Você está na página 1de 29

LEI

Nº 1078, DE 13 DE SETEMBRO DE 2016



DISPÕE SOBRE A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL NO MUNICÍPIO DE ALTO GARÇAS/MT,
INSTITUI O SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
DE ALTO GARÇAS ‐ SUAS/ALTO GARÇAS – E DÁ
OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Cezalpino Mendes Teixeira Júnior, Prefeito Municipal de Alto Garças, Estado
de Mato Grosso, usando das atribuições que lhe são conferidas por lei, faz saber que
a Câmara Municipal aprovou e ele sanciona e promulga a seguinte lei:

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art.1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade
Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto
integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às
necessidades básicas.

Art.2º O enfrentamento à pobreza realiza‐se de forma integrada pelas políticas setoriais


tais como assistência social, saúde, educação, segurança alimentar, saneamento,
habitação, trabalho e renda, lazer, esporte e cultura, dentre outras, garantindo mínimos
sociais e promovendo a universalização dos direitos sociais.

Art.3º A Política de Assistência Social no Município tem instâncias de execução de


suas ações, controle social de deliberação colegiada e instrumento de captação e a
aplicação de recursos respectivamente:
I ‐ O Sistema Único de Assistência Social do Município de Alto Garças –
SUAS/Alto Garças;
II ‐ O Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS;
III – O Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS;
IV‐ Como instâncias colegiadas:
a) Conferência Municipal de Assistência Social;
b) Demais Conselhos vinculados à Assistência Social do município;

V‐ Como unidades complementares, Entidades e Organizações Sociais.


DOS OBJETIVOS, DOS PRINCÍPIOS E DAS DIRETRIZES DA POLÍTICA PÚBLICA DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL

SEÇÃO I
DOS OBJETIVOS
Art.4º São objetivos da Política de Assistência Social no Município:
I‐ A proteção social, que tem como foco a prevenção e a redução do
impacto das vicissitudes sociais e naturais sobre os ciclos de vida, a garantia da
dignidade humana e o fortalecimento da família como núcleo básico de sustentação
afetiva, biológica e relacional;

II‐ A vigilância sócio assistencial, que se ocupa da análise territorial de


situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social, que incidem sobre famílias e
indivíduos nos diferentes ciclos de vida;

III‐ A defesa social e institucional, que consiste na promoção e na


facilitação do acesso ao conhecimento dos direitos sócio assistenciais e sua consequente
defesa e efetivação;

IV‐ A garantia de que as ações de assistência social tenham centralidade


na família e garantam a convivência familiar e comunitária;

V‐ A contribuição para inclusão e a equidade de cidadãos e de grupos


específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços sócia assistenciais.

SEÇÃO II
DOS PRINCÍPIOS
Art.5º São princípios da Assistência Social no Município;

I‐ Universalidade: universalização dos direitos sociais, a fim de tornar


o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas;

II‐ Gratuidade: a assistência social deve ser prestada sem exigência de


contribuição ou contrapartida garantindo a supremacia do atendimento às necessidades
sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica;

III‐ Integralidade da proteção social: oferta das provisões em sua


completude de um conjunto articulado de serviços, programas, projetos e benefícios
sócia assistenciais.

IV‐ Intersetorialidade: integração e articulação da rede sócio


assistencial e com as demais políticas e órgãos setoriais;

V‐ Equidade: igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem


discriminação de qualquer natureza, garantindo‐se equivalência às populações urbanas
e rurais, respeito às diversidades culturais, socioeconômicas, políticas e territoriais,
dentre outras, priorizando aqueles que estiverem em situação de vulnerabilidade e risco
pessoal e social.


SEÇÃO III
DAS DIRETRIZES
Art.6º São diretrizes da Política de Assistência Social no Município:
I‐ A descentralização político‐administrativa e o comando único das
ações da Política de Assistência Social;

II‐ A primazia da responsabilidade do Município na coordenação e


execução da Política de Assistência Social;

III‐ Fortalecimento da relação democrática entre Município e


sociedade civil;

IV‐ A priorização das necessidades dos usuários na determinação da


oferta de serviços sócio assistenciais com o fortalecimento da participação
popular/cidadão usuário;

V‐ A articulação e a integração entre os serviços, programas, projetos


e benefícios vinculados à Política de Assistência Social;

VI‐ A complementariedade e a integração dos serviços prestados pela


rede sócio assistencial privada;

VII‐ A articulação com as demais políticas públicas;

VIII‐ O atendimento e o acompanhamento das famílias, com vistas ao


fortalecimento da sua função protetiva, o respeito à sua dignidade, à sua autonomia,
vedando‐se qualquer comprovação vexatória de necessidade.
VVVVV

CAPÍTULO III

DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL DO MUNICÍPIO



SEÇÃO I
DAS DEFINIÇÕES ESPECÍFICAS

Art.7° Em cumprimento à Política Nacional de Assistência Social ‐ PNAS/2004, aprovada
pela Resolução Nº 145 de 15 de outubro de 2004 do Conselho Nacional de Assistência
Social – CNAS, pela Lei do Sistema Único de Assistência Social ‐ “Lei SUAS” ‐ Nº 12.435,
de 2011, esta Lei instituí o Sistema Único de Assistência Social de Alto Garças –
SUAS/Alto Garças que será coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência Social,
órgão gestor da política de assistência social no Município de Alto Garças/MT.
§1º A gestão dessa política dar‐se‐á por um órgão exclusivo,
observando a diretriz do comando único disposta na Lei Orgânica da Assistência Social ‐
LOAS.
§2º São usuários do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto
Garças, famílias, grupos e indivíduos em situação de vulnerabilidade e risco social
entendidos por situações que decorrem de perda ou fragilidade de vínculos de
afetividade, pertencimento e sociabilidade; ciclos de vida; identidades estigmatizadas
em termos étnico, cultural e sexual; desvantagem pessoal resultante de deficiências e
doenças crônicas; exclusão pela pobreza e/ou acesso às demais políticas públicas; uso de
substâncias psicoativas; diferentes formas de violência advinda do núcleo familiar,
grupos e indivíduos; inserção precária ou não inserção no mercado formal e informal;
estratégias e/ou alternativas diferenciadas de sobrevivência que podem representar
vulnerabilidade e risco pessoal e social;
§3º São trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social – SUAS,
todos aqueles que atuam institucionalmente na Política de Assistência Social, conforme
preconizado na Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS e na Lei do Sistema Único de
Assistência Social – Lei/SUAS, inclusive quando se tratar de consórcios intermunicipais e
organizações sociais de Assistência Social.

