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PEÇA PROFISSIONAL N° 7

EXCELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA ...


FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE ...

A ASSOCIAÇÃO ALFA, pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ sob o


n° ..., endereço eletrônico ..., com sede na Av. ..., n° ..., bairro ..., cidade ..., Estado ...,
CEP ..., neste ato representada por seu Presidente, o sr. ..., nacionalidade ..., estado
civil ..., profissão ..., RG ..., CPF ..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado na
rua ..., n° ..., bairro ..., cidade ..., Estado ..., CEP ..., onde recebe as comunicações e
intimações de praxe, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de sua
advogada infra-assinada, cujo escritório fica localizado na rua ..., n° ..., bairro ...,
cidade ..., Estado ..., CEP ..., onde recebe as intimações e comunicações de praxe,
propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA C/C PEDIDO DE LIMINAR, com fulcro no art. 1°,
inciso IV, da Lei n° 7.347/85, em desfavor do MUNICÍPIO BETA, pessoa jurídica de
direito público inscrita no CNPJ sob o n° ..., endereço eletrônico ..., com sede na Av. ...,
n° ..., bairro ..., cidade ..., Estado ..., CEP ..., pelas razões de fato e de direito a seguir
expostas.

I – DOS FATOS
A parte autora, Associação Alfa, foi criada com o intuito de defender o patrimônio
social, em especial o direito à saúde de todos. Atuando nesse âmbito, a Associação
tomou conhecimento da situação precária dos idosos que dependem dos serviços do
Posto de Saúde Gama, localizado no município Beta.

O referido Posto de Saúde carece de profissionais capacitados e medicamentos


disponíveis, ao ponto que idosos estão correndo risco de vida pela falta de serviços
laboratoriais necessários para o diagnóstico correto e, consequentemente, para o
tratamento adequado.

Diligentemente, a Associação Alfa acionou o Secretário municipal de Saúde para


demandar providências urgentemente, levando à secretaria competente a situação de
iminente perigo que os idosos do Município estão inseridos.

Ao que o Secretário respondeu estar ciente da precariedade enfrentada pelo Posto de


Saúde municipal. Justificou que a receita prevista no orçamento municipal não fora
totalmente repassada e sugeriu aguardar por esse repasse de capital que viria
posteriormente para a devida solução.

Apesar do que foi informado, percebeu-se que obras municipais continuaram a ser
realizadas, inclusive na área de lazer do bairro no qual o Posto de Saúde Gama está
localizado. Essa disposição de capital pela Prefeitura indica a preferência por construir
espaços recreativos em detrimento da saúde da população.

II – DA LEGITIMIDADE

A Lei nº 7.347/85, no seu art. 5º, V, “a” e “b”, dá legitimidade a associações que,
concomitantemente, esteja constituída há mais de 1 ano e apresenta como finalidades
institucionais a defesa do patrimônio público e social, para propor ação principal e ação
cautelar.

Levando em consideração que a Associação Alfa foi constituída há 3 (três) anos e tem
como sua atividade a defesa do patrimônio social e a garantia do direito à saúde de
todos, além de que, nesse caso, está atuando em vista garantir o acesso de idosos a
serviços adequados de saúde, apresente os requisitos necessários para propor a presente
Ação Civil Pública

Quanto à parte ré, o Município Beta está corretamente qualificado, já que é o


responsável pela administração do Posto de Saúde Gama.

III – DO CABIMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA

A presente ação está sendo impetrada pela Associação Alfa visando a garantia do direito
à saúde dos idosos que dependem dos serviços oferecidos pelo Posto de Saúde Gama
que está sendo negligenciado pelo Município Beta.

Assim, sendo a ação civil pública um instrumento processual utilizado para acionar o
Judiciário nos casos de ofensa, entre outras coisas, aos direitos difusos ou coletivos,
além de responsabilizar quem cometeu ato ilícito, como também fazê-lo reparar o
prejuízo causado, essa ação é a apropriada para o caso em tela, já que está pretendendo
proteger o direito à saúde de todos os idosos, não de forma individual.

