Skills Referencial Curicular EM Medium Res

Ensino Médio
Língua Inglesa
Referencial
Curricular
Referencial
Curricular
Ensino Médio
Língua Inglesa
Sumário REFERENCIAL CURRICULAR 3
Ficha Técnica
Sobre Direitos Autorais Realização Instituto Reúna
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ficando os infratores sujeitos às Andreia Cristina Alves de Oliveira Silva
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Especialistas em Língua Inglesa
pondentes, nos termos das Leis (produção de textos)
nºs 9.279/96, 9.609/98 e 9.610/98. O Andreia Cristina Alves de Oliveira Silva
usuário poderá utilizar os conteú- Lívia Pretto Mottin
dos disponibilizados pelo Instituto Bianca R. V. Garcia
Reúna, desde que o uso seja para Paola Guimaraens Salimen
fins não comerciais e desde que
seja devidamente indicada a auto- Especialista em relações raciais e
educação
ria, a fonte e o logotipo do Instituto
Maria Carolina Almeida de Azevedo
Reúna, sendo vedada a alteração
e a comercialização dos referidos Edição de texto e revisão ortográfica
conteúdos, sem a prévia e expres- Beatriz Simões
sa autorização do Instituto Reúna.
Projeto gráfico e diagramação
Araciara Teixeira
Sumário Apresentação 8
Qual o papel deste documento? 10
Para quem é este documento? 10
Como este documento está organizado? 12
1. Histórico do ensino de inglês e das

representações de juventude em documentos
oficiais da educação 17
2. Inglês como direito de aprendizagem 22
3. Os estudantes e a educação integral 29
4. A língua inglesa na BNCC do ensino médio 40
5. Escopo Sequência: sustentação para o

referencial curricular 49
6. Matrizes Curriculares 54
6.1 Tema para o módulo 58
6.2 Campos de atuação social 62
6.3 Carga horária estimada 63
6.4 Problematização 63
6.5 Competências 64
6.6 Unidades temáticas 66
6.7 Sugestões de gêneros discursivos para planejamento
das vivências e experiências em aula 66
7. Orientações didáticas 69
7.1 Orientações didáticas para os estudos autônomos 71
8. Língua inglesa e integração curricular 81

8.1 Itinerários formativos 83
9. O fortalecimento do ensino de língua inglesa:

caminhos para a organização curricular 89
9.1 Disciplinas eletivas 90
9.2 CLIL ou currículo bilíngue 91
9.3 Centros de Línguas Estaduais 92

9.4 Estudos autônomos e carga horária de atividades
a distância 93
9.5 Itinerários formativos 94
10. A relação do currículo com a formação docente,

a avaliação e o material didático 95
11. Matrizes Curriculares 101

Módulo: Bem-estar e qualidade de vida 102
Módulo: Ciência e tecnologia 106
Módulo: Interculturalidade 110
Módulo: Mídia e notícias 114
Módulo: Mundo do trabalho 118
Módulo: Sustentabilidade 122
Referências 126
Anexo 1 131
Referencial
Curricular
Apresentação
Este Referencial Curricular para o da diminuição das desigualdades social2
ensino médio integra o conjunto dos e racial3.
documentos referenciais produzidos
pelo Instituto Reúna no âmbito do UK- Para isso, alinhamo-nos a pressupostos
Brazil Skills for Prosperity Programme1, pedagógicos atuais e mundiais para
um programa que reúne esforços para o ensino da língua inglesa. Em âmbito
que estudantes das escolas públicas nacional, este documento tem a BNCC
brasileiras possam alcançar níveis de como seu principal pilar e pretende
proficiência em língua inglesa mais contribuir para sua implementação,
adequados às exigências da sociedade
contemporânea, podendo ser uma
2. No contexto do Programa UK-Brazil Skills for Prosperity no
ferramenta, entre muitas outras, a favor Brasil, a língua inglesa é vista como uma peça-chave para o
desenvolvimento do país. O foco do Programa é diminuir de-
sigualdades sociais apostando no ensino do inglês, reconhe-
cendo a necessidade de superar visões estereotipadas e de
construir um ensino baseado no respeito às diferenças e no
acolhimento de grupos historicamente marginalizados.
3. Como o projeto preconiza a importância de atender às

necessidades da educação brasileira, faz-se urgente o com-
bate ao racismo neste âmbito, adequando o ensino de língua
inglesa às relações étnico-raciais, orientados pela legislação
vigente, por meio da reestruturação curricular, de valores
1. Programa de Cooperação entre Reino Unido e Brasil em sociais e políticas públicas voltadas para a educação, coope-
Educação. rando assim com o êxito em seu processo escolar.
tendo como foco a formação integral e do Quadro Europeu Comum de

o desenvolvimento da proficiência dos/ Referência para Línguas (em inglês,
das estudantes. Common European Framework of
Reference - CEFR). Somado a isso,
De forma ancorada em um profundo trazemos suporte para o trabalho
respeito pelas vivências e culturas integrado da Língua Inglesa com
de cada unidade escolar deste país, outros componentes.
que já contam com documentos
curriculares construídos e A elaboração de referenciais para
homologados de acordo com a BNCC, subsidiar o planejamento, a formação
este Referencial Curricular não busca docente e o ensino e aprendizagem
substituir os referenciais locais, mas da língua inglesa em um país extenso
estabelecer diálogos, fornecer apoio e diverso como o Brasil é uma tarefa
e possibilidades de complemento às complexa. Por essa razão, buscou-
práticas de organizações curriculares se constantemente manter a mente
já construídas. No âmbito do ensino atenta e sensível para os pilares que
médio, fazem-no principalmente consideramos estruturantes, ao mesmo
por meio por meio da tradução das tempo em que se procurou manter
competências e habilidades da área espaço para as realidades locais,
de Linguagens e suas Tecnologias em buscando materializar o movimento
matrizes curriculares específicas glocal (global + local) que vivemos
para o componente Língua Inglesa, na contemporaneidade permeada
que visam ao desenvolvimento da pelas tecnologias de comunicação e
proficiência nos níveis A2 e B1 informação.
Qual o papel deste e à aprendizagem, trazer à luz a

necessidade de fomentar a discussão
documento? e promover mudanças significativas no
ensino de língua inglesa no tocante a
Reconhecendo a multiplicidade dos questões de gênero e raça, e propiciar
marcos legais que ancoram o ensino a materialização desses temas em
e a aprendizagem da língua inglesa, práticas de sala de aula.
assim como suas interpretações nos
currículos estaduais e municipais, este
documento tem a função de orientar
a produção (ou revisão) de propostas
Para quem é este
curriculares para a língua inglesa, bem documento?
como de fortalecer o planejamento
e a prática do ensino da mesma, com Este documento busca dialogar com um
vistas à garantia do direito ao ensino e à público bastante diverso nos diferentes
aprendizagem de inglês com qualidade âmbitos da educação brasileira.
e que abarque a realidade dos/das
jovens do ensino médio em todo o Brasil, As equipes técnicas e curriculistas
contemplando a riqueza de identidades das secretarias de educação poderão
destes sujeitos, suas singularidades, ter fonte de informação para avaliar
vozes e saberes. se os documentos curriculares
das suas redes dialogam com os
Os objetivos centrais do documento pressupostos deste Referencial,
são aprofundar debates de identificando a necessidade de ajustes
temas fundamentais ao ensino para o alinhamento com a proposta
pedagógica do Programa UK-Brazil Skills ao contexto educacional vigente e

for Prosperity. Ainda, beneficiam-se empenho na desintegração dos entraves
deste Referencial para a ampliação sociais e raciais para o desenvolvimento
de repertórios de referências, apoio integral da sociedade brasileira.
para planejamentos de ações de
formação da equipe docente, amparo Formadoras e formadores de docentes
à reestruturação e adequação destes de língua inglesa encontrarão neste
departamentos às demandas sociais e Referencial subsídios para compreender
raciais contemporâneas no campo da os pontos fundantes da proposta
língua inglesa, escrita de currículos e pedagógica do UK-Brazil Skills for
orientações didáticas e organização de Prosperity que orientarão suas ações
ações específicas da área. em iniciativas formativas para que os/as
professores se apropriem dos seguintes
As lideranças das secretarias de focos da língua inglesa na formação dos/
educação e formuladores de políticas das estudantes: (i) inglês como direito
educacionais podem, por meio deste de aprendizagem; (ii) a caracterização
documento, ampliar sua compreensão da língua inglesa como língua franca e
das potencialidades formativas do a perspectiva dos multiletramentos; (iii)
ensino de língua inglesa e, a partir de seu a ampliação das práticas de linguagem
conhecimento das necessidades locais, e repertórios, materializadas em
avaliar a premência do planejamento campos de atuação; (iv) a importância
e implementação concreta de ações da inserção de conteúdos sobre raça
que possibilitem a ampliação de ideias, e gênero na formação docente; e (v)
práticas e políticas públicas adequadas orientações didáticas.
Diretoras, diretores, coordenadoras reito de aprendizagem; o papel do inglês

e coordenadores terão fonte de na educação integral; questões sociais,
informação para apoiar professores/ raciais e de gênero aplicadas ao ensino
as de língua inglesa na elaboração de da língua; e potencialidades de trabalho
planejamento e prática mais alinhados que dialogam com os projetos de vida
com os pressupostos da BNCC, com das juventudes, de modo a alicerçar uma
foco no desenvolvimento da proficiência prática pedagógica alinhada ao Progra-
dos/as estudantes. Além disso, os ma. Eles/elas também podem buscar
conhecimentos aqui trazidos favorecem inspiração nas matrizes dos diferentes
melhores escolhas no planejamento de módulos, nos projetos e estudos citados
formações e de trabalhos integradores. ao longo do material, a fim de materializar
Pensar a educação por área de em prática as orientações da BNCC.
conhecimento implica uma integração
entre profissionais e saberes, e a
familiarização com as premissas de
cada componente tende a potencializar
Como este documento
ações mais propositivas. está organizado?
Finalmente, mas não menos importante, Neste Referencial, foi uma premissa
docentes de língua inglesa podem apro- manter em mente a intenção de promover
fundar sua compreensão de aspectos saberes que valorizem as juventudes e
fundantes da proposta do Programa UK- suas comunidades. Preocupamo-nos
-Brazil Skills for Prosperity, tais como in- também em conceber um referencial
glês como língua franca; inglês como di- curricular que pode ser usado de
forma flexível para atender às várias circula na história e na sociedade,

necessidades, interesses e aspirações estabelecendo relações com os
dos/das jovens do ensino médio e sujeitos que o produzem e articulam.
em contemplar perspectivas para a Assim, o Referencial trata também
construção de itinerários formativos de quem aprende, considerando a
que integrem a língua inglesa. centralidade das culturas juvenis na
compreensão desses sujeitos e suas
As mudanças na produção e inúmeras formas de se conectarem
circulação de sentidos da era ao mundo. A relação entre os
contemporânea implicaram uma conhecimentos disponíveis no mundo
série de alterações no modo como e os/as estudantes também necessita
as linguagens e a aprendizagem de um processo de mediação, de
são concebidas. Daí a necessidade aproximação e de ajuda. O currículo
de, frente a modelos que ainda também trata de como se aprende à
consideram a língua em sua medida que os sujeitos se apoiam em
característica puramente estrutural, outras pessoas, textos e experiências
definir e defender o ensino de inglês para compreender o mundo e seu
como uma língua que circula entre funcionamento, sendo imprescindível
as pessoas e no mundo, e não é pensar no modo como esse apoio pode
propriedade de apenas poucos favorecer a relação do/da estudante
povos privilegiados. Nesse sentido, com o conhecimento.
o Referencial explicita o que se
aprende. Dessa preocupação decorre Para isso, diversos documentos
a concepção de que o conhecimento compõem, sustentam e completam
este Referencial Curricular, sendo eles: E unidos às novas perspectivas para

o Guia de Avaliação, o Guia de Formação uma educação mais equitativa, estão a
Docente, o Guia de Material Didático lei federal nº 11.645/08, os Parâmetros
e o Guia de Proficiência4. Para todos Curriculares Nacionais e as Diretrizes
esses documentos, encontra-se ainda Curriculares Nacionais para o ensino
o Escopo e Sequência, oferecendo das relações étnico-raciais, além de
sustentação para um ensino e outros documentos oficiais, trazendo
aprendizagem da língua inglesa. não apenas a obrigatoriedade de
fundamentados nos princípios da Base abordar a história e cultura afro-
Nacional Comum Curricular (BNCC) e do brasileira e indígena no currículo
Quadro Europeu Comum de Referência escolar, mas também a necessidade
para Línguas (em inglês, Common de formação de docentes nestes
European Framework of Reference - conteúdos, integração dos currículos
CEFR)5, conforme ilustra a figura 1. e reformulação da prática pedagógica,
para que estes estudantes sejam
atendidos/as diante da diversidade
4. Trata-se de documentos referenciais para a aprendizagem
da língua inglesa. O Referencial Curricular, mais amplo, alinha- étnico-racial que se apresenta no
-se à BNCC e ao CEFR, e justifica as escolhas curriculares re-
alizadas no âmbito do Programa. Os Guias, por sua vez, trazem contexto mundial, na intenção de criar
orientações para a materialização do ensino e das aprendiza- estratégias, no âmbito educacional, de
gens, previstos no Referencial Curricular.
repressão ao racismo, na promoção
5. O Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas
está disponível no site do Conselho da Europa (https://www.
coe.int/en/web/common-european-framework-reference-
languages/home) em mais 40 idiomas, inclusive português.
No entanto, embora haja uma versão do documento e uma Programa UK-Brazil Skills for Prosperity, optou-se pelo uso da
sigla para se referir a ele em língua portuguesa, neste sigla em inglês, CEFR, pelo fato de ser a sigla mais difundida
Referencial Curricular e nos outros referenciais que integram e amplamente utilizada na área dos estudos em ensino e
o conjunto de documentos produzidos no contexto do aprendizagem de língua inglesa.
da justiça social e na construção programa UK-Brazil Skills for Prosperity

de cidadãos mais conscientes e e constituem-se na compreensão
responsáveis. de que a educação linguística é um
trabalho complexo, que precisa ter
suas especificidades conhecidas e
Referencial Curricular articuladas, ao mesmo tempo que
vislumbra uma prática de sala de aula
que se ancore nos conhecimentos
e valores das culturas locais e seus
Guia de Guia de cruzamentos históricos, sociais e
Guia de Guia de
Avaliação
Formação Material
Proficiência políticos com as culturas mundiais.
Docente Didático
Finalmente, assim como todo
subsídio à educação, este também
se encontra aberto à sua leitura e
interpretação, coconstruindo-se
Escopo e Sequência com seus conhecimentos, valores
e vivências pessoais e culturais.
Figura 1: Os elementos que compõem o Referencial
Curricular. O Instituto Reúna agradece a
oportunidade de partilhar essa
Todos os documentos citados jornada no empenho pelo direito dos/
estão tratados com profundidade das estudantes do país ao acesso à
em publicações específicas feitas língua inglesa.
pelo Instituto Reúna no contexto do
Para saber mais! Os documentos

referenciais produzidos no âmbito
do Programa UK-Brazil Skills for
Prosperity estão disponíveis
no site do Instituto Reúna e no
Observatório para o Ensino da
Língua Inglesa.
Que a leitura deste documento traga

excelentes reflexões e oportunidades
de aprofundamento! Ótimo trabalho!
1. Histórico do ensino
de inglês e das
representações
de juventude em
documentos
oficiais da
educação
Este Referencial Curricular para língua Essas características do mundo moderno

inglesa norteia-se pelas culturas juve- têm, por certo, implicações importantes para
o processo educacional como um todo, e,
nis. Considerando esse aspecto, neste
particularmente, para o ensino de línguas
capítulo, buscamos trazer compreensão
na escola. Se essas megatendências forem
sobre o histórico do ensino de inglês no descrições exatas do panorama futuro, é
Brasil representado nos documentos importante que se considere como preparar
oficiais federais da educação que tra- os jovens para responderem às exigências do
tam e orientam o ensino do idioma. Para- novo mundo. (PCNs, 1999, p. 38, grifo nosso6)
lelamente, analisamos como a juventude
é representada nesses documentos até Nas Orientações Curriculares para o
chegarmos à BNCC e à concepção de ju- Ensino Médio (BRASIL, 2006), produzidas
ventudes subjacente a este Referencial quase uma década depois, a represen-
Curricular. Por fim, explicitamos o diálogo tação dos jovens como sujeitos do devir
da BNCC com o CEFR, documentos estru- dá lugar a uma representação que enfa-
turantes deste Referencial. tiza os jovens inseridos em uma cultura
letrada. O documento aborda o ensino
Iniciamos com os Parâmetros Curricu- das línguas estrangeiras sob a perspec-
lares Nacionais (BRASIL, 1999), nos quais tiva dos multiletramentos e considera
os jovens são representados como su-
jeitos que deveriam aprender uma língua
6. Esse documento não se refere exclusivamente à língua
adicional na escola para serem prepa- inglesa porque na época não havia definição sobre qual
rados para o mundo, conforme ilustra o língua estrangeira moderna deveria ser ensinada, ficando
essa decisão a cargo da comunidade escolar conforme suas
trecho a seguir: necessidades e interesses.
os estudantes como sujeitos já circu- des quilombolas. Ao considerarem a

lantes em uma cultura letrada, que inclui diversidade das culturas juvenis, essas
o mundo digital. Aqui, o ensino de línguas diretrizes pavimentam o caminho para a
estrangeiras é enfatizado com sua ca- concepção multifacetada e que se an-
pacidade de contribuir para a inclusão cora no respeito e reconhecimento das
social e linguística dos/das estudantes realidades e necessidades locais que
no mundo. encontramos na BNCC, que considera
as diversas juventudes em protagonis-
As Diretrizes Curriculares Nacionais mo de seus projetos de vida.
para a Educação Básica (BRASIL, 2013)
enfatizam as diferentes formas dos jo- Essa noção de juventude como múlti-
vens serem e estarem no mundo. Ne- pla e diversa permeia a BNCC, que, com
las, a categoria “jovens” desdobra-se base no parecer CNE/CEB nº 5/2011, defi-
em: jovens com deficiência, jovens em ne a juventude
situação de privação de liberdade,
jovens indígenas, jovens em situação como condição sócio-histórico-cultural de
de itinerância7 e jovens de comunida- uma categoria de sujeitos que necessita
ser considerada em suas múltiplas
dimensões, com especificidades próprias
7. “são consideradas em situação de itinerância as crianças que não estão restritas às dimensões
e adolescentes pertencentes a diferentes grupos sociais
que, por motivos culturais, políticos, econômicos, de saú- biológica e etária, mas que se encontram
de, dentre outros, se encontram nessa condição. Podem articuladas com uma multiplicidade de
ser considerados como vivendo em situação de itinerância atravessamentos sociais e culturais,
ciganos, indígenas, povos nômades, trabalhadores itineran-
tes, acampados, artistas, demais trabalhadores em circos, produzindo múltiplas culturas juvenis ou
parques de diversão e teatro mambembe que se autorreco- muitas juventudes (BRASIL, 2018b, p. 463,
nheçam como tal ou sejam assim declarados pelo seu res-
ponsável legal” (BRASIL, 2013, p. 397).
grifo nosso)

