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CADERNO DE SUMAS DE PORTUGUÊS

Organizador: Theo Resende


Autores: Theo Resende
Werther Ramalho

n
Editora Nhaúm
Português

Tipologias

1 – Chamamos de tipos textuais o conjunto de enunciados organizados em uma estrutura bem


definida, facilmente reconhecida por suas características preponderantes. Podem variar entre cinco e
nove tipos, sendo que os mais estudados são a narração, a argumentação, a descrição, a injunção e a
exposição. A tipologia textual, diferentemente do que acontece com os gêneros textuais, apresenta
propriedades linguísticas intrínsecas, como o vocabulário, relações lógicas, tempos verbais,
construções frasais e outras características que definem os gêneros. Estes, por sua vez, surgem do
dinamismo das relações sociocomunicativas e da necessidade dos falantes em um dado contexto
cultural, enquanto os tipos já estão definidos, prontos para receberem os diversos gêneros em sua
estrutura. Observe a definição de cada um dos tipos e seus exemplos.
2 - Narração: A principal característica de uma narração é contar uma história, ficcional ou não,
geralmente contextualizada em um tempo e espaço, nos quais transitam personagens. Os gêneros que
se apropriam da estrutura narrativa são: contos, crônicas, fábulas, romance, biografias etc.
3 - Dissertação: O texto dissertativo-argumentativo é um texto opinativo, cujas ideias são
desenvolvidas através de estratégias argumentativas que têm por finalidade convencer o interlocutor.
Os gêneros que se apropriam da estrutura dissertativa são: ensaio, carta argumentativa, dissertação-
argumentativa, editorial etc.
4 - Exposição: Tem por finalidade apresentar informações sobre um objeto ou fato específico,
enumerando suas características através de uma linguagem clara e concisa. Os gêneros que se
apropriam da estrutura expositiva são: reportagem, resumo, fichamento, artigo científico, seminário
etc.
5 - Injunção: Os textos injuntivos têm por finalidade instruir o interlocutor, utilizando verbos no
imperativo para atingir seu intuito. Os gêneros que se apropriam da estrutura injuntiva são: manual
de instruções, receitas culinárias, bulas, regulamentos, editais etc.
6 – Descrição: Os textos descritivos têm por objetivo descrever objetivamente ou subjetivamente
coisas, pessoas ou situações. Os gêneros que se apropriam da estrutura descritiva são: laudo, relatório,
ata, guia de viagem etc. Também podem ser encontrados em textos literários através da descrição
subjetiva.

Gêneros Textuais e Literários

7 – Em nosso dia a dia, no contato com outras pessoas e com as diversas informações que recebemos,
estamos expostos a várias situações comunicativas, cada uma situada em seu devido contexto. Na
escrita e na fala existem algumas estruturas padronizadas que recebem o nome de gêneros textuais.
No simples ato de abrir um jornal ou uma revista, já estamos expostos aos diversos gêneros textuais:
nesses dois meios de comunicação é possível encontrar artigos, cartas de leitor, artigos de opinião,
notícias, reportagens, charges, tirinhas, ensaios, e-mails e tantos outros textos que se adequam às
necessidades de quem os escreve, apresentando finalidades distintas e definidas. Assim são os
gêneros, eles existem em grande quantidade justamente porque as práticas sociocomunicativas são
dinâmicas e variáveis. Diferentemente do que acontece com os tipos textuais, limitados a uma
quantidade predeterminada, os gêneros são incontáveis, mesmo porque as necessidades linguísticas
não podem ser mensuradas ou limitadas. Por exemplo, antigamente, quando havia a necessidade de
comunicação com alguém que morava longe, era indispensável o envio de uma carta. Posteriormente,
foi inventado o telegrama para que o tempo de espera de uma notícia fosse reduzido, e com ele
também foi inventada uma linguagem bem peculiar. Hoje, quando precisamos entrar em contato com
alguém que está distante, ligamos ou até mesmo mandamos um e-mail, cujo recebimento é
instantâneo, sem falar nas redes sociais e no tipo de linguagem utilizada por milhões de usuários.
Sendo assim, fica impossível definir o número exato de gêneros textuais.
Exemplos de gêneros textuais: Resumo; Resenha; Biografia; Diário; Relato de viagem; Fábula; Conto
de fadas; Editorial; Relatório; Ofício; Receitas; Manuais.
8 - Diferença entre gêneros textuais e gêneros literários: diferente dos gêneros textuais que se
encarregam de classificar qualquer tipo de texto, os gêneros literários classificam apenas os textos
literários. Para essa classificação, são levados em consideração aspectos como: características formais
comuns em obras literárias, além dos critérios estruturais, contextuais e semânticos. São exemplos de
gêneros literários: gênero lírico, gênero épico ou narrativo, gênero dramático.