Essa ação está sendo postulada para obrigar os demandados a reparar danos causados
aos direitos difusos e patrimônio social, conforme o Art. 1º, incisos IV e VIII, da Lei nº
7.347/85.
IV – DO DIREITO

A Constituição Federal brasileira de 1988 parte de alguns fundamentos para assegurar


uma existência íntegra aos cidadãos, um deles é a dignidade da pessoa humana prevista
no art. 1º, III, que, sendo um direito atribuído a todos os seres humanos, também é base
para todos os outros direitos fundamentais.

Partindo desse pressuposto, é inegável que o direito à saúde está intrinsecamente ligado
a dignidade humana, sendo garantido no art. 6 da Constituição Federal, no qual a saúde
é determinada como um direito social que deve ser garantido a todos os cidadãos.

Ademais, o art. 196 e seguintes, CF, indica a garantia de acesso à saúde a todos os
cidadãos como um dever do Estado, devendo este promover a adoção de políticas
sociais e econômicas, além de instituir o acesso universal e igualitário às ações e
serviços para a promoção, proteção e recuperação da saúde.

Não obstante, o art. 5º, caput, da CF, aponta o direito à vida como um direito inviolável.
Sendo o direito à vida estritamente relacionado ao direito à saúde, uma vez que é através
dos mecanismos para diagnósticos e tratamento, bem como a disseminação de métodos
de profilaxia, que se preserva a vida, fica evidente ser um direito pressuposto e
fundamental.

O art. 23, II, da CF, confere às administrações da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios a competência de cuidar da saúde, assim, o Município Beta
deve assumir tal responsabilidade de conceder recursos necessários à área de saúde
pública.

Por fim, conforme o art. 230, da CF, compete à família, sociedade e ao Estado o amparo
de pessoas idosas, a fim de defender sua dignidade e bem-estar, e também a garantir-
lhes o direito à vida, dessa forma, fica evidente o grave erro do Município Beta ao
negligenciar esse direito aos cidadãos idosos.

V – DO PEDIDO LIMINAR

Visando proteger os idosos dependentes do sistema de saúde do Município Beta quanto


à deficiência na sua atuação, é evidente a necessidade da concessão do pedido liminar
para que a parte ré aja diligentemente frente aos problemas relatados.
É importante destacar o periculum in mora – receio de dano irreparável ou de difícil
reparação, assim como disposto no art. 11 e 11 da Lei n°7.347/85, no caso em tela. O
requisito está presente, sendo irrefutável o perigo da demora devido as possíveis
consequências prejudiciais à vida dos idosos da carência nos serviços oferecidos pelo
Posto de Saúde Gama.

Outra condição para a concessão do pedido liminar é a presença do fumus bonis iuris –
indício que o direito pleiteado é plausível, que é perceptível, nesse caso, na situação
precária na qual os idosos estão inseridos quanto à falta de serviços básicos de saúde.

À vista disso, é imprescindível a concessão do pedido liminar requerido, a julgar pela


importância do direito pleiteado, levando em conta o iminente risco de dano a esse
direito.

VI – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, REQUER:

a) Que seja designada audiência de conciliação ou mediação, conforme o art. 319, VII,
do CPC/15;

b) Provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, seja pelo
depoimento pessoal, documentos, testemunhas e perícias;

c) a concessão da liminar para impor ao Município Beta a prestação adequada do


serviço público de saúde no Posto Gama;

d) Que o pleito liminar seja tornado definitivo, culminando na procedência da ação civil
pública e na condenação do Município Beta à obrigação de fazer, de prestação adequada
do serviço público de saúde no Posto Gama, sob pena de multa diária a ser arbitrada por
Vossa Excelência;

e) A intimação do representante do Ministério Público, nos termos do § 1°, do art. 5°, da


Lei n° 7.347/85;

f) A citação do réu, Município Beta, para que, querendo, possa apresentar defesa e
acompanhar o feito até sua extinção;

g) Condenação em ônus de sucumbência.

VI – DO VALOR DA CAUSA
Dá-se o valor da causa de R$ ... (valor estimado, nos termos do art. 291 do CPC/15).

Termos em que pede e espera deferimento.

Local ...

Data...

Nome da advogada

Assinatura do (a) advogado (a)

OAB n° ...

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