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História e Geografia

Princípios do programa Maple Bear

O objetivo geral do programa Maple Bear de História e Geografia é permitir


que os alunos se tornem cidadãos responsáveis e ativos nas diversas
comunidades a que pertencem. Além de se tornarem cidadãos críticos,
reflexivos e informados, que valorizam uma sociedade inclusiva, os alunos irão
adquirir as habilidades que precisam para solucionar problemas e comunicar
ideias e decisões sobre processos, acontecimentos e problemáticas
importantes.

Esse objetivo é realizado à medida que o aluno:

• desenvolve a capacidade de usar os "conceitos da história ou da


geografia" para investigar problemáticas, acontecimentos e processos;

• desenvolve a capacidade de estabelecer e aplicar critérios adequados


para avaliar informações e evidências para fazer julgamentos;

• desenvolve habilidades e características pessoais que são necessárias para


o processo de investigação específico da disciplina e que podem ser
transferidas para outras áreas na vida;

• cria relações de trabalho colaborativo e cooperativo;

• usa tecnologia adequada como uma ferramenta para auxiliá-lo a reunir e


analisar informações, resolver problemas e se comunicar.

Ferramentas e Estratégias que apoiam a conquista dos objetivos do


programa

As estratégias a seguir fazem parte da estrutura dos programas Maple Bear e


constituem parte essencial para a apoio aos alunos na conquista das
expectativas de aprendizagem em história e geografia.

• Os conceitos da área constituem a base para o desenvolvimento de


habilidade de pensamento crítico e reflexivo sobre acontecimentos,
processos e problemáticas, tanto dentro do currículo quanto em sua vida
fora da sala de aula.
História e Geografia

Princípios do programa Maple Bear

. Conceitos e princípios da História

Tempo
- Noções de tempo
- dimensões de tempo (presente, passado e futuro)
- Medidas de tempo
- tempos vividos: tempo de natureza, tempo físico, tempo do relógio, tempo de fábrica,
tempo da memória, tempo da narração de histórias.
- Relações temporais

As noções de tempo são conquistadas ao longo da vida, mas ajuda nesse processo
conhecer diferentes medidas de tempo da nossa cultura e de outros povos e de outras
épocas. As medidas de tempo incluem as horas, minutos, nomeação dos dias da
semana e do mês; numerar os anos a partir de eras (como a cristã, dos hebreus, dos
muçulmanos).

Contribui, ainda, para noções de tempo, a inclusão em diferentes contextos de


estudos, conversar a respeito dos tempos vividos, como o tempo de natureza (dia,
noite, estações do ano, fases da lua). Há tempos vividos sociais, como o tempo do
relógio e o tempo da fábrica, quando predomina na sociedade a marcação do
relógio organizando as atividades diárias (hora de acordar, hora de ir para escola, hora
de trabalhar).

As relações temporais, como identificar, diferenciar e relacionar o presente, o passado


e o futuro, também contribui para ampliar as noções de tempo das crianças.

Sociedade, trabalho, cultura e poder


Sociedade
- vivências coletivas
- sociabilidade
- relações sociais

As vivências humanas se caracterizam pelo convívio em sociedade, relação da


sociedade com a natureza e produção de cultura. E a história humana engloba essas
vivências coletivas de diferentes épocas.
Aos poucos as crianças aprendem que existem essas vivências compartilhadas e/ou
hierarquizadas (entre pessoas, grupos, povos e a humanidade), as regras sociais, os
acordos coletivos, os modos de viver dos diferentes povos, as relações de poder. E,
através dos estudos históricos, aprendem que essas vivências fazem parte do que
somos (somos seres sociais), que são construídas, são transmitidas e podem mudar e/ou
permanecer ao longo do tempo. Podem ainda variar de uma época para outra e
podem ser diferentes entre os variados povos.

Trabalho
- relações sociais e de trabalho
- relações com a natureza
- transformação da natureza
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Princípios do programa Maple Bear

- atividades de trabalho
- organização do trabalho
- trabalhadores
- produtos do trabalho
- produção e organização econômica

Os estudos históricos valorizam a história do trabalho. Indivíduos, grupos e povos


trabalham para produzir o que é necessário para viver. E, através do trabalho,
transformam a natureza. Aprendem também que as atividades de trabalho podem ser
muito diversas, podem ser hierarquizadas, pode incluir exploração do trabalho alheio,
dependendo das sociedades, locais e épocas. Aprendem a história de trabalhos
específicos e suas transformações, do modo de trabalhar, das ferramentas, das
matérias-primas, da organização, da exploração do trabalho humano, dos produtos,
dos locais de trabalho, das etapas de criação e produção.

