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GRUPO SER EDUCACIONAL


FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU
CURSO DE GRADUAÇÃO EM LETRAS/INGLÊS
SUELEM DANTAS DOS SANTOS MENDONÇA

PROJETO DE PESQUISA

DIFICULDADES NO ENSINO-APRENDIZADO DA LÍNGUA INGLESA NA REDE


PÚBLICA DE ENSINO: O GRANDE DESAFIO DOS EDUCADORES X ALUNOS

Aracaju/SE
2022
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SUELEM DANTAS DOS SANTOS MENDONÇA

DIFICULDADES NO ENSINO-APRENDIZADO DA LÍNGUA INGLESA NA REDE


PÚBLICA DE ENSINO: O GRANDE DESAFIO DOS EDUCADORES X ALUNOS

Projeto de pesquisa apresentado ao


Curso de graduação em Letras da
Faculdade Maurício de Nassau, como
requisito parcial para aprovação na
disciplina de Trabalho de Conclusão
de Curso 1.

Aracaju/SE
2022
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................04
1.TEMA ..................................................................................................................05
1.1 Delimitação do Tema .......................................................................................05
1.2 Problematização...............................................................................................05
1.3 Justificativa........................................................................................................07
1.4 Objetivos...........................................................................................................08
1.4.1 Objetivo Geral..........................................................................................08
1.4.2 Objetivos Específicos..............................................................................08
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................ 08
3. METODOLOGIA................................................................................................13
4. ANALISE DE DADOS ...................................................................................... 14
4.1 Em relação aos professores............................................................................ 14
4.2 Em relação aos alunos.....................................................................................15
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................16
PLANO PRÓVISORIO DO PROJETO ..................................................................17
CRONOGRAMA.....................................................................................................18
REFERÊNCIAS......................................................................................................19
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INTRODUÇÃO

Atualmente, o ensino da Língua Inglesa tem apresentado grande relevância


em vários países do mundo, assim como no Brasil. Devido à globalização e às
novas tecnologias, a Língua Inglesa se faz presente no dia-a-dia das pessoas,
considerando que grande parte dessa expertise vem de terras com domínio dessa
língua. Em contrapartida, para suprir a necessidade de se conhecer outro país e a
cultura que o acompanha, o primeiro passo é dominar a sua língua mãe. Nesse
cenário e até por conta do franco domínio eu exerço, a Língua Inglesa desponta
como a uma das principais línguas estrangeira utilizadas na atual sociedade.
Apesar das características apontadas anteriormente, observa-se que por um
longo período a Língua Inglesa foi colocada em segundo plano dentro do ambiente
de ensino brasileiro, principalmente na rede pública. Afinal, a maioria dos
educadores não possuía uma formação adequada e a disciplina de Língua Inglesa
servia apenas como complemento de carga horaria. Nos dias atuais, percebe-se
uma grande evolução nesse quadro, pois é notório o quão necessário é que os
alunos aprendam uma língua estrangeira. Entretanto, a caminhada não é fácil e
nem os resultados são os melhores.
Seguindo o raciocínio, o presente trabalho “Dificuldades no Ensino-
aprendizado da Língua Inglesa na rede pública de ensino: O grande desafio dos
educadores x alunos” aponta diferentes aspectos que comprovam quais as
principais dificuldades na aprendizagem da Língua Inglesa no ensino público do
Brasil, de acordo com estudos bibliográficos de teóricos que auxiliam com análises
sobre o ensino da Língua Inglesa nas escolas e os desafios enfrentados pelos
educadores ao ensinar e dos alunos para aprenderem. Com suporte nessas
pressuposições e observâncias de evidência adicionais, alguns pontos podem ser
elencados como contribuintes para existência dessas dificuldades na
aprendizagem da Língua Inglesa, a exemplo do sistema educacional, a formação
dos professores e os recursos em geral aplicados no ensino da língua.
Por consequência, este trabalho tem a proposta de revelar os principais
desafios enfrentados por professores na ação de ministrar conteúdos oriundos de
uma língua estrangeira e a barreira para recepção dessas novas informações e
desenvolvimento da habilidade de domínio da língua, por parte dos alunos.
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1. DIFICULDADES NO ENSINO-APRENDIZADO DA LÍNGUA INGLESA NA


