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Práticas de Sociedades Comerciais

Código Anotado do Professor MC


Compilação do Professor CA

SC criadas por pessoas em nome individual para prosseguirem atividade económica.


Art 13º CC são comerciantes.
Objetivo económico – lucro.
13/2 CC sociedades comerciais.
CSC – DL 262/86. Lei 49/2018 alterou o CSC.
Alteração fundamental: 2006 - desformalização dos atos societários. Grande sociedade
anonima e
Interesse social – interesse da sociedade. Não é coincidente smp com o de quem criou a
sociedade- os sócios ou acionistas.
Interesse da sociedade – sociedade é um ente jurídico autónomo. Estabelecendo e crescendo
com uma perspetiva sustentável.
Interesse dos sócios – lucro.
Interesse dos trabalhadores- ficar + tempo a ganhar o máximo possível.
Esta alteração estabeleceu 2 deveres:
Deveres de cuidado e lealdade dos gerentes e dos trabalhadores – 64º CSC.
Cuidado – dirigidos aos gerentes ou administradores.
SA – administradores. SQ – Gerentes.
72/2 – business judjment rule
Stakeholders – interesses sociais à volta da instituição. Todos os interessad0os na
sustentabilidade da sociedade: trabalhadores, credores.

CSC dividido em 8 partes:


Parte geral. Prevista no art 1º ao 174º. Aplicável a todos os tipos societários, mas os termos
denotam que está essencialmente pensado para as SA.
Parte especial – Sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita, sociedade por quotas
e sociedade anónima.
1/3 CSC limita – só SC que respeitarem 1 dos 4 tipos. Não se pode criar uma SA por quotas.
Principio da tipicidade.
S em nome coletivo – 175 a 196º CSC –
S por quotas – 197 a 270

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SA – 271/464
S em comandita – 465/480
481 a 508 – soc coligadas- famílias que se unem, não é um tipo autónomo.
509 a 529
530 a 545 disposiçoes finais

Dto comercial vem regular estes agentes económicos


POC- atividade de mediação constante entre a oferta e a procura com o objetivo de obter um
determinado ganho. Organização criada para produzir ou gerar riqueza, em principio de forma
estável para reproduzir alguma atividade económica. Objeto delimita a atividade económica q
a soc visa exercer.

SC é composta por 2 ou + pessoas: ente personificado.


SA um minino de 5 acionistas. 273/2
SQ- pode ser só por 1 pessoa.
Partir do art 1º de fazer contraponto com art 980 CC.

Há determinados desvios ao regime padrão, menos de normas injuntivas.


Principio da oponibilidade na criação de novas obrigações – 406 CC – princ da pontualidade e
tangibilidade dos contratos.
Art 86º/2 CSC – não permite contra a vontade de 1 socio q sejam feitas novas obg q o
vinculem.
Capital social – p da intangibilidade do capital social – capital q permite a soc … forma-se
através das obg de entrada. Cifra representativa da soma das entradas dos sócios.
Formamos uma SQ e cada um investe o q quiser, é o capital social. Não equivale
necessariamente ao capital da soc. Vao ser feitos investimentos, depreciações ao longo da vida
societária.
P de igualdade de tratamento e tutela de minorias- proteger sócios minoritários, sob pena de
serem afastados das soc. Pacto leonino e afim. Mc critica.

P da dissociação entre o risco efetivo do capital e a direção efetiva da soc – os interesses dos
acionistas e dos sócios não são os mesmos dos adm ou gerentes.

O que distingue: SA responsabilidade limitada, só se perde o q se lá põe.


S em nome coletivo - não há limitação de responsabilidade. Sociedade de pessoas. Cada um
responde pelas dívidas da sociedade. Ver art csc.

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SQ – 197 CSC- sociedade de capitais com uma índole mais pessoal do que a sociedade
anonima. É licito pelo 198 estipular responsabilidade pelas dividas com o nosso património
pessoal, tem q ficar especificado num contrato. Permite q exista responsabilização dos sócios a
nível individual.
SA – 272

SA têm que ser 5 acionistas - 273/2. Capital social mínimo das SA – 50000. Pode haver
desconsideração da Personalidade coletiva. Demonstrando-se intuito fraudulento, abuso de
dto ou má fé.
SQ – Capital social mínimo é livre.

CASO N.º 1

António e Bento são irmãos e únicos herdeiros dos negócios da família. Após a
morte do Conde de Arneiro, seu pai, os irmãos resolveram constituir três
sociedades com a património familiar das quais eram os únicos sócios e
administradores:
(i) a sociedade Solar do Arneiro, Lda., que tinha por objeto a exploração de
turismo rural, à qual alocaram o solar da família em Ponte de Lima;
(ii) a sociedade VitArneiro – Exploração Vinícola, SA., que se dedicava à
produção e comercialização de vinho alvarinho; e
(iii) a sociedade Arneiro e Arneiro, SNC., que se dedicava à prestação de serviços
e à consultadoria.
Não obstante a constituição das três sociedades, na prática, a vida manteve-se tal
qual era em vida do Conde Arneiro: António e Bento viviam no solar e sempre
entenderam o património das sociedades como património familiar...
Tal entendimento manifestava-se, sobretudo, na total ausência de disciplina no que
diz respeito à distinção entre a conta bancária pessoal dos sócios (muito avultada)
e a conta bancária das sociedades. Despesas sociais eram pagas pelos sócios e vice-
versa. Na prática, utilizava-se o saldo que melhor se apresentasse para o efeito,
independentemente da natureza da despesa, operação, etc..
Tal confusão não existia apenas entre sócios e sociedade, mas também entre as
próprias sociedades... Por exemplo: as despesas da Solar do Arneiro, Lda. eram
muitas vezes suportadas pelo exercício da VitArneiro, SA..
1 – Qual a responsabilidade de A e B pelas obrigações sociais de cada uma das
sociedade?
Responsabilidade de A e B – em cada sociedade em que termos respondem os
sócios perante as obrigações sociais

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Distinção essencial – Januário:
1) Sociedade de responsabilidade limitada
2) Sociedade de responsabilidade ilimitada
É uma formulação deficiente, as sociedades enquanto pessoa jurídica estão sujeitas
ao princípio da responsabilidade patrimonial do artigo 601º do CC, o que a
distinção visa acentuar é a responsabilidade dos sócios pelas dívidas da sociedade,
dado que são dois patrimónios autónomos:
1) Património da sociedade
2) Património dos sócios da sociedade

Esta distinção vista esta realidade:


1) Sociedades em que os sócios respondem ilimitadamente
2) Sociedades em que os sócios respondem limitadamente

No caso em apreço teremos que determinar a responsabilidade dos sócios perante


cada tipo societário:

i) SL, Lda – objeto social é a exploração de turismo rural, à qual alocaram


o solar da família
Regime de responsabilidade e determinação da natureza do ente:

Artigo 1º nº2 do Ccom. – aplicação e consideração como sociedade comercial –


requisitos:
1) Requisito formal – constituir com base num dos tipos previstos no CSC –
uma sociedade prevista no CSC
2) Requisito material – as que tenham por objeto a prática de atos de comércio

Requisito material – pratica atos de comércio dado que explora uma unidade com
intuito lucrativo – turismo e c/v e locação com fins comerciais – artigo 2º do Ccom.

