Você está na página 1de 21

A CRISE DE 2008 – ORIGENS E

CONSEQUÊNCIAS
A CRISE DE 2008

• Até 1971 – sistema de taxas de câmbio eram fixas, conversíveis em


ouro (Bretton Woods): o capital não podia flutuar livremente de um
país para outro.

Pós 1971: regimes flutuantes e nascimento de mercados futuros e


derivativos.
A CRISE DE 2008
• Mercados futuros: compromissos de compra e venda a preços
determinados no presente para ser liquidado em data futura (ex.:
compra de uma ação hoje a R$ 5,00 para ser exercida em data futura,
na data estabelecida mesmo se o preço tiver caído, o comprador tem
que pagar R$ 5,00 por ação, já se o preço estiver em R$ 7,00, o
comprador paga os R$ 5,00).
• Mercados de derivativos: No mercado de derivativos, o que se compra
e vende, na prática, são direitos.
• Seja nos contratos a termo ou no mercado futuro, toda negociação é
pautada pelas expectativas de valorização ou não de um determinado
produto financeiro.
A CRISE DE 2008
• Imagine, por exemplo, que você acredita que o preço das ações da
Petrobras vai cair daqui a três meses.
• Com base nessa especulação, você poderia fazer um acordo com
quem tem ações dessa companhia, a partir do qual se compromete
a comprá-las por esse valor na data acordada.
• Se o preço subir, ganha o comprador, que pode revender os papéis
com lucro. Se cair, ganha o vendedor, que recebe mais do que o
papel vale naquela data.
• É assim que os derivativos em geral funcionam.
• Em todas as modalidades (que vamos conhecer melhor mais à
frente), as transações são referenciadas no futuro, embora em
alguns casos elas possam ser liquidadas à vista, no presente.
• Assim, quando a data acordada chegar, uma das partes tem acerto
na previsão e sai no lucro, enquanto a outra fica com o prejuízo.
A CRISE DE 2008

• Ideia: mercados mais livres gerariam ganhos para a sociedade.


• Liberalização dos mercados:
• - abolição de controles de fluxos de entrada e saída de capitais,
• - redução de impostos e relaxamento de controles de crédito para
compra de imóveis.
A CRISE DE 2008

• Mercado financeiro cada vez mais competitivo e aumento no volume


de recursos comercializados nos mercados de capitais;
• Desenvolvimento de modelos matemáticos e programas de
computador aumenta a sofisticação do mercado financeiro.
A CRISE DE 2008

• Mercado de opções, derivativos e swaps, swaps de câmbio, swaps de


taxa de juros, credit default swaps (CDSs)
• Grandes perdas ou ganhos e dificuldades de acompanhamento e
mensuração por parte das instituições reguladoras (MAIORES
RISCOS)
A CRISE DE 2008

• Alan Greenspan (presidente do FED de 1987 a 2006) favorável ao


amplo desenvolvimento desses papéis.
• Securitização: “empacotamento” de vários títulos lastrados em dívidas
de empréstimos (hipotecas, vendas de carros, dívidas de cartões de
crédito...) para comprar outros ativos ou para vender para
investidores.
A CRISE DE 2008

• Vantagens para todos: bancos (possibilidade de se alavancarem),


pessoas físicas e investidores.
• Pressão política para as instituições assumirem riscos de empréstimos
da população carente + estruturas pouco transparentes = CRISE
A CRISE DE 2008

• Esse sistema leva à valorização do preço dos imóveis nos EUA,


alimentando consumo, crescimento econômico e arrecadação...
• E a crise é então deflagrada..
A CRISE DE 2008

• Categorias de clientes nos EUA:


• 1)Jumbo;
• 2) Prime;
• 3) Alt-A;
• 4) Subprime.
• 1 e 2 estão dentro do padrão normal para concessão de empréstimos.
• 3: não possuem toda documentação necessária e 4: não tem renda suficiente, não conseguem
comprovar sua renda ou tem histórico de maus pagadores.
A CRISE DE 2008