Unidade e Diversidade da Língua Portuguesa

1 – Variação linguística é uma expressão empregada para denominar como os indivíduos que
compartilham a mesma língua têm diferentes formas de utilizá-la. Essa diversidade de escrita e fala
decorre de fatores geográficos, socioculturais, temporais e contextuais, e pode ser justificada pelo
funcionamento cerebral dos usuários do idioma bem como pelas interações entre eles. A importância
das variações reside no fato de que elas são elementos históricos, formadores de identidades e capazes
de manter estruturas de poder. A variação linguística consiste num fenômeno que reúne diversas
manifestações faladas ou escritas dos usuários de uma mesma língua. Além disso, a ocorrência dela
depende do fato de as palavras e expressões terem uma afinidade semântica, ou seja, estabelecerem
uma relação de sentido bastante próxima, apesar de distinguirem-se no que toca ao aspecto fonético
(som), fonológico (função dos sons), lexical (vocabular) ou sintático (relação entre os termos
formadores de frases e orações).
2 - A variação diatópica é a que ocorre em virtude das diferenças geográficas entre os falantes. Ela
pode acontecer tanto entre regiões de uma mesma nação, por exemplo, Rio de Janeiro e Goiás, quanto
entre países que compartilham a mesma língua, como Brasil e Portugal. No caso dos dois Estados, a
relação de proximidade linguística decorre do processo de colonização, que resultou na imposição de
um novo idioma aos habitantes das terras além-mar. Embora a língua portuguesa foi e continua sendo
oficial, ela se distanciou em vários aspectos daquela empregada na Europa, tendo em vista que
tivemos a influência de diversas línguas não só dos indígenas mas também de povos estrangeiros,
como os diversos grupos étnicos africanos. Tais diferenças podem ser observadas no campo lexical.
Por exemplo, apelido, no Brasil, significa um nome informal conferido a alguém, enquanto, em
Portugal, o termo carrega o sentido de sobrenome. Além desse âmbito, percebemos distinções
sintáticas nos dois locais, como a posição dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, nos, vos), uma
vez que, em situações informais, tendemos a colocá-los antes dos verbos (Te amo!), já os portugueses
costumam inseri-los após os verbos (Amo-te!). Também podemos constatar que há contrastes
fonético-fonológicos, por exemplo, no país luso, há uma marcação bem forte do “l” nos finais de
sílaba (Maria, pegue o “papellllll”, por favor!), já aqui esse fone é substituído pelo “u”, o que
desencadeia o seu enfraquecimento (Maria, pegue o “papeu”, por favor!). Assim como há variações
entre Portugal e Brasil, no nosso território, em razão da dimensão continental e da pluralidade
cultural, o uso da língua é modificado conforme a região. Portanto, temos, por exemplo, a palavra
“menino”, na Bahia, e “guri”, no Rio Grande do Sul. Também percebemos o uso do pronome “tu”
em algumas regiões do Pará e o amplo uso do “você” em diversos locais, como Minas Gerais, o que
implica toda uma transformação sintática. Ademais, constatamos um “r” retroflexo, conhecido
também como “r caipira” por alguns linguistas, como Amadeu Amaral, em Goiás (“Porrrrrrrrta”),
enquanto, no Rio de Janeiro, predomina o “r” que raspa no fundo da garganta.
3 - A variação diastrática é decorrente das diferenças socioculturais, já que o fato de as pessoas terem
ou não acesso contínuo e prolongado a uma educação formal e aos bens culturais, como museus,
cinemas, literatura, shows de cantores bem avaliados pela crítica especializada, leva-as a expressarem-
se de maneiras diversas. Por exemplo, os advogados normalmente utilizam uma linguagem mais
formal no exercício da profissão, considerando-se que, em tese, tiveram todo um aparato, inclusive
financeiro, para estabelecerem uma comunicação mais sofisticada. Em contrapartida, os empregados
domésticos tendem a utilizar estruturas linguísticas mais coloquiais, resultado principalmente da
privação econômica e, consequentemente, educacional e cultural.
4 - A variação diacrônica é resultado da passagem do tempo, já que a língua está em constante
modificação, pois os falantes são criativos e procuram novas expressões para comunicarem-se de
forma mais efetiva. Além disso, tal fenômeno é causado pelos processos históricos, como a influência
norte-americana no Brasil, que implicou a adoção de uma série de estrangeirismos, como brother, no
sentido de camarada, e sale, que significa liquidação. Importante destacar que grande parte das
inovações linguísticas não permanece, fato que corrobora a necessidade de observar-se a cristalização
das formas faladas e escritas apenas após certo tempo.
5 - A variação diamésica é a que acontece entre a fala e a escrita ou entre os gêneros textuais, ou seja,
suportes de transmissão de uma dada informação que contenham características quase regulares, por
exemplo, o whatsapp e a bula de remédio. Ressalta-se que a distinção entre fala e escrita não é estática,
considerando-se que se pode construir um texto escrito marcado por expressões tipicamente orais e
vice-versa. Desse modo, um elemento distintivo entre a fala e a escrita é a instantaneidade ou não da
formulação. Pense bem, quando você está conversando com alguém, as junções entre as palavras
parecem muito naturais e formuladas no exato momento da fala, ao passo que a escrita, normalmente,
requer um planejamento e estabelece uma possibilidade maior de transmitir uma mensagem exata,
caso você tenha o domínio das normas padrões da língua.
6 - As variações linguísticas existem em virtude da combinação entre fatores socioculturais, isto é, as
relações estabelecidas em determinadas comunidades, e fatores sociocognitivos, ou seja, as
configurações de nossos cérebros nos momentos em que utilizamos a língua e influenciamos os
outros indivíduos. Percebe-se que a constituição das mudanças pressupõe uma adesão coletiva, pois
as novas formas linguísticas só serão incorporadas se forem capazes de ser compreendidas
mentalmente pela maioria dos falantes e contarem com a aprovação deles. Um exemplo disso é
observado no filme Meninas malvadas, em que a personagem Gretchen tenta emplacar um novo
bordão “Isso é tão barro”, porém a sua colega Regina adverte “Para de tentar fazer o barro acontecer,
isso nunca vai pegar”.
7 - Os fatores socioculturais são responsáveis tanto pelas mudanças linguísticas quanto pela tentativa
de mantê-las estáticas. Nesse sentido, temos as instituições sociais, como as escolas; a tradição
literária, os gramáticos e dicionaristas, e as academias de Letras; os meios de comunicação; o Estado
com seus órgãos e entidades; e as diversas religiões, que se revestem da condição de defensores de
uma língua intimamente conectada à cultura. O problema reside na questão de essa cultura ser um
produto das classes socioeconômicas privilegiadas, fato que reduz o círculo de pessoas legitimadas a
estabelecer mudanças. Em contrapartida a esse movimento, a diversidade de origens geográficas, de
etnias, de posições hierárquicas entre homens e mulheres e de graus de escolarização desencadeia
variações linguísticas, pois a fala e a escrita, cada uma a sua maneira, são reflexos de uma sociedade
plural. Vale ressaltar que, conforme o indivíduo tem mais acesso à educação formal, mais ele será
capaz de trocar as expressões estigmatizadas por aquelas detentoras de status aceitável. Além dessa
situação que ocorre nos contextos locais, é importante observar que a mudança linguística também
pode ser originada caso um número substancial de falantes de uma determinada língua veja-se coagido
a utilizar uma escrita e fala diferentes das suas, seja em razão de emigração, seja em virtude de relações
de dominação, como as vivenciadas pelos índios brasileiros em relação aos portugueses.
8 - No que toca aos fatores sociocognitivos, a economia linguística constitui um ponto crucial para
compreender-se o porquê das variações. Ela consiste em processos pautados em duas premissas:
poupar a memória, diminuir o esforço ocasionado pelo funcionamento mental e tornar mais fácil o
ato de exteriorização material da língua; e potencializar as capacidades comunicativas com base no
preenchimento das falhas presentes na fala e na escrita. Percebe-se, então, que tal fenômeno é
responsável por um rearranjo, que retira alguns excessos existentes no idioma bem como acrescenta
outros elementos, o que desencadeia uma diversidade de estruturas. Um exemplo que ilustra
satisfatoriamente esses mecanismos articulatórios, fisiológicos e psicológicos é a tendência de formar-
se palavras em que há uma alternância entre vogais e consoantes, por exemplo, “gato”. Essa
propensão gera a colocação de vogais em termos que contam com mais de uma consoante juntas,
como “advogado”, cuja proximidade entre a letra “d” e a “v” leva as pessoas a incluírem o som de
“i” ou “e” entre elas, originando as variações fonéticas “adivogado” e “adevogado”. Embora a
economia linguística seja o elemento mais reconhecido, há que se falar também acerca da
gramaticalização e da analogia como pilares sociocognitivos das variações. A primeira consiste na
construção de recursos gramaticais inéditos por meio da reestruturação de formas já conhecidas pelos
falantes. Tal ocorrência é observada, por exemplo, nas metáforas. “A cobra chegou. Não sei o que
Daiane faz aqui”. Verifique que o termo “cobra” faz referência à pessoa Daiane, já que ela
provavelmente possui um comportamento tão traiçoeiro quanto o do animal. Essa relação de
proximidade levou o indivíduo a construir a metáfora citada. Por sua vez, a analogia constitui um
mecanismo de comparação entre as palavras, e, com base nisso, há o estabelecimento de semelhanças
entre elas e a escolha de um padrão mais comum. Esse raciocínio é facilmente identificado quando
as crianças pré-escolares conjugam alguns verbos irregulares, ou seja, palavras que podem ter seus
radicais (parte que carrega o sentido principal) e desinências (parte final da palavra que carrega
informações, como gênero, número) modificados de acordo com a conjugação. “Se eu “queresse”,
faria o bolo”. “Se eu quisesse, faria o bolo”. A primeira forma verbal é recorrente na primeira pessoa
do pretérito imperfeito do subjuntivo, já que temos a manutenção do radical e a inserção da
desinência “esse”, por exemplo, amasse, partisse, comesse, mandasse, bebesse; enquanto a segunda,
apesar de estar gramaticalmente adequada, rompe com essa estrutura comum e apresenta-nos uma
constituição diferente, causando, a princípio, estranhamento e vontade de adequá-la ao padrão.
9 - A sociolinguística, responsável por advertir a respeito da importância de estudar-se a língua como
parte da manifestação cultural e social de um povo, prevê que as variações são importantes, pois
carregam a história de cada comunidade. Assim, as diversidades de escrita e fala constituem retratos
dos modos de vida dos usuários da língua portuguesa. Por exemplo, em cidades interioranas
pequenas, cujo acesso à internet, à televisão e aos outros meios de comunicação e de mídia é limitado,
a língua tende a não mudar tanto quanto nas grandes metrópoles, em que há, além de um bombardeio
de informações, o contato com pessoas vindas de diferentes regiões. Tal capacidade de reconstituição
dos hábitos e experiências das comunidades contribui também para traçar-se um paralelo entre as
regularidades das variações presentes em locais semelhantes, o que permite a compreensão acerca do
funcionamento do cérebro desde o instante do pensamento até o da articulação das palavras e
expressões. Portanto, as variedades permitem o entendimento sobre a competência linguística inata
dos sujeitos, fortificada pelo desejo de estabelecermos comunicações efetivas. Essas comunicações,
por apresentarem marcas das variedades linguísticas, firmam-se como elementos estruturantes das
identidades das pessoas, assim o modo de elas se enxergarem e analisarem o mundo ao seu redor
trará tanto uma individualização quanto uma sensação de pertencimento a algum grupo. Apesar do
caráter positivo disso, constata-se, com base no comportamento da sociedade, que as variações
enquanto formadoras dos seres também são utilizadas como instrumentos de estigmatização,
exclusão e, consequentemente, perpetuação do poder de uma parcela da sociedade. Dessa maneira, a
multiplicidade linguística figura como um fundamental mecanismo de opressão da língua considerada
padrão em relação aos outros modos de expressão.
10 - Oralidade e escrita compõem formas de expressão de linguagem/fala. A oralidade, comumente,
utiliza uma forma mais coloquial de expressão. Enquanto isso, a escrita segue a linguagem formal
(culta), indo paralelo às normas padrão da língua portuguesa. Cada variação linguística apresenta suas
regras, portanto devem ser alocadas da forma que melhor se adéquam. É por esse motivo que, em
muitos casos, há aviso em propostas de redação, como: “Proibido uso de oralidade”. Ou seja, é um
aviso para que o candidato não utilize uma linguagem coloquial em sua redação. A exigência, portanto,
será pela linguagem formal/culta. A escrita, dessa forma, segue normas pontuais, é mais rígida e
apresenta uma estrutura de função. Por outro lado, a oralidade compõe uma linguagem mais
regionalizada. Sem o uso de regras gramaticais básicas e, em várias, oportunidades sem preocupação
com a estrutura (sujeito-verbo-predicado).
11 - Ao dialogar com parentes ou amigos, não há a preocupação de falar o que se dita como correto.
A norma padrão da língua portuguesa é deixada de lado. Afinal, ninguém vai se importar com próclise,
ênclise e mesóclise durante um papo descontraído, certo? A oralidade tem uma marcação muito
pontual. Ela utiliza de gírias, abreviações, erros de concordância, prosódias e expressões
desprestigiadas. Com o advento da internet, até mesmo uma forma de escrita angariou as
características da oralidade. Se no percurso inicial da internet os emails tinham um caráter mais
formal, tal como uma carta, as conversas por rede social ignoram-na. Por se tratar de um momento
de completa descontração, a oralidade se soma à “escrita”. No entanto, caem as normas, eleva-se a
informalidade.
12 - Características da oralidade
A linguagem oral, de forma alguma, pode ser considerada errada. Ela é uma variação linguística.
Utilizada sob determinados contextos, a fala é um recurso mais prático, rápido e seu objetivo é um
só: transmitir uma mensagem. Dessa maneira, a oralidade explora algumas características próprias,
tais como:
a) Ideia de maior proximidade entre locutor e receptor;
b) Relação direta entre falantes;
c) Contexto interfere;
d) Uso de recursos extralinguísticos, tais como: gestos, expressões faciais, postura, entonação;
e) Possibilidade de refazer a mensagem, caso não seja interpretada adequadamente;
f) Transmissão maior de ideias, reflexões e emoções;
g) Preocupação maior com a assimilação da mensagem do que a forma que ela será transmitida;
h) Características da escrita
13 - A linguagem escrita se poda na formalidade e no caráter culto. Seguindo as normas padrão da
língua portuguesa ela não pode, jamais, ser considerada “mais certa” que a oralidade. A verdade é que
ambas apresentam características próprias, situações ideais de uso e contextos a serem adotadas. A
oralidade e escrita são necessárias sempre. Dessa forma, a escrita terá as seguintes características:
a) Segue as normas cultas de linguagem padrão do idioma;
b) Objetividade e clareza nas ideias;
c) Registro documental;
d) Rigor gramatical;
e) Apuração do vocabulário;
f) Exigência de elaboração e esforço de apresentação;
g) Busca evitar a ambiguidade;
h) Prevê questionamentos e explora abrangência nas ideias para sanar dúvidas;