SEÇÃO II
DA GESTÃO DO SUAS/ALTO GARÇAS

Art.8º A gestão das ações da Assistência Social no âmbito do Município é
operacionalizada sob a forma de sistema descentralizado e participativo, denominado
Sistema Único de Assistência Social de Alto Garças – SUAS/Alto Garças e possui os
seguintes objetivos:
I‐ Constituição de serviços sócio assistenciais ordenados em rede, cuja
execução seja garantida, precipuamente, pelo poder público e, complementarmente, pela
rede privada, em consonância com a Política Nacional de Assistência Social;
II‐ Co‐financiamento em conjunto com a União e com o Estado, por meio
dos respectivos Fundos de Assistência Social, do aprimoramento da gestão, da execução
dos serviços, programas, projetos e benefícios sócio assistenciais em âmbito local, bem
como das ações ligadas ao controle social e à participação popular, de acordo com as
diretrizes estabelecidas pelo Conselho Municipal de Assistência Social ‐ CMAS;
III‐ Implementação da gestão do trabalho e da educação permanente dos
trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças;
IV‐ Planejamento, organização, execução e avaliação de atividades
continuadas que visem à melhoria de vida da população, concomitantemente com os
projetos e ações locais de caráter emergencial e de enfrentamento da pobreza, incluindo
a parceria com entidades de assistência social e organizações da sociedade civil;

Art.9º O SUAS/Alto Garças comporá com a União e o Estado a gestão compartilhada,
com divisão de competências e atuará de acordo com as seguintes bases
organizacionais:
I‐ Matricialidade sócio familiar, definida como o desenvolvimento de ações
com centralidade na família independentemente de seu formato ou modelo;
II‐ Descentralização administrativa, definida como a execução de serviços,
programas, projetos e benefícios sócio assistenciais de abrangência municipal, em
articulação intersetorial com as demais políticas públicas que fazem interface com o
Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças, e com o Sistema de Garantia de
Direitos do Município;
III‐ Terrritorialização, definida como a oferta de ações e serviços sócio
assistenciais na proximidade do cidadão e em locais com maior vulnerabilidade e risco
social;
IV‐ Controle social, por meio do Conselho Municipal de Assistência Social –
CMAS vinculado ao órgão gestor de assistência social no Município.

Art.10 O Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças, atuará por intermédio
de um conjunto de ações, compreendendo: serviços, programas, projetos e benefícios
sócio assistenciais, previstos na legislação que o rege.

Art.11 São destinatários da atuação do Sistema Único de Assistência Social SUAS/Alto
Garças:
a) As famílias, os grupos ou os indivíduos que se encontrem, temporária
ou permanentemente, em situações de risco ou de vulnerabilidade social;
b) As famílias, os grupos ou os indivíduos que por sua condição étnico
racial, de gênero, de diversidade sexual, religiosa e/ou cultural necessitar da sua
atuação.

Art.12 Integram o Sistema Único de Assistência Social SUAS/Alto Garças:
I‐ O Município;
II‐ O Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS;
III‐ Entidades e Organizações de Assistência Social existentes no
Município, assim entendidas como aquelas sem fins lucrativos que, isolada ou
cumulativamente, prestam atendimento e assessoramento aos beneficiários abrangidos
por esta Lei, bem como as que atuam na defesa e garantia de direitos, observadas as
seguintes definições:
a) São de atendimento aquelas entidades que de forma continuada,
permanente e planejada, prestam serviços, executam programas ou projetos e concedem
benefícios de prestação social básica ou especial, dirigidos às famílias e indivíduos em
situações de vulnerabilidade ou risco sociais e pessoais, nos termos desta Lei, e
respeitadas as deliberações do Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS;

b) São de assessoramento aquelas que, de forma continuada,


permanente e planejada, prestam serviços e executam programas ou projetos voltados
prioritariamente para o fortalecimento dos movimentos sociais e das organizações de
usuários, formação e capacitação de lideranças, dirigidos ao público da política de
assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas às deliberações do Conselho
Municipal de Assistência Social – CMAS;

c) São de defesa e garantia de direitos, aquelas que, de forma


continuada, permanente e planejada, prestam serviços e executam programas ou
projetos voltados prioritariamente para a defesa e efetivação dos direitos sócio
assistenciais, construção de novos direitos, promoção da cidadania, enfrentamento das
desigualdades sociais, articulação com órgãos públicos defesa de direitos, dirigidos ao
público da política de assistência social, nos termos desta Lei, e respeitadas às
deliberações do Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS.

Art.13 Compete ao Município, por intermédio de seu órgão gestor da Política de


Assistência Social e coordenador do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto
Garças:

I‐Consolidar a assistência social como política pública de Estado e efetivar


a gestão do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças;

II‐Destinar recursos financeiros para custeio do pagamento dos Benefícios


Eventuais, dentre os quais os auxílios natalidade e funeral, observado o disposto na Lei
Orgânica da Assistência Social e legislação municipal aplicável Lei Nº 829 de 29 de junho
de 2010 aprovada pelo CMAS com as seguintes alterações:

O art.3º da Lei 829/10 passa a vigorar com a seguinte redação e


alterações:

Art.3º Para serem beneficiário deste programa as famílias ou indivíduos


deverão ser cadastrados junto à Secretaria de Assistência Social do Município e toda
concessão dar‐se‐á mediante atendimento psicossocial efetuado por trabalhadores
especializados do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças de acordo com
o (os) benefício (os) requeridos e atendendo aos seguintes critérios:

“a)...

d) As carteiras de saúde dos filhos deverão estar devidamente


atualizadas;

e) Ser família devidamente integrante do Cadastro Único, condição de


acesso ao Programa Bolsa Família.