• Subprime: tanto o tomador como o financiador esperam ser


beneficiados pela valorização do preço do imóvel dentro de um prazo
de dois anos. Se o imóvel se valorizar, pode haver refinanciamento
(rolar a dívida em outras hipotecas).
• Entre 1998 e 2006 o sistema funciona bem...
A CRISE DE 2008
• Exemplo: João tinha uma renda mensal de mil reais. Decidido a comprar a casa
própria, foi ao Banco X e conseguiu um financiamento para comprá-la em parcelas
mensais de quinhentos reais, pois como não precisou apresentar nenhum
comprovante de quanto ganhava, informou que recebia dois mil reais por mês.
• A casa que João estava interessado era em uma área bastante procurada e custava
duzentos mil reais, sendo que um ano atrás valia apenas cem mil reais. Mas, como
João acreditava que a casa iria se valorizar ainda mais, ele fechou o negócio.
• Um ano depois, João estava com dificuldades de pagar as parcelas da casa e tentou
vendê-la. José ficou interessado e procurou o banco, que ofereceu um crédito igual ao
que o João conseguiu – mesmo prazo, mesmo valor – só que as parcelas não seriam
de quinhentos reais, mas de setecentos reais mensais. Então, José desistiu do
negócio. E o mesmo ocorreu de forma generalizada.
• Assim, João percebeu que sua casa não poderia mais ser vendida pelos duzentos mil
que comprou, pois o preço máximo que ofereceram a ele foi noventa mil reais. Como
João estava desesperado, pois não podia vender a casa, porque receberia muito
menos do que ainda devia ao banco, não conseguiu continuar pagando as parcelas do
empréstimo, e muitas outras pessoas também não.
A CRISE DE 2008

• Títulos foram emitidos lastreados nessas hipotecas, permitindo a


captação de recursos, movimentando o setor imobiliário.
• 2000 a 2007: o valor de títulos Alt-A saltou de US$ 44 bi para US$
765bi e o valor de títulos Subprime de US$ 81 bi para US$ 730 bi.
Juntos em 2007 representavam US$ 1,5 tri.
A CRISE DE 2008

• Foram criadas inúmeras variedades de papéis relacionados às


hipotecas de alto risco de inadimplência (subprime mortgages).
• Vários mecanismos são desenvolvidos para melhorar o rating dos
títulos lastreados nessas hipotecas, tornando-os mais atrativos para o
mercado.
A CRISE DE 2008

• A complexidade desses papéis fez com que o seu risco ficasse muito
sensível à variação nos preços dos imóveis.
• A administração desse sistema ficou em mãos de uma série de
intermediários, ficando difícil a supervisão e regulação.
A CRISE DE 2008

• Janeiro de 2006: um grupo de bancos resolveu criar um índice para


medir o risco de 20 pacotes de títulos lastreados em hipotecas
Subprimes para comercializar no mercado futuro. (ABX index).
• 2001 a 2005:valorização média das residências nos EUA 54,4%.
A CRISE DE 2008

• Out. 2007: queda de 6,7% nos preços das residências...começam as


dificuldades para os refinanciamentos.
• Aumentam as exigências para a subscrição dos títulos, toda a
estrutura do sistema dependia da valorização dos imóveis...Com isso a
liquidez do sistema foi ficando comprometida.
A CRISE DE 2008

• Com o índice ABX os riscos passam a ser revelados para a sociedade,


gerando desconfiança nas instituições financeiras que param de
emprestar. Por falta de informações detalhadas o mercado de crédito
ficou paralisado...
A CRISE DE 2008

• Colapso no sistema bancário e financeiro (crise de credibilidade se


propaga) nos EUA, Europa e Japão com reflexos no mundo inteiro.
• Queda na atividade econômica, desemprego e recessão.
• Pacotes de ajuda dos Governos: medidas fiscais, de crédito e
monetárias...
A CRISE DE 2008

OBRIGADO PELA ATENÇÃO, BOA NOITE!

Você também pode gostar