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Requisito formal – está reunido – adota a forma de sociedade por quotas – artigo
200º nº1 do CSC – Lda. – é o requisito da firma de uma sociedade por quotas e
cumpre os requisitos da 1ª parte do preceito – Solar do Arneiro

Responsabilidade dos sócios em Sociedades por quotas – artigo 197º nº1 do CSC
1) Capital está dividido por quotas
2) Sócios são solidariamente responsáveis por todas as entradas convenciona-
das no contrato social

Não conhecemos o contrato de sociedade, mas a alocação do Solar da família não


vale como entrada para com a sociedade, por força do artigo 202º nº1 do CSC – a
contribuição tem de ser em dinheiro

Artigo 197º nº1 do CSC remete para o artigo 207º do CSC que determina a
responsabilidade dos outros sócios

Em conclusão, a responsabilidade de A e B pelas obrigações sociais da sociedade


Solar do Arneiro, Lda. É uma responsabilidade limitada o que se retira dos artigos
197º nº2 e 3 do CSC – os sócios não são obrigados a outras prestações salvo lei ou
contrato autorizado por lei nesse sentido
197º nº3 do CSC – diz taxativamente que apenas o património da sociedade
responde pelas suas dívidas, ou seja, os credores apenas podem atacar o património
da sociedade e não dos sócios

Nota – sociedade por quotas – 197º nº1 do CSC – é uma sociedade de capital, ou
seja, há um maior afastamento entre os sócios e a sociedade, é a opinião da maioria
da doutrina, embora se entenda que está entre as sociedades de capital e de pessoas

Artigo 198º do CSC – estipula uma exceção à responsabilidade limitada, permite


que o sócio responda perante os credores sociais, sendo que deve constar do
contrato de sociedade qual o sócio que assim responde, esta responsabilidade pode
ser:
1) Solidária
2) Subsidiária

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Sendo que o sócio reserva direito de regresso contra a sociedade – artigo 198º nº3
do CSC

Há outra situação aberta por JANUÁRIO:


1) Credores sociais são credores da sociedade e do seu património
2) Sociedade é credora das entradas dos sócios – 197º nº1 do CSC

Ação de sub-rogação do credor ao devedor – 606º do CC – artigo 78º nº2 do CSC

A e B estão sujeitos a responsabilidade limitada, apenas o património da sociedade


responde face aos credores sociais.

ii)
sociedade VitArneiro – Exploração vinícula, SA:
sociedade anónima – artigo 275º nº1 do CSC – deve conter SA
artigo 271º do CSC – o capital da sociedade é dividido em ações e cada sócio limita
a sua responsabilidade às ações que subscreveu

a responsabilidade do sócio é restrita à ação que subscreveu – responsabilidade


limitada do sócio apenas ao valor da ação subscrita

vicissitude – artigo 273º nº1 do CSC – a SA não pode ter menos de 5 sócios, salvo
dispensa da lei
é uma exceção à pluralidade de 2 sócios como mínima presente no artigo 7º nº2 do
CSC
contrato pode ser declarado nulo – artigo 42º nº1 a) do CSC

os credores sociais apenas podem atacar o património da sociedade anónima.

A e B apenas respondem no valor da ação que detenham

iii) sociedade Arneiro e Arneiro, SNC


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sociedade em nome coletivo – artigo 177º nº1 do CSC – a firma não é uma
imposição tem apenas que indicar que existe mais que um sócio – SNC
artigo 175º nº1 do CSC – a responsabilidade aqui é ilimitada
1) sócio responde individualmente pela sua entrada
2) responde pelas obrigações sociais subsdiariamente em relação à sociedade
e solidariamente com os outros sócios

MENEZES CORDEIRO manda atender ao regime do contrato de sociedade no


CC pois positiva um caso de responsabilidade ilimitada – artigo 997º nº2 do CC –
o sócio pode pedir a prévia excussão do património da sociedade – sociedade civil

Sociedade em nome coletivo – o credor é obrigado a excutir o património da


sociedade e subsidiariamente pode recorrer a qualquer um dos sócios – aplica-se o
regime da solidariedade
O sócio que responder tem direito de regresso face aos outros sócios tendo em
conta a proporção da sua participação social – 175º nº3 do CSC
A e B estão sob um regime de responsabilidade ilimitada – sociedade de pessoas e
não de capitais, há mais proximidade entre o capital dos sócios e o capital da
sociedade.

Aula:
Só tínhamos 2 pessoas. Era preciso 5, SA- 273/2.
SNC – 175 – parte de capital.
SQ – 198º exceção qnd há estipulação. – a sociedade com maior índole pessoal.
SA – açoes. Cada socio limita a responsabilidade ao valor das ações que
subscreveu.
6 consequências da criação das soc comerciais/personificação da sociedade:
entidade jurídica capaz, autónoma das pessoas singulares q a criaram.
1. Soc tem direitos e deveres próprios;
2. Autonomia na imputação de atos jurídicos
3. Pelas dívidas da soc responde o património da soc
4. Os credores da sociedade não são os sócios
5. Os sócios não podem dispor dos bens da sociedade

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6. Os credores sociais preferem sobre os bens sociais, ao contrario dos credo-
res dos sócios. Credores da soc são sempre pagos em 1º lugar.

2 – A sociedade Arneiro e Arneiro, SNC presta habitualmente serviços de


consultadoria agronómica, de acordo com o seu objeto social. Os seus sócios,
porém, deliberam adquirir um lote de construção no Algarve onde pensam edificar
um aldeamento turístico para revenda. Quid juris?

A Sociedade Arneiro e Arneiro é uma Sociedade em Nome Coletivo – à luz do art


175º CSC, o sócio, além de responder individualmente pela sua entrada, responde
pelas obrigações sociais subsidiariamente em relação à sociedade e solidariamente
com os outros sócios.

No caso concreto estamos perante uma deliberação dos sócios contrária ao objeto
social – nos termos do âmbito do artigo 6º nº4 do CSC

Todavia, cabe determinar a deliberação e a possibilidade de aquisição da sociedade


do lote referente:
A e B são sócios únicos
Houve uma deliberação no sentido de aquisição do lote – deliberação dos sócios –
prevista no artigo 189º do CSC – são o meio pelo qual a sociedade manifesta a sua
vontade, dado que os sócios na AG determinam por maioria a formação da vontade
da sociedade comercial

Por outro lado, A e B além de sócios ocupam igualmente o cargo de


administradores da sociedade em causa – gerentes – artigo 191º do CSC – são
gerentes da sociedade em nome coletivo os sócios
Artigo 192º nº1 do CSC – compete aos gerentes a administração e a representação
da sociedade, sendo aqui que se afere a representação orgânica da sociedade
comercial como refere o professor MENEZES CORDEIRO
O artigo 193º do CSC refere-se ao meio de funcionamento da gerência, contempla
que havendo mais de um gerente todos têm poderes iguais e independentes para
administrar e representar a sociedade.

Os sócios são gerentes da sociedade em nome coletivo – é uma sociedade de


responsabilidade ilimitada, ou seja, o património do sócio está afeto ainda que

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subsidiariamente à responsabilidade patrimonial da sociedade o que leva à
distinção de MENEZES CORDEIRO entre:
1) Sociedades de pessoas
2) Sociedades de capitais

A sociedade em nome coletivo é uma sociedade de pessoas pelo que


manifestamente verificamos a proximidade maior entre o património da sociedade
e o património dos sócios ainda que para todos os efeitos o princípio da separação
seja respeitado no âmbito destas sociedades e a personalidade coletiva das mesmas
seja indiscutível.
O objeto do problema está na interpretação do artigo 6º nº4 do CSC – é
influenciado pela Diretriz referente às sociedades comerciais e consagra uma
interpretação evolutiva do princípio da especialidade que a doutrina já vinha a
sufragar.
Partindo do artigo 6º nº1 do CSC – a pessoa coletiva é capaz de todos os direitos e
obrigações necessários e convenientes à prossecução do seu fim – é o princípio da
especialidade que tem lugar paralelo no artigo 160º do CC

O professor MENEZES CORDEIRO realça que ambos os fundamentos


dogmáticos estão ultrapassados, inclusive pela jurisprudência. Pelo que, a
ponderação do princípio da especialidade não tem lugar, ainda que com a
resistência de alguma doutrina como é o caso do professor COUTINHO DE
ABREU.