REDE PÚBLICA DE ENSINO: O GRANDE DESAFIO DOS EDUCADORES X
ALUNOS

É notório que existem algumas dificuldades no ensino aprendizagem da


língua inglesa nas escolas públicas brasileiras e atualmente este assunto está
rodeado de questionamentos e críticas, logo é de suma importância analisar quais
fatores faz com que o estudo desse idioma seja tão fundamental para a sociedade
moderna e o porquê diante de tal afirmação predomina um ambiente de
dificuldades e obstáculos tanto da parte do educador como do estudante das
escolas públicas brasileiras.

1.1. Delimitação do tema

Através da temática escolhida, iremos traçar as possíveis questões que


impossibilitam a idealização do ensino da língua inglesa na rede pública de ensino
deriva das dificuldades dos educadores para repassar seus conhecimentos, da
falta de conhecimento base dos alunos na sua própria língua materna e de
problemas bem característicos do ensino público brasileiro. A busca para
relacionar, de forma mais detalhada possível, os indicadores responsáveis pelo
panorama da não aprendizagem e para estabelecer parâmetros mínimos de
possibilidades de correção, levou essa pesquisa aos compêndios de teóricos como:
Conrad (1997), Leffa (2001 e 2003), Perin (2005), Ventura (1989), Walker (2003),
dentre outros.

1.2. Quais problemas permeiam o ensino-aprendizagem da língua inglesa


no sistema educacional público?

O problema existe, é fato concreto e desolador. O que é possível e acertado


fazer para minimizar e, processualmente, tentar corrigir? Esse é o desafio para
retificar a falta de falantes bilíngues na sociedade brasileira. O primeiro ponto a ser
discutido é a inexistência de um ambiente educacional apropriado, recursos e
materiais dispostos para o ensino da língua que são improdutivos. Vale evidenciar
que essa ausência de estrutura inclui outras disciplinas, entretanto, a Língua
Inglesa ainda é colocada em segundo plano na educação brasileira, o que é
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inadmissível em mundo globalizado, onde o inglês está presente em nosso


cotidiano. Sendo assim, Marzari e Badke (2013, p. 3) ressaltam o seguinte
questionamento e reflexão:

O que a disciplina de Língua Inglesa oferece atualmente, nas escolas da


rede pública, que acaba causando tanta desmotivação por parte dos
alunos ao (tentar) aprendê-la? Talvez, se estivessem conscientes de que o
inglês é a língua que permite o livre acesso a pessoas e lugares do mundo
todo, a língua das organizações internacionais e, consequentemente, a
língua mais estudada no mundo, os aprendizes poderiam perceber que
estudar inglês é tão importante quanto estudar matemática, física, biologia,
enfim, todas as demais disciplinas do currículo escolar.

A organização escolar, enfatizando o educador, agrupa desafios na investida


de cumprir a missão de oferecer novos conhecimento aos seus alunos. Educadores
despreparados, má remuneração, professores e alunos desmotivados, greves e
paralisações, alto índice indisciplinar, escassez de recursos, e outras razões
trivialmente conhecidas e discutidas, que, quando são agregadas, viram obstáculos
praticamente intransponíveis no sistema de ensino-aprendizagem. Quando
abordamos o problema relacionado a despreparo do educador, é importante
ressaltar que a ausência de investimento na capacitação da formação dos
professores de Língua Inglesa, como: reciclagem, cursos de proficiência e
conversação, são exemplos. De onde surge esse despreparo propiciando um
ensino mecanizado e focando apenas nas regras gramaticas contidas nos livros
didáticos.

