico

O plano estratégico, produto principal do processo de planejamento estratégico,


responde a essa série de questionamentos, explicitando o rumo maior a ser seguido
pela organização e priorizando as iniciativas estratégicas a serem empreendidas pela
Organização. Para dar cunho claro e pragmático, o plano deve contemplar as
diretrizes estratégicas da Organização (missão, visão e valores) e os objetivos
estratégicos, com suas relações de causa e efeito, indicadores e iniciativas. Enfim, o
planejamento estratégico é uma ferramenta de gestão utilizada com sucesso por
organizações públicas e privadas em todo o mundo. Ele se adapta às características
institucionais, pois contempla conceitos comuns, numa modelagem gerencial
destinada a criar condições para viabilizar objetivos e adequar a direção estratégica
ao ambiente no qual a organização esteja inserida.
Na atualidade, o meio de comunicação da estratégia que tem se mostrado mais
eficaz nas Organizações é o Mapa Estratégico, proposto pelos professores da
Universidade de Harvard, Kaplan e Norton. O Mapa Estratégico consiste em um
diagrama que apresenta a estratégia de uma Organização por meio das relações de
causa e efeito entre seus objetivos.

3.4 O Mapa Estratégico da PMBA-Perspectivas

O Mapa Estratégico da PMBA foi elaborado com 03 (três) partes ou dimensões,


denominadas de Perspectivas, que seguem a lógica abaixo:

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Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

1. No topo do mapa registramos a Visão, a Missão e os Valores para simbolizar que


a Estratégia precisa conduzir a Corporação da situação presente para o futuro
desejado, alinhada com suas Diretrizes;

2. Abaixo das Diretrizes, a Perspectiva Resultados para Sociedade reúne objetivos


que caracterizam o sucesso da Organização. Os objetivos desta perspectiva devem
responder a seguinte pergunta: Quais propostas de valor a PMBA deseja entregar à
sociedade e que resultados precisam ser atingidos para concretizar a visão de futuro?

3. No entanto, os resultados são conquistados a partir da excelência em processos


estratégicos de negócio. Assim, na Perspectiva Serviços Finalísticos, os objetivos
precisam responder ao seguinte questionamento: Visando alcançar melhores
resultados, em quais serviços finalísticos precisamos nos destacar?

4.Finalmente, como alicerce da estratégia, a Perspectiva Recursos Organizacionais


estabelece os objetivos que descrevem como as Pessoas, a Logística, a Tecnologia
da Informação e Comunicação, as Tecnologias de Gestão e o Orçamento serão
administrados para sustentarem os Serviços Finalísticos. No caso da PMBA, eles
correspondem aos recursos que a Instituição precisa para ser capaz de executar com
excelência a sua estratégia.”

3.5 Gestão da estratégia via “Balanced Scorecard”

Para mobilizar os colaboradores a incorporar a execução da estratégia na sua


rotina, a Corporação precisa equipar seus Líderes com quatro instrumentos de gestão
fundamentais:

1. O Mapa Estratégico, que apresenta graficamente a estratégia na forma de


objetivos a serem alcançados pela Organização.

2. Os Indicadores, que representam os resultados obtidos pela Corporação em cada


um de seus objetivos estratégicos.

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Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

3. As Metas (dos Indicadores) que servem de referência para orientar a intensidade


de execução da estratégia.

4. O Portfólio de Iniciativas Estratégicas, como meio para alcançar as metas


estabelecidas para os indicadores.

O conjunto de informações acima constitui o chamado Balanced Scorecard –


BSC (quadro balanceado de indicadores). O termo “balanceado” diz respeito à
necessidade de se gerir a estratégia organizacional, a partir de uma visão sistêmica e
integrada dos indicadores dos objetivos estratégicos que compõem todas as
perspectivas – resultados para sociedade, serviços finalísticos e recursos
organizacionais. A escolha do BSC pela PMBA, como ferramenta para implementação
do plano estratégico, possibilita a qualquer colaborador, visualizar e entender a
estratégia da Corporação, consolidada e resumida num mapa, em apenas uma
página. Com o Mapa Estratégico em mãos, o gestor tem o necessário para desdobrar
a estratégia, que transformada em termos operacionais, facilitará sua execução e
conduzirá a PMBA no cumprimento da sua missão e alcance da sua visão de futuro.”

