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O USO DOS ELETRÔNICOS PRECISA SER SER ADMINISTRADO

Sabemos o quanto a tecnologia nos beneficia, entretanto hoje, preciso falar sobre algo
ALARMANTE. O uso excessivo dos eletrônicos pode viciar as pessoas, causando danos
ao cérebro, similares aos de drogas como cacaína e álcool.
Se seu filho prefere ficar no tablet ou celular ao invés de brincar ou conversar numa
festa ou reunião com amigos e familiares, sinal vermelho!!!
Uma das consequências da dependência é a diminuição ou piora do contato social com
amigos e familiares. Costumam dizer que todos são chatos, ou melhor, que tudo é
chato; mal cumprimentam as pessoas, demonstrando descaso, irritação e mau humos .
Outro sintoma é a falta de interesse em outras atividades. Conheço um casal que
levou os filhos para a Disney e só lá perceberam o quanto eles estavam viciados! Não
havia neles alegria ou entusiasmo. Tudo, como eles diziam, era “normal”. E a
ansiedade de voltarem para o hotel ficou evidente. Para quê? Para continuarem
jogando.
O vício de eletrônicos, causa uma sensação única no cérebro, assim como outros
vícios também. Como entender por exemplo, alguém trocar a família por um BAR?
Ou trocar uma cama quentinha para star na CRACOLÂNDIA? A dependência acarreta
mudanças no cérebro, elevando a DOPAMINA (neurotransmissor associado à
experiência do prazer), fazendo com que o dependente queira sentir essa sensação o
tempo todo.
Assim como as outras drogas, quando o dependente fica abstinente (sem o objeto do
vício), manifesta sintomas muito desagradáveis como irritabilidade, ansiedade,
alterações de humor e alterações de comportamento, podendo tornar-se
manipulador, com o intuito de estar próximo de seu objeto de dependência
novamente. Em casos extremos, podem chegar a fortes explosões, agredindo quem
lhe impeça de usar o eletrônico, por exemplo.
Quanto à manipulação, tenho o exemplo de uma mãe e seu filho de quatro anos,
muito inteligente, sensível e amoroso: “Meu filho baixou um joguinho no celular e
voltava da escola jogando. Percebi que bastaram 15 dias para ele estar viciado naquele
jogo. Meu marido fez uma pequena viagem e levou com ele o celular. Ao entrar no
carro, depois da escola, a primeira pergunta que ele fazia era: ‘Quando o papai vai
voltar?’. Era uma ansiedade sem tamanho! Só quando o pai chegou, vi que o
desespero era para pegar o celular dele, e o abraço foi apenas educado. Dando-me
conta disto, proibi-o imediatamente de jogar. Dois dias se passaram e, enquanto
voltávamos da escola, meu filho disse inusitadamente: ‘Mamãe, eu te amo tanto!’.
Respondi, mas a intuição de mãe fez com que eu olhasse pelo retrovisor mais
atentamente. Ele pegou o celular escondido de mim, e estava apenas tentando me
enganar”.
Coloque limites
Sabiamente, essa mãe percebeu o problema e cortou o mal pela raiz. Seu filho pode
jogar de vez em quando, uma ou duas vezes na semana, por uns quarenta minutos
apenas. A OMS (Organização Mundial da Saúde) orienta que o tempo máximo em
eletrônicos deve ser de duas horas por dia. Eu, como mãe, oriento que as crianças não
podem jogar todos os dias, mesmo que seja por meia hora. Radicalismo de minha parte?
Ora, os estudos científicos constataram que o vício em eletrônicos é similar ao
alcoolismo. Como você julgaria uma pessoa que, depois do trabalho, todos os dias
passasse no bar e ficasse bebendo por meia hora? Não diríamos que ele é alcoólatra?
Entenderam a gravidade?

Algumas crianças e adolescentes têm usado os eletrônicos para fugir de problemas


(muitas vezes, familiares) ou aliviar sentimentos de culpa, impotência, depressão e
ansiedade. O desempenho escolar também cai, mas não a ponto de reprovação na
maioria dos casos, pois eles sabem que, se ficarem em recuperação ou reprovarem,
provavelmente, serão punidos com o risco de ficarem sem o eletrônico. Mentir fará
parte do jogo, escondendo dos pais o tempo que ficam nos eletrônicos versus o tempo
que ficam estudando.

Na Inglaterra, o medo de ficar sem celular já tem nome: “nomofobia” (no + mobile +
fobia). Um estudo científico comprovou que a nomofobia gera angústia, falta de
interesse em outras coisas, mudanças comportamentais, isolamento entre outros.

Os pais são financiadores da dependência, com tablets, celulares e jogos de última


geração. Há pais que usam a tecnologia como uma babá. Outro dia, nas férias, eu estava
na sala de espera da pediatra da minha filha, onde havia um menino muito pequeno,
acompanhado de sua mãe, totalmente vidrado no tablet.. Como mãe, puxei assunto
(como quem não quer nada) sobre o perigo desses jogos para os nossos filhos. Ela
perecia estar muito atenta à tudo o que eu lhe dizia, parecendo estar conscientizando-se
da gravidade, o que me deixou feliz. Mas, no final, vejam o que ela disse: “Se eu tirar os
jogos, não sei o que vou fazer com ele nas férias”.

Infelizmente, ela não sabe ser mãe. Seu filho é dependente da “droga”, e eu ousaria
dizer que a mãe é codependente. É assim com o álcool também. Essa mãe precisa ser
ajudada da mesma forma que familiares de viciados em outras drogas. Mal sabe ela que
esse vício está interferindo diretamente no desenvolvimento emocional, podendo causar
sérios transtornos na fase adulta de seu filho.

O Hospital das Clínicas de São Paulo tem tratado a dependência em tecnologia de forma
similar ao tratamento de outros vícios, dando suporte emocional para os familiares, com
reuniões semanais em grupo, tratamento psiquiátrico, sendo que, nos casos mais graves,
também é necessário a medicação

A dependência de eletrônicos vem cobrir um vazio que já existia (aliás, todas as drogas
camuflam um vazio). Não se engane, não são só as novas tecnologias que fazem isso! A
TV ligada, quando todos chegam em casa à noite, disfarça um silêncio. Não há conexão
entre as pessoas, conexão de afeto, de partilha, alegria, olhar, carinho. São apenas
pessoas, lado a lado, numa “sala de espera”, esperando o dia seguinte chegar.
Para mim, o maior prejuízo que a dependência de eletrônicos causa é o vazio da alma.
Todos sentem, dentro de si, em algum momento, um vazio existencial. À princípio, esse
vazio pode assustar, mas é nele que nos questionamos a respeito do sentido de tudo, e
vemos que muitas “coisas” do mundo não têm grande significado. É nesse momento,
onde parece faltar sentido, que se encontra o sentido maior, que transcende tudo.

Fora o fato de tal dependência causar danos sérios no cérebro e na vida social de uma
criança, existe também a exposição á todo o tipo de criminoso nas redes sociais,
inclusive PEDÓFILOS.

Por onde começar?

Talvez, seja mais simples do que você pensa. Os eletrônicos roubam de


nossos filhos a sensibilidade, a empatia, a criatividade, a capacidade de
amar, enfim, a alma. Precisamos resgatar tudo isso nas pequenas coisas.,
é trocar o virtual pela realidade da vida. Boa troca, não é? É só viver.

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