1.3 . Justificativa

A capacidade cognitiva do ser humano é variada, complexa e imensa, se for


considerado o estado neurológico e psíquico em boas condições. Por esse viés, é
cientificamente comprovado que a mente jovem e fértil é completamente capaz de
exercitar o uso de diversos códigos de comunicação e aí se inclui a troca de
expressões e símbolos que não sejam da sua língua natal.
Para além dessa afirmação, é até redundante apontar a relevância de saber
a língua inglesa nos dias de hoje, haja vista o imperativo de seu domínio no
universo dos grandes sistemas de comunicação. Entretanto, pouco esforço é feito
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no Brasil para fazer com que os alunos finalizem a Educação Básica na rede
pública com aptidão para se comunicar em inglês.
O que se propõe, então, é analisar, repensar e buscar, de forma incansável,
os entraves que dificultam o trabalho processual e a inviabilizam o resultado
positivo da troca. Dessa forma, pode-se, a partir dos entendimentos e conclusões,
estabelecer parâmetros de ajuda, orientações e sugestões não somente de revisão
das metodologias e práticas individuais de cada profissionais, mas também uma
reestruturação significativa das políticas públicas que lidam e interferem na
Educação.
A L.E vai operar um relevante papel no que se refere à formação do
aprendiz como cidadão em relação a sociedade, de acordo com o PCN (1998), ao
analisar a língua estrangeira em uma perspectiva educacional é possível perceber
os pontos positivos de estudá-la. Teoricamente, o aprendiz ao conquistar
conhecimento referente a essa nova língua, aprende muito mais sobre sua língua
materna, seu funcionamento, e, além de compreender e apreciar a cultura de
outros povos:

Aprendizagem de Língua Estrangeira contribui para o processo


educacional como um todo, indo muito além da aquisição de um conjunto
de habilidades linguísticas. Leva a uma nova percepção da natureza da
linguagem, aumenta a compreensão de como a linguagem funciona e
desenvolve maior consciência do funcionamento da própria língua
materna. Ao mesmo tempo, ao promover uma apreciação dos costumes e
valores de outras culturas, contribui para desenvolver a percepção da
própria cultura por meio da compreensão da(s) cultura(s) estrangeira(s).
(PCN, 1998, p.37).

1.4 . Objetivos

O presente trabalho propõe uma apreciação dos parâmetros utilizados para


oferta de ensino; um breve percurso por alguns elementos reais que dificultam a
integração entre ensinar e aprender a língua estrangeira e, ao final, uma reflexão
sobre a possibilidade de intervenções do panorama descrito.

1.4.1 Objetivos Gerais

Relacionar os indicadores que apontam para a problemática identificada,


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qual seja a dificuldade de aprendizagem da língua estrangeira e refletir sobre eles.

1.4.2 Objetivos Específicos

 Apreciar os parâmetros utilizados para oferta de ensino;


 Explanar e analisar as reais situações que impactam o processo;
 Refletir sobre o distanciamento entre o desejo e a possibilidade de
consecução dele: aprender e ensinar uma língua estrangeira, a partir de livre
observação e experimento.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Em primeiro lugar, não se pode ensinar aquilo que não se quer aprender.
Esta frase, já dita por muitos outros estudiosos do assunto, inicia o leque de
dificuldades. Nossos jovens necessitariam querer conversar em outro idioma para
que o processo se iniciasse de forma possível e com algum sucesso em potencial.
Entretanto, o desinteresse generalizado da juventude pelas questões de
aprendizado é o principal entrave para o estabelecimento da relação de troca e
construção do almejado diálogo internacional. O trabalho de sedução e
encantamento, por assim dizer, pelo componente a ser aprendido é algo que exige
um esforço adicional e uma habilidade extra do educador. O(a) estudante precisa
se sentir atraído pela oferta. Motivar seria o primeiro passo!
No mesmo viés, um grande percentual de crianças e adolescentes sequer
conseguem acompanhar os estudos de todos os componentes básicos do
conhecimento, com a qualidade esperada. Alguns elementos são os vilões dessa
realidade: a fome ou escassez de nutrição, o baixo ou inexistente parâmetro
educacional da família que desconhece ou desmerece o valor do conhecimento e
da intelectualidade; a inconstância do percurso formativo.
Por outro lado, é possível se verificar que há ainda uma resistência por parte
de algumas pessoas, as quais enxergam o estudo da língua estrangeira, em
especial o Inglês, como forma de domínio e imposição de cultura, o que está
absolutamente fora da realidade.
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Explorar a problemática estabelecida e os descritores que apontam as falhas