3.6 Diretrizes que sustentam o Plano Estratégico da PMBA 2017-2025

As diretrizes que sustentam o Plano Estratégico da PMBA 2017-2025 são


formadas pela Missão, Valores e Visão.

Missão
A missão define a razão de ser da PMBA, ou seja, o propósito pelo qual ela
existe. Preservar a vida, a ordem pública e a cidadania.
• Vida- estado de atividade incessante comum aos seres organizados. É o período
que decorre entre o nascimento e a morte.
• Ordem pública- situação e estado de legalidade normal, em que as autoridades
exercem suas precípuas atribuições e os cidadãos as respeitam e acatam.
• Cidadania- exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos
na Constituição de um país.

Visão

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Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

Ser referência nacional até 2025, pela excelência na prestação dos serviços da
polícia ostensiva e cidadã.

Valores
Os Valores são fundamentais para direcionar o comportamento dos policiais
militares no cumprimento da Missão.

• Hierarquia- ordenação da autoridade em diferentes níveis dentro da estrutura da


Corporação por postos e graduações.
• Disciplina- rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos,
normas e disposições, traduzindo- -se pelo perfeito cumprimento do dever por parte
de todos e de cada um dos policiais militares.
• Ética- conjunto de valores morais e princípios que devem nortear a conduta dos
policiais militares no exercício da sua profissão.
• Profissionalismo- exercício sério, competente e primoroso do trabalho, pelo
policial militar.
• Dignidade humana- qualidade intrínseca e distintiva de cada ser humano, que o faz
merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do estado e da sociedade.”

Estratégia
A Estratégia da PMBA indica como ela irá preencher a lacuna (“espaço”
existente entre a realidade presente e o estado desejado no futuro) e alcançar a visão
de maneira consistente com sua missão e valores.

Proposta de valor
Oferecer à sociedade, serviços de policiamento ostensivo adequados às suas
necessidades e dentro dos parâmetros legais.

Lacuna de valor
Ampliação da qualidade do serviço prestado à sociedade.

Estratégia

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Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

Valorizar, capacitar e qualificar os nossos policiais militares, adequar a nossa


logística e implantar práticas de gestão mais participativas, integradas, inovadoras e
com foco em resultados.”

Mapa estratégico
O mapa estratégico é a representação gráfica da estratégia que foi planejada,
possibilitando uma melhor comunicação e compreensão por parte dos integrantes de
uma Organização. O mapa estratégico traduz a missão, a visão e a estratégia da
organização em um conjunto abrangente de objetivos que direcionam o
comportamento e o desempenho institucionais. Os propósitos do mapa estratégico
são definir e comunicar de modo claro e transparente a todos os níveis hierárquicos,
o foco e a estratégia de atuação definidos pela Alta Gestão, a forma como suas
iniciativas impactam no alcance dos resultados almejados, subsidiar a alocação de
esforços e evitar a dispersão de ações e desperdício de recursos. O mapa da PMBA
mostra os objetivos estratégicos classificados em três perspectivas – “Recursos
Organizacionais”, “Serviços Finalísticos” e “Resultados para Sociedade” – ordenados
de maneira tal, que sua leitura de baixo para cima, revela a lógica de causa e efeito
entre eles para o cumprimento da sua missão e alcance da visão de futuro da
Corporação.

Iniciativa
Programa, projeto, plano ou ação proposta para atingir os objetivos definidos
no Mapa Estratégico da Instituição.
OE1: Aumentar a confiança da sociedade na Corporação
OE2: Ampliar a responsabilidade social e o respeito aos direitos humanos
OE3: Fortalecer a imagem institucional
OE4: Elevar a qualidade dos serviços da polícia ostensiva

A PMBA espera que os objetivos supracitados sejam alcançados por intermédio


do conjunto de iniciativas elencado a seguir:

OE5: Otimizar as ações de policiamento ostensivo

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Iniciativa 5.1 Criar e implantar Sistema de Gestão Operacional do Policiamento


Iniciativa 5.2 Criar e implantar Sistema de Avaliação de Desempenho de Unidades
Operacionais
Iniciativa 5.3 Criar e implantar Sistema de Padronização Operacional do Policiamento
Iniciativa 5.4 Criar e implantar Programa de Certificação das Unidades Operacionais
Iniciativa 5.5 Atualizar e difundir Doutrina Operacional
Iniciativa 5.6 Desenvolver e implantar Portal de Gestão Operacional Iniciativa 5.7
Criar, estruturar e implantar o Núcleo de Análise Criminal Iniciativa 5.8 Expandir a
utilização do Sistema de Informação e Gestão Integrada Policial para todas as
Unidades Operacionais da PMBA
Iniciativa 5.9 Ampliar a utilização de recursos de tecnologia da informação e
comunicação em apoio ao serviço de policiamento ostensivo