Formas de Enunciação
14 – O termo enunciação refere-se à atividade social e interacional por meio da qual a língua é
colocada em funcionamento por um enunciador (aquele que fala ou escreve), tendo em vista um
enunciatário (aquele para quem se fala ou se escreve). O produto da enunciação é chamado
enunciado. No campo dos estudos da linguagem, assim como tantas outras noções, a de enunciação
apresenta variações na forma como é definida, conforme a abordagem teórica em que seja tomada.
Bakhtin, Benveniste e Ducrot estão entre os autores mais citados relativamente a essa noção. A
despeito das variações no modo como essa concepção é tratada teoricamente, normalmente ela é
tomada em relação direta com a noção de enunciado, pois, sem o dizer, ou seja, sem a enunciação,
não há o dito, isto é, não há o enunciado. A compreensão do enunciado – oral, escrito ou organizado
por meio de múltiplas semioses (linguagens) – pressupõe sempre a situação de enunciação. É dela
que vêm as orientações para o sentido do enunciado: (i) quem enuncia (seu papel social e
conhecimentos partilhados com o enunciatário); (ii) a quem se dirige (seu papel social e
conhecimentos partilhados com o enunciador), (iii) onde ocorre (lugar físico: sala de aula, cantina, p.
ex.; espaço institucional: escola, tribunal, igreja, p. ex.); (iv) quando ocorre, entre inúmeras outras
condições. Isso significa, ainda, que o enunciado, embora se revele em uma materialidade linguística,
pois dela depende, não é uma realidade da língua; é uma realidade do discurso. Isso garante que uma
oração como “Você veio de carro hoje?”, por exemplo, uma vez materializada em um enunciado,
possa ser compreendida de diferentes formas. Assim, quando a mãe de um aluno pergunta à
professora “Você veio de carro hoje?”, esse enunciado, para ser compreendido, dependerá, além de
conhecimentos linguísticos, dos diferentes fatores contextuais que integram a situação de enunciação.
Tais fatores é que determinarão que o enunciado seja interpretado, dentre outras opções de sentido
que podem ser projetadas, (i) como uma oferta de carona da mãe à professora, (ii) como um pedido
de carona da mãe à professora ou, ainda, (iii) como indício de que a mãe quer avaliar se a professora
tem como transportar para casa um grande pacote. O sentido do enunciado depende, portanto, do
contexto da enunciação. Esses e outros aspectos devem ser considerados no trabalho com o texto
em sala de aula, de forma que os alunos sejam levados a: (i) reconhecer diferentes formas de
enunciados, conforme a natureza dos enunciadores nos textos lidos (narrador, personagens, autor de
livro didático, jornalista ou outros), (ii) identificar as marcas linguísticas que sinalizam esses
enunciadores nos textos, bem como os enunciatários ali construídos e (iii) recorrer a diferentes
elementos da situação de enunciação para produzir sentido.
15 – Estratégias de impessoalidade e marcas de opinião em um texto:
a) Uso do sujeito no plural;
b) Ocultar o agente empregando frases impessoais;
c) Uso gramatical do sujeito indeterminado;
d) Emprego de agentes inanimados;
e) Uso da voz passiva.
16 – Espaço: trata-se do local onde se passa a narrativa. As ações podem se desenrolar em um espaço
físico, em um espaço social ou em um espaço psicológico.
17 - Tempo: o tempo se refere à duração das ações da narrativa e desenrolar dos fatos na história.
Ele pode ser cronológico, quando se trata de acontecimentos marcados pelas horas, dias e anos, ou
pode ser psicológico, quando se refere às lembranças e às vivências das personagens. 18 – vozes
18 – Discurso direto – menciona a fala das personagens de maneira exata, sem que o narrador tenha
participação.
19 - Discurso indireto – as falas das personagens são reproduzidas pelo narrador utilizando suas
próprias palavras.
20 - Discurso indireto livre – é uma mistura de discurso direto com discurso indireto, de forma que
os acontecimentos são inseridos na voz do narrador e na fala direta das personagens,
simultaneamente.
21 - Voz ativa - A voz ativa é usada quando o sujeito gramatical pratica a ação verbal. Indica, assim,
que o sujeito gramatical é o agente da ação.
22 – Voz passiva - A voz passiva é usada quando o sujeito gramatical sofre a ação verbal. Indica,
assim, que o sujeito gramatical é o paciente de uma ação que é praticada pelo agente da passiva.
Conforme o seu processo de formação, a voz passiva pode ser classificada em voz passiva analítica e
voz passiva sintética.
23 - Voz passiva analítica - Na voz passiva analítica, as frases apresentam a seguinte estrutura:
sujeito paciente + verbo auxiliar + particípio + preposição + agente da passiva
24 – Voz passiva sintética - Na voz passiva sintética, as frases apresentam a seguinte estrutura:
verbo transitivo + pronome se + sujeito paciente
25 – Voz reflexiva - A voz reflexiva é usada quando o sujeito gramatical pratica e sofre a ação verbal.
Indica, assim, que o sujeito gramatical é ao mesmo tempo o agente e o paciente da ação. Apresenta,
obrigatoriamente, um pronome oblíquo reflexivo (me, te, se, nos, vos, se). Na frase na voz reflexiva
“Meu irmão criou-se sozinho.” podemos verificar que o sujeito (meu irmão) realiza a ação indicada
pelo verbo, mas que também sofre essa ação (criou-se = a si mesmo).
26 - A voz reflexiva é considerada recíproca quando estão presentes dois sujeitos que praticam e
sofrem a ação um do outro.
27 - Conversão da voz ativa na voz passiva: na passagem da voz ativa para a voz passiva ocorrem
algumas mudanças. As alterações que ocorrem são diferentes na voz passiva analítica e na voz passiva
sintética.
28 - Conversão da voz ativa na voz passiva analítica:
O sujeito se transforma em agente da passiva.
O objeto direto se transforma no sujeito da passiva.
O verbo transitivo se transforma em locução verbal.

Voz ativa: O diretor alterou o horário de funcionamento da empresa.


O sujeito (o diretor) passa para agente da passiva (pelo diretor).
O verbo transitivo (alterou) passa para locução verbal (foi alterado).
O objeto direto (o horário de funcionamento da empresa) passa para sujeito da passiva, iniciando a
frase.
Voz passiva analítica: O horário de funcionamento da empresa foi alterado pelo diretor.

