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TRABALHO TEXTO 3
Remond também aborda que o nacionalismo possui duas questões principais, sendo a
ideologia e a sociológica, estes responsáveis por inserir os interesses das nações, que
procuram o desenvolvimento cultural, político, econômico; deste modo a busca pela
unidade nacional se encontra na conquista destes interesses da nação. Remond utiliza
como exemplos o Zollverein, um acordo econômico realizado pela Prússia com os
Estado alemães para criar liberdade comercial entre as fronteiras germânicas, mas o
interesse principal da Prússia era criar uma esfera de influência sob os Estados alemães
para possibilitar sua unificação futuramente. Outro exemplo de interesses dentro dos
movimentos nacionalistas, está a questão da unificação italiana, apoiada principalmente
pela burguesia comercial e industrial que tinha grandes interesses na união dos Estados
italianos.
“Na Itália, é a burguesia comercial ou industrial que
deseja a unificação do país, pois vê nessa ideia a
possibilidade de um mercado maior e de um nível de
vida mais elevado”. (REMOND, 1997, p. 150)
Para os autores Frekerick Watkins e Isaac Kramnick, o nacionalismo é uma luta pelo
reconhecimento da nação, além do reconhecimento da sua cultura, língua e tradição; um
exemplo posto no texto é das guerras napoleônicas, onde o sentimentalismo nacionalista
surge nos povos conquistados pelo Império Frances, aflorando o sentimento patriota
principalmente nos povos alemães que não possuíam uma única nação germânica igual
os franceses e os ingleses, mas sim varias nações que se denominavam germânicas,
sendo as principais a Prússia e a Áustria.
“O nacionalismo apareceu pela primeira vez como uma força
claramente oposta ao cosmopolitismo no período subsequente
da resistência a Napoleão. A crescente hostilidade gerada
pelo imperialismo francês logo possibilitou às monarquias
tradicionais sobreviventes ganhar popularidade renovada.
Inspirados Por sentimentos nacionais, patriotas de todas as
partes da Alemanha passaram a unir-se em apoio à Prússia e à
Áustria, os mais poderosos e independentes dos Estados
alemães então existentes, e trabalharam no sentindo de
aumentar sua força.” (WATKINS, KRAMNICK, 1981, p. 38)
Deste nacionalismo em ascensão, podemos ver figuras importantes que lutavam pela
unificação e reconhecimento de seu povo, deste modo analisando o cenário italiano do
século XIX, onde assim como os povos germânicos, não possuía uma nação
principalmente italiana, sendo a Itália formada por diversos reinos e nações
independentes, não havendo um hegemonia e possuindo influência francesa e austríaca
que impedia sua unificação. Os autores utilizam como exemplo Giuseppe Mazzini, um
patriota italiano que buscava a unificação dos Estados italianos sob um único governo
nacional. Entretanto podemos perceber uma figura parecida no cenário alemão, com
Otto von Bismark, primeiro-ministro da Prússia, responsável pela unificação dos
Estados alemães através da vitória na guerra Franco-Prussiana.
Tendo em vista as características do nacionalismo, os autores Remond, Watkins e
Kramnick afirmam que o nacionalismo é um sentimento coletivo, de autodeterminação
de um povo em busca de unificar sua cultura sob a bandeira de uma única nação, com
sua soberania garantida e com sua cultura, língua, tradição e simbolismo assegurados
por esta nação unificada.
Por fim, os autores definem que o nacionalismo é um sentimento que surge através dos
movimentos radicais oriundos da Revolução Francesa, se espalhando pela Europa
através das Guerras Napoleônicas. Desta forma, o nacionalismo foi incorporado aos
movimentos conservadores e tradicionais, a fim de firmar os governos monarquistas
europeus.
REFERENCIAS:
REMOND, René, O Século XIX, 1997, p. 149-163.
WATKINS, Frederick; KRAMNICK, Isaac, A Idade da Ideologia, 1981, p. 37-45.