Além disso, a BNCC também afirma que rais materiais e imateriais de origens
é necessário compreender os jovens diversas, associada a oportunidades
como sujeitos participantes e ativos profissionais mais variadas, de desen-
nas sociedades, o que demanda reco- volvimento de sua concepção de mun-
nhecer as diversas juventudes e suas do e como potência para a construção
características próprias: seus interes- identitária e ampliação de repertório
ses, suas identidades, suas relações vivencial, social e científico, ampliando
com os territórios e com os conheci- as possibilidades dos/das estudantes
mentos que neles circulam e seus pro- para pavimentação de seus projetos de
jetos de vida. Um ensino de inglês que vida. Ainda neste viés, este documento
contempla as juventudes e as culturas pretende trazer a estes jovens, no cam-
juvenis deve também pautar-se no re- po da língua inglesa, experiências de
conhecimento e respeito às diferenças, aprendizado que promovam o seu de-
algo que a concepção de inglês como senvolvimento em uma perspectiva mais
língua franca, que orienta a língua ingle- equitativa, democrática e integrada às
sa na BNCC, busca realizar. características de seus pertencimentos
social, racial e sexual.
Dialogando com esse cenário de comple-
xidade e multiplicidade, este Referencial Além da BNCC, este Referencial Curricu-
Curricular terá como principal docu- lar também traz como documento estru-
mento estruturante a BNCC, propondo turante o CEFR. Enquanto a BNCC explici-
que a aprendizagem da língua inglesa ta competências e habilidades sob uma
faça parte da vida dos/das jovens como macro perspectiva pedagógica, o CEFR a
um elemento de acesso a bens cultu- complementa fornecendo insumos mais
práticos para a transposição didática e 2004), que auxiliarão a construção de um

o trabalho com a língua inglesa. currículo, ensino e aprendizagem de lín-
gua inglesa implicado com as questões
Mesmo provindos de contextos histó- raciais, a fim de combater às desigual-
ricos distintos, a combinação desses dades neste campo e trazer perspecti-
documentos se justifica à medida que vas afirmativas, que contribuam com o
ambos concebem conhecimentos lin- progresso dos alunos e das alunas ne-
guísticos e culturais como um fenôme- gras, além de proporcionar a todos os
no que faz parte da vida das pessoas e estudantes outras formas de ser e estar
valoram e reafirmam o multiculturalismo no mundo da população negra, diferen-
e o multilinguismo8 como bases essen- tes das que são veiculadas pelo senso
ciais para a convivência respeitosa e comum. As Diretrizes Nacionais Curricu-
colaboração entre diferentes povos. lares para o Ensino das Relações Étnico-
-raciais têm como propósito dar
Ainda no âmbito dos documentos ofi-
ciais da educação, atendendo às ne- ênfase à importância de que os
planejamentos valorizarem, sem omitir
cessidades de mudança e reestrutura-
outras regiões, a participação dos
ção social na construção deste novo afrodescendentes, do período escravista
mundo, trazemos para fundamentar aos nossos dias, na sociedade, economia,
algumas ideias concebidas nas Diretri- política, cultura da região e da localidade;
zes Nacionais Curriculares para o Ensi- definindo medidas urgentes para
formação de professores; incentivando o
no das Relações Étnico-raciais (BRASIL,
desenvolvimento de pesquisas bem como
envolvimento comunitário. (BRASIL, 2004, p. 26)
8. Característica das políticas linguísticas que consideram a
pluralidade linguística em sua concepção.
2. Inglês como
direito de
aprendizagem
A BNCC como um todo, e a etapa do fazer, a conviver e a ser9, com destaque

ensino médio em especial, pauta-se na para a relação entre direito à educação
concepção do direito à aprendizagem e desenvolvimento humano, de que
que compreende as culturas juvenis decorre o direito ao conhecimento, à
em seu aspecto sócio-histórico. Isso participação na cultura, no trabalho, nas
significa que a garantia do direito decisões políticas, na cidade, na partilha
à língua inglesa dos/das jovens dos bens sociais.
depende de um ensino que se paute na
compreensão de quem são e de como Na prática, isso implica situar o currículo
estão esses jovens no mundo. de língua inglesa na complexa relação
com a aprendizagem dos/das jovens,
A compreensão da educação como o que se materializa, principalmente,
direito se materializa no compromisso na escolha e sistematização dos
em prol do desenvolvimento integral e conhecimentos a serem ensinados,
afirma que toda criança, jovem e adulto assim como na relação que
têm o direito humano de beneficiar- estabelecem com as culturas juvenis,
se de uma educação que atenda suas
necessidades básicas de aprendizagem 9. Esse compromisso foi firmado por diversos fóruns interna-
e que abarque aprender a aprender, a cionais, como a Conferência Internacional sobre Educação
para Todos (UNESCO, 1990) e a Conferência de Dakar (UNESCO,
2000). No Brasil, vários estudos e marcos legais sustentam
essa perspectiva (Constituição Federal, LDB, ECA, BNCC) e em
todos os documentos e convenções sobre Direitos Humanos e
Direitos da Infância e Adolescência, assim como os Direitos das
Pessoas com Deficiência inclui-se a Educação como Direito.
territórios, comunidades e sociedade.

Isso implica um currículo ancorado Para inspirar! Duas professoras
no conhecimento da língua como de uma escola municipal de São
repertório de experiências culturais Paulo se uniram para desenhar um
e vivenciais, em vez de uma lista de projeto interdisciplinar que alia
conteúdos e práticas gramaticais a língua inglesa à programação.
descontextualizadas ou um currículo Para saber mais, acesse https://
conectado a saberes hegemônicos, novaescola.org.br/conteudo/16506/
racistas e excludentes, que pouco parceria-entre-professoras-
contribuem com o desenvolvimento resulta-em-projeto-que-une-
deste estudante e sua progressão nos ingles-e-programacao.
níveis de proficiência no idioma. Assim,
é preciso trazer para as aulas de língua
inglesa as experiências, vivências,
emoções, aprendizagens anteriores A perspectiva que compreende a
e saberes outros que constituem os aprendizagem como direito considera o
sujeitos que ensinam e que aprendem. conhecimento como processo e, nessa
Essas questões requerem que o compreensão, cabe ao sistema escolar
currículo seja visto como produto de e ao Estado garantir as condições para
pedagogias situadas10. que esse direito se concretize.
10. Pedagogias situadas são as pedagogias conscientes de

que nossas visões de mundo são situadas em nossas experi-
ências e vivências e, portanto, corporificadas e inescapáveis.
vivências e experiências, além de validar

Na prática! O direito à língua os discursos de seus protagonistas nos
inglesa é de responsabilidade processos de construção curricular.
compartilhada pelas diversas ins-
tâncias educacionais - formula-
dores de políticas educacionais,
Na prática! É importante investir
secretarias de educação, equipes
na interação intencional e
da gestão escolar e professores.
diversificada entre estudantes
Pais e responsáveis de estudantes
com diferentes experiências
também podem ter papel impor-
com a língua inglesa. Essa prática
tante no incentivo à educação.
não apenas contribui para os
avanços linguísticos do grupo,
mas principalmente favorece
Destaca-se ainda a inseparabilidade e
a construção de valores como
a relação entre conhecimentos e seu
cooperação, solidariedade e
processo social de construção, que
respeito ao outro.
também é atravessado por vetores
como a identificação racial e sexual.
O currículo em ação11 compreende
a aprendizagem materializada na
A fim de garantir aos/às jovens o
interação, na comunicação, nas
direito de aprenderem inglês, também
é muito importante levar em conta que
o que ensinamos apenas faz sentido
11. Currículo materializado nas práticas de docentes e estu-
dantes. para os/as estudantes quando se
conecta com a realidade social que

eles conhecem e vivenciam. Isso Na prática! As matrizes
implica projetar as propostas de sala curriculares encontradas ao
de aula no mundo e nas práticas da final deste Referencial trazem
vida social, da vida fora da escola. sugestões de gêneros discursivos
Por isso é de suma importância que para planejamento das vivências
suas vozes estejam presentes neste e experiências em língua inglesa,
processo e sejam participantes ativos dentre eles encontram-se:
da estruturação curricular, com a entrevistas e anúncios de emprego,
finalidade de promoverem a mudança in tweets, letra de música.
loco e criar o senso de pertencimento
e conexão com o que se aprende. Esse
trabalho pedagógico pode funcionar nas
aulas de inglês com base em gêneros Finalmente, mas não menos importante,
discursivos específicos12, que podem é o reconhecimento de que o acesso
trazer a possibilidade de um trabalho à língua inglesa pode ter um impacto
significativo com as práticas de leitura, ainda mais significativo na vida dos/das
escrita, escuta e fala em língua inglesa. jovens, à medida que pode determinar o
acesso à educação superior, por meio
de exames como o ENEM, por exemplo,
assim como o acesso a uma gama de
oportunidades no mundo do trabalho.
12. No tópico 6, mostramos como os gêneros discursivos são

contemplados nas matrizes curriculares.
deles/delas ao ensino superior público

Na prática! A consciência e a oportunidades e experiências
dessa relação de acesso pode profissionais, hoje ainda restritas à
ser uma aliada na criação de classe privilegiada.
instrumentos de avaliação que
contemplem as preocupações
juvenis, materializando (mas não se
Para inspirar! Ana Paula Schmidt e
limitando a) atividades advindas de
Sara Cabral analisam em seu artigo
processos seletivos de vestibulares
questões de língua inglesa do ENEM
e demais processos seletivos que
e propõem uma abordagem para
incluem a língua inglesa.
o ensino de compreensão escrita
nas escolas públicas com base na
abordagem funcional de Halliday.
O artigo, intitulado “Compreensão
Assim, garantir o direito à língua
escrita em língua inglesa: uso
inglesa, em conjunto com a expansão
de estratégias da pedagogia de
de repertórios culturais e vivenciais,
gêneros”, está disponível em
é investir no alcance de níveis de
https://periodicorease.pro.br/
proficiência no idioma que venham a
rease/article/view/102.
influenciar positivamente na construção
dos projetos de vida dos/das
estudantes e possam facilitar o acesso
A língua inglesa no ENEM: Uma realizado pelo British Council

reportagem publicada pela Folha no Brasil, em 2014, o domínio da
de São Paulo em 202113 sobre a língua inglesa parece ser restrito
língua inglesa no ENEM mostrou, por às classes mais altas e cerca de
meio de uma análise estatística, 80% das vagas de empregos para
que é na prova de inglês que cargos de alta remuneração, por
estudantes da rede pública outro lado, têm o idioma como
enfrentam maior dificuldade em requisito. Esse fator também coloca
relação aos estudantes da rede em desvantagem estudantes de
privada, dificultando o acesso dos classes sociais mais vulneráveis15.
alunos da escola pública ao ensino
superior. Além disso, de acordo
com dados do estudo Demandas de
Aprendizagem de Inglês no Brasil14,
13. Reportagem publicada pela Folha de São Paulo em 27

de fevereiro de 2021, intitulada “Inglês no ENEM é obstáculo
entre alunos de escola pública e a faculdade”. Disponível
em: https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/02/
ingles-no-enem-e-obstaculo-entre-aluno-de-escola-
publica-e-a-faculdade.shtml#:~:text=A%20prova%20de%20
ingl%C3%AAs%20prejudica,da%20rede%20p%C3%BAblica%20
no%20Enem.&text=A%20faixa%20em%20que%20haveria,nota%20
da%20prova%20foi%20802. Acesso em: 20 dez. 2021. 15. Dados do estudo English in Brazil – An examination of
policy, perceptions and influencing factors. Disponível em:
14. Disponível em: https://www.britishcouncil.org.br/sites/
https://englishagenda.britishcouncil.org/sites/default/files/
default/files/demandas_de_aprendizagempesquisacompleta.
attachments/english_in_brazil.pdf. Acesso em: 20 dez. 2021.
pdf. Acesso em: 20 dez. 2021.
3. Os estudantes
e a educação
integral
ativos das sociedades nas quais estão

A questão das juventudes vem se inseridos, sociedades essas também tão
tornando cada vez mais relevante dinâmicas e diversas. (BRASIL, 2018b, p. 463)
nos últimos anos, não apenas em
decorrência do protagonismo dos As juventudes, compreendidas em sua
jovens no mundo contemporâneo de multiplicidade de práticas, expressões
velozes mudanças, mas também do e identidades nas dimensões culturais,
papel de potência de transformação políticas, ambientais, econômicas,
e aprimoramento da sociedade que a sociais, entre outras, constituem-se
juventude assume no imaginário social. como participantes efetivas da esfera
da cidadania e vinculam seus projetos
Na BNCC do ensino médio, a de vida aos diversos campos de atuação
compreensão de juventude aparece social. O conceito tange, ao mesmo
como um conceito plural que considera tempo, uma condição social e uma
os jovens como sujeitos ativos na representação simbólica:
sociedade e, portanto, produtores de
conhecimento e cultura: (...) o conceito de Juventude é, simultanea-
mente, uma condição social e uma represen-
Adotar essa noção ampliada e plural de tação que busca explicitar genericamente
juventudes significa, portanto, entender a singularidade dos indivíduos em uma
as culturas juvenis em sua singularidade. determinada faixa etária. Neste sentido, a
Significa não apenas compreendê-las representação dessa fase e de seus sujei-
como diversas e dinâmicas, como também tos acaba sendo imprecisa e, muitas vezes,
reconhecer os jovens como participantes até ambígua. Por ser uma construção sócio-
-histórico-cultural, sujeita a mudanças no dos jovens e com a inclusão das

tempo e no contexto, cada vez mais o termo juventudes em espaços públicos
“Juventudes” tem sido utilizado com o obje-
e comunitários a partir da sua
tivo de representar a diversidade do público
juvenil em suas múltiplas dimensões pesso- compreensão como pessoa ativa,
ais, psíquicas, sociais, culturais, étnico-ra- livre, responsável e digna de ocupar
ciais, políticas e econômicas. (SÃO PAULO, uma posição central nos processos
2021, p. 13, grifo nosso) políticos, sociais e raciais.
O respeito à diversidade das juventudes No que se refere aos espaços

é muito importante na construção escolares, é dever dos sistemas e
de uma sociedade mais justa e redes de ensino, das escolas e das
democrática. O Estatuto da Juventude universidades, tanto públicos quanto
privados, a formulação e implantação
reconhece o jovem como sujeito de direitos
de medidas de democratização de
básicos e elementares como direito à
cidadania, à participação social e à política acesso e permanência, programas
de representação juvenil que garantem de assistência estudantil, ação
o protagonismo nas decisões sobre as afirmativa e inclusão social para
políticas de educação, profissionalização jovens estudantes.
ao trabalho e à renda, à igualdade, à
diversidade, à cultura, à territorialidade e à
saúde, entre outras. (BRASIL, 2017, p. 6) Na dimensão pedagógica, redes e
sistemas de ensino que respeitam a
O documento enfatiza a preocupação diversidade das juventudes devem
com o fomento da autonomia, da promover o respeito aos direitos
criticidade e da participação cidadã humanos e fomentar o protagonismo
dos jovens em sua aprendizagem a fim Em outras palavras, uma educação que
de que se reconheçam participantes respeita e acolhe a diversidade das
nas tomadas de decisões sobre o juventudes deve estar atenta a seus
currículo, o ensino e a aprendizagem. projetos de vida. Isso é especialmente
crítico na etapa do ensino médio, já
que, segundo dados do IBGE, essa
etapa ainda se configura como um
Para inspirar! O site do programa
gargalo educacional, pois a passagem
Criativos da Escola fomenta a
do ensino fundamental para o ensino
criação e divulgação de projetos de
médio acentua o abandono escolar.
protagonismo juvenil: “O Criativos
Esse cenário de abandono escolar afeta
é um programa do Instituto Alana
mais os jovens pretos e pardos, já que
e faz parte do Design for Change,
o informativo Educação da Pesquisa
movimento global que surgiu na
Nacional por Amostra de Domicílios
Índia e está presente em 65 países,
Contínua (IBGE, 2020) mostrou que no
inspirando mais de 2,2 milhões de
ano de 2019 76,4% das mulheres de 15 a
crianças e adolescentes ao redor
17 anos estavam frequentando o ensino
do mundo.”16. Você pode conhecê-
médio, etapa da educação adequada
los para buscar inspiração para
para a faixa etária. No entanto, entre
projetos que venham a concretizar
os homens, esse índice foi de 66,7% e
um movimento glocal (global +
quando os dados são observados por
local) por meio da língua inglesa.
cor ou raça, correspondem a 79,6% de
pessoas brancas e 66,7% de pessoas
16. Trecho extraído do site do projeto.