29 - Conversão da voz ativa na voz passiva sintética:


O objeto direto se transforma no sujeito da passiva.
O sujeito se transforma na partícula apassivadora se.
Não há agente da passiva e o verbo transitivo mantém-se.
Voz ativa: O diretor alterou o horário de funcionamento da empresa.
O sujeito (o diretor) passa para partícula apassivadora (se).
Não há agente da passiva e o verbo transitivo mantém-se.
O objeto direto (o horário de funcionamento da empresa) passa para sujeito da passiva, iniciando a
frase.
Voz passiva sintética: Alterou-se o horário de funcionamento da empresa.

30 - Exemplo de conversão da voz ativa na voz passiva analítica e sintética


Voz ativa: Tatiana rasgou o cheque.
Voz passiva analítica: O cheque foi rasgado por Tatiana.
Voz passiva sintética: Rasgou-se o cheque.

Voz ativa: Eu faço artesanato.


Voz passiva analítica: Artesanato é feito por mim.
Voz passiva sintética: Faz-se artesanato.

Voz ativa: O vendedor apresentaria o produto à direção.


Voz passiva analítica: O produto seria apresentado à direção pelo vendedor.
Voz passiva sintética: Apresentar-se-ia o produto à direção.

31 – Designa-se por inferência a operação mental pela qual obtemos de uma ou mais proposições
outra ou outras que nela(s) estava(m) já implicitamente contida(s). As inferências podem ser divididas
em dois tipos: imediatas e mediatas.
a) A inferência imediata consiste em extrair de uma só proposição outra proposição, à qual se atribui
o valor de verdade ou falsidade. A inferência imediata pode ser obtida por oposição ou conversão.
b) A inferência mediata consiste numa conclusão obtida a partir de duas ou mais proposições. Este
tipo de inferências pode ser de três tipos: analógicas, indutivas e dedutivas.
32 – Pressupostos e subentendidos são informações implícitas num texto, não expressas
formalmente, apenas sugeridas por marcas linguísticas ou pelo contexto. Cabe ao leitor, numa leitura
proficiente, ir além da informação que se encontra explícita, identificando e compreendendo as
informações implícitas, ou seja, lendo nas entrelinhas. Os pressupostos são de mais fácil identificação,
estando sugeridos no texto. Os subentendidos são deduzidos pelo leitor, sendo da sua
responsabilidade.
33 - Os pressupostos são informações implícitas adicionais, facilmente compreendidas devido a
palavras ou expressões presentes na frase que permitem ao leitor compreender essa informação
implícita. O enunciado depende dessa pressuposição para que faça sentido. Assim, o pressuposto é
verdadeiro e irrefutável.
34 - Os subentendidos são insinuações, informações escondidas, dependentes da interpretação do
leitor. Não possuem marca linguística, sendo deduzidos através do contexto comunicacional e do
conhecimento que os destinatários têm do mundo. Podem ser ou não verdadeiros e podem ser
facilmente negados, visto serem unicamente da responsabilidade de quem interpreta a frase.

Métodos de Argumentação

35 – A dedução é um método de raciocínio que tem como objetivo comprovar ou demonstrar uma
teoria geral. Na lógica, a dedução serve como comprovação da validade de argumento. Assim, todos
os casos particulares estarão submetidos a uma regra geral (universal). Na dedução, a regra ou teoria
é hierarquicamente superior aos dados coletados. Na filosofia, o método dedutivo é encontrado na
corrente do racionalismo. Nela, a razão é o fundamento de todo o conhecimento válido. A partir
desse conhecimento que se inicia na razão, há a interpretação dos dados sensíveis.
36 - A indução é um método de raciocínio que parte de dados particulares para a definição de uma
regra geral. A indução tem como objetivo analisar padrões e definir regras gerais aplicáveis. Ao
contrário da dedução, na indução, a regra se encontra submetida aos dados. Não há uma verdade
fundamental, e sim, uma certeza parcial comprovada estatisticamente a partir dos dados coletados.
Na filosofia, o método indutivo é próprio da corrente de pensamento empirista. Segundo o
empirismo, a experiência e os dados sensíveis são o fundamento da realidade, cabe ao pensamento
organizá-los e estabelecer certezas baseadas nesses dados.

Frase, Suas Espécies e Funções Interacionais

37 – Tipos de Frases:
a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor da mensagem. São
empregadas quando se deseja obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou
indireta. Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta) Desejo saber se você aceita um
copo de suco. (Interrogação indireta)
b) Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma ordem, um conselho
ou faz um pedido, utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmativas ou
negativas. Faça-o entrar no carro! (Afirmativa) Não faça isso. (Negativa) Dê-me uma
ajudinha com isso! (Afirmativa)
c) Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado afetivo.
Apresentam entoação ligeiramente prolongada. Por Exemplo: Que prova difícil! É uma
delícia esse bolo!
d) Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo de frase informa
ou declara alguma coisa. Podem ser afirmativas ou negativas. Obrigaram o rapaz a sair.
(Afirmativa) Ela não está em casa. (Negativa)
e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo. Por Exemplo: Deus te acompanhe!
Bons ventos o levem!
38 – Teoria dos Atos de Fala:
a) Ato ilocutório assertivo: ato de fala que o locutor realiza pela pronunciação de um enunciado
que implica um certo comprometimento com o valor relativo de verdade/ falsidade,
ocorrendo em frases com verbos assertivos e expressões verbais. Exs.: O Pedro faz anos no
dia 20 de maio. O João está a ler um livro na esplanada
b) Ato ilocutório diretivo: atos de fala a partir dos quais o locutor pretende levar o alocutário a
fazer ou a dizer alguma coisa. Estão-lhe associados verbos como convidar, pedir, requerer,
ordenar. Os enunciados produzidos com intenção de levar o alocutário a realizar algo,
ocorrem mais frequentemente em frases imperativas, interrogativas, com verbos exortativos
e de inquirição. Exs.: Põe a mesa! Fiquem para o jantar!
c) Ato ilocutório compromissivo: ato de fala que o locutor realiza com a intenção de se
comprometer a realizar uma determinada ação no futuro. Ex.: Ligo-te mal chegue a casa.
[Ato de fala que implica uma promessa]
d) Ato ilocutório expressivo: ato de fala em que locutor pretende exprimir os seus sentimentos
ou emoções face ao estado de coisas representado pelo conteúdo proposicional do
enunciado produzido. Exs.: Os meus pêsames! Bem-haja!
e) Ato ilocutório declarativo: ato de fala que institui ou altera um estado de coisas pela simples
declaração de que elas existem. Está associado a rituais, como o casamento ou o batismo.
Estes atos declarativos têm de obedecer às regras linguísticas específicas da instituição em
questão (igreja, tribunal, estado) e os papéis sociais do locutor e do alocutário estão bem
definidos. Ex.: Declaro-vos marido e mulher. [Neste ato de fala está pré-estabelecido que o
padre desempenha o papel de locutor e os noivos o de alocutários]
f) Ato ilocutório declarativo assertivo: ato ilocutório declarativo em que o locutor tem
autoridade específica, por exemplo, para excluir ou aceitar alguém num concurso, declarar
alguém inapto para o serviço militar. Assim, estes atos de fala são, simultaneamente,
asserções e declarações.
g) Ato ilocutório indireto: ato de fala em que o locutor tem a intenção de dizer algo diferente
daquilo que expressa, contando com a capacidade do alocutário em reconhecer o objetivo
ilocutório do enunciado. Exemplo: A: - Está frio! B: Já fecho a janela. O enunciado "Está
frio!", apesar de parecer tratar-se apenas de uma asserção deve, em certas circunstâncias ser
interpretado como um pedido, pois na pronunciação deste ato ilocutório indireto o locutor
pode ter a intenção de levar o alocutário a fechar uma janela.