Cultura
- culturas
- vivências culturais
- produtos culturais
- produtores de cultura
- espaços culturais
- trocas culturais

As sociedades produzem cultura, ou seja, práticas, vivências, objetos, artefatos, textos,


arte, ideias, crenças, memórias, histórias, modos de viver e de se relacionar, modos de
trabalhar que se consolidam e se transformam com o tempo. Os elementos da cultura
incorporam atributos e sentidos historicamente, na medida em que são selecionados e
mobilizados pelas sociedades e grupos nas operações de produção, circulação e
consumo. Através de estudos históricos na escola, os estudos dos elementos culturais e
suas historicidades contribuem para que as crianças reconheçam as referências e
sentidos dos elementos materiais e imateriais que estão presentes no seu cotidiano, e
que modelam os comportamentos da sociedade em que estão inseridas.

Identidades
- Identidade
- interculturalidade
- hibridismo cultural

Na perspectiva da escola, os diferentes saberes sobre a vida em sociedade, a cultura,


o poder e o trabalho no tempo interferem na organização e consolidação das
identidades individuais e coletivas. Assim, as referências teóricas e a definição das
finalidades no ensino desencadeiam formação de vínculos (sociais, culturais, étnicos,
políticos) com determinados grupos, classes sociais, povos, nações e/ou com toda a
humanidade. E, por conta de demandas das sociedades contemporâneas, é
valorizado estudo da diversidade cultural, das relações interculturais, Inter étnicas e do
hibridismo cultural, como processos de intercâmbios, apropriação e recriação das
culturas.

Poder
- relações de poder
- hierarquias sociais, econômicas e políticas
- organizações e estruturas políticas
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Princípios do programa Maple Bear

O estudo específico das relações de poder e das organizações políticas faz parte do
currículo do Fundamental II.

História
- história
- sujeito histórico
- fato histórico
- tempo histórico
- periodizações históricas
- fontes históricas
- documentos históricos
- memórias
- patrimônio
- preservação
- protagonismo histórico
- espaços históricos
- paisagens históricas

As noções e conceitos que contribuem para a apreensão das vivências humanas em


sociedade favorecem os estudos históricos. E o conhecimento histórico agrega a eles a
dimensão de temporalidade e de historicidade. Ou seja, identifica as ações, os
acontecimentos, os sujeitos (indivíduo, grupo, nação, estado) como parte de uma
determinada época, um contexto, onde se inserem, dependem e compartilham
modos de viver, pensar, agir.

A história estuda, assim, as relações entre as ações, os fatos e as produções dos sujeitos
em seus contextos, e suas diferenças, semelhanças com o que ocorre e é produzido
em outras épocas.

Para tanto, os estudos históricos analisam fontes históricas (as produções humanas). E,
para analisá-las, reconhecem suas especificidades de autoria, materialidade,
linguagem, intencionalidade e circulação. As fontes escolhidas pelos historiadores,
para delas colher determinadas informações históricas, constituem os documentos
históricos.

Já as referências históricas temporais possibilitam refletir sobre as relações entre os


acontecimentos no tempo (permanência, mudança), e sua duração (curta, média e
longa duração).

Os estudos históricos contribuem para reflexões sobre a memória, ao mesmo tempo em


que há distinção entre memória e história. E, tanto a memória, como a história, lidam
com reflexões sobre o passado, com a preservação de lembranças e de patrimônios.

Os objetos materiais e imateriais que a sociedade julga importante preservar para


contar sua história são considerados por ela como sendo seus patrimônios.
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Princípios do programa Maple Bear

Sobre noções e conceitos, é importante considerar que:

• A partir de vivências sociais e por meio do uso e emprego de palavras, os


alunos constroem “conceitos espontâneos”, que contribuem para a
formação de “conceitos científicos” ao longo de sua escolaridade.

• São conquistados ao longo da escolaridade, na medida em que há


estudos de realidades históricas específicas e de reflexões a respeito das
relações e associações do que é específico com ideias gerais.

