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Alterações mais relevantes estabelecidas por este diploma legal, tal como
listadas no art. 1º da Lei da Simplificação:
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A Lei da Simplificação vem, deste modo, acolher as críticas que há muito vinha
sendo feita à imposição legal de um capital social mínimo equivalente em Akz a
USD 1.000 (mil dólares) para as sociedades por quotas. Se um dos grandes
objectivos da economia angolana reside em trazer para o mercado formal os
empresários que desenvolvem a sua actividade no mercado informal, há toda a
pertinência em que a lei não lhes exija a realização de um capital mínimo para
que formalizem a constituição da sua empresa.
Por outro lado, a exigência de um capital social mínimo para as sociedades por
quotas fazia com que os sócios das sociedades nunca refletissem sobre qual
deveria ser o valor do capital social adequado à sua dimensão do negócio
da sua empresa,acabando a generalidade das sociedades por quotas por se
constituírem com um capital social equivalente em Akz a USD 1.000 (mil
dólares).
De acordo com o art. 9º, n.º 1, da Lei da Simplificação, o valor nominal de cada
quota não pode ser inferior a Akz 1, correspondendo 1 voto a 1 cêntimo de Akz
(art. 9º, n.º 2, da Lei da Simplificação). Passa a ser por referência a estes
valores mínimos que o capital social é determinado e que o poder dos sócios
dentro de cada sociedade é encontrado.
A realização das entradas em dinheiro (note-se que o art. 7º, n.º 1, da Lei da
Simplificação só fala em entradas, mas deve entender-se que se reporta
exclusivamente a entradas em dinheiro, atendendo a que só a estas se refere o
art. 8º, n.ºs 1 e 2, da Lei da Simplificação) pode ser diferida na sua totalidade
(uma vez que, nos termos do art. 6º, n.º 1, da Lei da Simplificação deixou de
haver capital social mínimo), mas tais "entradas devem ser realizadas até ao
termos do primeiro exercício económico" (art. 7º, n.º 1, da Lei da
Simplificação). Não obstante, o contrato de sociedade deve indicar
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expressamente que parte das entradas cada sócio já realizou e que outra parte
este se compromete a realizar (art. 7º, n.º 2, da Lei da Simplificação).
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têm sido aceites para legalização livros físicos, de capa dura, devidamente
encadernados, que exigem que as inscrições respectivas sejam feitas à mão.
Facilmente se percebe que este mecanismo de registo das inscrições não se
harmoniza com o funcionamento das empresas no sec. XXI.
Novo processo de constituição de sociedades e de registosonline (art. 1º, al. f,
da Lei da Simplificação): o art. 12º, n.º 1, da Lei da Simplificação prevê a
possibilidade de constituição imediata e online de sociedades por quotas e de
sociedades anónimas. Passam também a poder efectuarse registos pertencentes
à vida das sociedades através da internet, bem como a solicitar certidões
deregisto comercial electrónicas (art. 13º, n.º 1 da Lei da Simplificação).
Publicação dos actos das sociedades num site da internet (art. 1º, al. g), da Lei
da Simplificação): com a entrada em vigor da Lei da Simplificação ficam abolidas
as publicações obrigatórias de actos societários no Diário da República (o contrato
de sociedade e suas alterações eram sempre objecto de publicação neste jornal
oficial) e em jornal (as convocatórias das assembleias gerais e as notificações a
credores implicavam publicação no Jornal de Angola). E o acesso às referidas
publicações, anteriormente pago, passa agora a ser livre e gratuito.
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