Noção de objeto social – artigo 11º nº2 do CSC – atividades que os sócios propõem
que a sociedade venha a exercer– neste caso seriam os serviços de consultadoria.
Objeto social não se identifica com o fim, o fim da sociedade comercial nos
termos do artigo 6º nº1 do CSC não tem aqui aplicação, o fim é aquilo que a
sociedade comercial pretende adquirir ou atingir – é a teleologia da sua atuação
no espaço jurídico – COUTINHO DE ABREU – entende que é o escopo lucrativo.
O objeto da sociedade acaba por ser o meio pelo qual a sociedade vai procurar
atingir o seu fim.

O artigo 6º nº4 do CSC determina expressamente que o objeto social não limita
a capacidade da sociedade comercial, logo é de afastar desde logo um problema
de capacidade no caso concreto dado que o legislador assim o estipulou.

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Esta estipulação vem em linha com aquilo que tem sido a interpretação atual da
doutrina quanto à capacidade jurídica das sociedades comerciais, ou seja, em linha
com o Professor MENEZES CORDEIRO e o Professor DIOGO COSTA
GONÇALVES a sociedade comercial tem capacidade plena de gozo, podendo ser
titular de quaisquer direitos e obrigações.

Cabe então determinar as consequências do ato praticado pela sociedade no caso


concreto dado que este contraria o objeto social:
COUTINHO DE ABREU – seguindo esta ideia de que a contrariedade ao objeto
social não contraria o fim da sociedade estabelece estatuições diversas para cada
tipo societário nestes casos legalmente previstos, mas entende que o desvalor em
causa é o da ineficácia
Sem esquecer que o Professor defende a manutenção do princípio da especialidade

Sociedades em nome coletivo - os gerentes têm falta de poderes e não


incompetência, neste sentido há falta de poderes para a prática dos atos fora do
objeto social – 192º nº2 e 3 do CSC
192º nº2 do CSC – estabelece um paralelo com o 6º nº4 do CSC de existir sobre a
administração um dever de respeito pelo objeto social
Artigo 192º nº3 do CSC – havendo confirmação expressa ou tácita dos sócios a
sociedade não pode impugnar estes negócios celebrados em seu nome
No caso são os sócios que deliberam nesse sentido para a prática do ato contrário
ao objeto social, mas ainda assim carece de confirmação
Artigo 192º nº4 do CSC – não permite aos terceiros intervenientes no nj que
impugnem o mesmo quando tenham conhecimento da infração cometida pelo
gerente

O nj seria ineficaz na perspetiva de COUTINHO DE ABREU podendo a sociedade


por deliberação impugnar o nj e ficando o gerente que o celebrou vinculado ao
mesmo – a ineficácia é perante a sociedade e não face a quem celebrou o nj

Sanções por prática de atos além do objeto social:


1) Responsabilidade civil dos membros da administração – artigos 6º nº4, 64º
e 72º do CSC
2) Destituição com justa causa de membros da administração – artigo 6º nº4,
64º, 191º nº4 a 7, 257º, 403º, 430º e 471º do CSC

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VIAS DE SUPERAÇAO DO PRINCIPIO DA ESPECIALIDADE

A sorte da especialidade depende absolutamente da possibilidade de identificação


de um conceito operacional de fim para a pessoa coletiva, em razão do qual se
possa aferir a sua capacidade judiciária.
Os insucessos de uma operacionalidade conceptual têm levado uma parte da
doutrina a sufragar a superação do principio da especialidade e a afirmação da
plena capacidade de gozo das pessoas coletivas. Esta orientação segue suportada,
ao menos em parte, por uma consistente evolução na jurisprudência.
As vias de superação são distintas, pese embora a partilha de argumentos.
Podemos distinguir entre uma superação por via pragmática e por via dogmática.
Na primeira hipótese está em causa a manutenção do enquadramento dogmático
tradicional do principio da especialidade, enquanto delimitação positiva da
capacidade das pessoas coletivas, mas acompanhada de um esvaziamento do seu
alcance limitativo.
Na segunda hipótese há uma modificação do enquadramento jus científico da
discussão.

Escola de Lisboa – superação do princípio da especialidade – deixa de ser


encarado como um meio de limitar a capacidade da sociedade comercial, o centro
de análise da sua compreensão passou para outro campo, DIOGO COSTA
GONÇALVES considera que passa a ser encarado como um meio que confirma
que a pessoa coletiva tem capacidade plena estando apenas limitada pela natureza
das coisas e pela lei

PEDRO PAIS DE VASCONCELOS entende que o artigo 6º nº4 do CSC veio pôr
fim à doutrina ultra vires e ao princípio da especialidade no direito societário pelo
que o artigo 6º do CSC não contempla uma limitação à capacidade de gozo das
sociedades comerciais

Superação pura – MENEZES CORDEIRO – no fundo todos os direitos e


obrigações são acessíveis à pessoa coletiva salvo os vedados por lei, ou seja, a
pessoa coletiva tem uma capacidade de gozo plena, não tendo o principio da
especialidade qualquer alcance dogmatico, sendo que as impossibilidades legais
não são específicos mas sim gerais do artigo 280º e 294º do CC

O Professor João Espírito Santo faz uma distinção entre:


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Fim mediato e imediato:
1) Imediato – objeto da pessoa coletiva ou concreta atividade que a pessoa
coletiva se propõe a realizar
2) Mediato – abstrato - fim legal-tipológico (no caso das associações, um fim
que não seja o lucro económico) – Fim mediato concreto - desenha-se den-
tro do primeiro.
Segundo este autor os fins a que alude o art 160/1 CC correspondem ao fim
mediato concreto. ou seja: não está em causa nem o fim legal-tipológico, nem o
objeto ou fim estatutário. Está antes a finalidade concreta, desenhada no âmbito do
fim mediato abstrato, que será servida depois pelo objeto da pessoa coletiva.
Para o autor a inoperacionalidade do principio da especialidade reside na
impossibilidade de definir em abstrato atos ouu categorias de atos que não sejam
convenientes ao fim mediato concreto, tanto mais que um ato desnecessário ou
inconveniente ao fim imediato(o objeto) nem sempre o é necessariamente quanto
ao fim mediato concreto.
Concluindo, é pacifico que o fim a que alude o art 160º CC em caso algum coincide
com o fim imediato, estatutário. Outra conclusão seria contrária ao próprio regime
das pessoas coletivas, em concreto ao regime previsto para o desvio do fim.

Efeitos da superação e a identificação entre o fim da sociedade e o interesse social


– a interpretação do art 6º/1 deve ser feita tendo em conta o art 160º CC que nele
é reproduzido. Daqui decorre que, à luz deste preceito, as sociedades são entes
jurídicos autónomos plenamente capazes de todos os direitos e obrigações, salvo
os incompatíveis com a sua natureza inumana.