• Não dependem, para serem apreendidos, de memorizações de


definições, mas de processos longos de estudos históricos que solicitem
identificação, comparação, diferenciação, análise e interpretação de
sociedades específicas – no esforço de identificação das relações entre
elas.

• Passam por mudanças ao longo do tempo – assim como uma palavra,


um conceito e uma ideia podem ter sentidos variados dependendo do
contexto histórico e dos grupos sociais ou culturais que as empregam.

• Podem estar associados, de modo que um conceito pode incluir outros


conceitos – assim o conceito de “brincadeira” pode incluir conceitos de
“brincadeira tradicional”, “brincadeira com regras”, “brincadeiras
indígenas” – ou o conceito de “brincadeira indígena” pode incluir
conceitos específicos como “brincadeiras guarani”, “brincadeira
xavante” ou “brincadeira kaxinawá”.

. Conceitos e princípios da Geografia

Espaço
- localização
- distribuição
- condição
- distância
- extensão
- escala

O Pensamento Espacial consiste em três elementos fundamentais: os conceitos


referentes ao espaço, representações e habilidade do pensamento. O conceito de
espaço é subsidiado por princípios fundamentais de localização, distribuição,
condição, distância, extensão e escala (local, regional e global) e também envolve o
conceito de território e de paisagem. O conceito de paisagem é aquele que permite a
materialização das relações existente no espaço, tendo como princípios fundamentais:
arranjo e configuração. O conceito de território refere-se ao recorte, não apenas a
configuração política de um Estado-Nação, mas sim o espaço construído pela
formação social e apresenta como princípios fundamentais: região, lugar e rede.
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Paisagem e Lugar
- identidade
- sociedade
- diferenciação
- distribuição
- arranjo

O conceito de lugar pode ser abordado em duas perspectivas: a Geografia


Humanística e a perspectiva histórico-dialética. A primeira diz respeito ao espaço
vivido, compreendendo a dimensão do espaço onde se realizam as ações cotidianas
das pessoas, como: o viver, o habitar, o trabalhar e, mesmo, o estudar. Refere-se aos
espaços com os quais as pessoas constroem seus vínculos afetivos e subjetivos, onde
ocorrem os laços de familiaridade. Este conceito está vinculado a identidade que o
sujeito constrói. A segunda perspectiva refere-se ao contexto do processo de
globalização, pois a particularidade do lugar só pode ser compreendida no contexto
maior, global. É no lugar onde se manifesta a identidade, o coletivo e o subjetivo.
O eixo Paisagens trata de outro conceito fundamental para a compreensão
das relações entre sociedade e natureza, pois favorece a identificação dos elementos
naturais e construídos e a transformação do meio físico pela ação humana, por
exemplo, permite a compreensão de como era a configuração do local onde vivem
no passado, para assim estabelecer relação com a atualidade, por meio de
fotografias, por exemplo.
O conceito de Paisagem consiste em tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão
alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a
vista abarca. A paisagem revela característica de um espaço em um determinado
momento. Revela tempos diferentes, à medida que em uma mesma paisagem
podemos ter edifícios de diferentes épocas, por exemplo.
Assim, o principio geográfico de diferenciação representa uma variação dos
fenômenos de interesse da geografia pela superfície terrestre (por exemplo, o clima),
resultando na diferença entre áreas (BCNN, 2017) e o princípio de distribuição exprime
como os objetos se repartem pelo espaço e o arranjo, o modo de estruturação do
espaço de acordo com as regras da própria sociedade.

Natureza
- sociedade
- aspectos físicos-naturais
- aspectos sócio-culturais
- trabalho
- sustentabilidade
- conexão

O estudo sobre a Natureza tem como foco tratar de forma integrada esses três
elementos considerando a ação humana, proporcionando condições dos alunos
identificarem, por exemplo as formas de utilização da água relacionando com o
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consumo consciente, as questões ambientais nos lugares de vivências, formulando


perguntas e reconhecendo responsabilidades de todos em relação ao meio ambiente
e as semelhanças e diferenças de usos do espaço público (praças, parques) para o
lazer e diferentes manifestações. Este eixo trata principalmente do princípio de
conexão, pois um fenômeno geográfico nunca acontece isoladamente, mas sempre
em interação com outros fenômenos próximos ou distantes.