que resultam no problema e oferecer sugestões de como traçar mecanismos que
possam levar à regularização paulatina e futura eliminação.
O objetivo principal para se aprender uma nova língua é conseguir
desenvolver as principais habilidades de expressão do idioma, mesmo que em
nível básico, tais como: compreender, escrever, ler e falar. Tendo isto, promove-se
ao aluno a interação com uma língua estrangeira em diferentes contextos culturais.
De acordo com, Common European Framework of reference for Languages:
Learning, teaching, Assessment:

Em uma abordagem intercultural o objetivo central da aprendizagem da


língua é promover o desenvolvimento favorável da personalidade do aluno
e seu sentimento de identidade visando uma experiência enriquecedora de
alteridade em língua e cultura. (COUNCIL OF EUROPE, 2001, p.1).

Diante do que já foi abordado no presente trabalho, podemos perceber que


a abordagem intercultural seria a opção ideal a ser abordada em sala de aula e,
para isso, sabemos o quão é necessário levar o aluno a integrar, através da
abordagem e compreensão dos conteúdos culturais, em seu ensino-aprendizagem,
não só conhecer o vocabulário, e sim questões relativas às características
linguísticas do inglês relevantes para uma boa comunicação, mas também captar
como se dá o uso da língua inglesa como uma prática social do país de origem e
nos demais países falante da língua inglesa, tida como língua mãe.
O ensino de língua inglesa, atualmente, não pode ser considerado apenas
um exercício intelectual de conhecimentos de formas e estruturas linguísticas em
um código dissemelhante, e, sim, uma experiência de vida, uma vez que amplia as
probabilidades de agir discursivamente no mundo. A Língua estrangeira dispõe de
um importante papel no sistema educacional, visto que auxilia no desenvolvimento
integral do indivíduo, devendo seu ensino possibilitar ao aluno essa nova
experiência de vida. Essa experiência deve apresentar uma brecha para um novo
mundo e outras culturas. A Língua Inglesa deve favorecer no desenvolvimento do
cidadão levando-o a refletir e argumentar sobre temáticas da atualidade e de
interesse próprio, devendo também se apresentar como um espaço para ampliação
de conhecimentos interpretativos na construção da realidade. Toda atividade
humana deve ser dinâmica e renovadora, com o ensino-aprendizado não poderia
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ser diferente, desse modo, propõe-se estratégias canalizadas na compreensão da


realidade assegurando uma melhor apreciação da sociedade e do mundo
globalizado em que o estudante vive e exerce seu papel de cidadão participante.

Os objetivos específicos do ensino-aprendizado da Língua Inglesa no


sistema educacional público brasileiro, com base nesse trabalho, deveriam ser:
 Ofertar aos alunos ampla percepção de sua própria cultura por
meio do entendimento da cultura de outros povos;
 Fazer com que os alunos reflitam sobre a sua própria língua
através de comparações;
 Ampliar a visão de mundo do aluno, tornando-o um cidadão
crítico e reflexivo;
 Proporcionar o uso da língua em cenários onde haja
comunicação oral e escrita;
 Mostrar a real importância do papel das línguas na sociedade.

A BNCC tem como objetivo principal, guiar as escolas na construção do


currículo escolar, instituindo os aprendizados fundamentais que todos alunos
precisam ter contato durante toda a educação básica. Em relação a área da
linguagem, esse documento diz que: “O objetivo norteador (…) é garantir a todos
os alunos o acesso aos saberes linguísticos necessários para a participação social
e o exercício da cidadania, pois é por meio da língua que o ser humano pensa,
comunica-se, tem acesso à informação, expressa e defende pontos de vista,
partilha ou constrói visões de mundo e produz conhecimento.” – Base Nacional
Comum Curricular.
De acordo com Leffa (2001, p. 333):