Sintaxe do Período

39 - O sujeito é alguém ou alguma coisa sobre a qual é dada uma informação. Por exemplo: Uma
pessoa ligou, mas não quis se identificar. (Sujeito: uma pessoa) O sujeito pode ser: determinado ou
indeterminado, simples ou composto e inexistente.
40 - Os sujeitos podem ser determinados ou indeterminados, mediante a condição de poder ser ou
não ser identificados. Quando identificados, são sujeitos determinados (A Ana acabou de chegar. -
sujeito determinado: A Ana). Quando não identificado, são sujeitos indeterminados (Estão chamando
aí à porta.). Quando o sujeito determinado pode ser facilmente identificado pela sua forma verbal,
ocorre sujeito determinado oculto (Agi conforme suas orientações. - sujeito determinado oculto: eu
(eu agi...).
41 - Os sujeitos determinados podem ser simples ou compostos, conforme contenham um ou mais
núcleos - termos mais importantes do sujeito. Quando apresenta apenas um núcleo, são sujeitos
determinados simples (Os livros estão na prateleira. - sujeito determinado simples: os livros, cujo
núcleo é “livros”). Quando apresenta dois ou mais núcleos, são sujeitos determinados compostos (O
Caderno, três lápis e uma borracha estão na mochila. - sujeito determinado composto: O Caderno,
três lápis e uma borracha, cujos núcleos são “caderno, lápis, borracha”).
42 - Os sujeitos podem ser inexistentes quando a oração é composta apenas pelo predicado (Está um
calor! - oração sem sujeito).
43 - O predicado é a informação que se dá sobre o sujeito. Ao identificar o sujeito da oração, todo o
resto faz parte do predicado. Por exemplo: Uma pessoa ligou, mas não quis se identificar. (Sujeito:
uma pessoa. Predicado: ligou, mas não quis se identificar) O predicado pode ser: verbal, nominal e
verbo-nominal.
44 - O predicado pode ser verbal quando o seu núcleo (parte principal do predicado) é um verbo que
expressa uma ação (O velhinho contou uma história. - predicado: contou uma história, cujo núcleo é
“contou”). Quando o verbo, ou núcleo do predicado verbal, tem sentido completo e não precisa de
complemento, ele é verbo intransitivo (A vítima morreu.- predicado: morreu, cujo núcleo é “morreu”
- predicado verbal: verbo intransitivo). Quando o verbo, ou núcleo do predicado verbal, precisa de
complemento, porque não tem sentido completo, ele é verbo transitivo (Vou preparar o jantar. -
predicado: preparar o jantar, cujo núcleo é “preparar” - predicado verbal: verbo transitivo).
45 - O predicado pode ser nominal quando o seu núcleo (parte principal do predicado) é um nome e
o seu verbo é de ligação, ou seja, que expressa um estado (Esta matéria é extensa. - predicado: é
extensa, cujo núcleo é “extensa”).
46 - O predicado pode ser verbo-nominal quando apresenta dois núcleos (parte principal do
predicado), um núcleo verbal e um núcleo nominal (As crianças chegaram felizes. - predicado:
chegaram felizes, cujo núcleo é “chegaram” e (“estavam”) felizes).
47 - Os termos integrantes são os termos que servem para completar o sentido de outros termos da
oração. Os termos integrantes são três: complementos verbais, complemento nominal e agente da
passiva.
48 - Complementos verbais - Com a função de completar o sentido dos verbos, os complementos
verbais podem ser: objeto direto e objeto indireto.
49 - Os complementos verbais podem ser objeto direto, quando o complemento não é ligado ao
verbo através de preposição obrigatória (O poeta recitou poemas. - predicado verbal: recitou poemas,
cujo núcleo é “recitou” - complemento verbal objeto direto: poemas).
50 - Os complementos verbais podem ser objeto indireto, quando o complemento é ligado ao verbo
através de preposição obrigatória (O doente precisa de cuidados. - predicado verbal: precisa de
cuidados, cujo núcleo é “precisa” - complemento verbal objeto indireto: de cuidados).
51 - O complemento nominal é o termo utilizado para completar o sentido de um nome, que pode
ser um substantivo, um adjetivo ou um advérbio. Por exemplo: Os idosos têm necessidade de afeto.
(Complemento nominal: "de afeto", pois completa o sentido do substantivo “necessidade".)
52 - O agente da passiva é o termo que indica quem executa a ação, na voz passiva, e vem sempre
seguido de preposição. Por exemplo: O bolo foi feito por mim. (Agente da passiva: por mim)
53 - Os termos acessórios são os termos que servem para acrescentar uma informação, mas que se
forem excluídos da oração não afetam o seu sentido.
54 - Os termos acessórios são quatro: adjunto adnominal, adjunto adverbial, aposto e vocativo.
55 - O adjunto adnominal é o termo utilizado para caracterizar um substantivo através de adjetivos,
artigos, numerais, pronomes ou locuções adjetivas. Por exemplo: O homem educado cedeu a sua
cadeira à senhora de idade. (Adjuntos adnominais: o, educado, a, sua, de idade)
56 - O adjunto adverbial é o termo que é utilizado para modificar um verbo ou intensificar o sentido
de um verbo, de um advérbio ou de um adjetivo. Por exemplo: Canta lindamente. (Adjunto adverbial:
lindamente).
57 - O aposto é o termo que tem a função de explicar, ampliar outro termo. Por exemplo: Sábado,
dia sete, não haverá aula de música. (Aposto: dia sete)
58 - O vocativo é o termo utilizado para atrair a atenção do interlocutor. Por exemplo: Senhora, não
esqueça o seu saquinho. (Vocativo: senhora)
59 - Orações coordenadas são orações que estão ligadas uma à outra, mas que não exercem funções
sintáticas entre si. Essas orações são conectadas por conjunções ou vírgulas, e são independentes
umas das outras, podendo ser compreendidas separadamente.
60 - As orações coordenadas podem ser classificadas em orações assindéticas e sindéticas.
61 - As orações coordenadas assindéticas são orações que não são conectadas por nenhum conectivo,
sendo separadas por vírgulas.
62 - As orações coordenadas sindéticas são orações que são ligadas por meio de uma conjunções
coordenativas. Elas podem ser classificadas em:
Aditivas - As orações exprimem uma ideia de adição à oração anterior.
Exemplos: Gosto de comer e assistir séries.
Adversativas - As orações expressam uma ideia de oposição à oração anterior. O uso de vírgulas
nessas orações é obrigatório
Exemplo: Eu queria ir com ele, porém estava ocupada;
Alternativas - As orações exprimem a ideia de alternância em relação à oração anterior. O uso de
vírgulas é obrigatório entre as orações, mas caso haja somente uma oração sindética alternativa, o uso
é opcional.
Exemplo: Ou você fala rápido ou eu vou embora.
Conclusivas - As orações expressam a ideia de conclusão de uma ideia transmitida na oração anterior.
O uso de vírgulas é obrigatório.
Exemplo: Estão juntos há muito tempo, portanto, devem se casar em breve;
Explicativas - As orações explicam uma ideia transmitida na oração anterior. O uso de vírgulas nesse
caso é obrigatório.
Exemplo: Não quis ir com ele porque estava cansada.
63 - Orações subordinadas são orações que exercem uma função sintática em relação às oração
principal, sendo dependente delas e completando o seu significado.
Exemplo: A menina disse que chegaria em breve.
No exemplo acima, a oração “que chegaria em breve” está completando o sentido do verbo transitivo
direto “disse”, portanto esta oração exerce função sintática de objeto direto. Essa oração é
considerada uma oração subordinada substantiva objetiva direta.
64 - As orações subordinadas podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais.
As orações subordinadas substantivas exercem o papel de substantivo e podem ser encontradas nas
frases com funções sintáticas de sujeito, predicado nominal, objeto direto, objeto indireto,
complemento nominal, ou aposto.
Oração subordinada substantiva subjetiva - A oração desempenha a função de sujeito da oração
principal.
Exemplo: Não era permitida a entrada de crianças naquele lugar.
Oração subordinada substantiva objetiva direta - A oração exerce a função de objeto direto, que
complementa um verbo transitivo direto e não leva preposição.
Exemplo: Ele aguarda que você venha.
Oração subordinada substantiva objetiva indireta - A oração exerce função de objeto indireto,
que complementa um verbo transitivo indireto e leva uma preposição.
Exemplo: Ele precisa de que todos estejam presentes.
Oração subordinada substantiva completiva nominal - A oração exerce a função de
complemento nominal. Sua função pode ser confundida com a do objeto indireto, pois também é
acompanhado por uma preposição. No entanto, o complemento nominal completa um nome,
enquanto o objeto indireto completa um verbo.
Exemplos: Tenho fé de que as coisas irão melhorar.
Oração subordinada substantiva predicativa - Ela exerce a função de predicativo do sujeito da
oração principal. O predicativo é o termo que complementa o sujeito de uma oração ao atribuir uma
qualidade a ele, e sempre é seguido de um verbo de ligação, que indica um estado (ser, estar, parecer,
ficar etc.). Esse tipo de oração sempre aparece na estrutura sujeito + verbo de ligação + oração
subordinada substantiva predicativa.
Exemplo: A verdade é que eu sempre estive certa.
Oração subordinada substantiva apositiva - A oração exerce função de aposto, que explica ou
especifica melhor um termo anterior. A oração subordinada substantiva apositiva geralmente vem
depois de dois-pontos.
Exemplo: Ele fez um pedido: que parasse de me preocupar atoa.
65 - Orações subordinadas adjetivas são as orações que têm a função de atribuir características de um
termo da oração principal, exercendo a mesma função de um adjetivo.
Exemplo:
Admiro pessoas que são boas.
66 - Oração subordinada adjetiva explicativa - A oração adiciona uma informação acessória que
explica um conceito já definido. Aparece separada por vírgulas e pode ser retirada sem que haja
modificação em seu sentido. Exemplos: Meu gato, que é preto e branco, dorme o dia inteiro.
67 - Oração subordinada adjetiva restritiva - A oração se refere a um termo específico da oração
principal e restringe o seu significado. Não são separadas por vírgulas e são fundamentais para que a
sentença seja compreendida. Exemplo: Ele é o único político que possui a aprovação de todos.
68 - Orações subordinadas adverbiais são as orações que exercem a função de adjunto adverbial, ou
seja, acompanham, modificam e caracterizam um verbo da oração principal. Essas orações sempre
são precedidas por conjunções subordinativas e podem acrescentar à oração principal circunstâncias
de tempo, modo, finalidade, causa, e muitas. À seguir, vamos conferir alguns exemplos de orações
subordinadas adverbiais.
Orações Subordinadas Adverbiais Causais - As orações subordinadas adverbiais causais
expressam a ideia de causa ou motivo do acontecimento da oração principal.
Conjunções utilizadas: porque, que, porquanto, visto que, uma vez que, já que, pois que, desde que,
como.
Exemplos: Não fui até lá porque estava chovendo;