pretas ou pardas de 15 a 17 anos que jovens. Esses dois principais motivos

frequentavam o ensino médio. somados alcançam cerca de 70% dos
jovens, independentemente da região
do país.
Para inspirar! A partir do
reconhecimento da exclusão
das populações pretas e pardas
não apenas das universidades,
mas também das próprias aulas
de inglês, a iniciativa Ebony
English School desenvolveu
uma abordagem decolonial e
voltada especialmente a essa
população. Saiba mais em: https://
ebonyenglish.com.br/.
Segundo dados da mesma pesquisa, o

abandono escolar tem como principal
motivo a necessidade de trabalhar,
mencionado por 39,1% seguido pela falta Figura 2: Principais motivos de abandono escolar na
de interesse, apontada por 29,2% dos etapa do ensino médio (IBGE, 2020).
Separando os dados por gênero, 50%

dos homens apontaram a necessidade iniciativa TECHNOVATION realiza uma
de trabalhar e 33% afirmaram não série de eventos para fomentar
terem interesse. Já para as mulheres, o a participação e a formação de
principal motivo de abandono era a falta meninas e mulheres nessas áreas
de interesse (24,1%), seguido de gravidez ao redor do mundo. Docentes de
e necessidade de trabalhar (ambos língua inglesa podem fomentar o
com 23,8%). A realização de trabalhos papel e a importância da língua em
domésticos como principal motivo do iniciativas como esta.
abandono foi apontado por 11,5% das
mulheres, enquanto para os homens o
percentual é de apenas 0,7%. Outro dado A necessidade de trabalhar e a falta de
do estudo é que 27,5% das mulheres entre interesse em estudar alcançam 70% dos
15 e 29 anos estão excluídas tanto do jovens e evidenciam a necessidade de
mercado de trabalho quanto da escola. uma educação com um olhar atento à
permanência dos/das jovens na escola
(IBGE, 2020).
Para inspirar! Embora as meninas
abandonem menos a escola do
que os meninos, elas ainda são
minoria em áreas como as ciências
exatas e as engenharias. A fim
de transformar esse cenário, a
Figura 3: Motivo de abandono escolar por homens e mulheres (IBGE, 2020).
Os dados nas figuras 2 e 3 apontam para contribuindo para que a barreira para
a necessidade de se repensar o ensino o envolvimento dos/das estudantes
da língua inglesa na etapa, de modo que com a língua e, posteriormente, com a
a aprendizagem do idioma faça sentido escola possa ser superada.
para os/as jovens, dialogue com seus
interesses, condições e necessidades,
A fim de dar conta desse cenário, um Uma educação integral que contempla
ensino de inglês sob a perspectiva da a complexidade, a diversidade dos
educação integral pode reaproximar estudantes e seus enfrentamentos
as juventudes do espaço escolar e diante do mundo vislumbra o
contemplar seus projetos de vida, conhecimento não só como
desejos e interesses. A educação impulsionador para o desenvolvimento
integral é, em princípio multidimensional: humano, mas também como meio de
desfragmentar as barreiras históricas,
(...) a compreensão de que todas as práticas sociais e raciais que impedem o
educativas - institucionais, escolares,
aprimoramento, tanto individual quanto
comunitárias, familiares - devem garantir
o desenvolvimento de todos e todas, em
coletivo, na constituição de novos
todas as suas dimensões - intelectual, horizontes e, para tal, deve estar em
física, emocional, social e cultural, e harmonia com as representações de
deve-se constituir como um projeto desenvolvimento que os/as jovens
coletivo, compartilhado por crianças,
trazem de suas vivências e experiências
jovens, famílias, educadores e educadoras,
gestores e gestoras e comunidades locais.
em seus territórios e comunidades. Isso
Uma política de Educação Integral deve, pressupõe um ensino de língua inglesa
portanto, permitir, garantir e zelar pelo pleno que vise a socialização dialógica e
desenvolvimento dos sujeitos, garantindo potencializadora da criatividade dos/
que a multidimensionalidade esteja
das estudantes consigo, com sua
contemplada em todos os aspectos dos
processos de ensino e de aprendizagem e
comunidade, com seu território e com
reconhecendo o papel ativo dos estudantes. outros territórios e comunidades. Os
(CENTRO DE REFERÊNCIAS EM EDUCAÇÃO conteúdos curriculares se constituem,
INTEGRAL, 2020, p. 11) portanto, como meios para a conquista
da autonomia, desenvolvimento da nos com o desenvolvimento dos/

autoestima, do protagonismo juvenis das jovens ao longo de sua vida,
e da consequente ressignificação dos incentivando de maneira contínua
sujeitos em sua autopercepção e em e sustentável o despertar da
sua relação com os demais sujeitos, criatividade, da curiosidade, do senso
territórios, relações e contextos. crítico e da prática da cidadania
(GUARÁ, 2009). E, a fim de fomentar
Compreende-se assim que a educação essas características que visam
integral se preocupa em considerar os incluir os sujeitos na sociedade e
jovens em suas atuações públicas e objetivam sua realização social,
políticas, como sujeitos já competentes cultural e política, é imprescindível
que vivem em sociedade e produzem que tenhamos como centro seus
sentidos no mundo, e não como sujeitos projetos de vida17. Nessa lógica, o
do vir a ser, que se preparam para algo tratamento dado aos projetos de vida
que ainda não vivenciam no âmbito de dos/das estudantes deve fomentar
suas vivências como cidadã e cidadão. a metacognição e o planejamento
Daí a temática dos projetos de vida estratégico das tomadas de
ganhar especial relevância no modo decisão contextuais dos/das jovens,
como concebemos os conteúdos a decisões essas que trazem em si a
serem ensinados e aprendidos em
inglês no ensino médio. 17. O projeto de vida é o que os estudantes almejam,
projetam e redefinem para si ao longo de sua trajetória,
uma construção que acompanha o desenvolvimento da(s)
Na educação integral, para além das identidade(s), em contextos atravessados por uma cultura
e por demandas sociais que se articulam, ora para promo-
habilidades cognitivas, preocupamo- ver, ora para constranger seus desejos. (BRASIL, 2018b, pp.
472-473)
tensão entre sucesso e fracasso e o identidades que esses jovens almejam e

desenvolvimento de estratégias para buscam assumir.
lidar com as consequências de suas
ações. De modo geral, trata-se de Buscamos, dessa forma, promover uma
educar os/as jovens para que possam educação que
ter as habilidades de, com base em seu
reconhecimento e análise do contexto, prevê a promoção do desenvolvimento
de crianças e jovens nas dimensões
planejar e vislumbrar as consequências
intelectual, física, emocional, social e
de suas ações, em vez de apenas cultural para responder às demandas do
reagirem às condições imediatas: mundo contemporâneo e às especificidades
do aluno do século 21, cujo foco está na
Significa, nesse sentido, assegurar-lhes formação de sujeitos críticos, autônomos
uma formação que, em sintonia com e responsáveis consigo mesmos e com o
seus percursos e histórias, permita-lhes mundo. (MOVIMENTO PELA BASE e CONSED,
definir seu projeto de vida, tanto no que 2019, p. 49)
diz respeito ao estudo e ao trabalho como
também no que concerne às escolhas de
estilos de vida saudáveis, sustentáveis e Dessa forma, as matrizes curriculares
éticos. (BRASIL, 2018b, p. 465) que integram este Referencial Curricular
explicitam não apenas a dimensão
Assim, propostas reais de intervenção intelectual (materializada nas
social que levam em conta as reais competências linguístico-discursivas),
necessidades e preocupações dos mas também relacionam o ensino
jovens tendem a tecer uma trama entre de inglês às demais dimensões do
o trabalho que fazemos na escola e as desenvolvimento, ancorando-o às
social e sexual, e as desigualdades

competências gerais da BNCC e aos presentes nestes campos.
campos de atuação social. Além
disso, no currículo de língua inglesa, os
projetos de vida dos/das estudantes Para saber mais! O Guia de
se materializam na seleção temática Formação Continuada do Ensino
dos módulos, que mobilizam campos Médio, produzido pelo Instituto
de interação significativos para os/as Reúna no programa UK-Brazil
jovens, e proporcionam debates sobre: Skills for Prosperity, traz uma
saúde, educação, consumo e serviços, pauta formativa que pode apoiar
mundo digital e produção de sentidos, a concretização do ensino
mundo do trabalho, sustentabilidade antirracista nas salas de aula de
e ciência e tecnologia. Esses debates língua inglesa.
almejam ser tratados em diálogo com
a construção e pertencimento racial,
4. A língua inglesa
na BNCC do
ensino
médio
A BNCC do ensino médio organiza jovens desenvolvam competências

as aprendizagens da etapa por e habilidades em situações de
áreas do conhecimento, integrando aprendizagem significativas para sua
componentes curriculares, formação integral e para a construção
fortalecendo as relações entre eles de seus projetos de vida.
e contribuindo, assim, para que os/
as jovens compreendam melhor a O conjunto das competências e
realidade e nela atuem. Para cada habilidades definidas para a área tem
área do conhecimento são definidas como objetivo consolidar, aprofundar
competências específicas, às quais e ampliar as aprendizagens dos anos
se relacionam habilidades a serem finais. Assim,
desenvolvidas pelos componentes
da área na formação geral básica da no Ensino Médio, o foco da área de
Linguagens e suas Tecnologias está na
etapa.
ampliação da autonomia, do protagonismo
e da autoria nas práticas de diferentes
O ensino de Língua Inglesa se linguagens; na identificação e na crítica
inscreve nas práticas da área de aos diferentes usos das linguagens,
Linguagens e suas Tecnologias, explicitando seu poder no estabelecimento
de relações; na apreciação e na
juntamente com os componentes
participação em diversas manifestações
Língua Portuguesa, Arte e Educação artísticas e culturais; e no uso criativo das
Física, de forma que, paralelamente diversas mídias. (BRASIL, 2018b, p. 471)
às competências gerais, os/as
Nos anos finais do ensino fundamental, inteligibilidade do contato intercultural.

por meio das aprendizagens dos Isso significa propor um ensino de
diferentes componentes curriculares línguas que visa à interculturalidade,
da área, a BNCC possibilitou aos/ deslocando representações de
às estudantes a ampliação de suas linguagem que favorecem determinadas
práticas de linguagem e repertórios, línguas e culturas em detrimento de
diversificando os campos de outras, reconhecendo as tensões
atuação, contemplando a análise de e desigualdades constitutivas das
manifestações artísticas, corporais relações humanas e fomentando a
e linguísticas, tanto em âmbito local compreensão crítica dos fenômenos
quanto global. No ensino médio, sociais.
essas aprendizagens são ampliadas,
consolidadas e aprofundadas.
Para inspirar! André Galor e Camila
Na progressão para a etapa do ensino
Haus relatam a experiência de
médio, a língua inglesa continua sendo
ensinar língua inglesa sob essa
compreendida em sua perspectiva
perspectiva no artigo “O ensino de
de língua franca. Em termos gerais, o
inglês como língua franca: um relato
ensino de inglês como língua franca
de práticas”, disponível em: https://
desloca o foco do ensino da precisão
www.periodicos.ufes.br/percursos/
linguística para as condições de
article/view/27002/20023.
produção e uso dessa língua, ou seja,
muda-se o foco da acuidade para a
Desse modo, o ensino de inglês se de pronúncia semelhante à do falante

desloca de uma perspectiva centrada nativo não será vista como sinal de falta
de competência [...] (SIQUEIRA E DOS ANJOS,
em sua característica externa ou
2012, p. 140, grifo nosso)
estrangeira e passa a se preocupar com
o caráter multicultural e multilíngue de
uma língua que circula entre estados-
nação, entre povos e entre espaços Na prática! Compreender o
geográficos e digitais cada vez mais inglês como língua franca não
híbridos e fluidos. A preocupação com significa desconsiderar aspectos
caracterizar uma variante da língua, ou linguísticos constitutivos da
sua origem dá espaço à aceitação de linguagem, como sua gramática
uma língua de fronteira, que permite ou pronúncia. Significa, por
que sujeitos de lugares diversos, outro lado, descolonizar nossa
pertencentes a grupos culturais compreensão desses elementos,
variados, unam-se por interesses questionando sua centralidade
comuns, comunicando-se por meio curricular, aceitando as diferentes
de uma língua que não lhes é materna. apropriações que os estudantes
Concordamos com Siqueira e dos Anjos fazem da língua e questionando
quando reconhecem que o inglês como os efeitos de sentido de tais
língua franca apropriações em momentos
diferentes.
assegura que seja cada vez mais normal
que os falantes demonstrem sua
nacionalidade e outros aspectos de sua
identidade através do inglês e que a falta
Vivemos uma ressignificação do inglês não apenas a pluralidade nas práticas

como uma língua que possibilita a sociais e nos usos da linguagem, como
produção, colaboração e distribuição também as novas potencialidades
do conhecimento entre sujeitos semióticas acarretadas pelas novas
pertencentes a comunidades tecnologias digitais:
linguístico-culturais distintas, e
que opera nas novas mobilizações Essa ênfase à pluralidade nas práticas
sociais e nos usos da linguagem justifica,
sociais que vêm ocorrendo no mundo
então, a adoção do termo “letramento” em
todo. Nesse sentido o ensino da sua forma plural “letramentos; a inclusão
língua inglesa amplia sua finalidade, do prefixo “multi”, por sua vez, além do
assumindo o desafio do ensino de próprio berço teórico da linha de pesquisa,
suas especificidades simultaneamente inscrita nos estudos multiculturais, somada
à recente multiplicidade dos modos
à formação ética e estética dos
representacionais com o advento das novas
estudantes, para que estes possam tecnologias. Nesse sentido, o “multi” nos
viver melhor em uma sociedade multiletramentos é fruto tanto da ênfase
plurilíngue e transcultural. à heterogeneidade e subjetividade de
culturas e linguagens quanto da vasta
gama de formas representacionais
À perspectiva do inglês como língua
oferecidas ao sujeito da era digital”.
franca associa-se a pedagogia dos (KALANTZIS; COPE, 2011 apud DUBOC; GATTOLIN,
multiletramentos18, que busca enfatizar 2015, p. 8)
18. Pedagogia proposta pelo New London Group no início do

século XXI. “Essa pedagogia tem como objetivos centrais:
refletir sobre as diferenças culturais, de língua e de gênero linguísticas pertencentes às sociedades amplamente globa-
que poderiam se tornar barreiras para o sucesso educacional lizadas em uma pedagogia de letramento.” (SALDANHA, 2016, p.
e também sobre as implicações das diversidades culturais e 152)
imprimindo especial atenção à sua

Na prática! Algumas sugestões função social, cultural e política. Na
de gêneros discursivos para perspectiva dos multiletramentos, a
contemplar a multimodalidade dos noção de currículo como repertório
textos são chats, tweets, posts, ganha centralidade, pois compreende
fanzines, diagramas de Venn, aprendizagem como processo que
mapas mentais, vídeos do YouTube, parte das vivências, experiências e
infográficos, perfis em redes identidades dos/das jovens em seus
sociais, páginas de sites, clipes territórios e culturas e se constitui, em
de músicas. Para saber mais sobre relação de continuidade ou ruptura,
textos multimodais, acesse o texto com seus saberes, valores e costumes.
de autoria da professora Roxane Tal concepção de currículo como
Rojo (n.p), publicado no Glossário repertório harmoniza com o que a BNCC
Ceale, “Termos de Alfabetização, aponta como dever da escola perante
Leitura e Escrita para Educadores”, as juventudes19:
disponível em: https://www.ceale.
fae.ufmg.br/glossarioceale/
verbetes/textos-multimodais. 19. Considerar que há muitas juventudes implica organizar
uma escola que acolha as diversidades, promovendo, de modo
intencional e permanente, o respeito à pessoa humana e aos
seus direitos. E mais, que garanta aos estudantes ser pro-
tagonistas de seu próprio processo de escolarização, reco-
nhecendo-os como interlocutores legítimos sobre currículo,
Nesse contexto, a concepção de ensino e aprendizagem. Significa, nesse sentido, assegurar-
ensino e aprendizagem de língua inglesa -lhes uma formação que, em sintonia com seus percursos e
histórias, permita-lhes definir seu projeto de vida, tanto no
apresenta-se para além de uma visão que diz respeito ao estudo e ao trabalho como também no que
concerne às escolhas de estilos de vida saudáveis, sustentá-
meramente estruturalista ou funcional, veis e éticos. (BRASIL, 2018, p. 463)
Nesse espaço, as práticas juvenis, seus

interesses e práticas sociais têm cen- sociais, eventos online e outros
tralidade e ganham protagonismo na se- tipos de atividades estimulam a
leção das propostas a serem ensinadas. leitura de autoras negras e, no
resgate de suas histórias, buscam
inspirar outras jovens a lutarem e
conquistarem novas posições na
Para inspirar! Docentes de língua
sociedade. Esse é um exemplo de
inglesa podem ampliar projetos
projeto que pode ser ampliado por
locais sugerindo interlocução e/ou
meio da língua inglesa20.
divulgação global de iniciativas que
já acontecem na escola. No interior
de São Paulo, por exemplo, um
grupo de estudantes, estimuladas Compreende-se, portanto, os
por um filme curta-metragem que multiletramentos como um conceito
retrata a vida de uma menina negra multidimensional que contempla não
que abandona os estudos, decidem apenas a questão da diversidade nas
se unir e criar um grupo para tecnologias e semioses, mas também
mudar essa realidade. Elas, então, – e fundamentalmente – dos sujeitos e
com apoio da professora Eliane suas jornadas pessoais.
Cristo, formam um clube de leitura
e discussão chamado Club The
Readers – Tecnologia e Literatura
Libertam, que, por meio de redes 20. Para saber mais sobre o Club the Readers, visite a
página delas no Facebook: https://www.facebook.com/
clubthereaders.
Considerando esses aspectos, a Já o segundo aspecto, o das práticas

BNCC da área de Linguagens e suas interdisciplinares, estabelece a
Tecnologias se pauta no trabalho com possibilidade de trabalho conjunto
campos de atuação social, o que com outras áreas do conhecimento.
evidencia uma preocupação com a Assim, ao investigarmos o impacto
contextualização social das práticas de fake news nas identidades
de linguagem e com as práticas contemporâneas, por exemplo,
interdisciplinares. podemos estabelecer conexões
com as competências e habilidades
No âmbito das práticas de linguagem, trabalhadas em Matemática ao
há uma preocupação com o ensino problematizarmos o modo como certos
de língua inglesa como uma língua discursos reescrevem e distorcem
que circula em culturas diversas, por dados estatísticos.
meio das pessoas que praticam tais
culturas. Nesse sentido, os campos de Os cinco campos de atuação social
atuação social nos quais as práticas de priorizados pela BNCC da área de
linguagem se materializam estabelecem Linguagens e suas Tecnologias são: o
a conexão entre o que está dentro e o campo da vida pessoal, o campo de
que está fora da escola, promovendo atuação na vida pública, o campo
a possibilidade de que os/as jovens jornalístico-midiático, o campo
reconheçam a importância das artístico e o campo das práticas de
vivências que experimentam na escola estudo e pesquisa.
vendo sua aplicação no mundo real.
Campo de O campo de atuação social prepara os/