Parágrafo Único. Na comprovação das necessidades para concessão


do (os) Benefício (os) Eventual (ais) são vedadas quaisquer situações vexatórias ou de
constrangimento da família ou indivíduo requisitante.

O art.4º da Lei 829/10 passa a vigorar com a seguinte redação:


Art.4º São considerados Benefícios Eventuais na forma de bens de
consumo:
I) Benefício Funeral ‐ consiste em uma prestação, não contributiva da
assistência social, para reduzir vulnerabilidade provocada por morte de membro da
família. O kit funeral compõe: Serviços funerários, Higienização com fornecimento de
uma urna mortuária simples no valor de um salário mínimo vigente, incluindo
transporte até o cemitério do Município. Excepcionalmente, sendo necessário, será
realizado o translado do corpo independente da localidade em que ocorreu o óbito.
II) Benefício Natalidade ‐ consiste em uma prestação temporária, não
contributiva da assistência social, composto por um kit enxoval de bebê, para reduzir
vulnerabilidade provocada por nascimento de membro da família;
III) Benefício Alimentação – caracteriza‐se como uma provisão
suplementar provisória de assistência social composta por um kit alimentação, mediante
avaliação técnica e social, para suprir a família e indivíduo em situações de
vulnerabilidade temporária, que envolvem acontecimentos no cotidiano dos cidadãos e
podem se apresentar de diferentes formas, produzindo diversos padecimentos. Este
Benefício terá a periodicidade e duração definida de acordo com o grau de complexidade
da (s) situação (ões), identificada (s) nos processos de atendimento e acompanhamento
dos serviços sócio assistenciais;
IV) Benefício Transporte ‐ constitui‐se no fornecimento de passagens
por solicitação do Conselho Tutelar, medidas socioeducativas de acordo com a legislação
vigente. Quando se tratar de outras situações relativas às famílias e/ou indivíduos em
situação de risco e vulnerabilidade social,a concessão de passagens somente ocorrerá
após estudo e parecer técnicol realizado por profissionais
especializados do SUAS/AltoGarças; e uma vez caracterizada a excepcionalidade e
comprovada a justificativa do (os) solicitante (s), será concedida a (as) passagem (ens)
pelo trecho que for necessário;
V) Benefício Entrega de Cobertores ‐ compreende o investimento
econômico‐social do governo e sociedade civil na distribuição de cobertores para
assistir e ofertar proteção material a indivíduos e especialmente às famílias pobres e de
extrema pobreza que possuem idosos e/ou filhos menores de 14 anos, destituídos de
meios próprios para enfrentar as intempéries e diminuir a ameaça de sérios
padecimentos de seus membros.
§ 2º...
§ 3º As provisões relativas a programas, projetos, serviços e benefícios
diretamente vinculados às políticas de saúde, educação, esporte e lazer e demais
políticas setoriais não se incluem na modalidade de Benefícios Eventuais da Assistência
Social previstos na Lei Nº 829 de 2010.
Paragrafo Único. Não são provisões da política de assistência social os
itens referentes à órteses e próteses, tais como aparelhos ortopédicos, dentaduras,
dentre outros; cadeiras de rodas, muletas, óculos, e outros itens inerentes à área da
saúde, bem como medicamentos, pagamentos de exames médicos, apoio financeiro para
tratamento de saúde fora do município, transporte de doentes, concessão de leites e
dietas de prescrição especial e fraldas descartáveis para pessoas que tem necessidade de
uso.
III‐ Pré ‐habilitar idosos e pessoas com deficiência, conforme artigo 20
da LOAS, para o recebimento do Benefício de Prestação Continuada – BPC, cuidando da
inclusão destes sujeitos nos programas, projetos e serviços sócio assistenciais;

IV‐ Garantir aos beneficiários de transferência de renda inclusos no


Cadastro Único – Programa Bolsa Família o acesso aos serviços programas e projetos da
rede sócio assistencial;

V‐ Executar projetos de enfrentamento à pobreza incluindo a parceria


com outros sistemas que fazem interface com a assistência social, como forma de
promover a responsabilidade compartilhada entre poder público e sociedade civil,
reconhecendo a importância da participação social nas atividades do Sistema Único de
Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças;

VI‐ Atender às ações assistenciais de caráter de calamidade pública,


respeitadas as especificidades da Política de Assistência Social e observada a
corresponsabilidade prevista no art.2° desta Lei;

Parágrafo Único. As situações de calamidade pública deverão ser


reconhecidas pelo poder público e caracterizam‐se por situações anormais advindas de
circunstâncias climáticas, desabamentos, incêndios, epidemias, dentre outras que
causem sérios danos à comunidade afetada, inclusive à segurança ou à vida de seus
integrantes;

VII‐ Co‐financiar o aprimoramento da gestão, dos serviços, dos


programas, dos projetos, dos equipamentos sócio assistenciais em âmbito local,
observando os indicadores de monitoramento e avaliação pactuados com os demais
entes federados;

VIII‐ Organizar a oferta de serviços de forma territorializada, em áreas


de maior vulnerabilidade e risco pessoal e social, de acordo com o diagnóstico sócio
territorial;

IX‐ Organizar, coordenar, articular, acompanhar e monitorar a rede de


serviços da proteção social básica e especial em articulação intersetorial do Sistema
Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças com as demais políticas públicas e
Sistema de Garantia de Direitos;

X‐ Gerir, no âmbito municipal o Cadastro Único e o Programa Bolsa


Família – PBF construindo instrumentos de acompanhamento da qualidade
descentralizada da gestão municipal a partir da constatação de problemas operacionais
a eles relacionados em âmbito local;

