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TIPOS DE PERSONALIDADE 1 – PROF.

FÁBIO DONAIRE

A classificação não explica a psique


individual. Não obstante, a
compreensão dos tipos psicológicos
abre caminho para uma melhor
compreensão da psicologia humana
em geral.

̶ C. G. Jung

Astrologia – sistema mais antigo de tipologia

Polaridades
Masculino (ação) – signos de Fogo e Ar
Feminino (compreensão) – signos de Terra e Água

Elementos
Fogo – Áries, Leão, Sagitário
Terra – Touro, Virgem, Capricórnio
Ar – Gêmeos, Libra, Aquário
Água – Câncer, Escorpião, Peixes

Qualidades
Cardinal – Áries, Câncer, Libra e Capricórnio
Fixo – Touro, Leão, Escorpião e Aquário
Mutável – Gêmeos, Virgem, Sagitário e Peixes

Teoria Hipocrática – quatro humores

Humor Procedência Qualidades Temperamento (Galeno)


Sangue Coração Quente e úmido Sanguíneo (Água)
Fleuma Sistema Respiratório Fria e úmida Fleumático (Ar)
Bílis Amarela Fígado Quente e seca Colérico (Fogo)
Bílis Negra Baço Fria e seca Melancólico (Terra)

A tipologia psicológica não tem a finalidade, em si bastante inútil, de dividir as pessoas em


categorias; significa, antes, uma psicologia crítica que possibilite a investigação e ordenação
metódicas dos materiais empíricos relacionados à psique. É, em primeiro lugar, instrumento crítico
para o pesquisador em psicologia que precisa de certos pontos de vista e diretrizes para colocar ordem
na profusão quase caótica das experiências individuais.
C. G. Jung em “Tipos Psicológicos”
Definições da Tipologia Junguiana segundo Daryl Sharp

 Originou-se das observações clínicas de Jung e foi estruturado segundo seus estudos de
Psicopatologia, Mitologia, Filosofia, Estética e Literatura.
 Não é um sistema de análise de personalidade
 Não é uma rotulação
 É uma bússola (instrumento para orientação psicológica)
 É uma ferramenta de compreensão de si mesmo
 É uma ferramenta de compreensão das dinâmicas relacionais (motivações, práticas e
interações)
 Não está associada a gênero, etnia ou classe social

Trata-se do modo como cada indivíduo geralmente se orienta no mundo, em todos os aspectos (não
apenas emocional).

Atitudes (formas de adaptação)

Orientado para o mundo interior – Introversão

Orientado para o mundo exterior – Extroversão

Funções

Há algo aqui – Sensação

O que é – Pensamento

É bom ou ruim – Sentimento

De onde veio e para onde vai – Intuição

Não devemos
estereotipar as pessoas.
AS DUAS ATITUDES
EXTROVERSÃO INTROVERSÃO
Saliente Natureza vacilante
Franco Meditativo
Obsequioso Reservado
Se adapta com facilidade Espontaneamente se mantém isolado dos
Estabelece rapidamente ligações outros
Arrisca-se Recua diante dos objetos
É confiante Está quase sempre na defensiva
Se lança em direção ao desconhecido
Motivação predominante vêm de dentro
Motivação predominante vêm de fora
Conservadores
Viajar Ambiente familiar do lar
Encontrar novas pessoas Passam horas com amigos íntimos
Conhecer novos lugares
Aventureiros
Vida social intensa

ATIVIDADE 1:
1) Observar o grupo de Florais de Bach indicados para pessoas que sofrem de incerteza e
insegurança e o grupo de quem tem falta de interesse pelas circunstâncias atuais.
2) Observar o grupo de Florais de Bach indicados para pessoas que sofrem influência
excessiva do ambiente externo e o grupo das excessivamente preocupadas com o bem-
estar dos outros.

As questões 1 e 2 têm alguma relação com as atitudes introvertida e extrovertida? Qual é


essa relação?

Grupos de Florais:
https://www.institutobach.com.br/site/conteudo/pagina/1,15+Grupo_de_Hipersensive
is_as_Influencias_e_Ideias_Externa.html#

O extrovertido acha o introvertido um lerdo, desmancha-prazeres, maçante e negativo. O


introvertido acha o extrovertido um excêntrico, superficial e frívolo.

‘É preciso correr riscos. Só entendemos direito o milagre da vida quando deixamos que o inesperado
aconteça.’ Paulo Coelho
‘Exposição demasiada não é sinônimo de amor próprio, mas sim de vaidade. Quem se ama busca,
antes de tudo, a autopreservação.’ Oséias Gulart
AS QUATRO FUNÇÕES

Pensamento – processo cognitivo do pensar

Sensação – percepção através dos cinco sentidos

Sentimento – avaliação subjetiva

Intuição – percepção inconsciente

O ideal é ter acesso consciente à cada função exigida pela circunstância. Mas isso não é
plenamente possível.

Funções racionais ou de julgamento. Racionalistas.


Pensamento – discriminação conceitual, lógica. É oposto ao sentimento.