De que forma o campo de atuação social é
atuação as estudantes para circularem em quais
relevante para as juventudes?
social letramentos/práticas de linguagem?
Campo da y Ampliação de referências e experiências culturais y Discursos/textos e manifestações artísticas

vida pessoal diversas e do conhecimento sobre si como suporte diversas.
para construção de identidade e de projetos de vida;
y Articulação e integração das aprendizagens
promovidas em todos os campos de atuação.
Campo das y Construção do conhecimento científico e do y Discursos/textos expositivos, analíticos e

práticas de aprender a aprender. argumentativos, que circulam nas esferas
estudo e escolar, acadêmica, de pesquisa e no
pesquisa jornalismo de divulgação científica.
Campo y Construção de consciência crítica e seletiva em y Discursos/textos da mídia informativa

jornalístico- relação à produção e circulação de informações, (impressa, televisiva, radiofônica e digital) e
midiático posicionamentos e induções ao consumo. discurso publicitário.
Campo de y Reflexão e participação na vida pública, pautando- y Discursos/textos normativos, legais e jurídicos
atuação na se pela ética. que regulam a convivência em sociedade;
vida pública
y Discursos/textos propositivos e
reivindicatórios (petições, manifestos etc.).
Campo y Vivência de processos criativos; y Manifestações artísticas em geral.

artístico
y Reconhecimento da diversidade e da multiculturalidade;
y Expressão de sentimentos e emoções.
Quadro 1: Campos de atuação social priorizados pela área de Linguagens e suas Tecnologias no ensino médio (O quadro
representa uma sistematização das informações sobre os campos de atuação trazidas pela BNCC, p. 488 e 489)
5.Escopo
Sequência:
sustentação para
o referencial
curricular
Como mencionado na apresentação currículo, a fim de contribuir para

deste Referencial Curricular, diversos sua coerência e continuidade.
documentos o compõem, sustentam Escopo refere-se à amplitude e à
e completam, sendo eles: o Guia de profundidade do conteúdo e das
Avaliação, o Guia de Formação Docente, habilidades a serem contempladas
o Guia de Material Didático e o Guia e sequência, à forma como essas
de Proficiência. Para todos esses habilidades e conteúdos são
documentos, encontra-se o Escopo e ordenados e progridem ao longo
Sequência, oferecendo sustentação dos anos escolares.
para um ensino e aprendizagem da
língua inglesa fundamentados nos
princípios da BNCC e do CEFR.
As temáticas e as competências
linguístico-discursivas apresentadas
<<Escopo e Sequência: Segundo a nas matrizes curriculares nascem do
UNESCO21, o escopo e a sequência Escopo e Sequência, que traz de forma
de um programa de estudos são específica e detalhada equivalências
elementos inter-relacionados que possíveis entre a BNCC e os descritores
se referem à organização geral do do CEFR para guiar a seleção e a
progressão das necessidades de um/
uma estudante na aprendizagem da
21. Disponível em: http://www.ibe.unesco.org/en/glossary-
curriculum-terminology/s/scope-and-sequence-curriculum.
língua inglesa no ensino médio.
Objetivos de aprendizagem: Os
objetivos de aprendizagem traduzem
comportamentos ou ações que
os/as estudantes necessitam
demonstrar como resultado da
aprendizagem de habilidades
da BNCC e de conhecimentos
linguístico-discursivos de gramática
e vocabulário. Em outras palavras,
os objetivos exprimem o que se
Figura 4: Relação do Escopo e Sequência com o espera que os/as estudantes sejam
Referencial Curricular.
capazes de fazer na língua-alvo
diante dos recursos que já possuem.
As competências linguístico-discursivas
encontradas nas matrizes curriculares,
no Escopo e Sequência, se desdobram
em objetivos de aprendizagem No escopo e sequência, os objetivos de
específicos e detalhados que mobilizam aprendizagem também são organizados
o ensino e a aprendizagem do inglês em quatro eixos: Compreensão oral
em práticas de uso da língua, além de (Listening), Produção oral (Speaking),
conhecimentos linguístico-discursivos Leitura (Reading) e Escrita (Writing).
de vocabulário e gramática que
dialogam com esse propósito discursivo A proposta de estudos autônomos
da língua. também se origina no Escopo e
Sequência e dialoga com o Guia de para atender a diversidade de

Proficiência para o ensino médio experiência com a aprendizagem do
produzido no contexto do programa inglês encontrada em uma sala de aula.
UK-Brazil Skills for Prosperity. Essa Cada um dos seis módulos prevê 8 horas
prática tem como propósito promover de estudos autônomos.
a autonomia dos/das estudantes e
ampliar as oportunidades de contato Considerando esses aspectos, os
com o idioma, favorecendo o alcance objetivos dos estudos autônomos são:
do nível B1 no ensino médio. Os estudos
autônomos almejam ser atividades z promover a autonomia dos/das
previstas nos módulos para além estudantes na aprendizagem da
das aulas regulares22, que devem ser língua inglesa;
realizadas fora do horário da aula,
mediadas ou não por tecnologia, porém z preparar os estudantes para as
vinculadas a elas e conectadas com os aulas regulares e/ou complementar
objetivos de aprendizagem dos módulos as aprendizagens desenvolvidas em
correspondentes. Como os estudos sala de aula;
autônomos se configuram também
como uma oportunidade de ampliação z permitir extensão/desafios para os
do contato dos/das estudantes com a estudantes mais experientes com o
língua inglesa, podem ser organizados idioma;
z permitir retomada para os que ainda

22. Ao falarmos em aulas regulares, referimo-nos às aulas de
língua inglesa que integram o currículo do componente, e que precisam de apoio.
incluem mediação do professor.
O planejamento didático-pedagógico
dos estudos autônomos constitui- Para saber mais! Conheça o
se como um dos pontos-chave para Escopo e Sequência do ensino
assegurar que seus objetivos se médio em profundidade. O
cumpram na prática. Por essa razão, documento está disponível no
no tópico 7, em que explicitamos site do Instituto Reúna e no
a concretização dos princípios do Observatório para o Ensino da
Referencial Curricular nas orientações Língua Inglesa.
didáticas, discutimos também
orientações didáticas para os estudos
autônomos.
6. Matrizes
Curriculares
Nesta seção, explicitamos o modo como dependendo do assunto, seu repertório

os princípios até aqui elencados se de conhecimentos específicos
concretizam para a garantia dos direitos (conversar sobre uma reportagem
dos/das jovens à língua inglesa e de de divulgação científica é diferente
docentes a uma prática transformadora. de conversar sobre procedimentos
necessários para montar um móvel, por
A matriz curricular busca contemplar, exemplo).
ao mesmo tempo, as culturas juvenis
e os aspectos linguísticos essenciais
para a formação integral dos/
Para inspirar! As relações
das estudantes, sendo flexível às
entre língua inglesa e os demais
realidades locais.
componentes curriculares são
ilimitadas. Um exemplo disso é o
As propostas de prática da língua
trabalho integrado encaminhado
inglesa devem mobilizar as habilidades
pelos professores Mateus J. dos
linguísticas de modo integrado. Ou
Santos, Jardel C. dos Santos e
seja, ao conversar com outra pessoa,
Vinícius Catão, de Minas Gerais,
o estudante não aciona apenas
que desenvolveram no ensino
seus conhecimentos de produção
médio uma ação que explora a
e compreensão oral, mas, também,
transdisciplinaridade Química-
seus conhecimentos de mundo,
Língua Inglesa. Para conhecer
suas habilidades socioemocionais e,
o projeto em sua totalidade, na sequência que mais responder

confira o relato deles no link: às necessidades da realidade local
http://rbeducacaobasica.com. e que melhor atender ao número de
br/relato-de-uma-experiencia- aulas de língua inglesa oferecidas na
transdisciplinar-no-ensino-medio- formação geral básica23. O módulo Bem-
dialogos-entre-a-quimica-e-a- estar e qualidade de vida contempla
lingua-inglesa/. a finalização do nível A2 e o início do
nível B1 e, por essa razão, representa
uma continuidade das aprendizagens
dos anos finais e uma introdução às
As seis matrizes estão organizadas
aprendizagens mais aprofundadas.
em módulos, provindos do Escopo e
Por contemplar uma continuidade
Sequência, que tratam de elementos
das aprendizagens dos anos finais
para organização curricular da
do ensino fundamental, este trata
formação geral básica, com carga
do único módulo do ensino médio
horária previamente sugerida. Os
que tem ordenação fixa, devendo
módulos podem atender à tradicional
obrigatoriamente ser o primeiro na
organização por disciplinas ou a outras
organização curricular da etapa. Os
propostas que respondam às condições
outros cinco módulos somam a carga
do contexto, como projetos, oficinas,
clubes, laboratórios, atividades e
práticas contextualizadas, entre outras. 23. Com exceção do módulo que contempla a finalização do
nível A2 e a introdução ao nível B1, a ordenação deles é flexí-
vel. A fim de compreender em maior profundidade a arquite-
Os módulos têm a intenção de fornecer tura curricular das unidades curriculares, recomendamos a
leitura do Escopo e Sequência do Ensino Médio do Programa
uma estrutura possível de trabalho, UK-Brazil Skills for Prosperity.
horária de estudos necessária para o A matriz dos módulos possui sete

alcance do nível B1, primeiro estágio, componentes:
segundo o CEFR, para se tornar “usuário
independente” da língua adicional. y Tema para o módulo
Esses cinco módulos são flexíveis
na sua ordenação, construindo
uma ampliação de contexto de uso y Campo de atuação
da língua. Isso significa que não há
ordem sequencial entre eles, podendo y Carga horária estimada
atender às diferentes possibilidades
de organização curricular e às y Problematização
necessidades e interesses locais.
y Competências (gerais, específicas e

linguístico-discursivas)
Na organização curricular, inicie
o estudo da língua inglesa com o
y Sugestão temática para o módulo
módulo Bem-estar e qualidade
de vida. Os módulos posteriores
podem ser ordenados de forma a y Sugestões de gêneros discursivos
melhor atender às necessidades e para planejamento das vivências e
interesses locais. experiências em sala de aula
Considerando essa organização, para

Tema para o Nível de proficiência
melhor compreensão das matrizes, nos
módulo relacionado
próximos itens, há uma especificação
do que cada componente da matriz Bem-estar e A2 e B1
representa e de sua intencionalidade. qualidade de vida
Mundo do trabalho B1
6.1 Tema para o módulo Ciência e tecnologia B1
O tema para o módulo representa um Mundo digital B1

fio condutor temático que procura Interculturalidade B1
dialogar com a cultura juvenil, trazendo
insumos para a ampliação do repertório Sustentabilidade B1
linguístico-cultural dos/das estudantes Quadro 2: Temas dos módulos das
e contribuindo para seus projetos de matrizes curriculares
vida, assim como para uma vivência
cidadã e crítica da língua inglesa. Nesse
sentido, o tema de cada módulo pode No módulo Bem-estar e qualidade de
auxiliar na identificação de diálogos vida, os estudantes poderão retomar
possíveis com outros componentes e consolidar suas aprendizagens dos
curriculares, favorecendo o trabalho anos finais do ensino fundamental,
interdisciplinar. vivenciando atividades que mobilizam
conteúdos linguísticos necessários
para interagirem em situações de
comunicação que envolvem: atividades se sobre eles, podendo utilizar essas

de lazer e saúde mental, bem-estar, reflexões em seu projeto de vida. O
beleza e padrões sociais, saúde e módulo propicia a vivência de situações
cuidado do corpo e educação e relacionadas a planos e sonhos, escrita
acessibilidade. de currículo, escolha de profissão,
inserção no mercado de trabalho e
busca de emprego.
Na prática! Este módulo apresenta
uma série de tópicos que podem se
conectar com vivências relevantes Na prática! Este módulo pode ser
da juventude, podendo ser uma especialmente relevante para as
ponte para o trabalho com outros estudantes mulheres, tendo em
componentes curriculares como vista que elas são as mais excluídas
Educação Física, Biologia e Filosofia. das práticas do mundo do trabalho
por que são elas que muitas vezes
abandonam a escola no ensino
médio para assumir o cuidado
No módulo Mundo do trabalho, os
doméstico familiar e em razão
estudantes poderão investigar a
de gravidez precoce ou violência
organização de textos e práticas
doméstica. E para os/as estudantes
que circulam na esfera do mundo
negros pode ser utilizado como
do trabalho aprofundando suas
espaço de reconhecimento e
compreensões sobre o funcionamento
desenvolvimento de habilidades,
desses discursos e posicionando-
desintegração de estereótipos Na prática! Este módulo oportuniza

socialmente e historicamente a discussão sobre fake news
determinados sobre a população e a valorização do cientista,
negra; e reformulação de ideias propiciando reflexão e debate
sobre a inserção e manutenção sobre a presença das mulheres na
de pessoas negras no mercado ciência.
de trabalho, com representações
afirmativas e projetos voltados
especificamente para estes alunos.
O módulo Interculturalidade
promoverá o contato juvenil com as
manifestações culturais e outros
O módulo Ciência e tecnologia trata modos de ser e estar no mundo
de uma oportunidade de integração que fazem parte da diversidade que
do componente língua inglesa com constitui a sociedade como um
o campo das práticas de estudo e todo, rejeitando a hierarquização de
pesquisa, em atividades que articulam saberes e sociedades, possibilitando
a construção do conhecimento, a o exercício da sensibilidade para
divulgação científica e o acesso à reconhecer, valorizar, produzir e fruir
informação, com oportunidades de tais manifestações. Além disso, abre-se
engajar os/as jovens em trabalhos de espaço para o engajamento dos/das
investigação científica significativos e estudantes com a pluralidade cultural
com viés de intervenção social. existente em seu próprio território.
jornalísticas e anúncios publicitários

estruturam os conhecimentos desse
Na prática! Este módulo oportuniza módulo.
o trabalho com manifestações
artísticas diversas, como
música, literatura, intervenções
Na prática! Este módulo oportuniza
artísticas visuais (exemplo:
reflexão sobre elementos textuais
fotografia e grafite); bem como o
verbais e visuais que denotam
reconhecimento e a valorização de
representação estereotipada e/
artistas e suas trajetórias sociais e
ou preconceituosa de um grupo
políticas.
específico em diferentes discursos
e textos.
No módulo Mídia e notícias, os/as

jovens têm possibilidade de investigar as
Finalmente, o módulo Sustentabilidade
práticas do campo jornalístico-midiático
propõe o trabalho com textos e
e seus impactos no campo da vida
discursos propositivos e que regulam
pessoal, questionando o modo como
a convivência em sociedade. Além
os discursos da mídia informativa e do
disso, fomenta a consciência ecológica
discurso publicitário afetam a produção
dos/das jovens, a ampliação da
e a circulação de informações, a
sua compreensão a respeito da
construção e manutenção de ideias
sustentabilidade e a participação juvenil
sobre sociedade, posicionamentos
em iniciativas globais reivindicatórias.
e consumo. Vivências sobre mídias
e campos de atuação, buscando

Na prática! Este módulo propõe acompanhar as preocupações dos/das
a interação com uma série de estudantes e promover a progressão
temas e discursos relacionados da proficiência em língua inglesa em um
à sustentabilidade, passando por contexto significativo e engajante.
objetivos de desenvolvimento
sustentável, aspectos ambientais
e igualdade social, de modo a 6.2 Campos de atuação social
fomentar a cidadania global dos/
das estudantes. Cada um dos módulos articula, com
maior ênfase, um dos campos de atua-
ção social, garantindo às vivências dos/
das estudantes uma diversidade de
Assim como o percurso que os/
temas, gêneros textuais e potencialida-
as estudantes fazem em seu
des de integração, com vistas à apren-
desenvolvimento psicossocial,
dizagem da língua inglesa de maneira
transitando dos contextos de
crítica e integrada com sua formação
socialização mais privados, como a
cultural, política e cidadã. A identifica-
família e o círculo próximo de amigos,
ção dos campos de atuação tem lugar
para âmbitos mais públicos, como os
de destaque nas matrizes dos módulos,
territórios juvenis, as manifestações
de forma a reforçar o convite e a po-
culturais e políticas, os temas dos
tencialidade de integração e interdisci-
módulos também mobilizam uma
plinaridade possíveis em cada uma.
variedade de assuntos, habilidades
6.3 Carga horária estimada

Para saber mais! Sugere-se a
Pensando que as aulas de língua leitura do Guia de Proficiência e do
inglesa acontecem, em sua maioria, Escopo e Sequência para o ensino
com frequência semanal nas escolas, médio elaborado pelo Instituto
é possível dizer que cada aula semanal Reúna, no contexto do Programa
acrescentada ao currículo do ensino UK-Brazil Skills for Prosperity, para
médio adiciona aproximadamente 35 a maiores informações sobre os
40 aulas de estudo do idioma no ano24. estudos independentes.
Assim, cada um dos módulos tem tempo

estimado de 35 a 40 aulas regulares e 8
horas de estudos autônomos. 6.4 Problematização
As problematizações operam como

perguntas de pesquisa que têm
a potência de guiar a investigação
coletiva sobre os temas sugeridos para
24. Para realizar esse cálculo, inicialmente, considerou-se o
número de semanas correspondentes a um ano de 200 dias
os módulos. Elas podem ser acrescidas
letivos, chegando-se ao montante de 40 semanas de aula por de outras que os/as docentes
ano. Com o objetivo de realizar um cálculo mais fidedigno à
realidade escolar, foram subtraídas cinco semanas do valor levantarem coletivamente com a
total, que, em grande parte dos contextos, correspondem às
aulas em que há atividades extraclasse, como festas juninas,
comunidade escolar e seus grupos de
atividades avaliativas, projetos interdisciplinares ou gincanas. estudantes e, assim como os temas,
De acordo com esse cálculo, cada um dos três anos do ensi-
no médio teria, na prática, cerca de 35 semanas de aula. buscam ter um papel de referência
para organização das ações tanto intra e suas Tecnologias e competências

como interdisciplinares. Elas permitem linguísticas. As competências gerais,
a viabilidade de metodologias ativas assim como os campos de atuação
de aprendizagem25, à medida que social, relacionam-se à amplitude e ao
potencializam a transformação das impacto que as aprendizagens exercem
sugestões temáticas em unidades de no mundo para além da escola26.
investigação.
Essas competências, além de balizarem
o trabalho ao longo de toda a educação
6.5 Competências básica, reafirmam o compromisso com
uma educação socialmente relevante
O terceiro componente da matriz e responsiva, que vislumbra a potência
curricular considera as competências dos/das estudantes em seus territórios,
a serem contempladas pelo trabalho em sua possibilidade de intervenção
durante o ano em dimensões relativas crítica e construtiva na dissolução das
à complexidade das vivências e desigualdades presentes na sociedade,
experiências possíveis em sala de aula. e no protagonismo de seus processos
Elas são divididas em três dimensões: de desenvolvimento.
competências gerais, competências
específicas da área de Linguagens
26. Ao definir essas competências, a BNCC reconhece que a
“‘educação deve afirmar valores e estimular ações que con-
25. O Instituto Crescer em Rede elaborou um material sobre tribuam para a transformação da sociedade, tornando-a mais
metodologias ativas para docentes. Se quiser saber mais so- humana, socialmente justa e, também, voltada para a pre-
bre esse assunto e acessar dicas práticas de implementação, servação da natureza’ (BRASIL, 2013), mostrando-se também
o material está disponível em: http://www.cresceremrede.org. alinhada à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas
br/guia.php#. (ONU)”. (BRASIL, 2018a, p. 8)
A segunda dimensão das competências significativos para o contexto. A seleção