XI‐ Disponibilizar dados e informações com vistas a subsidiar o


acompanhamento estadual e federal da gestão municipal do Sistema Único de
Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças em conformidade com o disposto na Lei Orgânica
da Assistência Social – LOAS, e Lei SUAS Nº 12.435 de 2011;

XII‐ Coordenar e manter atualizado o sistema de cadastro de entidades e


organizações de assistência social no Município de acordo com o Sistema de Cadastro
Nacional de Entidade de Assistência Social – SCNEAS de que trata o inciso XI do art. 19
da Lei Federal nº 8.742, de 1993;

XIII‐ Viabilizar estratégias e mecanismos em âmbito local para aferir o


pertencimento à rede sócio assistencial e normatizações do Sistema Único de Assistência
Social de serviços, programas, projetos e benefícios sócio assistenciais ofertados pelas
entidades e organizações de assistência social, observada as especificações expressas no
inciso III do art.12 desta Lei;

XV‐ Normatizar, em âmbito local, o co‐financiamento dos serviços,


programas, projetos e benefícios sócio assistenciais ofertados pelas entidades
vinculadas ao Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças;
XVI‐ Articular‐se com Empresas de Assessoria, Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público ‐ OSCIPs e Prefeituras de outros municípios para celebrar
convênios, contratos, termos de parcerias, acordos ou ajustes e demais instrumentos
jurídicos, na busca de soluções institucionais no que concerne aos problemas de
vulnerabilidade e risco social dos usuários do Sistema Único de Assistência Social ‐
SUAS/Alto Garças.

SEÇÃO III

DOS PROGRAMAS E PROJETOS MUNICIPAIS DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art.14 Os programas e projetos municipais de assistência social compreendem ações


integradas e complementares com objetivos, tempo e área de abrangência definidos
para qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os serviços assistenciais, conforme
legislação vigente.

§1º Os projetos municipais serão planejados e elaborados pelas


equipes técnicas de referência do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças
obedecidos aos objetivos e princípios que regem as Políticas Nacional e Estadual de
Assistência Social, as Normas Operacionais do Sistema Único de Assistência Social –
NOBs SUAS 2005 e 2012 assim como a Lei Federal 12.435 de 2011‐ “Lei SUAS”;

§2º Quando se tratar de projetos municipais voltados para o idoso


e a integração da pessoa com deficiência os mesmos serão devidamente articulados com
o benefício de prestação continuada estabelecido no art. 20 da Lei Federal nº 8742, de
1993, modificado pela redação dada pela Lei Nº 12.435 de 2011 – “Lei SUAS”;

Parágrafo Único Os projetos municipais desenvolvidos no âmbito do


SUAS/Alto Garças serão executados após aprovação do Conselho Municipal de
Assistência Social‐ CMAS/Alto Garças e com recursos orçamentários e financeiros
previamente alocados no Fundo Municipal de Assistência Social ‐ FMAS/Alto Garças.
Art.15 Os projetos desenvolvidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social no
âmbito do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças, com recursos
próprios, são ações continuadas que visam à melhoria de vida dos usuários
participantes, e, por sua natureza de continuidade não têm caráter político‐partidários,
não podem sofrer interrupções e nem receberem outras denominações:
I‐ Projeto Municipal “TERCEIRA IDADE VALORIZADA EM ALTO
GARÇAS”, em consonância com a integralidade do Estatuto do Idoso Lei Federal Nº
10.741, de 1º de outubro de 2003, oportuniza um atendimento especial à pessoa idosa,
com diversos subprojetos que propiciem uma vida mais saudável, em condições de
dignidade e que elevem a sua autoestima:
a) Mobilização e motivação da sociedade civil para participação do
Subprojeto Municipal Carnaval da Terceira Idade, oportunizando ao idoso do Serviço
de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, espaço de troca de experiências entre
diferentes gerações, assim como significativos momentos de lazer e interação com a
sociedade em geral;
b) Execução do Subprojeto Municipal Páscoa da Terceira Idade
realizado uma vez por ano, com palestras e apresentações de slides sobre o significado
da Páscoa, com o objetivo de enfatizar a ressurreição de Cristo e o valor do perdão para
aqueles idosos que se encontram com vínculos familiares fragilizados ou rompidos. Os
ovos de chocolate são confeccionados pelos próprios idosos do Serviço de Convivência e
Fortalecimento de Vínculos e conta com a presença do “coelhinho da páscoa” para
alegrar ainda mais a entrega dos ovos de chocolate, garantir a interação social e
aperfeiçoar o fortalecimento dos vínculos de pertença dos idosos
participantes;
c) Além de ser uma data especial para a confraternização de todas as
idades o Subprojeto Municipal Dia das Mães da Terceira Idade reconhece a
importância da figura materna no desenvolvimento do caráter humano e proporciona
momentos de reflexão sobre os diversos contextos familiares ensejando a
confraternização dos participantes, a verbalização de sentimentos e o fortalecimento de
vínculos filiais;
d) O Subprojeto Municipal Festa Junina para Idosos executado uma
vez ao ano entre os meses de junho e julho, é uma oportunidade de festejar em clima de
temas típicos, promover a integração intergeracional e o fortalecimento dos laços
familiares e sociais entre os participantes, e acima de tudo, como um trabalho “humano”
de valorização do idoso e da cultura popular;
e) O Subprojeto Municipal Dia dos Pais para Idosos proporciona à
população idosa masculina, momentos de lazer e interação entre eles, suas famílias e a
sociedade, resgatando sua autoestima patriarcal e estimulando a participação em
atividades físicas e culturais;
f) Objetivando lembrar a importância de elevar os índices de
qualidade de vida da pessoa idosa, através do corpo e mente saudáveis e da integração
social, o Subprojeto Municipal Comemoração do Dia dos Idosos é executado no dia
27 de setembro, dia de São Vicente de Paula, o pai da caridade, para levar a sociedade a
refletir e contribuir na minimização das dificuldades inerentes à condição de pessoa
idosa, bem como a maximizar seus direitos assegurados no Estatuto do Idoso Lei Federal
Nº 10.741, de 1º de outubro de 2003;
g) Para as pessoas acima dos 60 anos, viajar não é apenas conhecer
novos lugares. Médicos e especialistas em gerontologia vêm descobrindo que fazer
turismo, conhecer e interagir com pessoas e locais diferentes estimula a vontade de
viver e a autoestima, contribuindo para a saúde e a longevidade. A execução do
Subprojeto Municipal Viagens da Terceira Idade é operacionalizada mediante
cuidados especiais em toda a viagem, envolvendo desde a escolha do roteiro, transporte
e traslados, acompanhamento e até a alimentação.