As consequências deste entendimento – há que distinguir no artigo 6º nº4 do CSC:


1) Orientação externa do preceito – dirige-se aos órgãos da sociedade e aos
que com ela contratam dai podendo retirar consequencias – COUTINHO
DE ABREU
2) Orientação interna do preceito – dirige-se apenas aos órgãos da sociedade e
as consequências que daí advêem – COSTA GONÇALVES e MENEZES
CORDEIRO

O nj não é afetado pelo facto de os administradores e neste caso os sócios terem


ido além do objeto social, a sociedade comercial fica vinculada a esse negócio
O problema é interno, foram os mecanismos de formação da vontade da sociedade
comercial que deram lugar à desconformidade com o objeto social logo não é um
problema de vinculação, mas sim de responsabilidade – artigo 64º do CSC

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O nj da aquisição do lote para revenda é válido, pode é haver lugar a uma situação
de responsabilidade civil da administração por contrariedade ao objeto social da
sociedade, no entanto, foram os próprios sócios que deram lugar a este nj pelo que
a responsabilidade será improvável

Esta interpretação justifica a interpretação da escola de Lisboa:


1) Artigo 6º do CSC não dá lugar a problemas de capacidade juridica, mas sim
de legitimidade e de vinculação da sociedade – PEDRO DE ALBUQUER-
QUE
2) A violação do artigo 6º nº4 do CSC por não ser uma questão de vinculação,
mas sim de observação de deveres de respeito pelo objeto social constitui
um problema de responsabilidade – violação do artigo 64º do CSC

O nj é válido ainda que contrário ao objeto social.


Se considerarmos que está fora do objeto mas dentro da capacidade, seria anulável
nos termos do 58/1/a)º, por violação do objeto. É anulável, nos termos do art.58º/1
a), falar do art.11º. está dentro da capacidade, fora do objeto.
o vício sana-se.

AULA
Objeto não limita a capacidade.
Atos - praticados por um determinado órgão, p ex, administrador.
Deliberações – necessariamente pelos sócios.
OVO ESTRELADO –
Gema – OBJETO.
Clara- CAPACIDADE
Fim imediato da sociedade: objeto
Fim mediato – lucro.
Era para revenda: prossegue o lucro, estando dentro da capacidade.
Está fora da capacidade se não prosseguir o lucro.

Deliberações – 53 e ss. SQ – 246º, SA – 373º

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FORA DA CAPACIDADE-
 ATO – nulo – contrariedade à lei. MC- impossibilidade. Não procede efei-
tos. 280 CC e 294º.
 Deliberação – nulo - art. 56º/1 c) MC Vs 56/1 d) – outros profs Nulidade
atípica
FORA DO OBJETO, mas dentro da capacidade- 72 e ss – pode levar à destituição
 ATO- 6/4 regra geral.
EFICÁCIA:
o SQ – 260/2 e 3. Eficaz sim, salvo 3º de má fé- prova pela soc.
o SA – 409/2 – Eficaz sim, salvo 3º de má fé.
o SNC- 192º/2 e 3- Ineficaz. Eficaz salvo confirmação unanime dos
sócios.
 Deliberação – Regra geral, anulável – 58/1/a) – remissão para o 9/1/d) e
11º.
6/4

A construção do aldeamento está fora do objeto, mas está dentro da capacidade, porque a
revenda gerará lucro. Mas tem uma consequência qual?
Sociedade gestora de participações sociais – como forma indireta do seu exercício de atividade
económica.

A-Distinguir capacidade de gozo da de exercício.


Capacidade de gozo equivale à medida de direitos e deveres que possam ser imputados ao
sujeito determinado.
Capacidade de exercício equivale à medida de direitos e deveres que o mesmo sujeito possa
exercer livremente.
Inicialmente a capacidade das pessoas coletivas não seria plena, estando delimitada pelos seus
próprios fins, o chamado principio da especialidade. Esta tradição ocasionou normas clássicas,
como o art 6º/1/1ª parte CSC, retirado do art 160º CC. Este principio veio a ser ultrapassado,
sendo que hoje já não tem alcance prático, quer na jurisprudência, quer na doutrina. Com efeito,
as sociedades constituem-se livremente. Podem assumir os diversos fins lícitos, de acordo com
o pacto social e as decisões dos seus órgãos.
Existem limitações inerentes às pessoas coletivas, que têm a ver com os direitos e obrigações
inerentes à capacidade da sociedade. Art 6/1 CSC- prossecução do seu fim.

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Este artigo concretiza este princípio decorrente do art.160 CC. Limitações da capacidade
segundo o Professor MC:
1. natureza das coisas;
2. Normas legais;
3. Regras estatutárias;
4. Deliberações sociais.
Regras estatutárias e deliberações sociais não limitam a capacidade da sociedade (art 6/4). Por
conversão legal, elas obrigam os órgãos em causa a não exceder o objeto que fixem ou a não
praticarem os atos que vedem.
Consequências dos atos que excedam a capacidade de gozo: Por natureza das coisas: nulos por
impossibilidade jurídica (280/1 CC). Por lei: nulos, por violaçao da lei/280/1 e 294 CC), quando
outra não seja a solução fixada. Por contrato ou por decisão, são validos, mas podem ocasionar
a responsabilidade civil dos titulares envolvidos. Admite-se a sua invalidação perante terceiros
de má fé: conheciam ou não podiam ignorar as limitações derivadas do objeto social (260/2 e
409/2, aplicáveis por analogia, a todos os tipos societários), não bastando, para isso, a
publicidade comum.
CA- em regra fora da capacidade. Atos gratuitos podem entrar qnd se revelem necessários ou
convenientes para os lucros.
192/2, e 3.
Sociedades estão apenas limitadas pela natureza das coisas.
Quanto aos atos gratuitos e garantias: um ato gratuito é contrário ao fim da pessoa coletiva.
Alguns atos gratuitos prosseguem um fim interessado* - marketing e publicidade que também
se pagam.
Art.6º/2 – estas doações são uma verdadeira indústria por parte de instituições bem geridas,
apreciados caso a caso.
Distribuição dos bens aos sócios- 31º e 32º CSC.
Prestação de garantias a terceiros: verdadeiro favor, e acaba por ser um ato gratuito, art.6º/3
CSC. “justificado interesse próprio” MUITO IMPORTANTE!! Configurado pela própria sociedade,
e por isso não podemos saber como são… o “salvo se” consome a regra porque são demasiado
abrangentes e acabam por poder incluir tudo e nada, porque é definido pela própria sociedade,
e só acabam por funcionar em situações muito escandalosas. MC- exceção acaba por consumir
a regra.
Ac. TRL 11/03/2004 o interesse próprio pode ser meramente indireto. Café presta garantias aos
moradores da zona. MC – Só situações verdadeiramente escandalosas.
Doações interessadas visam o lucro.
Os tribunais invocam terceiros de boa fé, e só funciona se houver má fé de terceiros
beneficiários.
Prestações assistenciais? Gerente: é de uma sociedade por quotas, administrador: sociedade
anónima. É permitido que a sociedade defina uma reforma para o administrador ou gerente?
402/1 – sim é possível. Os Acs. TRL 20/01/2005 – esta reforma não contradiz a natureza lucrativa

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da sociedade. Tem é de estar prevista no contrato de sociedade e não pode criar ex novo pela
administração.

3 – O negócio do vinho alvarinho está a correr bastante bem aos irmãos Arneiro,
que sonham agora em lançarem-se na exportação. Para o efeito, a VitArneiro, SA.
necessita de contrair um financiamento bancário, o que exige a constituição de uma
hipoteca. Todo o património imobiliário (incluindo os hectares de vinha) é
propriedade da Solar Arneiro, Lda..
Para além disso, António necessita de um financiamento pessoal que exige
igualmente a constituição de uma garantia real.
Em Assembleia Geral, a sociedade Solar Arneiro, Lda. deliberou, nos termos do
art. 246.º/2 c), constituir as hipotecas voluntárias necessárias à garantia do
cumprimento das obrigações a assumir pela VitArneiro, SA. e por António.
O notário, porém, recusa-se a lavrar a escritura porque entende que se violou o
disposto no art. 6.º do CSC. Quid juris?