Formas de representação e pensamento espacial


- mapas
- planta
- croquis
- maquete
- desenhos

As representações espaciais são fundamentais para a materialização dos


fenômenos geográficos, uma vez que a Geografia trata do espaço e das relações ali
existente. A cartografia torna-se fundamental para o desenvolvimento dos conceitos
espaciais, pois é ela que contribui para o desenvolvimento da representação do
espaço pela criança e pelo jovem, bem como na compreensão dos fenômenos
geográficos. As representações espaciais podem ser os desenhos - croquis ou mapas
mentais, por exemplo - mapas, carta, fotografias aéres, imagens de satélite, gráficos, os
mapas em anamorfose, por exemplo, e diagramas.
O acesso e o trabalho com materiais cartográficos de modo intencional
permitem o desenvolvimento da iniciação ou alfabetização cartográfica.com as
crianças desde os anos iniciais da Educação Básica. A iniciação cartográfica
corresponde ao desenvolvimento das noções espaciais de orientação e localização e
o desenho do espaço e a construção de maquetes são formas de materializar as
relações espaciais.
O processo de alfabetização cartográfica envolve a compreensão e
construção dos seguintes conceitos: visão vertical (visão aérea) e oblíqua (visão do
passageiro no avião); lateralidade e orientação; proporção e noções de escala e
legenda. A construção dos conceitos de visão vertical e visão oblíqua facilitará a
transposição de imagem tridimensional para bidimensional. A Cartografia envolve o
deslocamento e movimento no espaço (orientação), as relações espaciais, como
localização, e a representação e comunicação de informações espaciais.

A Geografia como uma disciplina escolar permite a compreensão do


mundo, considerando as diferenças entre os lugares e as influências culturais no
meio. Para desenvolver habilidades que operem os principais conceitos
geográficos, a Educação Geográfica tem por objetivo a ampliação e o acesso
ao conhecimento referente ao espaço e toda sua complexidade, tendo como
foco central o desenvolvimento do Pensamento Espacial.
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A Geografia fornece meios para a (o) aluna (o) identificarem a


organização e a produção do espaço socialmente construído pelas relações
sociais dos homens entre si e com a natureza. A Geografia nos anos iniciais
apresenta questionamentos fundamentais para a compreensão da localização
das coisas, as condições particulares de cada lugar e as conexões entre os
lugares.
Diante do desafio de criar condições para que as crianças desenvolvam
o raciocínio geográfico, compreendendo seu lugar, conhecendo outros e assim
relacionando-os e comparando-os.
O estudo na Geografia não ocorre por meio de círculos concêntricos, do
local para o global, mas pelo contrário, trata-se de um conhecimento que
relaciona o local e o global a todo momento, ou seja, o estudo geográfico
pauta-se na articulação de diferentes espaços e escalas de análise,
possibilitando que os alunos compreendam as relações existentes entre fatos
nos níveis local e global.

• O processo de investigação

Os alunos utilizam os componentes do processo investigativo para


explorar e comunicar suas descobertas sobre acontecimentos
significativos, processos e problemáticas. A partir da aplicação do
processo de investigação, os alunos adquirem habilidades essenciais de
pensamento crítico, solução de problemas, conclusão fundamentada e
comunicação de ideias.

• Competências essenciais
As competências essenciais promovem contexto para conquista das
expectativas gerais de aprendizagem e desenvolvimento dos conceitos
que fundamentam o pensamento da área. As questões essenciais
representam a compreensão profunda e duradoura que os alunos
conservarão do aprendizado, transferindo-a para conexão com outras
áreas e na qual se baseará na vida além da sala de aula.
Nas questões essenciais estão expressas as respostas do porquê aprender
sobre determinado assunto, partindo do princípio de que o aluno será o
criador da própria compreensão, ao invés de receptor passivo de
informação.
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• Questões orientadoras
As questões orientadoras são instigantes e expressam relação direta com
as expectativas de aprendizagem e as competências essenciais. O
objetivo das perguntas é incentivar o pensamento crítico dos alunos e
auxiliá-los a entender a relevância do que estão estudando.

Investigação nos estudos sociais

A aprendizagem a partir da investigação oferece aos alunos


oportunidades para construção de conhecimentos, habilidades e hábitos
investigativos que promovem compreensão mais profunda sobre o mundo e as
experiências humanas. A investigação é muito mais do que um simples método
instrucional. É uma abordagem filosófica sobre o ensino e a aprendizagem,
pautada em pesquisas e métodos construtivistas, que engajam os alunos em
explorações que os levam à aquisição de conhecimentos disciplinares e
transdisciplinares.