II‐ Conforme a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais ‐


Resolução CNAS N.°109/2009, as intervenções para a participação e cidadania,
desenvolvimento do protagonismo e da autonomia dos adolescentes, devem ser
pautadas em experiências lúdicas, culturais e esportivas como formas de expressão,
interação, aprendizagem, sociabilidade e proteção social e outros subprojetos
desenvolvidas no âmbito do Projeto Municipal “VALORIZANDO A JUVENTUDE DE
ALTO GARÇAS”:

a) Subprojeto Municipal Cine‐Jovem é executado para estimular a


reflexão e debates sobre temas atuais trabalhados durante as reuniões semanais,
motivar a participação e a cidadania, aumentar o desenvolvimento do protagonismo e da
autonomia dos adolescentes;

b) Subprojeto Municipal Festas Temáticas instrumento de


incentivo aos participantes assíduos, periodicamente são ofertadas festas temáticas, com
inicio às 19h e encerramento as 22h, somente para os participantes do grupo, sem
entrada de bebidas alcoólicas ou similares;
c) Como incentivo à regular frequência e participação dos
adolescentes no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos será executado o
Subprojeto Municipal Viagem Cultural constituído por uma viagem durante o ano
com o objetivo de oferecer oportunidade de lazer e cultura diferenciados daqueles que o
município tem a ofertar, objetivando elevar os níveis de socialização e agregar novos
conhecimentos e valores recebidos no contexto familiar e educacional. Na locação do
ônibus para o translado, compra de lanches e/ou bilhetes para cinemas e outros
incentivos, serão utilizados os recursos financeiros oriundos do Tesouro Municipal,
alocados do Fundo Municipal de Assistência Social de Alto Garças – FMAS/Alto Garças.
III‐ Projeto Municipal “COMEMORANDO O NATAL” anualmente a
Secretaria de Assistência Social de Alto Garças coordena as festividades natalinas, com
decorações alusivas a data em diversos espaços municipais, objetivando através dos
subprojetos alcançarem a participação direta e indireta do toda população municipal,
disseminando o espírito de solidariedade, fraternidade e de uma sociedade mais justa e
igualitária, fortalecendo autoestima, a cidadania e o sentimento de pertença ao
município:
a) Subprojeto Natal das Famílias: no período natalino são elaborados e/
ou revistos o cadastro das famílias que serão beneficiárias com as cestas de Natal. Neste
cadastro além das famílias usuárias do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto
Garças são incluídas também aquelas famílias pobres e de extrema pobreza atendidas
pelas demais políticas públicas municipais e entidades socioassistenciais independente
de sua profissão de fé;
b) Subprojeto “Natal das Crianças”: as crianças são integrantes das
famílias beneficiadas pelo Subprojeto descrito na “alínea a do inciso III”. Para estas
crianças são ofertadas um dia de lazer com distribuição de guloseimas, passeios pela
cidade com brinquedos (trenzinho), brincadeiras lúdicas alusivas à data, e outras
atividades e ações que vierem a ser incluídas nesse subprojeto.

SEÇÃO IV
DOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO

Art.16 Os instrumentos de gestão são ferramentas de planejamento técnico e financeiro


do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças, tendo como referência o
diagnóstico socioterritorial, a vigilância socioassistencial e os eixos de proteção social
básica e especial, sendo eles: Plano Municipal de Assistência Social; Orçamento;
Monitoramento, Avaliação e Gestão da Informação e Relatório Anual de Gestão,
conforme especificações das Normas Operacionais do Sistema Único de Assistência
Social – NOB/SUAS. ´´´´==ÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇÇJ

Art.17 O Plano Municipal de Assistência Social – PMAS/Alto Garças será elaborado em


consonância com as Políticas Nacional e Estadual de Assistência Social, como um
instrumento de gestão, que organiza, regula e norteia as ações do Sistema Único de
Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças sendo submetido à aprovação o Conselho
Municipal de Assistência Social de Alto Garças – CMAS/Alto Garças.

§ 1º O Plano Municipal de Assistência Social – PMAS/Alto Garças será


formulado a cada 04(quatro) anos, coincidindo com a elaboração do Plano Plurianual –
PPA, Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO e Lei Orçamentária Anual – LOA;

§ 2º O orçamento do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto


Garças deverá ser inserido na proposta de Lei Orçamentária Anual – LOA, na função
“Assistência Social”, sendo os recursos destinados às despesas correntes e de capital
relacionadas aos serviços, programas, projetos e benefícios governamentais e não
governamentais alocados no Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS e constituído
como subunidade orçamentária;

§ 3º Elaborar e submeter à deliberação do Conselho Municipal de


Assistência Social ‐ CMAS/Alto Garças os planos de aplicação de recursos do Fundo
Municipal de Assistência Social ‐ FMAS/Alto Garças.