“O professor de línguas estrangeiras, quando ensina uma língua a um


aluno, toca o ser humano na sua essência – tanto pela ação do verbo
ensinar, que significa provocar mudanças, estabelecendo, portanto, uma
relação com a capacidade de evoluir, como pelo objeto do verbo, que é a
própria língua, estabelecendo aí uma relação com a fala. Mas, se lidar
com a essência do ser humano é o aspecto fascinante da profissão há, no
entanto, um preço a se pagar por essa prerrogativa, que é o longo e
pesado investimento que precisa ser feito para formar um professor de
línguas estrangeiras. Sem esse investimento não se obtêm um profissional
dentro do perfil que se deseja: reflexivo, crítico e comprometido com a
educação.”
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As dificuldades enfrentadas pelos profissionais da Educação que atuam na


missão de oferecer conhecimento gramatical, estrutura frasal e até estabelecer
nível mínimo de conversação em qualquer língua estrangeira estão posicionadas
para além da qualidade do ensino em si. Com a língua inglesa, principal
componente curricular diversificado da matriz de ensino básico, não é diferente e
esse é, inclusive, o primeiro elemento a ser observado, se a pretensão for discorrer
sobre a questão. O ensino e aprendizagem de Língua Estrangeira tornou-se um
grande percalço nas escolas públicas brasileiras, visto que os estudantes tendem a
questionarem a finalidade de se estudar uma Língua Estrangeira. Nessa
conjuntura, é factível avaliar que, para a Língua Estrangeira ser incorporada ao
currículo, devem ser levados em consideração os fatores históricos e sociais da
sociedade brasileira, assim como os interesses pessoais e coletivos.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB, 1996), o aluno tem direito
a estudar a língua estrangeira desde o ensino fundamental, porém é sabido que
grande parte das escolas brasileiras desvalorizam o ensino de outra língua que não
seja a materna, por não ser vista como ponto importante na preparação da vida
escolar dos alunos. Segundo o PCN (1998) esse descrédito acontece devido a
vários motivos e dentre eles estão: a retirada da disciplina do currículo, carga
horária reduzida nas aulas e falta de capacitação dos professores. Esses motivos
acarretam um desestimulo para o bom funcionamento do sistema ensino x
aprendizagem, afetando tanto os docentes, quanto os alunos.
Por outro lado, é perceptível que não existe uma boa conexão dos alunos
com a Língua Estrangeira, até porque, na maioria das vezes, não há a
possibilidade de se aplicar na prática o que aprendem, pois não existe, na
realidade ambiental dos educandos o hábito de exercitar o pouco do conhecimento
adquirido. Dessa forma, a tendência é o esquecimento.
Um aluno de língua estrangeira para obter êxito, especialmente aquele que
não tem acesso a falantes fluentes ou nativos do idioma no seu cotidiano,
necessitaria frequentar um ambiente que possibilitasse o seu desenvolvimento nas
habilidades comunicativas. Porém, na grande maioria das vezes, o ensino é
reduzido somente à oferta de conteúdo em sala de aula. Ainda evidenciando os
fatores necessários para um bom resultado na aprendizagem da segunda língua o
PCN (1998, p.20), salienta que é essencial um processo continuo, ou seja, o
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estudante deve estudar uma única língua estrangeira do ensino fundamental ao


ensino médio e não variar línguas a cada a série.

Outro pressuposto básico para a aprendizagem de uma língua estrangeira


é a necessidade de garantir a continuidade e a sustentabilidade de seu
ensino. Não há como propiciar avanços na aprendizagem de uma língua,
propondo ao aluno a aprendizagem de espanhol na quinta série, de
francês na sexta e sétima, e do inglês na oitava série. (PCN, 1998, p. 20).