Estamos perante um problema do artigo 6º nº3 do CSC – prestação de garantias


em favor de terceiros, o qual tem um recorte negativo na nossa lei, ou seja, em
princípio as garantias prestadas consideram-se contrárias ao fim, salvo:
1) Justificado interesse próprio – conceito indeterminado muito amplo
2) Relação de domínio ou de grupo entre as sociedades em causa – garante e
garantida

Não estamos perante o 2º recorte no caso concreto nem quanto ao sócio nem quanto
à sociedade garantida, dado que:
1) O sócio é comum a ambas as sociedades e o financiamento que este pre-
tende é para fins extra-sociais, logo não há aqui um justificado interesse
próprio da sociedade que presta a garantia. Se fosse uma garantia prestada
para o sócio para interesses sociais aí sim poderíamos argumentar o justifi-
cado interesse próprio
2) A sociedade garantida não tem qualquer relação de dominio ou de grupo,
elas são duas sociedades autónomas com os mesmos sócios no seu subs-
trato, o que não gera uma relação de domínio ou de grupo entre este

16
Em ambos os casos afirma-se o princípio da separação, o património do sócio é
diverso do património da sociedade e a sociedade é uma pessoa jurídica autónoma
dos sócios.

Está em causa um problema relativo ao princípio da especialidade presente no


artigo 6º nº1 do CSC e da sua conformação com o artigo 6º nº3 do CSC

Princípio da especialidade na sua formulação tradicional – a pessoa coletiva apenas


tem capacidade de gozo para as situações jurídicas que se identifiquem com o seu
fim, este princípio surgiu por duas ordens fácticas:
1) Doutrina da concessão da personalidade jurídica à pessoa coletiva – era en-
carado como um privilégio o princípio da separação patrimonial pelo que
apenas era concedido em razão do fim em concreto para o qual a sociedade
se vincula
2) Bens de mão morta concedidos à igreja por doações à igreja

Os fundamentos dogmáticos atuais do princípio da especialidade já não se


justificam, pelo que como MENEZES CORDEIRO defende ele está ultrapassado
e não tem aplicação atual, a jurisprudência tem vindo a adotar este caminho

Por outro lado, PINTO FURTADO e COUTINHO DE ABREU – entendem que o


princípio da especialidade ainda tem consagração no ordenamento atual

Delimitação da capacidade com base no fim social:


Doutrinas possíveis:
1) Itália e Alemanha – a capacidade jurídica das sociedades comerciais é plena
podem ser titulares de todos os direitos e obrigações que não sejam incom-
pativeis com a lei e com a sua natureza
2) Anglo-saxónico – doutrina ultra vires – todos os atos que vão além do objeto
estatutário são nulos
3) Capacidade das sociedades é balizado pelo escopo lucrativo que às mesmas
se reconheça – é a soluçao do direito portugues para COUTINHO DE
ABREU

Há dois modelos de estrutura:

17
1) Tutela dos 3ºs que com a sociedade contactem – não são obrigados a co-
nhecer do fim, objeto social
2) Tutela dos sócios – sistema de capacidade especifica, limitada ou funcional
3) Tutela dos credores sociais – necessidade de um escopo lucrativo, na me-
dida em que não verão a sociedade a praticar atos que venham a prejudicar
o património social que garante os seus créditos

Artigo 6º do CSC aproxima do artigo 160º do CC – retrata aqui o princípio da


especialidade.
COUTINHO DE ABREU – considera que o fim social é o escopo lucrativo, o
intuito de obter lucros para distribuir pelos socios

Entende que estes atos contrários ao fim da pessoa societária para a qual ela padece
de capacidade juridica são nulos. A norma do artigo 6º nº1 do CSC é uma norma
imperativa que visa tutelar os socios e os credores sociais
COUTINHO DE ABREU – não confundir a matéria de:
1) Incapacidade
2) Não vinculação das sociedades

As limitações da capacidade não implicam limitações aos órgãos de poder


representativo da sociedade.

Poderes de vinculação – teoria das esferas na qual argumenta que os poderes de


vinculação da sociedade são de cumprimento inferior à capacidade e o poder de
vinculação apenas pode atuar dentro da capacidade da pessoa coletiva.
Os poderes de vinculação da sociedade estão limitados por normas legais e em
alguns casos por disposições do contrato de sociedade – artigo 192º nº2, 260º nº1
e 409º nº1 do CSC
Quando a sociedade não se vincula validamente há ineficácia
Quando a sociedade vá além da sua capacidade há nulidade

Inverte o ónus da prova, na medida em que perante a alegação da nulidade o ónus


da prova caberá aquele que se pretende fazer valer da garantia em causa – o onus
da prova de demonstração do justificado interesse proprio está no garantido

18
Contra este entendimento está a doutrina de Lisboa – PEDRO DE
ALBUQUERQUE, DIOGO COSTA GONÇALVES e MENEZES CORDEIRO

Há um nexo sistemático entre o artigo 160º do CC e o artigo 6º do CSC – FERRER


CORREIA era contra a consagração do preceito da capacidade juridica das pessoas
coletivas, entendendo que o mesmo já não se justificava no ordenamento atual.

Em termos normativos podemos avançar com algumas conclusões:


1) O artigo 6º do CSC apenas pode ser compreendido no âmbito de uma inter-
pretação sistemática com o artigo 160º do CC e com os seus fins, ainda que
COSTA GONÇALVES reconheça uma certa autonomia substancial do
princípio da especial no dominio do direito societário
2) Artigo 6º nº2 e 3 do CSC tem o seu conteudo limitado pelo entendimento
que se venha a ter do principio da especialidade

Neste sentido a interpretação depende das conclusões relativas ao princípio da


especialidade.

A doutrina tem vindo a entender o principio da especialidade como superado por


duas vias:
1) Pragmátiva – o alcance do principio da especialidade mantém-se no entanto
encontra-se esvaziado do seu alcance limitativo – ANTUNES VARELA e
MOTA PINTO
2) Dogmática – modificação do enquadramento da capacidade de gozo da pes-
soa coletiva

Para este efeito a doutrina pragmática no fundo entende que o princípio da


especialidade tem plena aplicação, no entanto, a formulação legal do princípio da
especialidade é que acabou por atenuar o princípio e a sua aplicação, ou seja, a
amplitude do artigo 6º do CSC e ao rtigo 160º nº1 e 2 do CC é que determinaram
a atenuação do principio e não o princípio em si.

Fim mediato e imediato:

19
3) Imediato – objeto da pessoa coletiva ou concreta atividade que a pessoa
coletiva se propoe a realizar
4) Mediato – fim legal-tipológico

COSTA GONÇALVES entende que o fim a que alude o artigo 160º do CC não se
refere ao fim-objeto, institucional ou imediato da pessoa coletiva, o fim legal a que
alude o artigo 160º do CC é um fim legal-tipológico

Superação dogmática:
Evolução dogmática tem 3 perspetivas:
1) Deslocação do nucleo problematico
2) Formulação positiva da especialidade
3) Rejeição ou superação pura

Superação pela via dogmática – o principio da especialidade e a vinculação das


sociedades:
PEDRO DE ALBUQUERQUE propos esta soluçao de desvio do centro do
principio da especialidade para o âmbito da vinculação das sociedades.

Querela entre PEDRO DE ALBUQUERQUE e OSÓRIO DE CASTRO – superada


a questão do princípio da especialidade a argumentação restante residiria nos
artigos 6º nº2 e 3 do CSC
PEDRO DE ALBUQUERQUE entende que o artigo 6º nº2 e 3 do CSC direciona-
se a uma questão de vinculação das sociedades e não de capacidade.
Neste sentido os problemas de:
1) Atuação ultra vires
2) Liberalidades
3) Garantias prestadas

São essencialmente problemas de vinculação das sociedades e não de capacidade


para PEDRO DE ALBUQUERQUE, ou seja, a sociedade não estaria vinculada a
estes atos não permitidos por lei

20
PEDRO DE ALBUQUERQUE em resposta a esta critica acaba por formular o
principio da especialidade na sua formulação positiva, com base na evolução
dogmatica já encetada por OLIVEIRA ASCENSÃO – conclui que o problema não
é de capacidade, mas sim de vinculação das sociedades.

