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HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA (ERA DAS REVOLUÇÕES)

TRABALHO TEXTO 3

Aluno: Leonardo de Martini da Costa

Apontem DIFERENÇAS e/ou SEMELHANÇAS na posição dos autores sobre:


A) a caracterização dos elementos básicos constituintes do nacionalismo;
Para o autor René Remond, o movimento das nacionalidades tem sua origem dos
diferentes grupos étnicos, linguísticos, históricos e culturais da Europa, sendo estes
grupos que mais tarde se denominariam nações; os movimentos sociais foram
responsáveis pela criação do termo “nacionalismo”, criando o sentimento de
saudosismo à pátria, à cultura nacional, à língua nacional e as tradições da nação. Deste
modo, durante o século XIX, historiadores, linguistas, filósofos, entre outros tipos de
intelectuais foram responsáveis por inserir e colaborar com este movimento em suas
obras.
“A Europa justapõe grupos linguísticos, étnicos, históricos, portanto,
de natureza e origem dessemelhantes, que se consideram nações.
Assim como o movimento operário nasceu ao mesmo tempo de uma
condição social, que constitui o dado objetivo do problema, e de uma
tomada de consciência dessa condição pelos interessados, o
movimento das nacionalidades supõe ao mesmo tempo a existência de
nacionalidades e o despertar do sentimento de que se faz parte dessas
nacionalidades.” (REMOND, 1997, p. 149-150)

Remond também aborda que o nacionalismo possui duas questões principais, sendo a
ideologia e a sociológica, estes responsáveis por inserir os interesses das nações, que
procuram o desenvolvimento cultural, político, econômico; deste modo a busca pela
unidade nacional se encontra na conquista destes interesses da nação. Remond utiliza
como exemplos o Zollverein, um acordo econômico realizado pela Prússia com os
Estado alemães para criar liberdade comercial entre as fronteiras germânicas, mas o
interesse principal da Prússia era criar uma esfera de influência sob os Estados alemães
para possibilitar sua unificação futuramente. Outro exemplo de interesses dentro dos
movimentos nacionalistas, está a questão da unificação italiana, apoiada principalmente
pela burguesia comercial e industrial que tinha grandes interesses na união dos Estados
italianos.
“Na Itália, é a burguesia comercial ou industrial que
deseja a unificação do país, pois vê nessa ideia a
possibilidade de um mercado maior e de um nível de
vida mais elevado”. (REMOND, 1997, p. 150)
Para os autores Frekerick Watkins e Isaac Kramnick, o nacionalismo é uma luta pelo
reconhecimento da nação, além do reconhecimento da sua cultura, língua e tradição; um
exemplo posto no texto é das guerras napoleônicas, onde o sentimentalismo nacionalista
surge nos povos conquistados pelo Império Frances, aflorando o sentimento patriota
principalmente nos povos alemães que não possuíam uma única nação germânica igual
os franceses e os ingleses, mas sim varias nações que se denominavam germânicas,
sendo as principais a Prússia e a Áustria.
“O nacionalismo apareceu pela primeira vez como uma força
claramente oposta ao cosmopolitismo no período subsequente
da resistência a Napoleão. A crescente hostilidade gerada
pelo imperialismo francês logo possibilitou às monarquias
tradicionais sobreviventes ganhar popularidade renovada.
Inspirados Por sentimentos nacionais, patriotas de todas as
partes da Alemanha passaram a unir-se em apoio à Prússia e à
Áustria, os mais poderosos e independentes dos Estados
alemães então existentes, e trabalharam no sentindo de
aumentar sua força.” (WATKINS, KRAMNICK, 1981, p. 38)