Art.18 Elaborar e cumprir o Plano de Providências, instrumento de acompanhamento


da qualidade descentralizada da gestão municipal do Sistema Único de Assistência Social
‐ SUAS, Programa Bolsa Família (PBF) e Cadastro Único (CadÚnico), construído a partir
da constatação de problemas operacionais a eles relacionados em âmbito local,
aprovado pelo Conselho Municipal de Assistência Social ‐ CMAS/Alto Garças e pactuado
na Comissão Intergestores Bipartite – CIB, instância destinada à interlocução entre os
gestores municipais e estaduais no que concerne aos aspectos operacionais do Sistema
Único de Assistência Social ‐ SUAS/MT.

Art.19 O Relatório Anual de Gestão, destina‐se a sintetizar e divulgar informações sobre


os resultados obtidos e sobre a probidade da gestão do Sistema Único de Assistência
Social ‐ SUAS/Alto Garças às instâncias formais da Política Nacional e Estadual de
Assistência Social, ao Poder Legislativo Municipal, ao Tribunal de Contas do Estado e da
União, ao Ministério Público e à Sociedade como um todo.

§1º O Relatório Anual de Gestão deve avaliar quantiqualitativamente o


cumprimento das ações e serviços sócio assistenciais em função das metas firmadas no
Plano Municipal de Assistência Social e consolidado no Plano de Ação Anual.

§ 2º A aplicação dos recursos financeiros em cada exercício anual deve ser


elaborada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e submetida à aprovação do
Conselho Municipal de Assistência Social ‐ CMAS/Alto Garças.

SEÇÃO V
DA GESTÃO DO TRABALHO NO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ‐
SUAS/ALTO GARÇAS

Art.20 Cabe ao Município assegurar os recursos humanos necessários ao funcionamento


do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças, conforme a Norma
Operacional de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social – NOB‐
RH/SUAS.

I‐ Elaborar um diagnóstico da situação de gestão do trabalho no


contexto da sua área de atuação;

II‐ Por meio de concurso público compor os recursos humanos para


executar trabalhos específicos e qualificados concernentes à Política Pública de
Assistência Social;

III‐ Instituir e designar em sua estrutura administrativa setores e


equipes responsáveis pela gestão do trabalho no Sistema Único de Assistência Social ‐
SUAS/Alto Garças;

IV‐ Contribuir com a União, Estado e demais municípios na definição


e organização do Cadastro Nacional de Trabalhadores do Sistema Único de Assistência
Social – SUAS;
V‐ Identificar o Cadastro dos Trabalhadores do Sistema Único de
Assistência Social ‐ SUAS em sua base territorial, considerando também
entidades/organizações de assistência social, serviços, programas, projetos e benefícios
sócio assistenciais existentes;

VI‐ Manter e alimentar o Cadastro Nacional dos Trabalhadores do


Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças, de modo a viabilizar o
diagnóstico, planejamento e avaliação das condições da área de gestão do trabalho para
a oferta dos serviços sócio assistenciais, bem como seu controle social.

Art.21 Os trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS das áreas fins do
Centro de Referência da Assistência Social ‐ CRAS e Centro de Referência Especializado de
Assistência Social ‐ CREAS municipal, assim como os trabalhadores das entidades e/ou
organizações sociais parceiras abrangidas pelo Sistema Único de Assistência Social ‐
SUAS/Alto Garças que excutem serviços especializados, deverão ter formação e
titulação, conforme disposto na Norma Operacional Básica de Recursos Humanos
Assistência Social –NOB‐RH/SUAS.

Art.22 O Plano Integrado de Capacitação de Recursos Humanos para a área da
Assistência Social tem como objetivo contribuir para o constante aperfeiçoamento,
qualificação e formação profissional dos trabalhadores governamentais, não
governamentais e conselheiros que atuam no Sistema Único de Assistência Social ‐
SUAS/Alto Garças.

SEÇÃO VI
DA ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SUAS/ALTO
GARÇAS

Art.23 A assistência social organiza‐se pelos seguintes tipos de proteção:


I ‐ Proteção social básica, que constitui um conjunto de serviços,
programas, projetos e benefícios da assistência social que visam a prevenir situações de
vulnerabilidade e risco social, por meio de aquisições e do desenvolvimento de
potencialidades e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, através do
protagonismo de seus membros e da oferta de um conjunto de serviços locais que visam
à convivência, à socialização e ao acolhimento em famílias cujos vínculos familiar e
comunitário não foram rompidos, bem como a promoção da integração ao mercado de
trabalho;

II‐Proteção especial que constitui um conjunto de atendimento


assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco
pessoal e social, por ocorrência de abandono, negligência, maus tratos físicos e/ou
psíquicos, violência sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas
socioeducativas em meio aberto, situação de rua, situação de trabalho infanto‐juvenil.
Compõe um conjunto de serviços, programas e projetos que tem por objetivo contribuir
para a reconstrução de vínculos familiares e comunitários, a defesa de direito, o
fortalecimento das potencialidades e aquisições e a proteção de famílias e indivíduos
para o enfrentamento das situações de violação de direitos.

Parágrafo Único. As Proteções Social Básica e Especial, serão


ofertadas pela rede sócio assistencial, de forma integrada, diretamente pelos entes
públicos e/ou pelas entidades e organizações sociais vinculadas ao Sistema Único de
Assistência Social ‐SUAS/Alto Garças, respeitadas as especificidades de cada ação.

Art.24 A proteção social especial de que trata o inciso II do art.14 desta Lei se subdivide
em:

I – Serviços de proteção social especial de média complexidade, que


oferecem atendimento a famílias ou indivíduos cujos direitos tenham sido violados e
cujos vínculos familiares e comunitários estejam fragilizados, mas não rompidos
demandando atenção especializada e individualizada, bem como acompanhamento
contínuo e monitorado;

II‐ Serviços de proteção social de alta complexidade, que garantam


proteção integral a famílias e indivíduos que se encontram sem referência, necessitando
ser retirado de seu núcleo familiar ou comunitário.

Art.25 As proteções básica e especial serão ofertadas precipuamente nos Centros de


Referência de Assistência Social – CRAS, e nos Centros Especializados de Assistência
Social – CREAS, respectivamente, e nas entidades e organizações de assistência social
previstas no inciso III do art.12 desta Lei.