Fui junto com ele uma vez que já tínhamos ido uma vez.

Orações Subordinadas Adverbiais Comparativas - As orações subordinadas adverbiais


comparativas expressam a ideia de comparação.

Conjunções utilizadas: como, assim como, tal como, como se, (tão)… como, tanto como, tanto
quanto, do que, quanto, tal, qual, tal qual, que nem, que (combinado com menos ou mais).

Exemplos: Ela é tão bonita quanto sua irmã;


Juliano é mais trabalhador que Marcelo.
Orações Subordinadas Adverbiais Concessivas - As orações subordinadas adverbiais concessivas
expressam a ideia de permissão.
Conjunções utilizadas: embora, ainda que, apesar de que, se bem que, mesmo que, por mais que,
posto que, conquanto.
Exemplos: Fui à festa embora estivesse cansada;
Ajudei ao Bruno apesar de que estava chateada com ele.
Orações Subordinadas Adverbiais Condicionais - As orações subordinadas adverbiais
condicionais expressam a ideia de condição.
Conjunções utilizadas: se, caso, contanto que, salvo se, a não ser que, desde que, a menos que, sem
que.
Exemplos: Vou ajudá-lo contanto que me peça desculpas;
Não vou até lá a não ser que melhore da gripe.
Orações Subordinadas Adverbiais Conformativas - As orações subordinadas adverbiais
conformativas expressam a ideia de conformidade.
Conjunções utilizadas: conforme, como, consoante, segundo.
Exemplos: Entregamos os relatórios conforme as orientações passadas;
Fiz tudo segundo o que você havia me dito.
Orações Subordinadas Adverbiais Consecutivas - As orações subordinadas adverbiais
consecutivas expressam a ideia de consequência.
Conjunções utilizadas: que, tanto que, tão que, tal que , tamanho que, de forma que, de modo que,
de sorte que, de tal forma que.
Exemplos: Ele me estressou tanto que fui embora de lá;
Adiantei todo o meu serviço de forma que consegui terminar antes do horário;
Orações Subordinadas Adverbiais Finais - As orações subordinadas adverbiais finais expressam
a ideia de finalidade.
Conjunções utilizadas: a fim de que, para que, que, porque (significando “para que”).
Exemplos: Adiantei todo o meu trabalho a fim de que pudesse sair antes do horário;
Eu fui até lá para que ele pudesse me contar a verdade.
Orações Subordinadas Adverbiais Temporais - As orações subordinadas adverbiais temporais
expressam a ideia de circunstância de tempo.

Conjunções utilizadas: quando, enquanto, antes que, depois que, logo que, todas as vezes que, desde
que, sempre que, assim que, agora que, mal (significando “assim que”).

Exemplos: Ele está adiando desde que lhe falei semana passada;

Vou fazer minhas tarefas de casa enquanto vocês enrolam.

Aprenda também o que são advérbios.

Orações Subordinadas Adverbiais Proporcionais - As orações subordinadas adverbiais


proporcionais expressam a ideia de proporção.

Conjunções utilizadas: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais… mais, quanto
menos… menos.

Exemplos: Quanto mais você fala, mais eu me estresso;

Vou te enviar à medida em que vou terminando.

Formas de Articulação de Ideias

69 – Causalidade - A causalidade é aquela que representa o motivo, a causa, pela qual uma ação
aconteceu. A principal conjunção utilizada é o ‘porque’, entretanto, no próprio texto pode não haver
uma conjunção e aí será necessário compreender o sentido de causa e efeito por si só, conforme o
contexto. Exemplo: "Porque/como/visto que estava doente, fui na farmácia".
70 – Consequência - A consequência é o efeito que é declarado na oração principal. Geralmente,
utiliza-se apenas a conjunção ‘que’ para exprimir essa relação, como em: "Estava com tanta sede que
bebi muitos litros de água".
71 – Condição - As relações condicionais são aquelas que expressam uma imposição para que algo
aconteça. É necessário impor para que seja realizado ou não. A conjunção mais conhecida da
condição é a partícula ‘se’, que já indica a probabilidade. Exemplo: "Se todo mundo concordar, libero
a festa".
72 – Concessão - Para o concurseiro não esquecer jamais o que indica concessão, tenha em mente a
palavra contraste, porque é esse tipo de simbologia que essa relação lógica-discursiva oferece. É na
concessão que acontece contradição, por exemplo, nesta frase: "Eu irei, mesmo que ela não vá".
73 – Comparação - Para essa relação, utiliza-se muito a conjunção ‘como’, para estabelecer uma
comparação entre os elementos e pelas ações que serão proferidas na oração principal. Olhe um
exemplo: "Ele come como um leão". Mesmo que haja uma metáfora inserida, a comparação ainda
existe metaforicamente, indicando o quanto a pessoa se alimenta bem, por exemplo.
74 – Conformidade - A conformidade é aquela relação em que só poderá realizar um fato se seguir
uma regra, uma norma, conforme como se pede. Pode-se utilizar “Segundo”, “De acordo”,
“Conforme”. Exemplo: "Conforme foi dito, realizei a tarefa".
75 – Temporalidade - É no tempo que conseguimos exprimir as noções de posterioridade e
anterioridade, além de simultaneidade. É o fato que pode expressar essa causa de tempo, que
geralmente está acompanhado pela expressão ‘quando’. Por exemplo: "Sempre que acontece isso,
você fica assim" (expressa a condição do tempo, do que aconteceu).
76 – Finalidade - A finalidade é aquilo que você responde: qual o objetivo da ação? A onde você quer
chegar? Através da construção ‘a fim de que’, ‘para que’, você consegue exprimir essa relação lógica-
discursiva, como acontece no período a seguir: "Fui viajar, para que pudesse esquecer de você".
77 – Outros pontos do edital: fato e opinião (distinções); conclusão; comparação, exemplificação,
enumeração, generalização, particularização, gradação, ênfase e contra argumentação.

Coesão Textual

78 - A anáfora faz referência a um termo ou expressão citado anteriormente no texto. Ou seja, ela é
utilizada para a retomada de algo. Exemplo: “O presidente recusou-se a falar com a imprensa. Criticá-
lo apenas fez com que a comunicação fosse prejudicada.” — nesse caso, o pronome oblíquo “lo”
retoma “presidente”
79 - Já a catáfora faz referência a um termo que será citado posteriormente no texto. Fica mais fácil
de entender visualizando os exemplos: “A reação da sociedade mediante a um possível novo aumento
dos preços quer dizer isto: indignação.” — aqui, o pronome demonstrativo “isto” referencia o termo
“indignação”.
80 - Coesão por referência: é um dos tipos mais utilizados em um texto. Graças a ela, evitamos
repetições de termos, descuido que pode tornar desagradável a leitura de um texto: Os alunos do
terceiro ano foram visitar o Museu da Língua Portuguesa. Eles foram acompanhados pelos
professores da escola.
81 - Coesão por substituição: são empregadas palavras e expressões que retomam termos já
enunciados através da anáfora. Observe o exemplo: Os alunos foram advertidos pelo mau
comportamento. Caso isso volte a acontecer, eles serão suspensos.
82 - Coesão por elipse: Ocorre por meio da omissão de uma ou mais palavras sem que isso
comprometa a clareza de ideias da oração: Maria faz o almoço e ao mesmo tempo ((MARIA))
conversa ao telefone com a amiga.
83 - Coesão por conjunção: Esse tipo de coesão possibilita relações entre os termos do texto através
do emprego adequado de conjunções: Como não consegui ingressos, não fui ao show, contudo, assisti
ao espetáculo pela televisão.