Sentimento – se algo é ou não adequado, se gostamos ou não de algo. É oposto ao pensamento.

Funções irracionais ou de percepção. Empíricas. Experiência.


Sensação – “vê” o que está no mundo exterior. É oposto à intuição.

Intuição – “vê” o que está no mundo interior. É oposto à sensação.

Sentimento não é o mesmo que emoção (afeto)

Sentimento – julgar se algo é bom ou ruim, adequado ou inadequado. Avaliação subjetiva do


quanto algo ou alguém significa para nós.

Afeto – complexo ativo. Pessoa “complexada” é uma pessoa com complexo ativado (constelado).

O afeto pode interferir em qualquer uma das quatro funções. Por exemplo, pode fazer um intuitivo
ficar incerto com relação ao futuro. O afeto pode contaminar e distorcer, por exemplo gerando
esgotamento, cansaço etc.

Racional não é o mesmo que lógico.

Projeção – a energia psíquica dissociada (separada) é deslocada para um objeto, contaminando-o com fantasias
subjetivas. É uma forma que a psique tem de se ajustar, dando vazão ao “excesso” de energia. Pode ser normal,
patológica ou um mecanismo de defesa contra a ansiedade. Algo inaceitável em nós é “visto” nos outros. A
projeção produz um sentimento momentâneo de alívio e bem-estar. A pessoa que projeta torna-se incapaz de
reconhecer que o que vê no outro é algo dela mesma.
FUNÇÕES DOMINANTE, AUXILIAR E INFERIOR

Função Dominante – predominante na maior parte do tempo. Automática. Inata (segundo Jung).
Funciona rapidamente e de maneira bem adaptada.

Função Auxiliar – segunda mais desenvolvida. Difere, mas não antagoniza com a função dominante.
Se a função dominante é racional, a secundária é irracional e vice-versa.

Função Inferior – infantilizadas, indiferenciadas, subdesenvolvidas. Serão sempre opostas às funções


dominante e auxiliar. As funções inferiores “traem” o ego. A “quarta função”, oposta à dominante,
é a mais resistente à integração. Se a dominante é racional, a quarta função também será racional, se
a secundária é irracional, a terceira inferior será irracional.

Na neurose a função inferior é totalmente inconsciente, o que a faz ser “artificialmente ativada”,
gerando fantasias.

Possíveis Sintomas:
Pensamento – não consegue organizar as ideias

Sensação – esquece a chave do carro, o fogo aceso

Sentimento – pensamentos acelerados, racionalização

Intuição – é escravizado pelos prazeres dos sentidos, negação

Paixão cega ou raiva cega – função inferior ativada

Quando a função inferior é constelada (vêm à tona), age de maneira emocional e


desajustada. Ativar a função inferior do cliente é violento. Para trazer as funções
menos desenvolvidas à consciência, precisamos fazer um trabalho gradual,
passando antes pelas funções auxiliares.
Pontuações:

# Em geral o homem extrovertido tem a ânima introvertida, a mulher extrovertida tem o ânimus
introvertido, o homem introvertido tem a ânima extrovertida, a mulher introvertida tem o ânimus
extrovertido.

# Quando dois parceiros de atitudes diferentes têm um objetivo em comum, um conflito comum a
ser solucionado, as diferenças cessam, mas quando o conflito é dissolvido, as diferenças emergem e
dificultam a relação.

# O tipo de atitude dificilmente é identificado apenas através das ações.

# O fator determinante para a identificação do tipo predominante são as motivações.

# O inconsciente compensa as disposições conscientes, o que torna difícil a identificação.

# A função indiferenciada, infantil e primitiva, “vaza” na consciência frequentemente.

Sombra

Um complexo, aquilo que não faz parte do que, conscientemente, acreditamos que somos.
Manifesta-se simbolicamente como algo assustador ou inferior. Reconhecemos através
daquilo que tememos ou depreciamos. O que rejeitamos, o inaceitável. Menos primitiva,
menos civilizada, menos sujeita às convenções sociais. Geralmente aparece como alguém que
pertence ao mesmo gênero com o qual o ego se identifica. Pode ser uma criança frágil,
extremamente vulnerável, ou um monstro frio e sanguinário. Trata-se de aspectos que foram
“selecionados” pelo ego para serem descartados. Aquilo com o que o ego escolhe se
identificar forma a “persona” e cria a identidade de cada um. A persona é a nossa interface
com o mundo, que nos protege dos impactos do mundo exterior. Sombra e persona formam
um dos pares de opostos da psique. Somente as pessoas com o ego fortalecido, estruturado,
são capazes de confrontar a sombra sem grandes danos psíquicos. Trabalhar com a sombra
sem fortalecer a personalidade é bastante arriscado e geralmente resulta em grandes
dificuldades de ajustamento. A sombra pode ser:
Criativa – aspectos enterrados ou que ainda poderiam ser realizados.
Destrutiva – uma ameaça ao senso de identidade. Enfraquece ou perturba a imagem consciente que
a pessoa tem de si mesma.

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