A construção da aprendizagem de uma língua estrangeira está baseada nas


quatro habilidades (ler, escrever, ouvir e falar). Obtendo essas habilidades os
alunos teriam um excelente domínio do componente linguístico. Entretanto, a
realidade é outra, pois no contexto do processo existe uma enorme deficiência,
onde apenas uma das habilidades é favorecida: a escrita. Existe também carência
em relação às atividades e aos conteúdos e, afinal, na prática observa-se que o
que foi oferecido não é seguido, enfatizando apenas as estruturais gramaticais fora
de contexto.
Ao analisar as deficiências dos conteúdos trabalhados na sala de aula,
inicia-se, também, uma discussão em relação à formação do docente de Língua
Inglesa, que por conseguinte exerce um papel relevante na vida dos alunos, em
concordância com Walker, (2003) e Leffa (2003, p. 131):

Um dos fatores considerados primordiais para se lograr êxito no ensino de


línguas é a formação do professor de línguas, por ser o profissional
diretamente responsável pelo que deve acontecer na sala de aula e a
influência que esses acontecimentos exercem principalmente na produção
oral dos aprendizes.

Essa atribuição é preponderante ao educador, pois é ele que vai escolher os


métodos adequados e abordagens a serem utilizadas no ensino da língua. No
entanto, de acordo com Almeida Filho (1993), os professores em suas maneiras e
práticas de ensinar, são influenciados por tradições locais agregadas ao modo
pessoal de ensinar.
Em relação aos alunos, percebe-se que há um grande desapreço pela
aprendizagem da L.E. e isso acontece uma vez que os educandos não conseguem
compreender a real necessidade de estudarem uma língua estrangeira. Além disto,
o desanimo é ainda maior em relação ao conteúdo em si, apresentado pelos
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professores e consequentemente reproduzido pelos alunos, a maioria das vezes,


de forma desanimadora e desconexa. Como afirma Perin (2005 p.150):
Apesar de conhecerem a importância de se saber Inglês, os alunos tratam
o ensino de Língua Inglesa na escola pública ora com desprezo, ora com
indiferença, o que causa, na maioria das vezes a indisciplina em salas de
aula com o número de alunos acima do ideal para se aprender um novo
idioma. Este processo cíclico causa o estresse do professor, mais
indisciplina, mais indiferença e obviamente, frustração no final do
processo. Este processo evolui também em mão dupla, ou seja, o
desinteresse dos alunos faz com que os mesmos não percebam a
evolução dos conteúdos [...].

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

Utilizar fundamentação teórica e balizamento acadêmico de estudos que o


precedem, serviram de base para tracejar e alcançar o objetivo principal deste
projeto. De acordo com (GIL; 2010, P.50) a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida
a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos
científicos.” Quando o pesquisador apresenta informações de pesquisas já
existentes para fundamentar seu trabalho, “utiliza-se de dados ou de categorias já
trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados”. SEVERINO
(2007, p. 122).
Entretanto, a robustez do presente trabalho também foi alcançada com o
alinhamento da análise científica à observação direta do processo, como
observadora enquanto cidadã, mediante a prática de estágio e o exercício de
atividade laboral, com o ensino da língua aqui objeto de apreciação. Ainda que com
experiência mínima, esta acadêmica pôde observar e experimentar em suas
próprias atividades todas as dificuldades reportadas nos mananciais teóricos e
registrar dessa prática os elementos que favorecem o registro deste trabalho.
Em um segundo momento, foi necessário realizar uma pesquisa qualitativa,
que correspondeu em coletar dados de um pequeno e seleto grupo de alunos e
professores, pois ao analisar os dados da coleta dessas investigações é possível
perceber a visão dos alunos e dos professores com a intensão de dar mais
embasamento ao projeto. Como afirma Lüdke & André (1986, p. 13) a pesquisa
qualitativa “[...] envolve a obtenção de dados descritivos, obtidos no contato direto
do pesquisador com a situação estudada, enfatiza mais o processo do que o
produto e se preocupa em retratar a perspectiva dos participantes”.
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Essa coleta de dados foi feita a partir de um (01) questionário, que foi
aplicado para dois (02) professores de Língua Inglesa e vinte e dois (22) alunos do
9° ano do ensino fundamental de uma escola pública estadual do Município de
Aracaju/SE. O questionário foi composto por questões objetivas e subjetivas que
tinham como foco principal analisar o ensino da Língua Inglesa e suas dificuldades
no ensino/aprendizagem.