84 - Coesão lexical: ocorre por meio do emprego de sinônimos, pronomes, hipônimos ou


heterônimos. Observe o exemplo: Machado de Assis é considerado o maior escritor brasileiro. O
carioca nasceu no dia 21 de junho de 1839 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 29 de setembro de 1908.
Gênio maior de nossas letras, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras.

Coerência Textual

85 - A progressão temática é um procedimento utilizado pelos enunciadores para dar sequência a


seus textos, orais ou escritos. Ela consiste em fazer o texto avançar apresentando informações novas
sobre aquilo de que se fala, que é o tema. Um requisito para a construção do texto, conhecido por
todos os falantes, é que ele tenha unidade temática (mantenha ‘o fio da meada’), e, ao mesmo tempo,
apresente informações novas sobre o tema. Um texto sobre gripe, por exemplo, não pode mudar de
tema aleatoriamente e passar a tratar de furacão ou telefone celular. Mas, para ser aceito como texto,
precisa falar de diferentes aspectos da gripe: o que é, que riscos traz para o doente, quais são os meios
de contágio, o que se deve fazer para evitá-la, qual é o tratamento, etc. Assim, do ponto de vista
funcional, a organização e hierarquização das unidades semânticas do texto se concretizam por meio
de dois eixos de informação, denominados tema (tópico) e rema (comentário). Considera-se como
tema do enunciado o que se toma como base da comunicação, aquilo de que se fala, e como rema
aquilo que se diz sobre o tema. De modo geral, o tema é uma informação dada, já apresentada ao
ouvinte ou leitor, ou que pode ser facilmente inferida, depreendida por ele, a partir do contexto ou
do próprio texto. O rema apresenta informação nova que é introduzida no texto. O texto progride
pela articulação entre esses eixos de informação. É possível que mantenha um tema único e apresente
sobre ele vários remas, várias informações novas. Mas é possível, também, que o tema ou tópico
principal se desdobre em subtemas ou subtópicos, fazendo o texto avançar. Pode-se pensar a
progressão temática no plano global do texto – qual é o tema geral, como ele se desdobra em partes
ou parágrafos, de que aspecto trata cada um deles, introduzindo ou não novos subtemas. Mas pode-
se também apreender a progressão temática no modo como os temas e remas se encadeiam em frases
que se sucedem no texto. Por exemplo, quando o tema de uma frase passa a ser o rema da frase
seguinte e o rema desta passa a ser o tema da seguinte, tem-se a progressão temática linear, como
acontece no trecho: Coelho lembra Páscoa. Páscoa lembra chocolate (Páscoa, que faz parte do rema
na primeira frase, passa a ser o tema da segunda). Quando um mesmo tema é mantido em frases
sucessivas do texto, tem-se a progressão temática com tema constante, como na sequência: Os peixes-
bois são os únicos mamíferos aquáticos herbívoros. Eles vivem em águas rasas nas regiões
subtropicais e estão ameaçados de extinção. O tema dessa passagem é os peixes-bois, que é retomado
pelo pronome eles e por uma elipse na terceira oração: [eles, os peixes-bois] estão ameaçados de
extinção.
86 - A progressão textual é o processo pelo qual o texto se constrói, com a introdução de informação
nova, ligada à informação que já é do conhecimento do leitor ou que lhe é fornecida no próprio texto.
Num texto não pode haver apenas repetição de ideias. Tem que haver repetição e continuidade, tem
que haver retoma dos seus elementos conceptuais e formais, mas é preciso que apresente novas
informações a propósito dos elementos retomados: é este segundo aspecto que faz com que o texto
progrida. Explicando: Os conhecimentos prévios que quem lê um texto tem habilitam-no a poder
compreendê-lo. A informação que é dada no texto só é compreensível se o seu leitor tiver os
conhecimentos suficientes para poderem servir de base à nova informação que aí é veiculada. Por
outro lado, no próprio texto, são dados elementos que depois são retomados para se lhes ligar outra
informação: é a forma de o texto ir progredindo. Assim, opera-se a progressão textual com a
introdução de informação nova que vai estabelecendo relações de sentido com os conhecimentos
prévios do leitor e com segmentos do próprio texto, que vai fornecendo informação e interligando-
a. As relações entre a informação textualmente expressam e os conhecimentos prévios de quem lê
são estabelecidas com recurso à intertextualidade e a todo o contexto situacional. O estabelecimento
de relações entre os segmentos textuais leva à coesão textual, que se consegue por meio de um
conjunto de recursos utilizados no texto destinados à remissão para a informação já fornecida e à
progressão. A progressão consegue-se, assim, com os acréscimos semânticos a propósito dos
elementos retomados, com o acréscimo de comentários (informação nova sobre algo ou alguém) a
um tópico (informação dada: o assunto, a pessoa, a coisa) ou a transformação de comentários em
novos tópicos.

Significado Lexical e Suas Relações

87 - No estudo semântico, sinonímia acontece quando duas palavras com significados diferentes são
colocadas em um contexto em que passam a ser sinônimas. Isto quer dizer que não são palavras
sinônimas, mas dentro daquela determinada oração assume significados iguais.
88 - Antonímia é a relação que ocorre quando duas ou mais palavras não são necessariamente
contrárias, mas ao serem colocadas dentro de um contexto assumem sentido de antônimos.
89 – Hiperônimos são palavras que tem um sentido mais abrangente, ou seja, englobam um conjunto
de palavras relacionadas a ela e que estão dentro do mesmo grupo semântico.
90 – Hipônimos - Ao contrário do “hiper” que é algo mais amplo, “hipo” é mais restrito. Isto é, está
relacionado a elementos mais específicos dentro do conjunto dos hiperônimos.
91 - A polissemia acontece quando uma mesma palavra pode ser interpretada em diversos
significados, proporciona mais de um leitura.
92 - Ambiguidade anda ao lado da polissemia, porém a ambiguidade não está atrelada a vários
significados, mas sim as possíveis interpretações em uma frase. Isto é, ambiguidade está relacionada
ao duplo sentindo de uma sentença ou palavra, enquanto que a polissemia caracteriza-se pelos vários
significados de uma única palavra. Então, ambiguidade é a abertura que uma palavra ou oração pode
deixar para interpretações, a possibilidade de olhar por vários ângulos uma mesma coisa.
93 - Conotação é quando as palavras são aplicadas em um sentido figurado. Além de depender do
contexto em que estão inseridas.
94 - Denotação é o sentido real da palavra ou frase. Exatamente o contrário da função conotativa. É
o significado literal e original presente no dicionário.
95 – Figuras de linguagem:
a) A metáfora corre quando se faz qualquer comparação sem utilizar expressões que indiquem
que uma comparação está sendo feita (“como”, “tanto quanto”, “parece”, entre outras).
Exemplo: Você tem uma pedra dentro do peito. No exemplo, a metáfora serve para dizer
que a insensibilidade de alguém é como um coração tão duro quanto uma pedra.
b) A personificação ocorre quando se atribui características humanas àquilo que não é humano,
como objetos ou sentimentos. Eu podia ver o cansaço rastejando-se no chão e vindo em
minha direção. Na frase, atribui-se um corpo à sensação de cansaço, que se rasteja em direção
do eu-lírico.
c) A metonímia ocorre quando se substitui um termo por outro. Essa substituição, porém, é
feita pela proximidade de referências entre os dois termos. (a espécie mais comum envolve
empregar a parte para significar o todo)
d) A ironia ocorre quando se expressa uma ideia por meio de uma construção que diz o oposto
do que realmente se quer dizer.
e) A hipérbole corresponde ao uso intencional de expressões muito exageradas para passar-se
uma ideia.
f) O eufemismo ocorre quando se utiliza expressões para atenuar uma ideia tida como agressiva
ou desagradável.
g) A antítese dá-se quando se utiliza duas palavras ou ideias com significados opostos.