OE6: Aperfeiçoar as ações das Unidades Operacionais Especializadas Iniciativa 6.1


Aumentar a Capacidade Operacional Especializada
Iniciativa 6.2 Implantar e estruturar as Bases Avançadas do Grupamento Aéreo
Iniciativa 6.3 Ampliar a Ronda Maria da Penha
Iniciativa 6.4 Criar protocolos para atuação das Unidades Operacionais
Especializadas

OE7: Ampliar as ações de cooperação e integração com os órgãos do sistema de


defesa social e sociedade civil organizada
Iniciativa 7.1 Fomentar junto às OPM a importância da cooperação e integração
Iniciativa 7.2 Desenvolver protocolos de cooperação e integração com os órgãos do
SDS e sociedade civil organizada

OE8: Fomentar a polícia comunitária


Iniciativa 8.1 Subsidiar a criação e implantação do Sistema de Avaliação de
Desempenho das Unidades Operacionais
Iniciativa 8.2 Modernizar e reativar o Sistema de Informação de Ações Preventivas
Iniciativa 8.3 Atualizar e difundir a doutrina de Polícia Comunitária
Iniciativa 8.4 Desenvolver programa educativo de respeito aos direitos humanos

OE9: Intensificar o uso da Inteligência em Segurança Pública

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Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

Iniciativa 9.1 Fortalecer a Doutrina Nacional de Inteligência em Segurança Pública na


PMBA
Iniciativa 9.2 Expandir o Sistema de Inteligência Policial Militar para o Interior do
Estado

Iniciativa 9.3 Implantar Software de Gestão de Inteligência em Segurança Pública


OE10: Promover a valorização, a saúde e a qualidade de vida dos policiais militares
Iniciativa 10.1 Implantar Centros de Referência em Valorização Profissional no
Interior do Estado
Iniciativa 10.2 Implantar novo Plano de Carreira Policial-Militar
Iniciativa 10.3 Implementar assistência jurídica para os policiais militares
Iniciativa 10.4 Ampliar o número de creches para atender o Interior do Estado
Iniciativa 10.5 Interiorizar a Junta Médica de Saúde
Iniciativa 10.6 Implantar o Centro de Reabilitação/Readaptação de Policiais Militares
Iniciativa 10.7 Implantar o Centro Terapêutico da PMBA
Iniciativa 10.8 Operacionalizar o funcionamento do Hospital da Polícia Militar

OE11: Desenvolver competências profissionais em todos os níveis hierárquicos,


mediante ações de ensino, pesquisa e extensão
Iniciativa 11.1 Desenvolver e implantar Modelo de Gestão por
Iniciativa 11.2 Desenvolver e implantar Programa de Desenvolvimento de Liderança
Iniciativa 11.3 Criar e implantar o Núcleo de Ensino em Gestão Policial-Militar
Iniciativa 11.4 Criar a Rede de Instrutores e Monitores da PMBA
Iniciativa 11.5 Desenvolver e implantar Programa de Condicionamento Físico

OE12: Potencializar as ações disciplinares e correcionais


Iniciativa 12.1 Implantar a Ronda Disciplinar
Iniciativa 12.2 Implantar Sistema de Informação Integrado de Gestão de
Corregedorias (Geral e Setoriais)

OE13: Garantir a logística adequada às necessidades da Instituição


Iniciativa 13.1 Desenvolver ações que propiciem a obtenção de economia de escala
nas aquisições, como, por exemplo, sistema de registro de preços

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Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

Iniciativa 13.2 Adquirir e distribuir o material bélico (armas e equipamentos de proteção


individual), prioritariamente em conformidade com o Fator 1* o material bélico (armas
e equipamentos de proteção individual)
Iniciativa 13.3 Renovar e ampliar a frota de veículos
Iniciativa 13.4 Reestruturar e ampliar a Rede Física da PMBA
Iniciativa 13.5 Implantar o Complexo Administrativo da PMBA no CAB
Iniciativa 13.6 Construir o Centro Multiuso da PMBA na Vila Militar do Bonfim * Fator
1: Uma arma de porte ou colete balístico para cada policial militar