4. ANÁLISE DE DADOS

4.1. Em relação aos professores

A pesquisa pertencente aos professores foi examinada a partir de um


questionário, que foi respondido por professores de Língua Inglesa. O corpus do
artigo foi composto por dois (2) professores de Língua Inglesa que atuam no ensino
fundamental, onde um leciona apenas na rede pública e o outro tanto na rede
pública quanto na rede privada. Entre os entrevistados, ambos são do sexo
feminino, uma atua a 6 anos no magistério e a outra a aproximadamente dez (10)
anos. Possuem idade entre trinta e dois (32) e trinta e nove. As duas entrevistadas
têm formação que às habilita para ensinar Língua Inglesa. O questionário foi
elaborado basicamente com questões objetivas para traçar o perfil dos
entrevistados e as questões subjetivas para que cada um pudesse expor sua
opinião em relação a temática proposta. A professora (1) afirmou que: “As
experiencias que adquirir durante o período da minha graduação, principalmente na
época que estagiei, foram significativamente relevantes para desenvolverem
melhor as minhas práticas enquanto profissional em sala de aula.” Fica explicito na
fala dessa professora que, as metodologias que a referida utilizada em sala de aula
foram aprendidas nas aulas do curso de graduação e principalmente durante o
período de estágio.
Em relação aos aspectos que as docentes entrevistadas levam em
consideração ao elaborar suas aulas são: as adversidades e complexidades que
rodeiam a aprendizagem de uma língua estrangeira pelos alunos, as orientações
dos PCN, a proposta curricular da SEDUC, realidade social dos alunos,
conhecimento prévio da língua por parte dos estudantes e livros de didáticos com
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metodologias ineficientes. Ao levarem em consideração o tópico conhecimentos


prévios dos alunos, nota-se uma grande dificuldade dos mesmos em relação à
preparação das aulas, pois os professores de Língua Inglesa relatam que não
possuem muitos recursos didáticos para as aulas. Com base nesse relato, a
professora (2) diz que: “Tenho bastante dificuldades para planejar minhas aulas,
uma vez que não tenho apoio, a escola não dispõe de dicionários, os alunos não
possuem recursos financeiros para comprar materiais de apoio e outro detalhe
relevante é a falta de vontade em aprender outro idioma.” Já a professora (1) disse
que: “ Apesar da falta de suporte, procuro utilizar o retroprojetor da escola para
passar vídeos e slides, meu notebook é o que uso como ferramenta principal,
assim como minha caixa de som portátil, uma vez que a escola não ofertam esses
materiais”.

4.2. Em relação aos alunos

Já a coleta de dados dos discentes foi constituída por vinte e oito (28)
alunos de Língua Inglesa do 9° ano do ensino fundamental de uma escola pública
estadual do Município de Aracaju/SE. Entre os entrevistados treze (13) são do sexo
masculino e quinze (15) são do sexo feminino. Todos os alunos que foram
pesquisados estão cursando 9° ano do ensino fundamental e suas idades variam
entre quatorze (14) a dezessete (17) anos e foram escolhidos aleatoriamente.
Depois de ler e analisar os questionários, percebi que a maioria dos alunos
entrevistados acreditam que aprender inglês é importante, principalmente para
conseguir um emprego futuramente, mas afirmam que a língua estrangeira em
questão é muito difícil para aprender, tanto no âmbito gramatical quanto na
comunicação. De acordo com a resposta da grande maioria dos alunos, foi possível
constar que a aprendizagem da Língua Inglesa na atualidade é diferente, entende-
se que eles não pensam no Inglês apenas com uma disciplina, e sim como um
idioma importante para obtenções de conhecimento, para se comunicar com outros
povos e culturas e até mesmo para aquisição de um bom emprego no futuro.
Apesar dos relatos acima, uma pequena parte dos alunos discordam, garantem
que não entendem o conteúdo passado pelos professores, e ainda acreditam que o
Inglês é uma disciplina desnecessária. Ao passo que foram questionados sobre a
dinâmica das aulas de inglês, grande parte dos alunos afirmaram que só se tornam
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interessantes quando a professora utiliza os seguintes recursos: slides, vídeos,