Formação de Palavras

96 - Os vocábulos “primitivos” são as palavras que originam outras. Já as palavras “derivadas” são
aquelas que surgem a partir das palavras primitivas Exemplos: dente (primitiva) e dentista (derivada)
97 – Afixos: prefixos e sufixos.
98 - Os processos de derivação de palavras ocorrem de cinco maneiras sempre com um radical e os
afixos (sufixos e prefixos):
a) Derivação Prefixal (Prefixação): inclusão de prefixo à palavra primitiva, por exemplo: infeliz,
antebraço, enraizar, refazer, etc.
b) Derivação Sufixal (Sufixação): inclusão de sufixo à palavra primitiva, por exemplo: felicidade,
beleza, estudante, etc.
c) Derivação Prefixal-Sufixal: inclusão simultânea de um prefixo e um sufixo a uma só palavra:
deslealdade.
d) Derivação Parassintética (Parassíntese): inclusão de um prefixo e de um sufixo à palavra
primitiva, de forma simultânea. Porém a retirada de apenas um – prefixo ou sufixo - não
implica em uma palavra existente na língua portuguesa, por exemplo: entardecer, emagrecer,
engaiolar, etc.
e) Derivação Regressiva: redução da palavra derivada por meio da retirada de uma parte da
palavra primitiva, por exemplo: beijar-beijo, debater-debate, perder-perda, etc.
f) Derivação Imprópria: ocorre a mudança de classe gramatical da palavra, por exemplo, O
jantar estava muito bom (substantivo); Fui jantar ontem à noite com Luís. (verbo)
99 - Os processos de composição de palavras envolvem mais de dois radicais de palavras, sendo
classificadas em:
a) Justaposição: Na união dos termos, os radicais não sofrem qualquer alteração em sua
estrutura, por exemplo, surdo-mudo, guarda-chuva, abre-latas, etc.
b) Aglutinação: Na união dos termos, pelo menos um dos radicais sofre alteração em sua
estrutura, por exemplo, planalto (plano alto), vinagre (vinho e acre), etc.

Palavras Lexicais e Gramaticais


100 - Existem dois tipos básicos de palavras: aquelas que se referem a objetos e a eventos do mundo
real (ou de nossa imaginação) e outras que só existem para o funcionamento da língua. Dessa divisão
surgem as palavras lexicais e as gramaticais.
101 – Lexicais: cachorro, gato; gramaticais: contigo, assim, o.
102 – Classes gramaticais: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Pronome, Numeral, Verbo, Advérbio,
Preposição, Conjunção e Interjeição. Há também palavras que não se adequam a nenhuma dessas
classes, chamadas como palavras denotativas ou categorias discursivas.
103 – Perplexidades envolvendo palavras lexicais e gramaticais:
a) Substantivação dos Nomes Adjetivos - Alguns nomes adjetivos podem assumir a função de
substantivo. é bastante comum em nossa língua a mudança de classe gramatical. (o homem
velho – o velho)
b) Substantivos com valor de adjetivos - Quando um nome substantivo regente é caracterizado
por um outro nome substantivo, o termo regido adquire valor de adjetivo. Veja: O presidente
João Goulart (adj.), papo cabeça (adj.), Instituto Félix Pacheco (adj.).

Usos do Verbo

104 - O verbo é a palavra que indica ação, movimento, estado ou fenômeno meteorológico. Pode
sofrer variações de acordo com suas flexões. O verbo possui as flexões de: modo (indicativo,
subjuntivo e imperativo), tempo (presente, pretérito e futuro), número e pessoa (singular e plural) e
voz (ativa, passiva e reflexiva).
105 - O verbo apresenta flexão de número quando indica o singular ou o plural em sua forma.
Aparecem no singular quando se referem a uma única pessoa (eu corro/ ela corre) e no plural quando
é mais de uma pessoa (nós corremos, eles correm). Logo, os verbos se flexionam em número (singular
ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª).
106 - O modo verbal indica a atitude do falante em relação à ação que anuncia. (Eu arrependo/ eu
arrependi/ eu arrependerei).
a) Modo Indicativo: quando o falante tem a certeza de sua atitude; o fato é ou será uma
realidade.
Exemplos: Estudei muito para a prova.
Estudarei bastante para essa prova.
b) Modo Subjuntivo: quando o falante não tem certeza da atitude; o fato é duvidoso, incerto.
Há uma possibilidade de que aconteça.
Exemplos: Pode ser que eu estude hoje.
Se eu fosse você, estudaria.
c) Modo Imperativo: quando o falante expressa uma ordem, um pedido ou um conselho.
Exemplos: Não sejas tão indisciplinado!
Sê tu uma benção!

107 - Os tempos verbais são três: presente, pretérito e futuro.


a) Presente: tem relação com um fato ou ação que ocorre no momento em que se fala.
Exemplo: A professora está muito bonita hoje.
b) Pretérito: tem relação com um fato ou ação que ocorreu anterior à fala.
Exemplo: A professora estava muito bonita ontem.
c) Futuro: tem relação com um fato ou ação que irá ocorrer posterior à fala:
Exemplo: A professora estará mais bonita amanhã, pois é nossa formatura.
108 - A voz do verbo faz referência ao tipo de relação entre sujeito e verbo. Observe:
a) Voz ativa: acontece quando o sujeito pratica a ação; o sujeito é o agente da ação.
Exemplo: O aluno respondeu a pergunta da professora.
b) Voz passiva: acontece quando o sujeito sofre ação.
Exemplo: A pergunta da professora foi respondida pelo aluno.
109 - A voz passiva pode ser analítica, como no caso acima ou sintética, como no caso: Aluga-se
apartamento.
110 - Voz reflexiva: acontece quando o sujeito pratica e sofre a ação. Exemplo: O aluno cortou-se
com o estilete.
111 – Lembretes pessoais quanto aos tempos verbais:
a) O pretérito imperfeito é aquele que se refere a uma ação anterior ao momento da fala e que,
no tempo passado a que pertence, não foi finalizada, podendo ter sido, por exemplo,
interrompida por outro acontecimento. Exemplo: “Ele estava tomando banho quando sua
mãe chegou do supermercado.” (FALAVA – AVA)
b) O pretério-mais-que-perfeito é um tempo verbal empregado para indicar uma ação passada
que ocorreu antes de outra, também no passado. Ele é geralmente utilizado em situações
formais ou em textos literários. Exemplos de frases: Diogo falara de seus pais. (EU FALARA
– ARA)
c) O futuro do pretérito do indicativo se refere a um fato que poderia ter acontecido
posteriormente a uma situação passada. É utilizado também para indicar uma ação que é
consequente de outra, encontrando-se condicionada. Expressa ainda incerteza, surpresa e
indignação. (FALARIA – RIA)
d) Imperativo: segunda e terceira pessoa: FALA TU, FALE VOCÊ (Primeira conjugação – 2ª
e 3ª pessoas – A/E) MORRE TU, MORRA VOCÊ (Segunda conjugação - E/A) DORME
TU, DURMA VOCÊ (Terceira conjugação – E/A)

Usos do Nome

112 – Flexão de gênero em substantivos:


a) Biformes – quando muda-se a desinência para formarmos o feminino: conde – condessa
b) Uniforme – quando usamos a mesma palavra pra designar o masculino e o feminino.
113 – Espécies de substantivos uniformes:
a) Uniformes epicenos: só há uma palavra, usando desinência macho e fêmea para qualificar,
comum em plantas e animais: cobra (cobra-macho – cobra fêmea)
b) Uniformes sobrecomuns: só há uma palavra para designar ambos os gêneros: a criança
(sempre no feminino)
c) Comuns de dois gêneros: só há uma palavra, mas o artigo define o gênero: o dentista – a
dentista
114 – Regras capiciosas acerca flexão de número em substantivos:
a) Nos substantivos compostos vão para o plural: substantivos, adjetivos, pronomes e
numerais; ficam no singular: verbos, advérbios, interjeições e prefixos.
b) Exceções em substantivos compostos: Varia apenas o primeiro elemento quando há ligação
por preposição (pés de moleque); compostos substantivo-adjetivo quando o segundo
determina o primeiro (navios-escola). Varia apenas o segundo elemento quando há repetição
de palavras: corre-corres (porém se ambos forem verbos, ambos podem variar: corres-
corres)
c) Substantivos compostos com adjetivos reduzidos: como prefixos são invariáveis (bel-
prazeres); como sufixos são variáveis (altares-mores).
115 – Flexão de gênero e número em adjetivos:
a) Quanto ao gênero, sempre varia o último elemento. (camisa amarelo-clara)
b) Quanto ao número, varia apenas o último elemento, porém se o último elemento é um
substantivo esse fica invariável. (camisas amarelo-claras, camisas amarelo-ouro)
Elementos Não Verbais

116 - Todo ato comunicativo se dá pela ação da linguagem, que podem ser definidas como linguagem
verbal e não verbal. Em outras palavras, essas formas de linguagem são definidas como modalidades
comunicativas. Isso significa que será necessário a ação de um emissor e de um receptor, com o
intuito de receber ou transmitir uma mensagem.
a) Linguagem verbal: também chamada de linguagem verbalizada, é expressa por meio de
palavras escritas ou faladas.
b) Linguagem não verbal: utiliza signos visuais, como, por exemplo, os gestos, postura,
ilustrações, placas, músicas.
117 - Além dessas, uma outra forma de linguagem pode ser utilizada no dia a dia que é linguagem
mista, também conhecida como linguagem híbrida. Nela é possível encontrar as linguagens verbal e
não verbal juntas, com objetivo de passar uma única mensagem.

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