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Muitas vezes existe a ideia que todas as gorduras (lípidos) são prejudiciais. Na
verdade, estas são imprescindíveis para a nossa saúde em quantidades adequadas
e se ingeridas com os restantes alimentos. Nomeadamente as gorduras insaturadas
(mono e poliinsaturadas) presentes nos óleos vegetais e nos peixes, em detrimento
de outras gorduras saturadas de origem animal. É recomendado que a ingestão de
gorduras represente cerca de 30% da energia total ingerida, ou 35% se esta for
procedente do azeite. As gorduras desempenham no nosso organismo funções
estruturais, constituem as membranas das células e participam no metabolismo. Os
lípidos transportam e permitem a absorção das vitaminas lipossulúveis (A, D, K) e de
outros nutrientes.
A importância do azeite é tal que, ao estudar os hábitos alimentares das diferentes
populações, a comunidade médica internacional verificou que a alimentação rica
neste alimento, nomeadamente dos países do Mediterrâneo, podia estar na base
dos níveis reduzidos de colesterol e uma baixa incidência de doenças
cardiovasculares, em comparação com os habitantes dos EUA e do Norte da
Europa.
Devido ao seu elevado teor de ácidos gordos monoinsaturados (70%), o consumo
de azeite ajuda a reduzir o “mau” colesterol (LDL), mantendo o nível do “bom”
colesterol (HDL). Por outro lado, a vitamina E desempenha uma função antioxidante
sobre as paredes das artérias. Desta forma ajuda a prevenir o desenvolvimento de
doenças cardiovasculares como arteriosclerose, trombose, enfarte cardíaco e
acidentes vasculares cerebrais. Ajuda ainda a prevenir a diabetes ao favorecer o
metabolismo e a melhorar a assimilação de açúcar e a tolerância à glucose. O
consumo deste alimento ajuda também proteger o sistema digestivo ao prevenir o
excesso de ácido no estômago.
Contribui ainda para o bom funcionamento da vesícula biliar, promove a assimilação
de nutrientes e ajuda a regular o trânsito intestinal. O consumo de azeite poderá
também contribuir para a prevenção de alguns tipos de cancro, principalmente o
cancro da mama. Devido ainda às suas propriedades antioxidantes ajuda a
combater o envelhecimento precoce e a beneficiar o sistema nervoso periférico, bem
como o cérebro. Este alimento favorece a mineralização óssea, ao facultar a
absorção de cálcio e de vitamina D, ajudando no crescimento e na prevenção da
osteoporose. Apresenta ainda uma gordura poliinsaturada, o ácido ómega-6,
derivado do ácido linoleico, que é necessário à formação das células e controla os
processos inflamatórios.
Para se usufruir plenamente das virtudes do azeite este deve consumir-se cru, sem
aquecimento prévio e, de preferência, deve ser de origem biológica. É ideal para
temperar saladas e vegetais, pois facilita a absorção da vitamina A contida nos
legumes e verduras. É também utilizado nas sopas, no entanto só deve ser
introduzido depois de pronta, de modo a que o azeite não se altere muito com a
temperatura. Pode ainda substituir outras gorduras utilizadas para elaborar todo o
tipo de cozinhados. Mesmo para fritar deve usar-se azeite, pois os outros óleos
vegetais alteram-se com o calor, gerando substâncias nocivas, a partir dos 170°C.
Este líquido suporta temperaturas mais elevadas e não se queima se não se
ultrapassarem os 180°C. Caso não se aprecie o seu sabor nos fritos pode fazer-se
uma mistura de azeite (um terço ou metade) e óleo de girassol, pois o elevado teor
de monoinsaturados presente no azeite evita a degradação do óleo de girassol.
O azeite é ainda um óptimo hidratante e tonificante para a pele, motivo pelo qual é
bastante utilizado em artigos cosméticos. É ainda um excelente óleo de massagem e
é adicionado aos óleos essenciais na aromaterapia.
- 5,1 mg de vitamina E
Referências:
Jornal Expresso (www.expresso.pt), in Vidas - Saúde Natural de 09/03/2002
http://www.vivanaturalmente.pt (secção viva vegetariano)