DIOGO COSTA GONÇALVES:


1º fator erosivo do principio da especialidade – distinção entre:
1) Capacidade – possibilidade genérica de praticar certa categoria de atos
2) Legitimidade - possibilidade de praticar certo ato em concreto

Venda de bens alheios – o vendedor é capaz mas não tem legitimidade

Esta formulação permitiu uma releitura do principio da especialidade – o fim passa


a ser entendido com referência a atos concretamente praticados pela pessoa
coletiva, apenas a sua avaliação em concreto permite aferir se serve ou não os seus
fins.
Neste sentido para o principio da especialidade deixava de estar em causa os atos
vedados aos sujeitos de direito e passava a ser estranho à capacidade.

OLIVEIRA ASCENSÃO – segue este entendimento – a limitação do fim não é


uma limitação da capacidade, ou apenas o será em situações de extremo, quando a
prossecução do cim seja incompativel com a titularidade de certas situações
juridicas

Esta superação é uma formulação negativa – o fim da pessoa coletiva nada tem
que ver com a capacidade e o problema da especialidade não é um problema de
capacidade, mas sim um problema de desvio do fim.

A pessoa coletiva tem assim para COSTA GONÇALVES e PAIS DE


VASCONCELOS – plena capacidade de gozo

21
A superação do principio da especialidade por formulação positiva do principio –
DIOGO COSTA GONÇALVES

2 formulações:
1) Tese da superação pura – é uma tese de rutura que nega a autonomia dog-
mática do principio da especialidad
2) Tese da formulação positiva do principio da especialidade – mantendo o
principio mas expurgando o seu sentido limitador da capacidade de gozo, o
principio passa a ser encarado como confirmatório da capacidade de gozo
das sociedades comerciais, apenas limitadas pela natureza das coisas

Fronteiras de atuação da pessoa coletiva – são externas à pessoa coletiva e não


internas:
1) Decorrentes da aplicação de outros institutos juridicos que permitem tolher
em cada caso a atuação das pessoas coletivas
2) Decorrentes de uma proibição legal de atuação ou de uma previsão norma-
tiva que por formulação negativa ou positiva exclua a titularidade das pes-
soas coletivas daquela situaçao

No artigo 6º nº3 do CSC há uma idenificação entre:


1) Fim da sociedade
2) Justificado interesse

Este modelo interpretativo permite o preenchimento do artigo 6º nº3 do CSC com


uma interpretação integrativa com o artigo 6º nº1 do CSC – é justificado interesse
próprio o que se afigure necessário ou conveniente à prossecução do seu fim.

22
A noção de fim no artigo 6º nº3 do CSC é substituido pela noção de interesse,
sendo que ambos são normativamente equivalentes.

Onus da prova da validade da garantia prestada pela sociedade – litigios entre


garante e garantido:
1) Cabe a quem beneficia da garantia provar a existência de justificado inte-
resse proprio da sociedade, dado que é um elemento constitutivo do direito
– COUTINHO DE ABREU e OSÓRIO DE CASTRO
2) Cabe à sociedade garante provar a inexistência de justificado interesse pró-
prio e assim desvincular-se da garantia prestada – jurisprudência que reco-
nhece a superação do princípio da especialidade e da identificação entre
fim e interesse da sociedade

Argumentos em favor da 2ª posição:


1) O 3º garantido confia que a sociedade é capaz de prestar a garantia
2) O 3º não está em condiçoes de demonstrar o justificado interesse da socie-
dade garante, na medida em que não pode nem tem condições de emitir um
juizo qualificado sobre o que seja o objeto social
3) Tutela da confiança de 3º de boa fé

Justificação para a inversão do onus da prova:


1) Sociedades comerciais são comerciantes – artigo 13º nº1 do CCom
2) A prestação de garantias é um ato subjetivamente comercial – artigo 2º 2ª
parte Ccom
3) Há uma presunção de onerosidade pelo que há uma presunção de confomi-
dade com o fim da sociedade – a prestação de garantias é um ato oneroso
logo comercial

Regra geral – prestação de garantias é conforme ao fim da sociedade, neste sentido


cabe ao interessado na invalidade demonstrar a inexistência de um justificado
interesse

23
COSTA GONÇALVES é contra a identificação do artigo 6º nº2 e 3 do CSC com
uma situação de capacidade juridica, mas sim um problema do artigo 64º nº1 do
CSC ou seja os administradores com esta atuação têm um comportamento
desconforme, neste sentido, segue PEDRO DE ALBUQUERQUE na medida em
que o problema não é de capacidade juridica mas sim de vinculação da sociedade
ao ato praticado – dimensão externa

O que o legislador pretendeu estabelecer foi o seguinte regime da conjugação do


artigo 6º nº1 e 3 do CSC:
1) Quando a prestação de garantias a terceiros prejudique os interesses dos
socios e dos credores da sociedade há uma presunção de violação do artigo
64º nº1 do CSC
2) Salvo demonstração de que a prestação de garantia teve um justificado in-
teresse proprio

Regime normativo unitário do artigo 6º do CSC:


1) Formulação postivia do princípio da especialidade – artigo 6º do CSC – as
sociedades comerciais gozam de capacidade juridica tendencialmente
plena, sendo capazes de todos os direitos e obrigações que entendam servir
o seu interesse social, exceto aqueles que dependam a qualidade humana do
sujeito
2) O artigo 6º nº2 e 3 do CSC são presunções legais de violação do dever de
boa gestão do artigo 64º nº1 do CSC
3) O nº2 presume que a constituição de liberalidades pela sociedade viola o
dever de boa gestão – delimitação positiva da presunção
4) Exceto as liberalidades usuais – delimitação negativa da presunção
5) A prestação de garantias a 3º viola o dever de boa gestão – delimitação
positiva da presunção
6) Exceto as situações de dominio ou de grupo, independentemente da posição
da sociedade garante na estrutura da coligação societária – delimitação ne-
gativa da presunção

Em conclusão:

24
COUTINHO DE ABREU – defenderia a nulidade da prestação da garantia falta
de capacidade da sociedade comercial nos termos do artigo 6º nº3 do CSC
DIOGO COSTA GONÇALVES – presunção de violação de deveres de boa gestão
nos termos do artigo 64º do CSC e dá lugar a responsabilidade civil dos
administradores, no entanto, a sociedade mantém-se vinculada à garantia – garante
a tutela da confiança dos credores sociais e é
conforme ao entendimento da capacidade jurídica plena das sociedades
comerciais

aula:
prof MC: alargamento do art 6/3 às relações de grupo de facto, q poderia existir
aqui.
Garantia prestada a A: justificado interesse próprio era a única forma de ser
admissível, nos termos do 6/3.
6/3 não limita muito. MC: só funciona perante situaçoes escandalosas e má fé de
3ºs. norma que visa controlo direto…

4 – Uma conhecida publicação da área do turismo e lazer fez uma reportagem sobre
o Solar do Arneiro. A reportagem em causa era bastante desfavorável ao
empreendimento e divulgava dados incorretos, alguns deles completamente
falsos... A sociedade Solar Arneiro, Lda. moveu uma ação contra a referida
publicação, pedindo a condenação da mesma no pagamento de indemnização por
violação do direito ao bom nome e à imagem, a fixar nos termos do artigo 496.º/3
do CC. A e B, moveram igualmente uma ação contra a publicação, pedindo uma
indemnização por violação dos seus direitos de personalidade. Quid juris?