§1º Os Centro de Referência da Assistência Social ‐ CRAS e Centro


de Referência Especializado de Assistência Social ‐ CREAS, são unidades públicas
instituídas no âmbito do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças, com
interface com as demais políticas públicas, responsáveis pela articulação, coordenação e
oferta dos serviços, programas, projetos e benefícios sócio assistenciais.

§2 º O Centro de Referência da Assistência Social ‐ CRAS, é unidade


pública municipal, de base territorial, localizada em áreas com maiores índices de
vulnerabilidade e risco social, destinada à articulação dos serviços sócio assistenciais no
seu território de abrangência, nos termos da Tipificação Nacional dos Serviços Socio
assistenciais, sem prejuízo de outros que vierem a ser instituídos.

§ 3º O Centro de Referência Especializado de Assistência Social ‐


CREAS, é unidade pública de abrangência e gestão municipal, estadual ou regional,
destinada à prestação de serviços a indivíduos e famílias que se encontrem em situação
de risco pessoal ou social, por violação de direitos ou contingência, demandando
intervenções especializadas nos termos da Tipificação Nacional dos Serviços Socio
assistenciais, sem prejuízo de outros que vierem a ser instituídos.
§ 4º As instalações dos Centro de Referência da Assistência Social
‐ CRAS e Centro de Referência Especializado de Assistência Social ‐ CREAS, devem ser
compatíveis com os serviços neles ofertados com espaços para trabalhos em grupo e
ambientes específicos para recepção e atendimento reservado das famílias e indivíduos,
assegurada a acessibilidade às pessoas idosas e com deficiência.
§ 5º As ofertas sócio assistenciais nas unidades públicas
pressupõem a constituição de equipe de referência na forma das Resoluções nº 269, de
13 de dezembro de 2006; nº 17, de 20 de junho de 2011; e nº 9, de 25 de abril de 2014,
do CNAS.
Art.26 A vigilância sócio assistencial é um dos instrumentos das proteções da
assistência social que identifica e previne as situações de risco e vulnerabilidade social e
seus agravos no território.
I‐ No âmbito municipal, a vigilância sócio assistencial visa ao
planejamento e à oferta qualificada de serviços, benefícios, programas e projetos sócio
assistenciais;
II‐ Sistema de informação, acompanhamento, monitoramento e
avaliação para promover o aprimoramento, qualificação e integração contínuos dos
serviços da rede sócio assistencial, conforme Pacto de Aprimoramento do Sistema Único
de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças e Plano Municipal de Assistência Social.

Parágrafo Único. O diagnóstico sócio territorial produzido e
sistematizado pela vigilância sócio assistencial, aliados aos dados inseridos no conjunto
de aplicativos do Sistema de Informação do Sistema Único de Assistência Social – Rede
SUAS ‐ Sistema SUAS/Web, fornecidos pelas equipes que atuam nos Centro de Referência
da Assistência Social ‐ CRAS e Centro de Referência Especializado de Assistência Social ‐
CREAS e Programa Bolsa Família, ensejarão a determinação dos objetivos, com fixação
de metas e indicadores de desempenho, que nortearão as ações da Política de
Assistência Social no Município.

CAPÍTULO IV
DAS INSTÂNCIAS DE ARTICULAÇÃO E DELIBERAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE
ASSISTÊNCIA SOCIAL ‐ SUAS

SEÇÃO I
DO CONSELHO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art.27 O Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS do Município de Alto Garças,
órgão superior de deliberação colegiada, instituído pela Lei Nº 892 de 03 DE MAIO DE
2012, tem caráter permanente e composição paritária entre governo e sociedade civil,
vinculado à Secretaria Municipal de Assistência Social cujos membros são nomeados
pelo Prefeito Municipal.

Art.28 Incisos do Art.4º da Lei Nº 829/2012 passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art.4º...
X...
XI‐Inscrever, acompanhar e fiscalizar as entidades e organizações de
assistência social e as que executam serviços, programas, projetos e benefícios
socioassistenciais no Município, observados os princípios e diretrizes estabelecidos na
Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, Lei do Sistema Único de Assistência Social –
Lei SUAS, nesta Lei e em seu regulamento;
XII‐ Propor o cancelamento de registro das entidades e organizações
sociais de Assistência Social que incorrem em descumprimento dos princípios previstos
no Art. 4º da Lei Federal n° 8.742, de 07 de dezembro de 1993, Lei Orgânica da
Assistência Social ‐ LOAS e em irregularidades na aplicação dos recursos que lhes forem
repassados pelos poderes públicos;
XIII...
XIV‐ Aprovar o Relatório de Gestão Anual;
XV‐ Apreciar previamente contratos, convênios ou termos de parcerias
destinados à Assistência Social, celebrados entre o Poder Executivo Municipal, com
entidades não governamentais, empresas de assessoria ou Organização da Sociedade
Civil de Interesse Público ‐ OSCIPs e propor ajustes, se necessário;
XVI‐ Acompanhar as ações dos Governos Federal e Estadual e propor,
deliberar e participar das ações da Secretaria Municipal de Assistência Municipal,
voltadas para o combate à pobreza e extrema pobreza;
XVII...
XVIII‐ Convocar ordinariamente a cada 02 (dois) anos ou
extraordinariamente, por maioria de seus membros, a Conferência Municipal de
Assistência Social, para discutir as diretrizes gerais da Política Municipal de Assistência
Social e encaminhar as deliberações das Conferências Municipais de Assistência Social à
Secretaria Municipal de Assistência Social de Alto Garças/MT e acompanhar seus
desdobramentos;
XIX‐ Convocar seminários no âmbito municipal, para debate, avaliação da
política de Assistência Social e capacitação de Conselheiros Municipais de Assistência
Social, e Conselheiros de áreas transversais à Assistência Social.