presentes na matriz é a das competên- e organização desses elementos lin-
cias específicas da área de Linguagens guísticos contemplam parte do nível A2
e suas Tecnologias, que têm como obje- e o nível B1 de proficiência do CEFR27.
tivo explicitar os conhecimentos carac-
terísticos à área, oferecendo mais indí- Além disso, por se pautar na perspectiva
cios dos resultados possíveis no âmbito de inglês como língua franca, neste
da aprendizagem linguística, aqui com- Referencial Curricular, não se tem como
preendida de maneira ampla. objetivo promover um ensino formal da
variedade padrão da língua (Standard
Finalmente, a dimensão das competên- English) com foco no desenvolvimento
cias linguístico-discursiva, organizada das quatro habilidades em igual grau de
nos eixos interação oral, compreensão proficiência de falantes nativos28.
oral (listening), produção oral (spe-
aking), leitura (reading) e escrita (wri- 27. Para aprofundamento sobre os níveis aqui selecionados,
ting), serve de insumo para as proble- recomenda-se a leitura do Guia de Proficiência para o ensino
médio, produzido pelo Instituto Reúna, no contexto do pro-
matizações e debates de cada módulo. grama UK-Brazil Skill for Prosperity.
Esses eixos são descritos em detalhe no 28. Vale ressaltar que o modelo de proficiência baseado em
falantes nativos relega tanto docentes quanto estudantes ao
Escopo e Sequência e, embora sejam a lugar do fracasso: os/as estudantes, proficientes em sua lín-
base linguística que sustenta as suges- gua materna, deparam-se com a hesitação, o balbucio e titu-
beio que acompanham o aprendizado linguístico e são deslo-
tões temáticas, não têm a intenção de cados/as a um lugar discursivo infantilizado, que necessita de
constante correção e, portanto, frustrante e heterônomo. Os/
se configurar como a única possibilida- as docentes, por sua vez, ao reconhecerem a própria origem,
de de insumo linguístico, podendo ser constatam, nas próprias produções, a marca de sua identi-
dade cultural vista como lacuna sob a referência do modelo
complementado com outros elementos nativo e frustram-se tanto em sua relação com o objeto que
ensinam e produzem quanto na própria atividade docente.
6.6 Unidades temáticas 6.7 Sugestões de gêneros

discursivos para planejamento das
As unidades temáticas são sugestões vivências e experiências em aula
que podem dirigir o planejamento,
operando na seleção dos recursos Ao considerar-se o currículo como
linguísticos. Elas auxiliam a organizar e repertório vivencial, discursivo e
comunicar as expectativas linguístico- cultural, os gêneros discursivos
discursivas para a produção dos/das tipográficos ou pós-tipográficos
estudantes. produzidos na interação dos/
das estudantes com os objetos
Para além de balizar o planejamento e de conhecimento, os meios de
comunicação das expectativas para comunicação, a comunidade, a
a aprendizagem estudantil, a seleção sociedade, os territórios e os docentes
temática também visa a mobilizar temas assumem papel central. Isso se faz
significativos para os/as jovens, e, sua presente tanto no ensino fundamental
progressão também foi concebida de como no ensino médio, o que busca
modo a ampliar o contexto de uso da apontar para uma continuidade teórico-
língua pelos/pelas jovens. metodológica no processo de ensino
da língua inglesa, ao mesmo tempo que
busca respeitar as diferenças entre
essas duas etapas formativas. A matriz
organiza os gêneros discursivos em
duas grandes dimensões: gêneros para
a apreciação e fruição e gêneros para sentidos da ampla variedade de textos

transformação e autoria. que circulam nos mais diversos meios
da sociedade não são recebidos de
Essas dimensões integram o ensino modo passivo pelos/pelas aprendizes
das quatro habilidades (escutar, e que os/as estudantes constroem
falar, ler e escrever), como também ativamente o sentido dos textos que
contemplam aspectos relativos à consomem no contato com linguagens
fruição e à transformação no modo de diversas (verbal, visual, oral, gestual,
produzir sentidos como habilidades musical). Ao entrar na internet, por
importantes para a formação integral. exemplo, estudantes selecionam quais
As sugestões dos gêneros apontam textos ler, quais vídeos assistir e quais
caminhos possíveis (mas não únicos) aplicativos utilizar, no intercruzamento
para o trabalho com a língua inglesa, entre sua intencionalidade de acesso
podendo – e devendo – ser extrapolados (por que acessar, ler, ouvir, ver) e a
e adaptados para contemplar os experimentação de textos das mais
interesses dos/das estudantes em cada diversas naturezas. Nessa dimensão
contexto. figuram as práticas que promovem a
compreensão e experimentação escrita,
Na dimensão de apreciação e fruição oral e visual de textos diversos.
são contempladas ações como escutar,
ler, ver, ouvir, observar, comumente Na dimensão de autoria e transformação
associados às habilidades receptivas, são associados dois termos que visam
ampliadas pela dimensão da fruição, na ampliar a ideia de produção, bastante
medida em que se compreende que os difundida na área do ensino de línguas.
A autoria envolve a combinação

e mixagem de modos semióticos Estudos autônomos: Por não
diversos - a linguagem verbal e outras contemplarem objetivos de
linguagens, como a visual, a sonora, aprendizagem específicos, os
a gestual, a musical, entre outras. estudos autônomos não se
Essa justaposição leva em conta que configuram como elemento das
muitas produções dos/das estudantes matrizes curriculares. Devem, no
já são multimodais, independente do entanto, ser considerados como
suporte ser digital ou analógico. O termo elementos constitutivos das
transformação mobiliza o aspecto práticas de língua inglesa no ensino
transformador dessas produções, médio.
uma vez que, articulando-se os modos
de produzir sentidos, articula-se uma
possibilidade dos/das estudantes (re)
verem suas maneiras de ser e estar
no mundo. Nesta dimensão figuram as
práticas de produção oral e escrita em
seu intercruzamento com linguagens
diversas.
7. Orientações
didáticas
A transposição dos elementos das enquanto sistema e, neste contexto,

matrizes em práticas de sala de aula aprender inglês significava combinar
demanda um olhar reflexivo e crítico do/ as palavras em frases coerentes com
da docente sobre sua própria atuação, as estruturas lexicais e sintáticas da
de forma a analisar e avaliar sua própria língua. Essa prática iniciou-se na Idade
prática de ensino, promover mudanças Média, com o Método da Gramática e
em sua aula e monitorar os efeitos de da Tradução, passando pelo Método
tais mudanças. Direto na primeira metade do século
XIX e chegando até a década de 1950-
Esse olhar crítico sobre a prática 197, com o Audiolingualismo (LEFFA, 1988
relaciona-se, também, com a busca por apud LEFFA; IRALA, 2014).
um método de ensino, já que o ensino
de língua inglesa foi, e ainda é em alguns Após esse período, passou-se a
contextos, marcado pela presença de enfatizar a língua enquanto algo a ser
um método que propõe uma solução usado para o alcance de um objetivo
única para a forma como a língua inglesa específico, em outras palavras, isso
deve ser ensinada e quais aspectos representava uma ênfase na língua
devem ser enfatizados ou priorizados enquanto função, a qual se relaciona
em sala de aula. com o Ensino Comunicativo de Línguas
(ECT). Nessa perspectiva, o ensino e
Por um longo período, as metodologias a aprendizagem da língua inglesa não
sugeridas enfatizavam a língua se apoiam mais em palavras ou frases,
como acontecia anteriormente, mas brasileiros. Nesse sentido, no que diz

sim em funções, tais como: pedir ajuda, respeito à prática docente, defende-se
cumprimentar alguém, aceitar um aqui um olhar crítico à contextualização
convite. Essa abordagem se consolidou local do ensino e da aprendizagem em
no Brasil a partir da década de 70, detrimento de um método que seja
especialmente nas escolas de idiomas seguido à risca.
(LEFFA, 2014). Depois, passou-se à
ênfase da língua enquanto instância
ideológica que constitui e domina os 7.1 Orientações didáticas para os
sujeitos. Nesta concepção, o usuário estudos autônomos
da língua não mais é visto como o
“criador” dos sentidos, mas sim como Os estudos autônomos devem ser
alguém controlado por forças e poderes planejados de forma articulada
ideológicos que expressam sentidos, com os objetivos de aprendizagem
independentes de sua vontade. descritos no Escopo e Sequência
e, portanto, com as competências
Diante dessa diversidade de métodos, linguístico-discursivas das matrizes
defender a perspectiva do pós-método curriculares. Com relação à prática dos
para a prática de sala de aula é acreditar estudos autônomos, o planejamento
na capacidade docente de encontrar didático-pedagógico das atividades
soluções situadas em contextos constitui-se como um dos pontos-
locais e específicos, especialmente chave para assegurar que os objetivos
se considerarmos as realidades tão desses estudos sejam alcançados. A
diversas que caracterizam os estados importância do planejamento se justifica
especialmente porque é essencial temáticas. Assim, para cada uma das

a articulação das atividades com os quatro unidades de cada módulo deve
objetivos de aprendizagem dos módulos ser planejada uma ou mais atividades de
correspondentes e com as aulas estudo independente, com carga horária
regulares, tanto de forma a preparar aproximada de duas horas, totalizando
os estudantes para as aprendizagens oito horas de estudos autônomos em
das aulas quanto para aprofundar ou cada módulo.
consolidar as aprendizagens das aulas.
Na prática! Uma maior intensidade

Na prática! Se você é um/a gestor/a de contato semanal com a língua
escolar, procure propiciar espaços inglesa e de tempo dedicado ao
colaborativos para que os/as autoestudo podem ser fatores
docentes realizem o planejamento favoráveis para a aprendizagem
dos estudos autônomos, do idioma. Por essa razão,
preferencialmente, em reuniões o planejamento de estudos
pedagógicas e em horas atividades. autônomos menores e mais
frequentes pode ser interessante.
Vale relembrar que cada matriz

curricular corresponde a um módulo do É preciso, então, que o planejamento
Escopo e Sequência, o qual é composto dos estudos autônomos ocorra de
por quatro unidades, representadas forma articulada com o Referencial
na matriz curricular pelas unidades Curricular, em diálogo com os objetivos
de aprendizagem do Escopo e Sequência, seja anteriormente ou posteriormente

com as atividades que estão sendo a ela, ampliando o contato dos/das
desenvolvidas em aula, e não como uma estudantes com a língua inglesa
atividade isolada, que visa somente ao (figura 5), sempre buscando promover a
cumprimento do plano de ensino. autonomia deles.
Na prática! Professor/a, planeje Na prática! Em aulas regulares,

atividades que articulem os o/a professor/a pode apresentar
estudos autônomos com as aulas, fontes de informação em inglês
evitando propostas isoladas. (podcasts, blogs, fóruns etc.)
e sistematizar estratégias para
busca e compreensão desse tipo
de material pelos estudantes.
Considerando essa articulação, a
Após, como estudo autônomo, o/a
atividade de estudo autônomo pode
docente pode propor atividades
acontecer antes ou depois de uma
que exigem a exploração autônoma
aula regular, tendo como propósito
desse tipo de material, ampliando,
tanto preparar os estudantes para a
assim, a exposição do estudante
aula como consolidar aprendizagens
ao idioma, além de contribuir para
desenvolvidas em determinada aula.
a autonomia na aprendizagem da
Nesse sentido, é possível dizer que, de
língua inglesa.
alguma maneira, os estudos autônomos
prolongam o tempo da aula regular,
No planejamento dos estudos

autônomos, é importante lembrar
que…
ESTUDOS AULA ESTUDOS
AUTÔNOMOS AUTÔNOMOS y … as propostas devem estar
REGULAR
em diálogo com os objetivos
de aprendizagem descritos no
Escopo e Sequência e, portanto,
com as competências linguístico-
discursivas das matrizes
Figura 5: Relação dos estudos autônomos com as aulas curriculares.
regulares.
y … as atividades planejadas devem

ajudar a promover a autonomia
Os/as estudantes podem realizar as
dos/das estudantes.
atividades individualmente, em pares
ou pequenos grupos, dependendo da
y … para cada uma das quatro
intencionalidade da proposta do/da
unidades de cada módulo deve
docente e das características do grupo.
ser planejada pelo menos
uma atividade de estudo
independente, com carga horária
aproximada de duas horas.
O desenvolvimento da autonomia está estudantes que trabalham, também é

intimamente ligado ao engajamento preciso considerar no planejamento
dos/das estudantes com as propostas das atividades o acesso dos alunos
oferecidas e há uma diversidade de a recursos tecnológicos e à internet.
fatores que podem interferir nesse Segundo dados do TIC Domicílios 2019,
envolvimento, incluindo a identificação do Centro Regional de Estudos para
do conteúdo pedagógico com as o Desenvolvimento da Sociedade
experiências de vida e desenvolvimento da Informação (CETIC, 2020), 61% dos
de pertencimento e autoconfiança para domicílios brasileiros não possuem
o aprimoramento de suas habilidades. computador e 28% não possuem acesso
Desta forma, é preciso atenção docente à internet.
para o planejamento de atividades
alinhadas à realidade, interesse e
necessidade dos/das estudantes.
Na prática! Se você é um/a
professor/a, considere esses
No contexto do ensino médio, a etapa
aspectos em seu planejamento,
coincide com a entrada de muitos
buscando propor atividades
jovens no mercado de trabalho, o
que possam ser desenvolvidas
que, segundo dados do Informativo
pelos estudantes trabalhadores
Educação 2019 (IBGE, 2020), relaciona-
no transporte, por exemplo, ou
se com a intensificação do cenário
fornecendo material apropriado
de abandono escolar na passagem
àqueles que não têm acesso a
do ensino fundamental para o ensino
recursos de tecnologia.
médio. Além desse cenário de
Há inúmeras possibilidades de z Contato prévio com textos orais e

atividades e materiais que podem ser escritos que serão apresentados em
considerados no planejamento dos sala de aula.
estudos autônomos. Aqui, listamos
algumas sugestões. Vale ressaltar
Na prática! No módulo Ciência e
que essas não se configuram como
tecnologia, um dos objetivos de
as únicas alternativas possíveis e
aprendizagem do eixo compreensão
devem ser adaptadas e adequadas
oral é compreender textos orais
à diversidade dos contextos e suas
argumentativos curtos e diretos
características.
sobre temas conhecidos, avaliando o
conteúdo dos argumentos utilizados
Por meio dos boxes Na prática!,
e identificando posicionamento
buscamos sugerir atividades para os
defendido e refutado. Nesse caso, a
estudos autônomos em diálogo com
proposta de estudo autônomo pode
alguns dos objetivos de aprendizagem
ser ter contato prévio com o texto
dos módulos do Escopo e Sequência.
oral que será discutido em aula,
Você perceberá que algumas das
listando dúvidas e certezas sobre o
sugestões apresentadas podem ser
seu conteúdo.
articuladas à aula anterior ao estudo
independente, outras à aula posterior
ou ainda a ambas. Ainda, as atividades
podem ser realizadas individualmente, em
z Planejamento escrito para uma
pares ou pequenos grupos, dependendo
produção textual que será realizada
de sua intencionalidade pedagógica.
em aula.
Na prática! No módulo Mundo de informação ou sentimento.

do trabalho, um dos objetivos de Nesse caso, a proposta de estudo
aprendizagem do eixo escrita é autônomo pode ser produzir uma
escrever um currículo em língua primeira versão do material visual.
inglesa, adequado a uma vaga
de emprego, com o auxílio de um
modelo. Nesse caso, a proposta de
estudo autônomo pode ser listar z Pesquisa temática prévia para uma
informações para apoiar a produção atividade que será realizada em aula.
do currículo em aula.
Na prática! No módulo Ciência e
tecnologia, um dos objetivos de
aprendizagem do eixo escrita é
z Produção de primeira versão de escrever a biografia de uma cientista
textos orais e/ou escritos a serem local, apoiando-se no planejamento
trabalhados em aula. de uma linha do tempo. Nesse caso,
a proposta de estudo independente
Na prática! No módulo pode ser pesquisar previamente a
Interculturalidade, um dos biografia do cientista local escolhido.
objetivos de aprendizagem do eixo
escrita é produzir material visual
(slides, pôster) para divulgação
z Sistematização e prática de um
conhecimento linguístico-discursivo de aprendizagem do eixo produção
a ser utilizado para produção ou oral é declamar poemas em língua
compreensão textual. inglesa. Nesse caso, a proposta de
estudos autônomos pode incentivar
estudantes a se preparem com
Na prática! No módulo antecedência, experimentando
Interculturalidade, um dos individualmente as diferentes
objetivos de aprendizagem do eixo possibilidades de interpretação oral
escrita é produzir material visual de um determinado poema.
(slides, pôster) para divulgação
de um artista local. Nesse caso,
a proposta de estudo autônomo
pode ser praticar os conhecimentos z Sala de aula invertida: estudo
linguístico-discursivos necessários prévio das aprendizagens que serão
para a produção. abordadas na aula regular, que será
aproveitada para o aprofundamento
do tema, esclarecimento de dúvidas
e consolidação do que foi estudado
z Prática individual de textos orais em previamente. Dessa forma, a aula se
inglês. torna um espaço de aprendizagem
ativa, com atividades práticas e
Na prática! No módulo discussões realizadas a partir do
Interculturalidade, um dos objetivos estudo prévio realizado pelos/as
estudantes de forma autônoma.
z Projetos pedagógicos: no
planejamento de um projeto aplicativos gratuitos voltados
pedagógico que envolve etapas ao ensino do idioma, games,
de construção conjunta pelos/as websites, dicionários online, vídeos,
estudantes e uma produção final, é plataformas de exercícios online,
possível que parte das produções redes sociais, podcasts.
sejam realizadas como estudos
autônomos.
Na maioria das vezes, recursos Sobre a avaliação dos estudos