A investigação cria nos alunos um senso de curiosidade e imaginação,


elaborado com base em seus contextos, interesses e experiências diversas. O
processo proporciona aos alunos oportunidades para que eles se tornem
participantes ativos numa pesquisa colaborativa em busca de significado e
conhecimento. Alunos que se dedicam à investigação:

 Constroem conhecimento e compreensão aprofundada ao invés de


somente recebe-los passivamente.
 Encontram perspectivas alternativas e ideias diversificadas que
transformam o conhecimento e a experiência prévia em entendimentos
profundos.
 Transferem novos conhecimentos e habilidades para novas
circunstâncias.
 Assumem responsabilidade por sua aprendizagem contínua e pelo
domínio dos conteúdos e habilidades prescritos no currículo.
(Adaptado de Kuhlthau & Todd, 2008, p. 1)

Parte importante de qualquer processo investigativo é a reflexão feita


pelo aluno sobre sua aprendizagem e os documentos necessários para que
essa possa ser avaliada, tornando-a visível.
Os documentos dos alunos no que se refere ao processo de investigação
em estudos sociais e ciências sociais podem assumir a forma de trabalhos em
desenvolvimento, textos reflexivos, relatórios, anotações, modelos
tridimensionais, expressões artísticas, fotografias, vídeos, planos de ação e várias
outras formas de representação.
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A aprendizagem investigativa não é um processo que se dá passo a


passo, mas um processo cíclico, em que as várias etapas são revisitadas e
repensadas como resultado de descobertas, e fundamentam a construção de
novos conhecimentos pelos alunos.
Investigadores experientes se movem – com avanços e retomadas –
entre essas várias etapas, sempre que novas questões surgem e à medida que
se tornam mais confortáveis com o processo.

A investigação tem enfoque no desenvolvimento de questões que introduz


e conduz o processo de aprendizagem. Essas questões são formuladas por
professores e alunos com o intuito de motivar a investigação sobre temas,
problemas e questões relacionadas ao conteúdo e objetivos do currículo.
Questões bem formuladas para investigação são amplas em alcance e ricas
em possibilidades. Essas questões incentivam os alunos a explorar, observar,
coletar informações, planejar, analisar, interpretar, sintetizar, solucionar
problemas, assumir riscos, criar, concluir, documentar e refletir sobre sua
aprendizagem, além de desenvolver novas questões para investigações futuras.

O processo investigativo nos Estudos Sociais, História e Geografia

Apesar das diferenças de enfoque, conceitos e tipos de questões


levantadas, os processos de investigação para os estudos sociais, história e
geografia se baseiam no mesmo modelo geral. Esse modelo representa o
processo utilizado pelos alunos para investigar processos, acontecimentos e
problemáticas, solucionar problemas e construir conclusões embasadas. O
processo de investigação consiste em cinco componentes:

• Formular questões
• Coletar e organizar informações, evidências e/ou dados
• Interpretar e analisar informações, evidências e/ou dados
• Avaliar informações, evidências e/ou dados e elaborar conclusões
• Comunicar descobertas

É importante que os professores entendam que o processo de


investigação não é necessariamente implementado de forma linear. Nem todas
as investigações envolverão os cinco componentes. Além disso, há diferentes
maneiras de adentrar o processo. Por exemplo, professores podem:

• Oferecer aos alunos questões e solicitar que eles busquem e analisem


informações, evidências e/ou dados com o objetivo de investiga-las.
• Oferecer aos alunos fragmentos de evidências e solicitar que eles os
analisem e elaborem conclusões com base em sua análise.
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• Solicitar que os alunos apliquem o processo como um todo.

É importante ressaltar que nem todas as investigações resultarão em


“respostas corretas”. Em vez disso, para avaliar quão efetivas são suas
investigações, os alunos devem desenvolver a habilidade de refletir sobre seu
trabalho com base no processo investigativo. Esse tipo de reflexão demanda a
habilidade de criar critérios que podem ser utilizados, por exemplo, para avaliar
a relevância das questões, a precisão e valor das evidências, a profundidade e
lógica da análise e a resistência do embasamento para sua interpretação e
conclusão. Os professores devem demonstrar as habilidades necessárias para
reflexão e oferecer oportunidades para que os alunos as pratiquem, enquanto
os encorajam a constantemente refletir sobre seu trabalho.