áudios, atividades em grupos e músicas. Vale destacar a seguinte fala do (Aluno
A1): “A nossa professora sempre traz atividades diferentes do que estamos
acostumados, assistir vídeos, ouvir música e fazer atividades em grupo é mais
interessante do que ficar copiando assunto do quadro.” Já o (Aluno A2) que faz
parte da minoria disse que: “As aulas de inglês são chatas, porque não consigo
entender nada do que a professora fala”.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve a finalidade de discutir alguns problemas referentes


ao ensino e aprendizagem da língua inglesa na rede pública de ensino e tomou
como aporte teórico estudos realizados por Linguistas Aplicados sobre questões
relacionadas ao ensino e aprendizagem de línguas. A partir de todas as situações
abordadas, e apesar da falta de aprimoramento ininterrupto dos educadores, os
recursos limitados, a falta de estimulo de alguns alunos ao aprenderem a Língua
Inglesa e o ambiente que não é propicio, compreendemos que a Língua Inglesa
faz parte da construção dos alunos, onde aprender e saber quando utilizá-la em
contextos diversos, auxiliará em sua vida profissional, porém para terem bons
resultados os alunos precisam ter convicção da relevância que a Língua vai
desempenhar e acima de tudo saber exaltá-la.
Os professores devem ter em mente que para alcançar sucesso no ensino
de uma língua estrangeira, é necessário estar continuadamente revisando suas
maneiras de ensinar e aderir as modificações tecnológicas ocorridas, para
aperfeiçoar-se sempre que necessário. Em relação aos desafios enfrentados no
cotidiano da vida escolar, onde não há suporte por parte da escola, e nem dos
alunos, os professores precisam estar dispostos a darem o melhor de si, afinal de
contas o que fará a diferença não serão os desafios, e sim a maneira de como
cada profissional irá supera-los. Compreende-se que a partir da análise do âmbito
escolar, existe muito trabalho a ser feito, e para que esse trabalho aconteça, deve
haver um consenso por parte de todos os envolvidos, os professores, a escola e os
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alunos, pois as mudanças devem partir de cada um, logo quando cada um tiver
ciência da sua importância nesse ciclo, desempenhará o seu papel da melhor
maneira possível.
Por conseguinte, o professor de Língua Inglesa tem um papel relevante em
apontar para os alunos que a aprendizagem de outra Língua não é apenas
assimilar conteúdos, abrange o conhecimento de uma nova cultura, outros povos, e
o entendimento das diferenças existente em relação ao outro.

PLANO PROVISÓRIO DO PROJETO DE PESQUISA

 Escolha do tema;
 Listagem bibliográficas preliminares;
 Caracterizações do problema;
 Elaboração do plano temporário do assunto;
 Rastreamento das fontes;
 Leitura dos materiais escolhidos;
 Fichamento;
 Composição e organização do assunto;
 Montagem dos textos.
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CRONOGRAMAS

PROJETO DE PESQUISA - TCCI

ATIVIDADES / ETAPAS MESES 2022


///////////////////////////////////////////////////// FEV MAR ABR MAI JUN JUL
Escolha e pesquisa do tema x
Formulação do projeto x x
Levantamento e Leitura bibliográfica x x
Elaboração do sumário provisório x x
Redação da 1° versão do projeto x x
Revisão do texto x x
Redação e revisão da versão x x
completa
Revisão e entrega do projeto final x x

ARTIGO – TCC 2

ATIVIDADES / ETAPAS MESES 2022


///////////////////////////////////////////////////// JUL AGO SET OU NOV DEZ
T
Apresentação do projeto final x
Elaboração da 1° versão do artigo x x
19

(redação)
Revisão da redação e entrega x
Elaboração da versão final do artigo x x
Revisão da versão final x x
Entrega do artigo x

REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, José Carlos Paes de. Dimensões comunicativas no ensino de


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