tecnológicos podem ser utilizados autônomos, há duas avaliações
para apoiar a realização dos estudos importantes de serem consideradas:
autônomos, contribuindo para “o (i) a avaliação da aprendizagem da
reconhecimento da potencialidade das língua, ou seja, como ela progride
tecnologias digitais para a realização de com o apoio dos estudos autônomos;
uma série de atividades relacionadas e (ii) a avaliação de como a prática
a todas as áreas do conhecimento, a dos estudos autônomos está
diversas práticas sociais e ao mundo do funcionando para os/as estudantes,
trabalho” (BRASIL, 2018b, p. 474). dando a possibilidade de ajustes e
replanejamentos ao longo do ano. A
avaliação dos estudos autônomos, no
entanto, não exige apenas a coleta e a
Na prática! Algumas sugestões
interpretação de dados, é importante
de recursos tecnológicos são:
que essa etapa seja complementada
por meio das devolutivas29, que também Quando houver uma proposta de
exercem papel fundamental para o bom projeto pedagógico, que envolve
andamento das atividades. etapas e uma produção final, todos os
estágios podem ser avaliados, incluindo
O processo avaliativo poderá o produto final desenvolvido pelos
informar como a prática dos estudos estudantes.
autônomos está funcionando para os/
as estudantes, dando ao/à professor/a
a possibilidade de (re)direcionar Para saber mais! O Guia de
o seu planejamento, promovendo Avaliação do Ensino Médio,
ajustes na organização e condução produzido no contexto do Programa
dos estudos autônomos, buscando UK-Brazil Skills for Prosperity, traz
a progressão dos/das estudantes mais informações sobre a avaliação
não apenas no idioma, mas também dos estudos autônomos.
no desenvolvimento da autonomia de
estudo. É importante mencionar, no
entanto, que, considerando a relação
e a conexão dos estudos autônomos
com as aulas regulares, esta avaliação
pode ser realizada de forma integrada
à avaliação da aprendizagem como
um todo, e não de forma separada.
29. Feedback.
8. Língua inglesa
e integração
curricular
A integração curricular é benéfica à de modo integrado. Contudo, cabe

aprendizagem por uma série de motivos: salientar que apesar dessa integração,
ela enquadra objetos de aprendizagem os componentes curriculares seguem
em um cenário mais amplo, oferece ocupando espaços diferentes e
uma visão mais orgânica de como as tendo como meta oferecer diferentes
aprendizagens e os conteúdos de oportunidades de aprendizagem aos/às
diferentes componentes podem estar a estudantes.
serviço da compreensão de fenômenos
reais e presentes no mundo e como O componente Língua Inglesa é, por
podem ser mobilizados a serviço da natureza, muito potente para o trabalho
resolução de um mesmo problema. integrado com outros componentes:
Na BNCC do ensino médio, diferentes
convites à integração curricular Os discursos em espaços mais amplos de
são feitos, ora via organização dos construção de identidades, de ação e de
participação no mundo do conhecimento se
componentes curriculares em áreas, ora
organizam com base em textos nas línguas
pela proposta de itinerários formativos. adicionais e muitas vezes nas próprias línguas
adicionais, e para nenhuma língua adicional
Como já mencionado, a BNCC isso é mais verdade do que para o inglês.
organiza os diferentes componentes (SCHLATTER e GARCEZ, 2012, p. 60).
curriculares em áreas, de acordo com
sua natureza. Dentro dessas grandes No desenho de práticas interdisciplinares,
áreas, habilidades são apresentadas há quatro elementos das matrizes deste
Referencial Curricular que podem auxiliar Segundo as Diretrizes Curriculares

na identificação dos diálogos possíveis Nacionais para a Elaboração de
entre a língua e outros componentes Itinerários Formativos, além de
curriculares: (i) o tema para o módulo; aprofundar as aprendizagens
(ii) o campo de atuação; (iii) a relacionadas às competências gerais,
problematização; e (iv) competências. às áreas de conhecimento e/ou à
formação técnica e profissional,
quando esse for o caso, os itinerários
8.1 Itinerários formativos formativos buscam promover e
consolidar a formação integral dos/das
Os itinerários formativos30, uma das estudantes, desenvolvendo a autonomia
novidades do ensino médio, integram necessária para a realização de seus
o currículo como forma de prover uma projetos de vida; promover a integração
experiência mais significativa para os/ de valores como ética, democracia,
as estudantes por meio de atividades e justiça social e pluralidade, bem como
vivências diversificadas e oportunizando o desenvolvimento de habilidades que
aos/às jovens a customização da sua permitam aos/às estudantes ampliarem
trajetória escolar. suas visões de mundo, tornando-
as mais heterogêneas, e tomarem
decisões e agirem nas mais diversas
esferas de atuação, seja na escola, na
vida, na sociedade ou no trabalho.
30. Este texto sobre itinerários formativos foi inspirado em
uma conversa com Anna Penido, a quem agradecemos imen-
samente pela disponibilidade de tempo e pelas ideias conta-
giantes em prol da educação pública.
Desse modo, pode-se dizer que por 1. Investigação científica

meio dos itinerários formativos almeja-
se conectar os/as estudantes a 2. Processos criativos
grandes temas da contemporaneidade
3. Mediação e intervenção
e a competências para nela transitar
sociocultural
e agir criticamente, tanto em âmbito
local quanto global. Com esses 4. Empreendedorismo
objetivos, os itinerários precisam
possibilitar vivências e experiências
que valorizem a atuação cultural, social Na construção de um itinerário, a
e política das juventudes, promover o integração desses eixos pode conferir
letramento digital crítico para jovens fluxo à organização, transformando-
que são majoritariamente consumidores os em percursos com início, meio e
de tecnologia com o intuito de fim. Por meio do eixo Investigação
proporcionar a eles experiências de científica, pode-se, inicialmente, propor
formação e que os permita pensar de a investigação de uma questão que
forma crítica, autônoma e cidadã em seja do interesse dos/das estudantes.
seus projetos de vida. Após, a partir dos dados identificados e
analisados nessa investigação, por meio
A fim de garantir que os itinerários do eixo Processos criativos, pode-se
formativos contemplem os diversos promover a criação de uma solução
campos de atuação social, eles são que trate a questão. Seguindo o fluxo
divididos em quatro eixos: dos eixos, por meio do eixo Mediação
e intervenção sociocultural pode-se
partir, então, para o encaminhamento devem ser aceitas e respeitadas em

de uma solução para o problema suas próprias especificidades, em vez
identificado. Por fim, por meio do eixo de serem comparadas aos padrões de
Empreendedorismo, passa-se para falantes nativos. Isso significa perceber
a etapa de análise dos aprendizados os/as falantes não nativos/as como
alcançados, estimulando os/as diversos, em vez de deficientes, e as
estudantes a criar empreendimentos produções que diferem do padrão nativo
pessoais ou produtivos articulados como potencialidades de produção
com seus projetos de vida. na língua inglesa, em vez de sinais de
falta de competência ou inadequação.
Considerando esses aspectos, a Assim como buscamos um ensino
integração da língua inglesa nos que contemple as juventudes em sua
itinerários formativos é essencial para singularidade, o inglês como língua
empoderar os/as jovens para que franca é uma atitude linguística que
construam seus projetos de vida e inclui e respeita as diferenças entre
para que circulem em âmbito global. falantes.
A ampliação das possibilidades de
atuação para o âmbito global relaciona- A partir de conversas entre a equipe
se com a perspectiva de inglês como de ensino médio da escola, é possível
língua franca, que se associa à ideia dos que haja organização articulada
Global Englishes. Essa perspectiva parte entre docentes para a criação de tais
do pressuposto de que a maioria dos/ itinerários. A língua inglesa, como lingua
das falantes de inglês são não nativos/ franca em diferentes campos, oferece
as e que todas as variedades de inglês a possibilidade de compor diversos
itinerários, seja alimentando o repertório módulo pode auxiliar na identificação

discente em diferentes assuntos, de diálogos possíveis com outros
seja oferecendo a possibilidade de componentes curriculares, favorecendo
construção de textos na língua inglesa, a concepção do trabalho interdisciplinar
que visem atingir um público maior. na construção de itinerários formativos.
Para garantir que os itinerários Com a intenção de trazer perspectivas

que contemplam a língua inglesa para a criação de itinerários formativos
aprofundem, ampliem e se articulem que integram a língua inglesa, a seguir,
com as aprendizagens do componente apresentamos práticas que podem
previstas na formação geral básica, no inspirar, mas não determinar formas de
âmbito do Programa UK-Brazil Skills for trabalhar a língua inglesa em percursos
Prosperity, é preciso ter como norte o formativos integradores, que integram
Referencial Curricular. As temáticas dos a língua inglesa a diversas áreas do
módulos podem se configurar como conhecimento, ao mesmo tempo em
insumo inicial, já que representam um que buscam articular os desejos dos
fio condutor temático que procura jovens.
dialogar com a cultura juvenil, trazendo
insumos para a ampliação do O Currículo da Cidade de São Paulo para
repertório linguístico-cultural dos/ o Ensino Médio (2021) propõe Percursos
das estudantes e contribuindo para Formativos diversos, entre eles o de
seus projetos de vida, assim como para “Práticas multiculturais e multilíngues na
uma vivência cidadã e crítica da língua cidade de São Paulo: descobrindo nossa
inglesa. Nesse sentido, o tema de cada diversidade”. Segundo o documento,
o foco deste percurso é oferecer aos de seu território. Ele integra

estudantes a oportunidade de ampliar majoritariamente a área de Linguagens
e aprofundar a reflexão sobre como a
à área de Ciências Humanas e integra
diversidade cultural, étnica e linguística
se manifesta nas práticas sociais de as línguas estrangeiras de modo a
comunidades multilíngues, como migrantes fomentar usos significativos e críticos31.
internacionais, migrantes internos e
povos indígenas, nos diferentes espaços O segundo exemplo, “Nas Ondas da
da cidade. Para compreender as práticas
Comunicação/School Radio”, trata de um
de linguagens desses grupos, serão
estudados os conceitos de cultura, itinerário do Estado do Mato Grosso do
multiculturalismo e interculturalidade. O Sul, que integra diversos componentes
percurso envolve a reflexão sobre memória curriculares, como Língua Inglesa,
e identidade, ancestralidade e herança Arte, Física, Língua Espanhola e Língua
cultural, bem como questões étnico-
Portuguesa. O itinerário
raciais, especialmente no que diz respeito
ao enfrentamento de preconceitos e
desconstrução de estereótipos, e debates visa construir um projeto de Rádio na Escola,
envolvendo os desafios, conflitos e tensões a partir do estudo e aplicação da língua
interculturais/multiculturais em uma
perspectiva local, nacional e internacional.
31. Línguas Estrangeiras Modernas: por meio da investigação
(SÃO PAULO, 2021, p. 191) e contato (via entrevista gravada, por exemplo) com repre-
sentantes de várias culturas/línguas que vivem na cidade,
com vistas a apresentar/analisar, em produção multimídia
Neste percurso, os/as estudantes têm (minidocs, vídeos, com legendas e versão em língua de sinais,
por exemplo), aspectos/características dos indivíduos e seu
a possibilidade de explorar de forma grupo cultural nos usos das línguas/linguagens; na apropria-
crítica e participativa o seu entorno e ção/rejeição de outra(s) cultura(s), diferentes da sua; nos
sentimentos de pertencimento/não pertencimento; nos en-
ampliarem seus conhecimentos sobre frentamentos ou na submissão aos preconceitos e tensões
de ordem cultural, linguística e/ou religiosa, entre outros.
a multiculturalidade e complexidade (SÃO PAULO, 2021, p. 192)
inglesa no contexto de uso oral de rádio, práticas sociais, culturais e políticas,

por meio de músicas, textos criados pelos projetos que deem visibilidade aos
próprios estudantes, leitura de informações
modos de ser e estar no mundo dos/
importantes para a comunidade escolar,
ampliando, assim, as possibilidades de das estudantes tendem a ser mais
comunicação entre toda a equipe da significativos e engajantes.
escola, com apresentação de expressões
idiomáticas, gírias e collocations em língua Além desses exemplos, no anexo 1
inglesa. O objetivo é tornar a comunicação
selecionamos práticas variadas que,
cada vez mais envolvente e a participação
mais empática entre educadores e ao mesmo tempo que contemplam as
aprendizes, para melhoria na habilidade habilidades específicas da área de
de comunicação e aprendizagem de língua Linguagens para Itinerários Formativos,
inglesa, o que implicaria, diretamente, o têm o protagonismo juvenil como fio
aprimoramento de competências linguísticas
condutor. Essas práticas mobilizam
e interculturais dos cidadãos, que são
exigências sociais e profissionais do mundo o idioma de maneira orgânica e
atual. (MATO GROSSO DO SUL, 2020, p. 18) significativa em projetos que podem
inspirar a criação de itinerários
Podemos observar que, em ambas as formativos que dialoguem com as
propostas, os/as jovens assumem um comunidades e as juventudes locais,
lugar de protagonismo orientado à garantindo a elas o direito à língua
intervenção social em seu território. inglesa e, por consequência, ampliando
Como a juventude contemporânea suas possibilidades de atuação em
busca o reconhecimento de suas âmbito local e global.
9. O fortalecimento
do ensino de
língua inglesa:
caminhos para
a organização
curricular
No Escopo e Sequência e no Referencial iniciativas existentes nas redes públicas

Curricular para o ensino médio, que, visando o fortalecimento do ensino
recomendamos seis aulas de língua de língua inglesa, buscaram alternati-
inglesa na formação geral básica da vas para a ampliação do trabalho com a
etapa. Reconhecemos, no entanto, língua dentro (e fora) das horas contem-
que essa organização curricular pode pladas no currículo do ensino médio.
ser desafiadora para algumas redes. É
possível que algumas consigam garantir
essa carga horária com maior facilidade, 9.1 Disciplinas eletivas
enquanto as demandas comunitárias de
outras podem se configurar como um No âmbito das disciplinas eletivas, por
desafio para esse encaminhamento. Por exemplo, diversas temáticas podem se
essa razão, neste capítulo, buscamos inserir em campos de atuação social
inspirar adaptações possíveis de modo que favorecem a integração da língua
a fortalecer e ampliar as oportunidades inglesa. Um exemplo é o cardápio de
de aprendizagem de inglês na disciplinas eletivas da rede estadual de
construção curricular. São Paulo. Nele, as disciplinas Turismo
e Muito Além das Fake News podem
A fim de fornecermos ideias e insumos tanto ser conduzidas em língua inglesa
para as diferentes regiões brasileiras no como podem combinar outras unidades
design de seus currículos de língua in- curriculares no trabalho com as
glesa, trazemos neste capítulo algumas temáticas.
Para saber mais! O cardápio Para saber mais! Para conhecer

de disciplinas eletivas do estado o trabalho em sua totalidade
de São Paulo está disponível em e se familiarizar com as outras
https://efape.educacao.sp.gov. eletivas desenvolvidas no
br/curriculopaulista/wp-content/ Programa Escola Plena, acesse
uploads/2020/02/material-apoio-inova- http://www3.seduc.mt.gov.br/
educacao-cardapio-eletivas.pdf. documents/8125245/16749522/
BOAS+PR%C3%81TICAS+DAS+ESOLAS+
PLENAS+2020.pdf/f73465cb-4da3-
5e04-b88f-e319d4d198a4.
Outro exemplo que pode inspirar
práticas é a disciplina “Plena News”,
elaborada pelo estado do Mato Grosso,
no âmbito do Programa Escola Plena.
Nesse programa
9.2 CLIL ou currículo bilíngue
professores e alunos buscaram várias
ferramentas para coletar dados que Algumas redes optam por intensificar
ajudassem na construção da redação o ensino de línguas por meio do ensino
para um concurso internacional, cuja de outros componentes curriculares na
participação se daria por intermédio
da editora Kawo Kabiyesile, para o livro
língua-alvo, o que é conhecido como
intitulado Escrita (re)existência da Amazônia. CLIL (Content and Language Integrated
(MATO GROSSO, 2020, p. 37) Learning), uma abordagem comumente
utilizada em escolas bilíngues. Embora
não muito numerosas no país, iniciativas

dessa natureza podem ser encontradas y Acarape (CE): https://
nas redes municipais do Rio de Janeiro diariodonordeste.verdesmares.
(RJ), Caxias (MA) e Acarape (CE). com.br/regiao/acarape-e-
pioneira-em-educacao-bilingue-
publica-1.1927364
Para saber mais! Conheça as

iniciativas desenvolvidas pelas
redes municipais do Rio de Janeiro
(RJ), Caxias (MA) e Acarape (CE). 9.3 Centros de Línguas Estaduais
y Rio de Janeiro (RJ): http:// Os centros de línguas se configuram

www.multirio.rj.gov.br/index. como uma alternativa extracurricular
php/leia/reportagens-artigos/ para o fortalecimento do ensino lin-
reportagens/14064-escolas- guístico em diversos estados. Iniciati-
bil%C3%ADngues-na-rede- vas que podem ser geridas em parceria
p%C3%BAblica-municipal-de- com universidades ou diretamente pela
ensino Secretaria de Educação, esses centros
são um local privilegiado para o ensino
y Caxias (MA): https://www. focado na ampliação do repertório lin-
educacao.ma.gov.br/artigo- guístico e cultural dos/das estudantes.
escola-digna-e-bilingue/
Para saber mais! Conheça inicia- y Ceará: https://www.seduc.ce.gov.br/

tivas de centros de línguas disponí- centro-cearense-de-idiomas-cci/
veis por diversas redes estaduais.
y São Paulo: https://www.educacao.

sp.gov.br/centro-estudo-linguas
9.4 Estudos autônomos e carga
y Tocatins: https://www.to.gov.br/ horária de atividades a distância
seduc/centro-de-linguas/6yji0deq1li
De acordo com as Diretrizes Curriculares
y Paraíba: https://paraiba.pb.gov. Nacionais para o Ensino Médio (BRASIL,
br/noticias/centro-estadual-de- 2018a), 20% da carga horária total
linguas-abre-inscricoes-para- da etapa pode ser contemplada na
alunos-novatos modalidade a distância, podendo ser
ampliada para 30% no ensino médio
y Paraná: https://www.educacao. noturno. Assim, na organização curricular
pr.gov.br/servicos/Educacao/ da etapa, os estudos autônomos,
Idiomas/Matricular-se-em- previstos no Escopo e Sequência e
cursos-de-idiomas-do-Centro- neste Referencial Curricular, podem
de-Linguas-Estrangeiras- ter sua carga horária integralizada nas
Modernas-ZVNkPB3e atividades a distância, previstas nas
diretrizes.
no currículo é a oferta de itinerários

