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I Caso Prático
Unidade Curricular: Direito Empresarial I
Para a resolução do caso prático vou-me debruçar sobre o Código Comercial aprovado
pela carta de Lei de 28 de Junho de 1888, e o Código das Sociedades Comerciais da
republicação do Decreto-Lei nº76-A/2006, de 29 de Março.
São consideradas Sociedades Comerciais aquelas que têm como objetivo a prática de
atos de comércio e devem revestir um dos tipos de sociedades previstos no Art.1º, nº2
do C.S.C, que são as sociedades em nome coletivo, as sociedades por quotas, as
sociedades anónimas, e as sociedades em comandita, e regra geral as sociedades
comerciais constituem-se por mera vontade dos associados sem necessidade de
qualquer autorização administrativa.
Sabemos no primeiro paragrafo que António e Carlos são amigos e decidiram abrir uma
empresa, pela descrição sabemos que é uma sociedade comercial, assim sendo, são
considerados atos de comércio todos que tenho poder jurídico, e além destes, todos os
contratos e obrigações dos comerciantes, que não forem de natureza exclusivamente
civil, se o contrario do próprio não resultar, segundo o Art.2º do C.Comercial.
Para compreendermos o que é uma sociedade comercial, podemos aplicar o Art. 13º do
C.Comercial, sabendo que uma sociedade comercial é formada por pessoas com
capacidade juridica, para praticar atos de comércio, e que fazem deste a sua profissão.
Analisando o Paragrafo em cima, verificamos que estamos perante uma sociedade por
quotas, segundo o Art.200º, nº1, pela sua terminação “Lda”. A Sociedade por quotas é
um dos tipos de sociedades previsto no Artº.1º, do C.S.C. Este tipo de sociedade
caracteriza-se por: o seu capital estar dividido em quotas e os sócios serem
solidariamente responsáveis por todas as entradas convencionadas no contrato social;
só o património social responde para com os credores pelas dividas da sociedade
(responsabilidade limitada), segundo o Artº197 do C.S.C. articulando com o Art.198º,
2º do C.S.C, em que cada socio responde por sua responsabilidade social. A sua
característica principal é a elasticidade do regime jurídico constituído por grande número
de disposições supletivas, que podem ser afastadas pelos estatutos, ajustando a
sociedade às necessidades concretas de cada empresa, nomeadamente aproximando-
a das sociedades de pessoas dificultando ou mesmo impedindo a transmissão das
quotas ou aptando por um modelo mais próximo das sociedades de capitais com livre
transmissibilidade das quotas.
Podemos contatar que António e Carlos constituem a sociedade, com um capital social
de 10.000€, repartido por duas quotas de igual valor. A entrada inicial tem de ser
depositada numa instituição de crédito antes da constituição da sociedade, como forma
de controlo, mas pode ser levantada após o registo da sociedade e, mesmo, antes,
quando os sócios autorizem o seu levantamento pelos administradores para fins
determinados, nomeadamente os encargos com a constituição, instalação e
funcionamento das sociedades, segundo o Art.202º, do C.S.C. Se o socio não efetuar a
entrada no prazo estipulado entra em mora depois de interpelado para efetuar o
pagamento e fica sujeito às sanções legais e estatuárias, segundo o Art.203º do C.S.C.
O capital social determina, obriga e limita a Ação dos sócios na sociedade. No que
respeita às sociedades por quotas o capital social é livremente fixado no contrato da
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I Caso Prático
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Com a dificuldade que a empresa enfrenta o contrato de sociedade pode impor aos
sócios a obrigação de efetuarem prestações além das entradas segundo o Art.9º do
C.S.C. Estas prestações podem ser onerosas ou gratuitas. As obrigações acessórias
extinguem-se com a dissolução da sociedade segundo o Art.209º, nº5 do C.S.C.
Segundo o paragrafo anterior Carlos oculta ao socio a situação financeira por o qual
estão a passar, no entanto segundo o Art.214º do C.S.C, os gerentes devem prestar
informação verdadeira, completa e elucidativa, sobre a gestão da sociedade a qualquer
socio, assim como facultar-lhe na sede social a consulta de respetiva escrituração, livros
e documentos.
António, que nunca concretizou a sua entrada de 5 000 € de capital social afirma
estar descansado relativamente à possibilidade de responder pessoalmente
com o seu património por essa razão.
Sabemos então que António não concretizou a sua entrada inicial de 5000€ de capital
social. No entanto segundo o Art.202º, do C.S.C. a entrada inicial tem de ser depositada
numa instituição de crédito antes da constituição da sociedade, como forma de controlo,
mas pode ser levantada após o registo da sociedade e, mesmo, antes, quando os sócios
autorizem o seu levantamento pelos administradores para fins determinados,
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Carlos, por sua vez, depois de o descobrir, afirma que a omissão de António é
motivo suficiente para não ter que responder pelas dívidas da sociedade.
Segundo o Art.20º, nº1 do C.S.C, todo o socio é obrigado a entrar para a sociedade com
bens suscetíveis de penhora ou, nos tipos de sociedade em que tal seja permitido, com
indústria. No entanto António, como sócio da Mercearia, tem o direito de toda a
informação, como já foi mencionado, segundo o Art.214º, no caso de ser impedido de o
fazer o socio pode provocar deliberação dos sócios para que a informação lhe seja
prestada ou seja corrigida, segundo o Art.215º do C.S.C. E ainda assim António poderia
recorrer ao poder judicial segundo o Art.216º do C.S.C.
Nº3733 PL