Artigo 6º nº3 do CSC – deve ser lido em conjunto com o artigo 6º nº1 do CSC

Em princípio é contrário ao fim da sociedade – regra geral não

Exceções no artigo 6º nº3 do CSC


1) Justificado interesse próprio
2) Relação de domínio ou de grupo

Justificado interesse – o que é o interesse e quando há:


25
1) COUTINHO DE ABREU – escopo lucrativo – vai buscar ao artigo 980º do
CC
2) DIOGO COSTA GONÇALVES – superação dogmática do princípio da es-
pecialidade

Garantias em causa:
1) Gratuitas
2) Onerosas – quando sejam manifestamente desiquilibradas é contra o fim do
escopo lucrativo

Ónus da prova da validade da garantia – litigios entre garante e garantido


1) Cabe a quem beneficia da garantia provar a existência de justificado inte-
resse próprio da sociedade, na medida em que é um elemento constitutivo
do Direito – COUTINHO DE ABREU e OSÓRIO DE CASTRO – é o ga-
rantido que está onerado
2) Cabe à sociedade garante provar a inexistência de justificado interesse pró-
prio para assim desvincular-se da garantia prestada – DIOGO COSTA
GONÇALVES e JANUÁRIO DA COSTA GOMES

Argumentos em favor da 2ª posição:


1) O garantido confia que a sociedade é capaz de prestar a garantia – suscetivel
de ser titular da situação juridica
2) O garantido não está em condições de demonstrar o justificado interesse
próprio – não pode emitir um juízo qualificado sobre o que seja o objeto
social
3) Tutela da confiança de 3ºs de boa fé

Justificações de regime comercial:


1) Sociedade comercial é um comerciante – 13º nº1 do Ccom
2) A prestação de garantias é um ato subjetivamente comercial – artigo 2º 2ª
parte do Ccom
3) Há uma presunção de onerosidade do ato e de conformidade com o fim
social – ato oneroso logo comercial

26
Soluções sobre a prestação de garantias:
COUTINHO DE ABREU – a prestação de garantia no caso de não correspondem
a qualquer dos recortes negativos gera a nulidade, por força da incapacidade da
pessoa coletiva

Solução adotada:
DIOGO COSTA GONÇALVES – presunção de violação do artigo 64º do CSC
que consagra os deveres de boa gestão dos administradores, dando lugar a
responsabilidade civil dos administradores, no entanto, a sociedade mantém-se
vinculada à garantia prestada
– é a solução que garante a proteção dos credores que contavam com a garantia
prestada pela sociedade.

Reação interna da sociedade – sócios podem pedir a responsabilidade dos


administradores por violação de deveres de boa gestão do artigo 64º do CSC

Reação externa da sociedade – credores sociais – desfalque do património da


sociedade e oneração – reação por via da garantia geral das obrigações + PEDRO
DE ALBUQUERQUE – problema de vinculação da sociedade

Teses de rejeição do conteúdo útil do princípio da especialidade:


1) Superação pura do princípio da especialidade – MENEZES CORDEIRO –
o princípio da especialidade é um non liquet
2) Superação pragmática do princípio da especialidade – MOTA PINTO e
ANTUNES VARELA – reconhecem o princípio da especialidade mas o seu
alcance limitativo da capacidade da sociedade comercial está esvaziado
3) Superação dogmática do princípio da especialidade – DIOGO COSTA
GONÇALVES – modificação do enquadramento o problema

Formulação – as sociedades comerciais gozam de capacidade jurídica plena, sendo


capazes de todos os direitos e obrigações que entendem servir o interesse social,
exceto as sj que dependam da qualidade humana do sujeito e das limitações que
resultam da lei

Superação dogmática:
1) Deslocação do núcleo problemático

27
2) Formulação positiva do princípio da especialidade
3) Interpretação sistemática com o 160º do CC

Deslocação do núcleo problemático:


PEDRO DE ALBUQUERQUE – o problema não é de capacidade da pessoa
coletiva, mas sim de vinculação das sociedades comerciais

Neste sentido os atos de:


1) Atuação ultra vires
2) Liberalidades
3) Garantias

São problemas de vinculação da sociedade comercial e não de capacidade – é uma


definição também proposta por OLIVEIRA ASCENSÃO

O núcleo problemático deixou de ser de capacidade jurídica para passar a ser:


1) Legitimidade
2) Vinculação das sociedades comerciais

O princípio da especialidade deixou de se referir a problemas de capacidade para


se referir a problemas de desvio do fim

Superação dogmática pela formulação positiva – o princípio da especialidade


existe, mas não tem o sentido limitador da capacidade de gozo, é confirmatório da
capacidade de gozo das pessoas coletivas

DIOGO COSTA GONÇALVES – solução do problema será:


1) Problema será de vinculação da sociedade comercial – em termos externos
2) Garantia em princípio será válida
3) Em termos internos é um problema de responsabilidade por presunção de
violação do dever de boa gestão dos administradores – artigo 64º do CSC

28
4) Ónus da prova cabe à sociedade como garante a prova da aplicação do ar-
tigo 6º nº3 do CSC caso se pretenda desvincular da garantia prestada ao
garante
5) Na falta de prova, a sociedade mantém-se vinculada à garantia prestada

Alínea 4)
Estamos perante um caso de responsabilidade civil – artigo 483º do CC

A questão está em saber se a pessoa coletiva pode ser ressarcida por danos:
1) Patrimoniais – é unânime
2) Não patrimoniais

Em causa estavam os seguintes direitos de personalidade:


1) Honra e bom nome – artigo 484º do CC
2) Imagem – 79º do CC
3) Danos não patrimoniais – 496º do CC

Problema em causa: artigo 6º nº1 do CSC – determina que a pessoa coletiva não
tem capacidade para titular direitos que sejam inseparáveis da pessoa singular –
direitos de personalidade é uma área própria das pessoas singulares e da sua
dimensão significativa-ideológica

Personalidade coletiva – MENEZES CORDEIRO – centro de imputação


autónomo de normas jurídicas, ainda que reconheça determinados vetores de

29
direitos de personalidade pois há vetores com natureza eminentemente patrimonial
o que configura como parte dos direitos da pessoa coletiva

Honra e bom nome – o alargamento é expresso na lei, o artigo 484º do CC


determina que é um dano comum às pessoas coletivas e singulares, sendo que no
nosso caso concreto tem uma identificação com o fim mediato da pessoa coletiva
que é central para COUTINHO DE ABREU – o lucro

Com a difusão de mensagens:


1) Desfavoráveis
2) Dados incorretos e falsos – não permite a clausula de exceção da exceptio
veritatis

Causando um dano que pode vir a ter repercussões patrimoniais na sociedade


comercial:
1) Danos emergentes – perdas patrimoniais efetivas presentes de hospedes
2) Lucros cessantes – perdas patrimoniais futuras frustrando contratos poten-
cialmente celebrados pela sociedade comercial

Direitos de imagem – artigo 79º do CC – não é adequado para a pessoa coletiva,


tal como está construido? tem uma dimensão tripla como refere DIOGO COSTA
GONÇALVES:
1) Intimidade
2) Reputação
3) Lucros

A intimidade não é uma dimensão adequada à pessoa coletiva, todavia, a dimensão


dos danos para a reputação é conforme com a natureza da pessoa coletiva, em
especial das sociedades comerciais como sujeitos de direito que atuam no
comércio jurídico em busca do lucro.

A dimensão patrimonial é inquestionável que a sociedade comercial possa titular


e exigir indemnização a título de responsabilidade civil contra a publicação.