Parágrafo Único. Resoluções conjuntas deverão ser tomadas quando os
temas e assuntos objetos de regulação forem comuns a dois ou mais Conselhos.

XX‐ Alimentar os sistemas nacionais e estaduais de coleta de dados e
informações sobre os Conselhos Municipais de Assistência Social;
XXI‐ Aprovar o aceite da expansão dos serviços, programas e projetos
socioassistenciais, objetos de co‐financiamento;
XXII‐ Divulgar, no Diário Oficial Municipal, ou em outro meio de
comunicação, todas as suas decisões na forma de Resoluções, bem como as deliberações
acerca da execução orçamentária e financeira do Fundo Municipal de Assistência Social‐
FMAS;
XXIII‐ Zelar pela boa e regular execução dos recursos repassados pelo
Fundo Municipal de Assistência Social ‐ FMAS executados direta ou indiretamente,
inclusive no que tange à prestação de contas;
XIV‐ Avaliar e elaborar parecer sobre a prestação de contas dos recursos
repassados ao Município.

Parágrafo Único. Com relação às análises de prestação de contas o
Conselho Municipal de Assistência Social ‐ CMAS deverá se manifestar por meio de
Resolução pela aprovação parcial ou reprovação.


CAPÍTULO V
DO FINANCIAMENTO DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art.29 O financiamento dos benefícios, serviços, programas e projetos estabelecidos
nesta Lei é previsto e executado através dos instrumentos de planejamento
orçamentário da União, do Estado e do Município, que se desdobram no Plano
Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias e na Lei Orçamentária Anual por meio
dos respectivos Fundos de Assistência Social

§1º O orçamento da assistência social deverá ser inserido na Lei
Orçamentária Anual, devendo os recursos alocados no Fundo Municipal de Assistência
Social – FMAS, serem voltados à operacionalização, prestação, aprimoramento e
viabilização dos serviços, programas, projetos e benefícios desta Política.

§2º As transferências automáticas de recursos entre os fundos de
assistência social à conta do orçamento da seguridade social, conforme o artigo 204 da
Constituição Federal caracteriza‐se como despesa pública com a seguridade social, na
forma do artigo 24 da Lei Complementar Nº 101 de 2000.

Art.30 Caberá ao ente federado responsável pela utilização dos recursos do respectivo
Fundo de Assistência Social o controle e o acompanhamento dos serviços, programas,
projetos e benefícios, por meio dos respectivos órgãos de controle, independentemente
de ações do órgão repassador de recursos.

Parágrafo Único. Os entes transferidores de recursos poderão requisitar
informações referentes à aplicação dos recursos oriundos do seu fundo de assistência
social, para fins de análise e acompanhamento de sua boa e regular utilização.

CAPÍTULO VI
DO FUNDO MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art.31 O Fundo Municipal de Assistência Social de Alto Garças, FMAS/Alto Garças criado
pela Lei Nº 892 de 2012 objetivando propiciar apoio e suporte financeiro à execução de
serviços, programas, projetos e benefícios sócio assistenciais voltados ao atendimento
da população pobre e de extrema pobreza.

Art.32 Caberá à Secretaria Municipal de Assistência Social, enquanto órgão responsável
pela coordenação do Sistema Único de Assistência Social ‐ SUAS/Alto Garças gerir o
Fundo Municipal de Assistência Social – FMAS/Alto Garças sob a orientação e
acompanhamento do Conselho Municipal de Assistência Social – CMAS/Alto Garças.
Parágrafo Único. A proposta orçamentária do Fundo Municipal de
Assistência Social ‐ FMAS/Alto Garças é estruturada como Sub unidade Orçamentária, e
constará das políticas e dos programas anuais e plurianuais da Prefeitura de Alto
Garças/MT e será submetida à apreciação e à aprovação do Conselho Municipal de
Assistência Social ‐CMAS/Alto Graças.

Art.33 Fica assegurada ao Fundo Municipal de Assistência Social ‐ FMAS/Alto Garças,
autonomia financeira, patrimonial e contábil observada às normas contidas na Lei
Federal Nº 4.320 de 1964, e demais legislações aplicáveis à matéria.

Art.34 O inciso III do Art.15 da Lei Nº 892 de 2012 passa a vigorar com a seguinte
redação:
“II...
III‐ A presidência do Fundo Municipal de Assistência Social ‐
FMAS/Alto Garças será exercida pelo Gestor (a) da Secretaria Municipal de Assistência
Social ou delegada a um Membro do Poder Executivo;

Art.35 O caput do Art.20 da Lei 892 de 2012 terá a seguinte redação:

Art.20 O Fundo Municipal de Assistência Social ‐ FMAS/Alto Garças terá a
seguinte estrutura administrativa:
“I...
Art.36 Os recursos de que trata o caput do art.25 da Lei 829 de 2012 poderão ser
aplicados:
I‐ Para capacitação de recursos humanos desenvolvimento de estudos,
pesquisas e demais instrumentos essenciais à qualificação dos serviços, programas
projetos e benefícios sócio assistenciais ofertados pelo Sistema Único de Assistência
Social ‐ SUAS/Alto Garças;
II‐ O pagamento de profissionais que integrarem as equipes de referência,
responsáveis pela organização e oferta daqueles serviços em consonância com o artigo
6º‐E da Lei Nº 8.742 de 1993 – LOAS, incluído pela Lei Nº 12.435 de 2011 ‐ Lei Suas.

Parágrafo Único. A formação das equipes de referência deverá considerar
o número de famílias e indivíduos referenciados, os tipos e modalidades de atendimento
e as aquisições que devem ser garantidas aos usuários nos termos previstos na Lei
Orgânica de Assistência Social – LOAS e Lei do Sistema Único de Assistência Social Nº
12.435 de 2011 – Lei SUAS.

Art.37 Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

Art.38 Revogam‐se as disposições em contrário.





CEZALPINO MENDES TEIXEIRA JÚNIOR
Prefeito Municipal

Você também pode gostar