Do mesmo modo, os alunos se engajam nos aspectos relacionados à


comunicação durante todo o processo investigativo, enquanto criam questões,
organizam e analisam informações e avaliam criticamente suas descobertas. A
comunicação final, sobre as descobertas do aluno, deve ter o formato que
melhor se adeque à natureza da investigação e à audiência pretendida, e
deve levar em consideração o estilo de aprendizagem do aluno, assim como
seus pontos fortes.

Cada disciplina traz uma maneira específica de pensar conteúdos e uma


abordagem diferente sobre o processo investigativo. Habilidades e estratégias
relacionadas a cada uma das etapas do processo investigativo em estudos
sociais, história e geografia devem ser ensinados explicitamente. Os tipos de
perguntas feitas, as informações, evidências e/ou dados coletados, assim como
a forma de análise aplicada variam de disciplina para disciplina.

O quadro a seguir identifica maneiras pelas quais os alunos podem se


aproximar dos componentes do processo de investigação em estudos sociais.

Formular questões
Os alunos formulam questões, de maneira independente ou com a condução do professor,
individualmente ou em grupos:
- para explorar acontecimentos variados, processos e/ou problemáticas que são relacionadas às
expectativas gerais com o objetivo de identificar o enfoque de sua investigação;
- para ajudá-los a determinar que conceito(s) principal(is) da disciplina são relevantes para sua
investigação;
- para refletir sobre o(s) conceito(s) selecionado(s);
- para criar critérios que serão utilizados na avaliação das evidências e informações, na tomada de
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decisões e/ou elaboração de conclusões.


Coletar e organizar
Os alunos:
- coletam dados relevantes, evidências e/ou informações de fontes primárias, fontes secundárias e/ou
estudos da área;
- determinam se as fontes são precisas e confiáveis;
- identificam os pontos de vista das fontes coletadas;
- utilizam métodos variados para organizar os dados, evidências e informações em uso;
- registram as fontes dos dados, evidências e informações em uso;
- concluem se os dados, evidências e/ou informações coletadas são suficientes para a investigação.
Interpretar e analisar
Os alunos:
- analisam dados, evidências e informações, aplicando os conceitos relevantes da disciplina;
- utilizam diferentes tipos de gráficos organizadores para ajudá-los a interpretar e/ou analisar os dados,
evidências e/ou informações;
- identificam as ideias ou pontos centrais de cada fonte;
- extraem informações de gráficos, quadros, diagramas e/ou mapas;
- constroem gráficos, quadros, diagramas e/ou mapas para ajudá-los a analisar eventos, processos ou
problemáticas;
- analisam suas fontes com o objetivo de determinar a importância de eventos, processos ou
problemáticas para indivíduos e grupos;
- identificam parcialidade em fontes individuais;
- determinam se todos os pontos de vista estão representados nas fontes como um todo, e quais não
estão contemplados (se aplicável).
Avaliar e elaborar conclusões
Os alunos:
- sintetizam dados, evidências e/ou informações e fazem avaliações embasadas e críticas com base
nos dados, evidências e/ou informações;
- estabelecem conexões entre o passado e o presente;
- fazem predições sobre os desdobramentos;
- determinam os impactos dos acontecimentos, processos e/ou problemáticas para pessoas e locais;
- assumem posicionamento e apoiam com base em evidências.
Comunicar
Os alunos:
- fazem uso de formas apropriadas de comunicação (por exemplo, oral, visual, escrita, sinestésica) para
audiências e propósitos diferentes;
- comunicam avaliações, decisões, conclusões, predições e/ou planos de ação de maneira clara e
lógica;
- usam terminologia e conceitos corretos e efetivos;
- citam fontes de maneira apropriada.

Princípios de Ensino e Aprendizagem

Os princípios a seguir são concepções fundamentais que orientam e


apoiam as decisões relacionadas ao ensino e à aprendizagem – decisões sobre
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currículo, ambiente da sala de aula, seleção de materiais, instrução e


avaliação. Os princípios a seguir, baseados em pesquisas e discussões atuais,
foram concebidos com o objetivo de orientar o ensino e a aprendizagem nos
estudos sociais.