Deste nacionalismo em ascensão, podemos ver figuras importantes que lutavam pela
unificação e reconhecimento de seu povo, deste modo analisando o cenário italiano do
século XIX, onde assim como os povos germânicos, não possuía uma nação
principalmente italiana, sendo a Itália formada por diversos reinos e nações
independentes, não havendo um hegemonia e possuindo influência francesa e austríaca
que impedia sua unificação. Os autores utilizam como exemplo Giuseppe Mazzini, um
patriota italiano que buscava a unificação dos Estados italianos sob um único governo
nacional. Entretanto podemos perceber uma figura parecida no cenário alemão, com
Otto von Bismark, primeiro-ministro da Prússia, responsável pela unificação dos
Estados alemães através da vitória na guerra Franco-Prussiana.
Tendo em vista as características do nacionalismo, os autores Remond, Watkins e
Kramnick afirmam que o nacionalismo é um sentimento coletivo, de autodeterminação
de um povo em busca de unificar sua cultura sob a bandeira de uma única nação, com
sua soberania garantida e com sua cultura, língua, tradição e simbolismo assegurados
por esta nação unificada.

B) as relações do nacionalismo com as correntes radicais oriundas da Revolução e


com as tendências conservadoras, ou tradicionalistas, no século XIX.
Ambos os autores apontam que a Revolução Francesa, com a criação dos símbolos
nacionais, e o Império Frances liderado por Napoleão Bonaparte foi responsável pela
criação do patriotismo da população. Watkins e Kramnick apontam que o final do
Império de Napoleão foi o estopim para a questão das nacionalidades ascenderem na
Europa, com as duas principais unificações (italiana e alemã) surgindo nos locais onde
houve conflitos durantes as Guerras Napoleônicas. A característica importante para os
movimentos nacionalistas era a desconexão dos monarcas com a hereditariedade, pois
as populações agora adquiriram uma consciência nacional, e o discurso dos monarcas da
Europa se modifica, voltando sua figura para representantes da nação que governam.
“Quando Luís XVIII reconquistou o trono de seus ancestrais
Bourbons, a primeira declaração pública que fez, ao cruzar a fronteira,
foi “Mais um francês está voltando à França”. Este oportuno ato de
propaganda era um reconhecimento implícito do fato de que o direito
hereditário já não era suficiente e de que, daí por diante, seria
conveniente aos monarcas aparecer como representantes da nação.”
(WATKINS, KRAMNICK, 1981, p. 37)

Os movimentos radicais se tornaram um grande medo para as monarquias europeias e


através do Congresso de Viena, as nações Europeias se mobilizariam para impedir uma
segunda onda revolucionária. Outro aspecto importante citado pelos autores, foi a
absorção do nacionalismo por parte dos movimentos de direita, principalmente os
conservadores e tradicionalistas, com os monarcas europeus também se utilizando do
nacionalismo para associar suas figuras à nação que governavam, no sentido patriótico.
Os autores Watkins e Kramnick afirmam que os movimentos socialistas que surgiriam
em meados do século XIX, é uma clara resposta para o fracasso dos movimentos
liberais, já que o conservadorismo se tornou predominante na Europa. O liberalismo
buscava diminuir os poderes dos monarcas, decentralizar o Estado e criar um livre
mercado, entretanto estes objetivos favoreciam apenas as burguesias e não a grande
população, desta forma, após o fracasso liberal o movimento socialista ganha forma no
cenário Europeu.

“O liberalismo tivera seu auge no século XVIII; no século XIX o


socialismo surgiria como a nova onde do futuro. Na verdade, o século
XIX não produziu um equivalente socialista da Revolução Francesa e
quando uma revolução comparável ocorreu finalmente na Rússia, em
1917, poder-se-ia argumentar que o socialismo que então surgiu
estava modificado pela necessidade histórica.” (WATKINS,
KRAMNICK, 1981, p. 45)

Por fim, os autores definem que o nacionalismo é um sentimento que surge através dos
movimentos radicais oriundos da Revolução Francesa, se espalhando pela Europa
através das Guerras Napoleônicas. Desta forma, o nacionalismo foi incorporado aos
movimentos conservadores e tradicionais, a fim de firmar os governos monarquistas
europeus.

Em ambos os casos CITEM passagens dos textos que corroborem a argumentação


apresentada.

REFERENCIAS:
REMOND, René, O Século XIX, 1997, p. 149-163.
WATKINS, Frederick; KRAMNICK, Isaac, A Idade da Ideologia, 1981, p. 37-45.

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