OE14: Prover soluções de TIC, visando a efetividade da gestão organizacional


Iniciativa 14.1 Melhorar e expandir a oferta de serviços básicos de Tecnologia da
Informação e Comunicação para todas as OPM
Iniciativa 14.2 Implantar o Sistema Autônomo de Reconhecimento Policial
Iniciativa 14.3 Implantar Solução Corporativa para Gestão Eletrônica de Documentos
Iniciativa 14.4 Integrar os processos administrativos e operacionais por intermédio de
soluções de TIC

OE15: Modernizar a Corporação com melhores práticas de gestão e controle


Iniciativa 15.1 Implantar Sistema de Gestão da Qualidade
Iniciativa 15.2 Aperfeiçoar o Sistema de Controle Interno
Iniciativa 15.3 Desenvolver e implantar Portal de Modernização da Gestão
Iniciativa 15.4 Aprimorar a Comunicação Institucional
Iniciativa 15.5 Fomentar a cultura de planejamento de médio e longo prazo

OE16: Assegurar a qualidade da gestão orçamentária, financeira e do gasto público


Iniciativa 16.1 Aprimorar o modelo de gestão orçamentária, financeira, contábil e
patrimonial
Iniciativa 16.2 Potencializar as ações de capacitação voltadas à execução da despesa
pública
Iniciativa 16.3 Elaborar e manter atualizado os planos de reaparelhamento operacional
e administrativo
Iniciativa 16.5 Alocar, prioritariamente, recursos orçamentários às principais ações
estruturantes operacionais e de apoio à operacionalidade

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Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

Iniciativa 16.6 Promover meios para atendimento das necessidades básicas ao


funcionamento das OPM.
O Plano Estratégico da PMBA 2017-2025 reúne as iniciativas da Corporação
que deverão ser executadas ao longo dos próximos nove anos, objetivando alcançar
a excelência na prestação dos serviços da polícia ostensiva à Sociedade, face aos
inúmeros desafios que são impostos ao sistema estadual de segurança pública. Um
dos principais obstáculos à execução do Plano é a pressão que as tarefas cotidianas
(operacionais e de curto prazo) exercem na agenda dos gestores em relação às
iniciativas relacionadas ao plano estratégico (médio e longo prazo). E dentre outros
problemas, que influenciam negativamente na execução do plano, podemos citar,
também: a falta de compromisso com a estratégia corporativa, a carência de recursos
(humanos, materiais, financeiros etc.) e a ausência de um maior profissionalismo na
gestão das Organizações, principalmente no que se refere à cultura de monitoramento
e avaliação dos resultados. Desta forma, gerir um plano estratégico de modo eficiente,
eficaz e efetivo não é uma tarefa das mais fáceis para uma Organização. É um
trabalho que demanda, acima de tudo, foco, disciplina, compromisso, dedicação e
capacitação de todos que irão operacionalizá-lo. (SILVEIRA, et al., 2017).

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Apostila do Curso de Aperfeiçoamento de Sargento – Administração Policial Militar

REFERÊNCIAIS

ALEXANDRINO, Marcelo e PAULO, Vicente. Direito Administrativo


Descomplicado. 21ed. Método, 2013.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de


outubro de 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm.

_____. Lei de Procedimento Administrativo-Lei Federal 9.784/99, publicada em 29


de janeiro de 1999.

_____. Lei de Concessões - Lei Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995;


CHIAVENATO, Idalberto. 6. ed. vol.1/Idalberto Chiavenato.-6. Ed. Ver. e
atualizada Rio de Janeiro: Elsevier, 2001.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 20. ed. Atlas. 2007.

PMBA. Portaria n.º 070 CG/15. Separata n.º 237, publicada em 22 de dezembro de
2015.

MARINELA, Fernanda. Direito Administrativo. 5. ed. Impetus. 2011.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 34. ed. Malheiros.


2008.

SILVEIRA, P. C. A. da; CUNHA, P. M. A; SILVA, E. F; MONTEIRO, L. M. D; RUBIO,


C. C. B. A. Plano Estratégico da Polícia Militar da Bahia 2017-2025: a PMBA rumo
ao seu bicentenário. Polícia Militar da Bahia-Salvador: EGBA, 2017.

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