Aprendizagem Ensino
Os alunos aprendem de maneira Estratégias instrucionais que facilitam a
efetiva em ambientes que aprendizagem ativa incluem exploração,
promovem aprendizagem ativa investigação, resolução de problemas, tomada de
através de experiências orientadas decisão, discussão, debate e reflexão. As temáticas
e desafiadoras. devem ter relevância pessoal e acadêmica.
Os alunos aprendem e se Estratégias instrucionais que acomodam diferentes
desenvolvem de diferentes estilos de aprendizagem oferecem oportunidades
maneiras e em ritmos variados. de interação, colaboração, assim como de
aprendizagem independente.
Os alunos aprendem de maneira A instrução deve prover oportunidades aos alunos
efetiva quando compreendem, para que eles aprendam estratégias variadas para
selecionam e aplicam estratégias ativação, aquisição e aplicação de novos
de maneira ativa. conhecimentos, habilidades e atitudes.
Os alunos aprendem de maneira A instrução deve estabelecer, de maneira clara,
efetiva quando enxergam conexões entre o que é ensinado e a realidade dos
relevância, no âmbito pessoal, nos alunos, estimulando conexões significativas entre os
conceitos, conhecimentos, conhecimentos e experiências prévias dos alunos e
habilidades e valores sendo seus conhecimentos e experiências recém-
ensinados. adquiridos.
Os alunos aprendem a ser A instrução deve prover oportunidades de
cidadãos, efetivos nos âmbitos local desenvolver, valorizar e praticar habilidades cidadãs
e global, quando se veem como enquanto os alunos exploram e refletem sobre
participantes ativos num mundo problemáticas, constroem perspectivas
interdependente. fundamentadas e atuam de maneira apropriada
com base em conhecimentos e análise adequados.
Os alunos desenvolvem A avaliação deve ser um processo contínuo e
conhecimentos sólidos sobre suas consistir numa variedade de métodos de coleta,
habilidades e necessidades quando compartilhamento e uso de evidências de
os processos avaliativos são partes aprendizado. Os professores devem prover
integrantes do processo de oportunidades frequentes para que os alunos
aprendizagem. avaliem seu próprio aprendizado e desempenho, de
maneira a estabelecer objetivos acadêmicos
futuros. A avaliação deve se basear em habilidades
e processos, assim como em conteúdos e produtos.

Os alunos desenvolvem e A instrução deve fazer uso de estratégias variadas


esclarecem suas perspectivas e para encorajar os alunos a examinarem,
valores - e aprendem a entender e esclarecerem e refletirem sobre valores e
respeitar as perspectivas e valores perspectivas, assim como considerarem e discutirem
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dos outros – através de perspectivas diversas sobre conceitos,


oportunidades para refletirem sobre problemáticas e tópicos variados. Além disso, os
informações e ideias derivadas de professores devem incentivar os alunos a
perspectivas variadas. celebrarem sua identidade nacional e, ao mesmo
tempo, fomentar as perspectivas multicultural e
global que ajudam os alunos a respeitar e
compreender as culturas e perspectivas de outros
povos.
As habilidades de linguagem dos A instrução deve motivar os alunos nos processos
alunos são parte integrante do seu relacionados à linguagem no que se refere à
aprendizado, de forma escuta, fala, leitura, escrita, visualização e
independente e colaborativa. representação, e deve lhes prover apoio no
desenvolvimento de conceitos, esclarecimento e
ampliação de referências e vocabulário específicos
sobre determinado assunto.
Os alunos de cada segmento A eficácia da instrução aumenta quando as
manifestam características de características dos alunos são reconhecidas e
desenvolvimento únicas ao levadas em consideração no momento do
vivenciarem crescimento e planejamento e na implementação de situações e
mudanças de caráter físico, atividades didáticas.
emocional, moral, ético, social e
intelectual.

Referências

- Ontario Curriculum – Social Studies (Gr. 1 to 6); History and Geography (Gr; 7 and
8). 2013. Disponível em
http://www.edu.gov.on.ca/eng/curriculum/elementary/sshg18curr2013.pdf.

- Saskatchewan Curriculum. Social Studies. Teaching. Disponível em


https://www.curriculum.gov.sk.ca/webapps/moe-curriculum-
BBLEARN/index.jsp?view=teaching&lang=en&subj=social&level=1#top .

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