Para saber mais! Segundo as formativos que integrem a língua
Diretrizes Curriculares Nacionais inglesa, tanto no âmbito de itinerários
para o Ensino Médio (BRASIL, de área do conhecimento quanto de
2018a), configuram-se como itinerários integrados.
atividades a distância as de
formação geral básica ou dos
itinerários formativos, contando
Para saber mais! No tópico
que haja suporte tecnológico
8 deste Referencial Curricular,
– digital ou não – e pedagógico
trazemos perspectivas para a
apropriado, necessariamente com
construção de itinerários que
acompanhamento/coordenação de
considerem aprofundamentos de
docente da unidade escolar onde o
Língua Inglesa.
estudante está matriculado.
9.5 Itinerários formativos
Outra possibilidade de ampliação do

contato com a língua inglesa e do
fortalecimento do ensino do idioma
10. A relação do currículo

com a formação
docente, a
avaliação e
o material
didático
O currículo, como proposta de

orientação de uma trajetória escolar, Formação
Docente
orienta o caminho a ser percorrido
e adquire forma e sentido ao se
materializar nos espaços escolares.
Considerando esse aspecto, é Materiais Aprendizagem Currículo
preciso atentar-se para sua relação Didáticos da Língua
Inglesa
e alinhamento com outros elementos
constitutivos do sistema educacional:
a formação docente, a avaliação e
o material didático, como forma de Avaliação
apoiar a aprendizagem dos estudantes.
Conforme a figura 6, que ilustra esse
alinhamento, a posição central é Figura 6: O alinhamento entre os elementos do sistema
educacional a favor da aprendizagem da língua inglesa.
ocupada pela aprendizagem dos/
das estudantes e todos os outros
Especialmente no que se refere às
elementos são orquestrados de modo
ações que integram o Programa UK-Brazil
coerente e interligado para potencializar
Skills for Prosperity, esse alinhamento
a aprendizagem da língua inglesa por
fundamenta-se nos materiais
todos e todas.
referenciais e guias produzidos no
âmbito do Programa. Isso significa que, a avaliação é um instrumento ativo

ao falarmos em currículo, nos referimos e crítico de promoção de diálogo
especificamente a este Referencial entre quem ensina e quem aprende,
Curricular e, ao mencionarmos o fornecendo aos docentes dados para
alinhamento deste com a formação o planejamento dos percursos de
docente, nos referirmos ao Guia de aprendizagem. Na medida em que a
Formação Continuada, com a avaliação, condição pós-método significa mais
ao Guia de Avaliação, com o material autonomia docente e reconhece o
didático, ao Guia de Material Didático, potencial dos docentes não apenas
todos referentes à etapa do ensino saberem o que ensinar, mas, também,
médio. Ou seja, as orientações trazidas como agir de forma autônoma, essa
nesses materiais são concebidas tendo condição também apresenta a
como referência o Referencial Curricular. necessidade de uma ação baseada em
princípios, por meio dos quais a relação
Nesse alinhamento, a avaliação entre teoria e prática só se concretiza
da aprendizagem precisa fornecer com o ato de ensinar. Isso significa
insumos para o acompanhamento do compreender que o ensino pode ser
desenvolvimento e da progressão das moldado e gerenciado pelos/pelas
aprendizagens previstas no currículo professores/as como resultado de uma
pelos/as estudantes, tendo, então, uma prática bem-informada e crítica, e é por
dimensão linguístico-discursiva e outra meio da avaliação que conseguimos os
relativa ao desenvolvimento integral dados que orientarão essas ações.
dos/das estudantes. Nesse cenário,
ações didáticas, considerem seus

Para saber mais! O Guia de resultados, identifiquem problemas e
Avaliação da etapa do ensino busquem soluções. Especialmente na
médio, produzido pelo Instituto etapa do ensino médio, é preciso que as
Reúna no âmbito do Programa UK- formações apoiem os/as professores/
Brazil Skills for Prosperity, que está as a desenvolverem a habilidade de
disponível no site do Instituto Reúna pesquisar e observar não apenas as
e no Observatório para o Ensino da dinâmicas de sala de aula, mas também
Língua Inglesa, trata da avaliação de buscar compreender as condições
em profundidade. sociais que envolvem os/as jovens, de
modo a contemplá-las, questioná-las e
transformá-las.
É importante que as mudanças
no âmbito do currículo sejam Professores/as de língua inglesa:
acompanhadas por transformações Docentes de língua inglesa das
nas práticas pedagógicas dos/das redes públicas estaduais são
docentes do ensino médio. Por isso, predominantemente mulheres
a iniciativas de formação docente (80,1%), com a idade média de 42
continuada precisam apoiar o anos, graduadas (91,6%), das quais
desenvolvimento das habilidades e 40,5% possuem pós-graduação,
conhecimentos necessários para, mas apenas 45,3% são habilitadas
de forma individual ou coletiva, em língua inglesa ou em uma língua
favorecer que docentes avaliem as estrangeira (BRITISH COUNCIL, 2019,
necessidades locais, observem suas
p. 53). Esse último dado aponta de formação docente que sejam

para o fato de que ainda há uma alinhadas a este Referencial
parcela significativa de docentes Curricular e que deem conta das
não habilitados em língua inglesa especificidades da etapa. O Guia
e de que muitos ingressam na está disponível no site do Instituto
carreira como professores de Reúna e no Observatório para o
língua portuguesa e assumem Ensino da Língua Inglesa.
horas de língua inglesa para
complementar a carga horária de
trabalho, sem necessariamente
A relação entre o currículo e o
ter o conhecimento para isso.
material didático deve ser estreita e
Somente 35% dedicam-se
dialógica, uma vez que o currículo é o
exclusivamente ao ensino do
documento que mostra o caminho a ser
idioma (BRITISH COUNCIL, 2015).
percorrido pelos/pelas estudantes na
aprendizagem da língua inglesa. Segundo
Díaz (2011), o material ou o livro didático
tem o papel de fazer a mediação entre
o currículo no “papel”, isto é, o currículo
Para saber mais! O Guia de
prescrito, planejado ou projetado, e o
Formação Continuada do ensino
currículo praticado, de fato. De acordo
médio traz insumos práticos,
com o mesmo autor,
recomendações e sugestões
para a realização de iniciativas
Na realidade do sistema escolar, este ma-

terial impresso assume a responsabilidade
de apresentar o currículo aos professores,
ganhando, assim, um papel significativo na
definição do currículo que se vai ensinar.
(DÍAZ, 2011, p. 613)
Por isso, o alinhamento entre currículo e

material didático é essencial na medida
em que o material didático e o uso que
se faz dele devem contribuir para que os
direitos de aprendizagem definidos no
referencial curricular sejam alcançados.
É o currículo, então, que deve direcionar
a escolha de um material didático,
já que só faz sentido no contexto
escolar se dialogar com aspectos
mais essenciais e inovadores trazidos
pela BNCC e, devido ao Programa UK-
Brazil Skills for Prosperity, também pelo
CEFR. Além disso, se pensarmos neste
Referencial Curricular, é essencial que
os/as jovens do ensino médio se sintam
representados nos materiais.
11. Matrizes
Curriculares
Módulo: Bem-estar e qualidade de vida
Campo de atuação: Campo da vida pessoal
Carga horária estimada: 35 a 40 aulas regulares32 + 8 horas de estudos autônomos
Problematização: De que maneira a língua inglesa pode ampliar o reconhecimento e reflexão

sobre escolhas de estilos de vida saudáveis e éticos?
Competências gerais: Competência 8
Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: Competências 3 e 4
32. A carga horária de 35 a 40 horas é equivalente a uma aula semanal durante o período de 1 ano ou 2 aulas semanais durante o período de um semestre.
Competências linguístico-discursivas para o módulo
Compreensão Oral (Listening)

z Identificar em anúncios e mensagens orais sobre temática conhecida informações específicas e
concretas.
z Compreender instruções para prevenção de doenças.
z Compreender relatos pessoais sobre experiências educacionais em contextos adversos.
Produção Oral (Speaking)

z Descrever oralmente a própria aparência física, adotando perspectiva positiva sobre o próprio corpo.
z Fazer uma apresentação oral sobre bem-estar físico e emocional, utilizando linguagem simples e
preparada com antecedência.
z Produzir relato pessoal sobre experiência educacional, utilizando ordem sequencial de fatos.
Leitura (Reading)
z Compreender relatos pessoais curtos e simples de temática conhecida, identificando informações gerais
e específicas.
z Ler anúncios de um estabelecimento comercial, fazendo inferências simples sobre seu conteúdo.
z Ler e compreender texto informativo de temática conhecida, fazendo inferências simples sobre seu conteúdo.
Escrita (Writing)
z Descrever em inglês a aparência física própria e de outras pessoas, utilizando termos não pejorativos.
z Escrever texto informativo multissemiótico de temática conhecida, utilizando a língua inglesa.
z Preencher formulário para admissão estudantil em programas educacionais na esfera global.
Sugestão temática para o módulo: Mental health and leisure activities
slides, pôsteres, anúncios em revistas,

Gêneros para interação,
anúncios em jornais, anúncios em apps,
apreciação e fruição
Sugestões de
(Listening and Reading)
anúncios em redes sociais, product
gêneros discursivos placement, SPAM
para planejamento
das vivências e
experiências em slides, pôsteres, anúncios em revistas,
língua inglesa anúncios em jornais, anúncios em apps,
transformação e autoria
(Speaking and Writing)
anúncios em redes sociais, product
placement, SPAM
Sugestão temática para o módulo: Beauty and social standards

Sugestões de anúncios, embalagens de produtos, contos,
gêneros discursivos (Listening and Reading)
perfis em redes sociais
para planejamento
das vivências e
experiências em Gêneros para interação,
anúncios, embalagens de produtos, perfis em
língua inglesa transformação e autoria
redes sociais
Sugestão temática para o módulo: Health and body care
Gêneros para interação, folhetos explicativos, bulas de medicamentos,

Sugestões de apreciação e fruição entrada de enciclopédia, verbete de
gêneros discursivos (Listening and Reading) dicionário, relatório técnico
para planejamento
das vivências e
folhetos explicativos, bulas de medicamentos,
entrada de enciclopédia
Sugestão temática para o módulo: Accessibility and education
relatos pessoais, brochuras, catálogos,

Sugestões de descritivos de programas acadêmicos,
ementas de disciplinas, formulário de
para planejamento admissão estudantil
das vivências e
língua inglesa
relatos pessoais, brochuras, catálogos,
formulário de admissão estudantil
Módulo: Ciência e tecnologia
Campo de atuação: Campo das práticas de estudo e pesquisa
Problematização: De que forma a língua inglesa amplia possibilidades de construção do

conhecimento científico e ensina os/as estudantes a aprender a aprender?

z Compreender texto oral de temática conhecida, distinguindo fato de opinião.
z Registrar, por meio de tomada de notas, informações gerais contidas em textos orais informativos da
esfera do jornalismo científico.
z Compreender textos orais argumentativos curtos e diretos sobre temas conhecidos, avaliando o
conteúdo dos argumentos utilizados e identificando posicionamento defendido e refutado.

z Comparar hábitos atuais e de gerações anteriores.
z Expor oralmente os pontos principais de uma ideia ou problema.
z Opinar sobre assuntos de temática conhecida, utilizando argumentos preparados com antecedência.
Leitura (Reading)
z Avaliar a relevância e a confiabilidade de uma informação veiculada em meio digital na língua inglesa.
z Compreender um texto informativo em língua inglesa.
z Ler um texto de opinião fazendo inferência sobre informações não explícitas.
Escrita (Writing)
z Escrever um texto que revele posicionamento crítico sobre assuntos de temática familiar.
z Produzir material visual (slides, pôster) para apoiar uma apresentação oral de temática conhecida.
z Escrever uma biografia simples, apoiando-se no planejamento de uma linha do tempo.
Sugestão temática para o módulo: New and traditional information access
verbete de enciclopédia, tomada de notas,

Gêneros para interação, resumo de textos expositivos ou explicativos,
Sugestões de apreciação e fruição instruções de funcionamento ou acesso, fact
gêneros discursivos (Listening and Reading) checkers, podcast, programa de rádio ou
para planejamento televisão, TED Talk
das vivências e
experiências em
língua inglesa Gêneros para interação, tomada de notas, resumo de textos
transformação e autoria expositivos ou explicativos, texto de opinião,
(Speaking and Writing) instruções de funcionamento
Sugestão temática para o módulo: Fake or fact?
entrevista de especialista, reportagem de

Gêneros para interação, divulgação científica, notícia de divulgação
Sugestões de apreciação e fruição científica, relatório científico, relato de
gêneros discursivos (Listening and Reading) experiência científica, resenha de artigos ou
para planejamento livros
das vivências e
experiências em
língua inglesa Gêneros para interação, entrevista de especialista, reportagem de
transformação e autoria divulgação científica, resenha de artigos ou
(Speaking and Writing) livros, tomada de notas, apresentação
Sugestão temática para o módulo: Technology on youth life
instruções de funcionamento ou acesso, resenha

Sugestões de opinativa, artigo científico, podcast de divulgação
científica, listicle, manifestos, podcast, programa
para planejamento de rádio ou televisão, TED Talk
das vivências e
língua inglesa
instruções de funcionamento ou acesso,
resenha opinativa, listicle, manifesto
Sugestão temática para o módulo: Scientists and social stereotypes
pôster, curriculum vitae (Lattes), artigo

Sugestões de científico, teste de personalidade,
autobiografias, perfil pessoal, estudos de caso,
para planejamento relatos pessoais
das vivências e
experiências em Gêneros para interação, pôster, curriculum vitae (Lattes), teste de
língua inglesa transformação e autoria personalidade, autobiografias, perfil pessoal,
(Speaking and Writing) relatos pessoais
Módulo: Interculturalidade
Campo de atuação: Campo artístico
Problematização: Como a língua inglesa pode ampliar a promoção de fruição, vivências e reflexão
crítica sobre manifestações artísticas diversas?

z Reconhecer recursos de sonoridade em poemas e canções na língua inglesa.
z Compreender texto oral de opinião, identificando informações gerais e específicas.
z Compreender entrevista em língua inglesa, identificando aspectos gerais e específicos da vida pessoal e
profissional do entrevistado.

z Descrever uma manifestação artística visual, mencionando a posição dos elementos e os sentimentos
motivados pela imagem.
z Declamar poemas e narrar histórias em língua inglesa.
z Descrever um artista que admira, guiado por perguntas e/ou texto modelo.
Leitura (Reading)
z Ler narrativas curtas em inglês, identificando conflito, clímax e desfecho da história.
z Ler textos literários e biográficos, compreendendo a relação entre arte e crítica social.
z Compreender poema e letra de música, inferindo significado de palavras desconhecidas.
Escrita (Writing)
z Descrever semelhanças e diferenças entre duas imagens (quadro ou fotografia) ou canções,
mencionando sentimentos motivados por elas.
z Escrever um texto narrativo curto utilizando adjetivos para adicionar detalhes a uma descrição simples.
z Produzir material visual (slides, pôster) para divulgação de informação ou sentimento.
Sugestão temática para o módulo: Sense and sensibility
Gêneros para interação, poemas, letra de música, análise literária,

Sugestões de apreciação e fruição resenha de livro, avaliação de obras de arte,
gêneros discursivos (Listening and Reading) descrição de imagens para cegos
para planejamento
das vivências e
experiências em Gêneros para interação, poemas, letra de músicas, análise literária,
língua inglesa transformação e autoria resenha de livro, avaliação de obras de arte,
(Speaking and Writing) descrição de imagens para cegos
Sugestão temática para o módulo: Literature and narratives
Gêneros para interação, textos de opinião sobre literatura, perfis

Sugestões de apreciação e fruição sociais literários (bookstagram, booktok),
gêneros discursivos (Listening and Reading) resenha literária, contos
para planejamento
das vivências e
perfis sociais literários (bookstagram,
booktok), resenha literária, contos
Sugestão temática para o módulo: Poetry and resistance

Sugestões de
poemas, canções, análise literária, resenha de
livro, avaliação de obras de arte
para planejamento
das vivências e
poemas, canções, análise literária, resenha de
livro, avaliação de obras de arte
Sugestão temática para o módulo: Memorable Artists
Gêneros para interação, entrevistas, relatos pessoais, bibliografias,

Sugestões de apreciação e fruição linhas do tempo, biográficos, slides, pôsteres,
gêneros discursivos (Listening and Reading) documentários
para planejamento
das vivências e
entrevistas, relatos pessoais, bibliografias,
linhas do tempo, biográficos, slides, pôsteres
Módulo: Mídia e notícias
Campo de atuação: Campo jornalístico-midiático
Problematização: De que forma a língua inglesa amplia possibilidades de compreensão e

interação com discursos veiculados na esfera midiática global?
Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: Competências 2, 4 e 7

z Compreender notícia oral disponível em mídia jornalística internacional sobre temática conhecida,
identificando informações gerais e específicas.
z Identificar em mídias audiovisuais36 elementos textuais verbais e visuais que denotam representação
estereotipada e/ou preconceituosa de um grupo específico.
z Compreender anúncios de mídias orais disponíveis em língua inglesa, identificando sua característica,
propósito e público-alvo.

z Comparar e contrastar diferentes fatos, destacando suas semelhanças e diferenças.
z Opinar sobre um tema polêmico na esfera publicitária, utilizando argumentos preparados com antecedência.
z Produzir texto midiático alternativo oral, em processo de produção coletiva e colaborativa, para
divulgação de uma necessidade local.
Leitura (Reading)
z Compreender uma notícia identificando as características (estrutura, layout, linguagem utilizada) desse tipo de
texto.
z Compreender a capa de um jornal ou revista, identificando as características (estrutura, layout, linguagem
utilizada) desse tipo de texto e fazendo inferências sobre informações não explícitas.
z Ler anúncio publicitário impresso disponível em língua inglesa, interpretando efeitos de humor.
36. Mídia audiovisual se trata de um meio de comunicação que faz uso simultâneo de elementos visuais e sonoros, por exemplo, filmes e programas de
televisão.
Escrita (Writing)
z Escrever texto autoral multissemiótico, em processo de produção coletiva e colaborativa, para divulgação
de notícias ou ideias.
z Escrever correspondência para devolução de um produto comprado.
z Interagir com uma mídia alternativa da esfera global utilizando linguagem escrita.
Sugestão temática para o módulo: Information media in the global context
Gêneros para interação, textos de jornal, reportagens de TV, reportagens

Sugestões de apreciação e fruição de rádio, podcasts, textos de blogs opinativos,
gêneros discursivos (Listening and Reading) postagens em redes sociais
para planejamento
das vivências e
textos de jornal, blogs opinativos, podcasts,
postagens em redes sociais
Sugestão temática para o módulo: Social representations in media and information
Gêneros para interação, filmes, novelas, séries, obras literárias,

Sugestões de apreciação e fruição reportagens de revistas, quadrinhos, revistas,
gêneros discursivos (Listening and Reading) jornais
para planejamento
das vivências e
experiências em filmes, novelas, séries, quadrinhos, revistas,
língua inglesa jornais
Sugestão temática para o módulo: Advertising and critical thinking
Gêneros para interação, anúncios em revistas, anúncios em jornais,

Sugestões de apreciação e fruição anúncios em apps, anúncios em redes sociais,
gêneros discursivos (Listening and Reading) product placement, SPAM
para planejamento
das vivências e
experiências em Gêneros para interação, anúncios em revistas, anúncios em jornais,
língua inglesa transformação e autoria anúncios em apps, anúncios em redes sociais,
(Speaking and Writing) product placement, SPAM
Sugestão temática para o módulo: The rise of alternative media
Gêneros para interação, Wiki, fórum, canais de messenger, plataformas

Sugestões de apreciação e fruição sociais de partilha de vídeos e de fotos, rádios
gêneros discursivos (Listening and Reading) comunitárias, jornais comunitários e fanzines
para planejamento
das vivências e
Fóruns, canais de messenger, plataformas
sociais de partilha de vídeos e fotos, fanzines
Módulo: Mundo do trabalho
Campo de atuação: Campo da vida pessoal
Problematização: Como a língua inglesa e os repertórios culturais e vivenciais podem influenciar a

execução de planos pessoais e a inserção juvenil no mercado de trabalho?

z Compreender conversas sociais comuns e previsíveis sobre temática conhecida.
z Compreender relatos orais sobre tema conhecido.
z Compreender uma entrevista de emprego, identificando informações gerais e específicas.

z Descrever experiências, características pessoais, sonhos e ambições.
z Apresentar o próprio currículo oralmente.
z Fazer uma simulação oral de uma entrevista de emprego.
Leitura (Reading)
z Ler e compreender texto informativo com temática da vida profissional.
z Ler e compreender um currículo em língua inglesa, identificando as características (estrutura, layout, linguagem
utilizada) desse tipo de texto.
z Ler e compreender anúncios de emprego, identificando exigências da vaga e formas de se candidatar.
Escrita (Writing)
z Fazer um planejamento pessoal escrito para apoiar a escolha de uma carreira, com o auxílio de um
modelo.
z Escrever um currículo em língua inglesa, adequado a uma vaga de emprego, com o auxílio de um modelo.
z Escrever texto curto (exemplo: post em rede social profissional, roteiro para entrevista) para apoiar a
inserção no mercado de trabalho.
Sugestão temática para o módulo: My dreams and plans

Sugestões de avaliação de empresa em website, relato, vídeo
curto
para planejamento
das vivências e
planejamento pessoal, vídeo curto, conto, ensaio,
relato
Sugestão temática para o módulo: My resume

Currículos, perfis sociais em redes profissionais,
Sugestões de apreciação e fruição
cover letter
para planejamento
das vivências e
Currículo, perfil pessoal em rede social
profissional
Sugestão temática para o módulo: Looking for a job
Gêneros para interação, Relatos, e-mails, anúncio de emprego,

Sugestões de apreciação e fruição descrição de emprego em rede social
gêneros discursivos (Listening and Reading) profissional
para planejamento
das vivências e
língua inglesa transformação e autoria Post em rede social profissional, e-mail
Sugestão temática para o módulo: Job interviews
Gêneros para interação, Entrevistas de emprego, anúncio de emprego,

Sugestões de apreciação e fruição sites de avaliação de ambiente profissional de
gêneros discursivos (Listening and Reading) empresas, e-mail, cover letter
para planejamento
das vivências e
Roteiro de entrevista de emprego, avaliação
de empresa em website, cover letter
Módulo: Sustentabilidade
Campo de atuação: Campo de atuação na vida pública
Problematização: Como a língua inglesa pode promover a ampliação da participação em decisões

que promovam a divulgação da consciência socioambiental e do consumo responsável?
Competências específicas de Linguagens e suas Tecnologias: Competências 1, 3 e 4

z Registrar, por meio de tomada de notas, informações gerais e específicas contidas em textos orais
informativos sobre tema conhecido.
z Compreender informações gerais e específicas de um texto oral curto que regula a convivência em
sociedade.
z Compreender iniciativas globais reivindicatórias disponíveis em linguagem oral, veiculadas na esfera digital.

z Opinar sobre tema conhecido utilizando expressões simples e argumentos preparados com antecedência.
z Descrever problemas ambientais e sociais.
z Produzir texto oral propositivo reivindicatório em inglês.
Leitura (Reading)
z Identificar oportunidades de interação online em páginas eletrônicas institucionais da esfera global.
z Ler textos normativos e boletins informativos institucionais da esfera global, identificando suas principais
características.
z Compreender iniciativas globais reivindicatórias disponíveis em linguagem escrita na esfera digital.
Escrita (Writing)
z Interagir em uma página eletrônica disponível em língua inglesa, utilizando linguagem escrita.
z Produzir texto informativo sobre temática conhecida, utilizando recursos verbais e não verbais.
z Descrever um problema local para publicação digital, reivindicando auxílio e apoiado em um modelo.
Sugestão temática para o módulo: Global sustainability goals
palestras informativas, palestras opinativas,

manifestos, páginas eletrônicas de organizações,
Sugestões de apreciação e fruição
(Listening and Reading)
formulários de interação online, páginas
gêneros discursivos institucionais em redes sociais, fóruns
para planejamento
das vivências e
palestras opinativas, manifestos, páginas
língua inglesa
eletrônicas de organizações, formulários de
interação online, páginas institucionais em redes
sociais, fóruns
Sugestão temática para o módulo: Environmental issues
Gêneros para interação, debates, palestras informativas, memorandos,

Sugestões de apreciação e fruição ensaios, cartas abertas, boletins informativos
gêneros discursivos (Listening and Reading) digitais (newsletter)
para planejamento
das vivências e
debates, palestras informativas, memorandos,
ensaios, cartas abertas, boletins informativos
Sugestão temática para o módulo: Social equality

Sugestões de
pesquisas, debates, manifestos, declarações
de direitos, publicações acadêmicas
para planejamento
das vivências e
pesquisas, debates, manifestos, declarações
de direitos, publicações acadêmicas
Sugestão temática para o módulo: Global citizenship
Gêneros para interação, manifestos, discursos públicos, propostas,

Sugestões de apreciação e fruição relatórios técnicos, reportagem opinativa,
gêneros discursivos (Listening and Reading) guias, manuais
para planejamento
das vivências e
experiências em Gêneros para interação, manifestos, discursos públicos, propostas,
língua inglesa transformação e autoria relatórios técnicos, reportagem opinativa,
(Speaking and Writing) guias, manuais
Referências
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Diretrizes Curriculares Nacionais: educação Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
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http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ a educação das relações étnico-raciais e para
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Resolução CNE/CEB nº 3, de 21 de novembro de educacao_das_relacoes_etnico_raciais_e_
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da juventude: lei nº 12.852, de 5 de agosto de 2013.
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da Educação Básica. Base Nacional Comum
Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2018b. BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educa-
Disponível em: http://basenacionalcomum.mec. ção Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares
gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_ Nacionais. Linguagens, códigos e suas tecnologias
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DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO DÍAZ, Omar Rolando Turra. A atualidade do livro
(CETIC). TIC Domicílios 2019. São Paulo: didático como recurso curricular. Linhas Críticas,
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nas pesquisas em linguística (Aplicada): (Doutorado em Estudos Linguísticos e Literários
questões empíricas, éticas e práticas. Campinas: em Inglês). Departamento de Línguas Modernas
Pontes, 2015. da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências
Humanas da Universidade de São Paulo. São
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letramentos críticos nas brechas da formação GREENE-MOTON, E.; MINKLER, M. Cultural
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(Doutorado em Estudos Linguísticos e Literários the Debate. Health Promotion Practice 21, v. 21,
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diagramado_17.09_interativo_final.pdf. Acesso
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outra(s) língua(s) na contemporaneidade:
questões conceituais e metodológicas. In: LEFFA, SALDANHA, Gabriela da Cunha Barbosa. Letramen-
Vilson J.; IRALA, Valesca B. (Org.). Uma espiadinha to crítico e o ensino de língua estrangeira via
na sala de aula: ensinando línguas adicionais no língua-alvo em escolas públicas brasileiras: uma
Brasil. Pelotas: Educat, 2014. p. 21-48. proposta viável?. In: OLIVEIRA, Shirlene Bemfica de;
SÓL, Vanderlice dos Santos Andrade. (Orgs.). Mul-
tiletramentos no ensino de inglês: experiências SCHLATTER, Margarete; GARCEZ, Pedro de Moraes.

da escola regular contemporânea. Ouro Preto: Línguas Adicionais na escola: aprendizagens
Instituto Federal de Minas Gerais, 2016. p. 151. colaborativas em inglês. Erechim: Edelbra, 2012.
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de Educação. SIQUEIRA, Domingos Sávio Pimentel; ANJOS, Flávius
Coordenadoria Pedagógica. Currículo da cidade: Almeida dos. Ensino de inglês como língua franca
Ensino Médio. Área de conhecimento: Linguagens na escola pública: por uma crença no seu (bom)
e suas tecnologias. São Paulo: SME/COPED, 2021. funcionamento. Muitas Vozes, Ponta Grossa,
Disponível em: https://educacao.sme.prefeitura. v. 1, n. 1, p. 127-149, 2012. Disponível em: https://
sp.gov.br/wp-content/uploads/2021/02/ revistas2.uepg.br/index.php/muitasvozes/
Linguagens-e-suas-Tecnologias.pdf. Acesso em: article/view/3607/2561. Acesso em: 21 dez. 2021.
21 dez. 2021.
UNESCO. Declaração mundial sobre educação
SÃO PAULO (SP). Secretaria Municipal de para todos e plano de ação para satisfazer
Educação. Direitos de aprendizagem dos ciclos as necessidades básicas de aprendizagem.
interdisciplinar e autoral: Língua Inglesa. São Jomtien, Tailândia: UNESCO, 1990.
Paulo: SME/COPED, 2016. (Coleção Componentes
Curriculares em Diálogos Interdisciplinares a UNESCO. Educação para todos: o compromisso
Caminho da Autoria). Disponível em: http://portal. de Dakar. Dakar, Senegal: UNESCO, 2000.
sme.prefeitura.sp.gov.br/Portals/1/Files/34981.
pdf. Acesso em: 21 dez. 2021.
Anexo 1
Práticas variadas que podem inspirar a construção de itinerários formativos
Eixos dos
Exemplos de práticas relacionadas às
itinerários Habilidades dos itinerários formativos
habilidades dos itinerários formativos
formativos
Investigação (EMIFLGG01): Investigar e analisar a A iniciativa STEAM & ENGLISH oferece formações
científica organização, o funcionamento e/ou avançadas em STEAM (Science, Technology,
os efeitos de sentido de enunciados Engineering and Arts) com o foco na
e discursos materializados nas apropriação da metodologia pelos estudantes
diversas línguas e linguagens e sua aplicação no desenvolvimento de
(imagens estáticas e em movimento; projetos científicos e ampliação de suas
música; linguagens corporais habilidades em língua inglesa. Você pode saber
e do movimento, entre outras), mais sobre a iniciativa neste link: https://
situando-os no contexto de um ou steamenglish.febrace.org.br/v2020/
mais campos de atuação social e
considerando dados e informações
disponíveis em diferentes mídias.
Processos (EMIFLGG05): Selecionar e mobilizar O projeto Criativos da Escola, parte da

Criativos intencionalmente, em um ou mais iniciativa Design For Change, que organizou
campos de atuação social, recursos um Conselho Estudantil Global para promover
criativos de diferentes línguas e debates entre jo-vens de todo o mundo e
linguagens (imagens estáticas e fomentar Conferências Globais com palestras
em movimento; música; linguagens e eventos organizados pelos/pelas jovens.
corporais e do movimento, entre Nesse ambiente, além de vivenciar atividades
outras), para participar de projetos de diversos campos de atuação social, os
e/ou processos criativos. estudantes utilizam a língua inglesa como
língua franca de comunicação para tratar de
questões reais de seu entorno, analisando
dados das diversas realidades locais e
produzindo mídias diversas para a partilha de
suas experiências. A estudante mineira Maria
Clara dos Santos conta sua experiência nesse
conselho no link: https://criativosdaescola.
com.br/estudante-de-mg-primeira-brasileira-
em-conselho-estudantil-internacional/
Mediação e (EMIFLGG08): Selecionar e mobilizar O Currículo da Cidade de São Paulo (2021) propõe
Intervenção intencionalmente conhecimentos e um Itinerário Formativo de Mediação e Animação
Cultural recursos das práticas de linguagem Cultural nos Territórios Educativos, que tem como
para propor ações individuais e/ ou foco: “propiciar aos estudantes vivências nas
coletivas de mediação e intervenção quais exercitem o protagonismo em processos
sobre formas de interação e de atuação de mediação (inter)cultural e educacional, que
social, artístico-cultural ou ambiental, favoreçam tanto o próprio aprendizado, na medida
visando colaborar para o convívio em que, para ensinar/mediar, precisam reorganizar
democrático e republicano com a e reconstruir conhecimentos de diferentes ordens,
diversidade humana e para o cuidado mas também o da comunidade onde vivem. Nesse
com o meio ambiente. sentido, é necessário mobilizar habilidades que
permitam aos estudantes atuar no enfrentamento
de problemas da comunidade (escolar e externa),
contribuindo especialmente com o ensino e a
divulgação de conhecimentos que colaborem para
uma sociedade mais ética, justa, democrática,
inclusiva, solidária e sustentável.” (SÃO PAULO,
2021). Nesse itinerário, as línguas adicionais são
mobilizadas em oficinas que visam desenvolver
vivências e atividades nessas línguas conforme o
interesse e necessidade da comunidade.
Empreende- (EMIFLGG11): Selecionar e mobilizar A iniciativa Technovation Girls Brazil tem como
dorismo intencionalmente conhecimentos e objetivo “envolver jovens garotas para aprender
recursos das práticas de linguagem para e aplicar habilidades necessárias para resolver
desenvolver um projeto pessoal ou um problemas do mundo real através de tecnologia”
empreendimento produtivo. e convida jovens a criarem soluções tecnológicas
para questões que identificam em seus
entornos. A partir da investigação crítica do seu
entorno, as jovens são convidadas a identificar
problemas, estruturarem e concretizarem
produções que solucionem questões que as
cercam. Elas aprendem sobre criação, marketing,
empreendedorismo e recebem tutoria de experts
em diversas áreas do conhecimento para
levarem seus projetos adiante. Para acompanhar
algumas das produções, acesse: https://www.
technovationbrasil.org/resultados-2019

Skills Referencial Curicular EM Medium Res

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Ensino Médio

1. Histórico do ensino de inglês e das

2. Inglês como direito de aprendizagem 22

3. Os estudantes e a educação integral 29

4. A língua inglesa na BNCC do ensino médio 40

5. Escopo Sequência: sustentação para o

8. Língua inglesa e integração curricular 81

9. O fortalecimento do ensino de língua inglesa:

9.3 Centros de Línguas Estaduais 92

10. A relação do currículo com a formação docente,

11. Matrizes Curriculares 101

3. Como o projeto preconiza a importância de atender às

tendo como foco a formação integral e do Quadro Europeu Comum de

Qual o papel deste e à aprendizagem, trazer à luz a

pedagógica do Programa UK-Brazil Skills ao contexto educacional vigente e

Diretoras, diretores, coordenadoras reito de aprendizagem; o papel do inglês

forma flexível para atender às várias circula na história e na sociedade,

este Referencial Curricular, sendo eles: E unidos às novas perspectivas para

da justiça social e na construção programa UK-Brazil Skills for Prosperity

Para saber mais! Os documentos

Que a leitura deste documento traga

Este Referencial Curricular para língua Essas características do mundo moderno

os estudantes como sujeitos já circu- des quilombolas. Ao considerarem a

práticos para a transposição didática e 2004), que auxiliarão a construção de um

A BNCC como um todo, e a etapa do fazer, a conviver e a ser9, com destaque

territórios, comunidades e sociedade.

10. Pedagogias situadas são as pedagogias conscientes de

vivências e experiências, além de validar

conecta com a realidade social que

12. No tópico 6, mostramos como os gêneros discursivos são

deles/delas ao ensino superior público

A língua inglesa no ENEM: Uma realizado pelo British Council

13. Reportagem publicada pela Folha de São Paulo em 27

ativos das sociedades nas quais estão

-histórico-cultural, sujeita a mudanças no dos jovens e com a inclusão das

O respeito à diversidade das juventudes No que se refere aos espaços

16. Trecho extraído do site do projeto.

pretas ou pardas de 15 a 17 anos que jovens. Esses dois principais motivos

Segundo dados da mesma pesquisa, o

Separando os dados por gênero, 50%

Figura 3: Motivo de abandono escolar por homens e mulheres (IBGE, 2020).

da autonomia, desenvolvimento da nos com o desenvolvimento dos/

tensão entre sucesso e fracasso e o identidades que esses jovens almejam e

social e sexual, e as desigualdades

A BNCC do ensino médio organiza jovens desenvolvam competências

Nos anos finais do ensino fundamental, inteligibilidade do contato intercultural.

Desse modo, o ensino de inglês se de pronúncia semelhante à do falante

Vivemos uma ressignificação do inglês não apenas a pluralidade nas práticas

18. Pedagogia proposta pelo New London Group no início do

imprimindo especial atenção à sua

Nesse espaço, as práticas juvenis, seus

Considerando esses aspectos, a Já o segundo aspecto, o das práticas

Campo de O campo de atuação social prepara os/

Campo da y Ampliação de referências e experiências culturais y Discursos/textos e manifestações artísticas

Campo das y Construção do conhecimento científico e do y Discursos/textos expositivos, analíticos e

Campo y Construção de consciência crítica e seletiva em y Discursos/textos da mídia informativa

Campo y Vivência de processos criativos; y Manifestações artísticas em geral.

Como mencionado na apresentação currículo, a fim de contribuir para

Sequência e dialoga com o Guia de para atender a diversidade de

z permitir retomada para os que ainda

Nesta seção, explicitamos o modo como dependendo do assunto, seu repertório

o projeto em sua totalidade, na sequência que mais responder

horária de estudos necessária para o A matriz dos módulos possui sete