30
Problema diverso está no âmbito dos danos não patrimoniais – artigo 496º do CC
– no momento da fixação da indemnização é necessário atender a danos não
patrimoniais que pela sua gravidade mereçam tutela do direito – a jurisprudência
é conflituante nesta matéria:

1- Para uma corrente - A ofensa do bom nome e reputação das sociedades comerciais
apenas releva como dano patrimonial indireto, não sendo por isso suscetível de
indemnização por danos não patrimoniais - STJ 23/1/2007
o Invocando-se que o bom nome e reputação das sociedades comerciais apenas in-
teressam na medida da vantagem económica que deles podem retirar;
o Defendido por Pinto Monteiro da Escola de Coimbra - Danos não patrimoniais
não são transponíveis para as pessoas coletivas, porque não têm as características
da pessoa humana.

2- Para outra corrente - É possível reconhecer às sociedades comerciais o direito a


indemnização por danos não patrimoniais - STJ 6/7/2011

“ é possível reconhecer às sociedades comerciais o direito a indemnização por


danos não patrimoniais pois são sujeitos autónomos de direito, dotados de
personalidade jurídica e têm interesse em defender o seu bom nome
comercial, o seu prestígio, a sua credibilidade, enfim, a sua imagem, pois daí
pode depender em grande medida o sucesso da sua actividade”

31
Ver PINTO MONTEIRO:

Conclusão:

Sócios da sociedade – violação de direitos de personalidade

Princípio da separação – COUTINHO DE ABREU e MENEZES CORDEIRO

Não é apenas o património dos sócios que é distinto da sociedade, a personalidade


de ambos os sujeitos é diversa:
1) Personalidade – sócios
2) Personalidade coletiva – sociedade comercial

Neste caso o dano é imputável à pessoa jurídica sociedade comercial e não aos
sócios, os danos patrimoniais que os sócios venham a sofrer indiretamente não são
ressarcíveis, seria uma duplicação do dano
O dano é sobre a sociedade comercial – é contra esta que a publicação de dirige

COUTINHO DE ABREU – critica às posições funcionalistas das sociedades


comerciais – seria a soma de todos os direitos dos sócios e sem autonomia – não
tem lugar.
A sociedade comercial é uma pessoa jurídica autónoma e o dano incide sobre esta,
logo os sócios podem agir em representação da sociedade, mas nunca por direito
próprio, na sua esfera não há dano.

Aula:
Não se excluem os direitos não patrimoniais compatíveis com as pessoas coletivas.

5 – Os credores da Solar Arneiro, Lda. estão com enormes dificuldades em obter


a satisfação dos seus créditos. António e Bento refugiam-se na autonomia
patrimonial da sociedade para não pagar. Poderão os credores da sociedade ter

32
esperança em que o vasto património dos sócios seja chamado a satisfazer as
dívidas sociais?

Os credores sociais não conseguiam satisfazer os seus créditos com SA, Lda –
sociedade por quotas

A e B sócios desta sociedade estão protegidos pela autonomia patrimonial – facto


do caso:
Atuavam em confusão de patrimónios – não havia na ordem prática uma distinção
efetiva entre:
1) Património social
2) Património dos sócios

No caso concreto há que equacionar o levantamento da personalidade jurídica para


dar lugar à responsabilidade dos sócios em face dos credores sociais com o
património próprio:

JANUÁRIO – as situações de levantamento da personalidade devem ser


verdadeiramene excecionais, sob pena de contrariar a ratio do sistema das
sociedades comerciais – limitação da responsabilidade dos sócios nas sociedades
comerciais.
É o vetor que alimenta o comércio por via de uma atenuação do risco que as
atividades económicas envolvem.

MENEZES CORDEIRO:
Grupos de casos típicos de levantamento da personalidade coletiva:
1) Confusão de esferas jurídicas
2) Subcapitalização
3) Atentado a terceiros
4) Abuso da personalidade

Confusão de esferas – verifica-se por inobservância de regras societárias ou,


mesmo, por decorrências puramente objetivas em que não fique clara na prática a
separação entre o património da sociedade e o património do sócio ou sócios

33
Este dominio era especialmente pensado para as sociedade unipessoais, ainda que
esta já tenha reconhecimento legal.
A sua concreta aplicação é feita através de princípios gerais e com recurso ao
instituto do levantamento.
Subcapitalização nominal – pode recorrer-se ainda de capitais alheios, mas não
tem património
- Não pode sequer recorrer

Artigo 84º nº1 do CSC – parte final dá reconhecimento expresso à desconsideração


pela responsabilidade limitada ao património da sociedade para haver lugar a uma
imputação ao sócio único pelas dívidas da sociedade
É uma consagração excecional, dado que há desde logo dois vetores:
1) Pluripessoalidade não é observada – unipessoalidade um único sócio
2) Confusão de esferas – o sócio único abusa manifestamente a autonomia pa-
trimonial atuando com desrespeito pelo princípio da separação

O atentado a terceiros – a pessoa coletiva é usada de modo ilicito e abusivo para


os prejudicar, para dar lugar ao levantamento não basta a ocorrência de um mero
prejuizo, tem de existir uma efetiva violação de normas e princípios juridicos.
Exemplo do testa de ferro – a sociedade é usada como um testa de ferro para a
celebração de determinado negócio.

Abuso de direito-
Neste sentido neste grupo de casos é de realçar o papel que o abuso de direito
desempenha para fundamentar o instituto do levantamento da personalidade
coletiva:
1) Tutela da confiança – venire contra factum proprio, supressio e surretio
2) Materialidade subjacente – tu quoque e exercicio em desequilibrio

O atentado à boa fé e manifesto abuso de direito deve ter lugar, dado que a regra é
sempre a personalidade autonoma da pessoa coletiva
A solução é de direito civil e não de direito comercial

Teorias explicativas:
34
1) Subjetiva
2) Objetiva
3) Aplicação de normas
4) Negativistas

Subjetiva – SERICK
Haveria que lidar para dar lugar ao levantamento da personalidade coletiva com a
situação objetiva de abuso da personalidade coletiva, bem como com situações
subjetivas, maxime a intenção própria do agente.
O levantamento exigiria assim um abuso consciente da personalidade coletiva

Teoria objetivas:
O instituto depende apenas da pura contrariedade ao ordenamento juridico, não
sendo necessário aferir das más intenções do agente que aliás são de dificil prova.

Teoria da aplicação de normas:


O problema do levantamento da personalidade coletiva não é um problema da
personaliddade coletiva, mas sim um problema de aplicação de normas juridicas,
quando as normas visassem o seu escopo ou a realidade subjacente à pessoa
coletiva estas normas aplicavam-se
Em suma, haverá levantamento da personalidade coletiva sempre que por
exigência de uma norma concretamente prevalente não tivesse aplicação uma
norma de personalidade coletiva.
A teoria da aplicação de normas visa o escopo das normas quando se entenda que
o recurso à boa fé é manifestamente insuficiente
AC TRL – 29/04/08

A teoria da aplicação das normas não prescinde, no entanto da boa fé, bem como
não deve fazer esquecer que a personalidade coletiva detém valores próprios, não
sendo um jogo de normas:
1) Limitação de responsabilidade
2) Funcionalização de patrimónios autónomos

35
Negativista – nega a autonomia do instituto do levantamento da personalidade
coletiva, no fundo o que se deve fazer é responsabilizar os administradores por
falta de diligência

No caso concreto:
Há manifestamente uma situação de confusão de patrimónios – os sócios não
observaram o princípio da separação, confundindo contas bancárias com as contas
da sociedade
AC STJ 5/2/09- pode ser posta em causa…

Por outro lado, o abuso de direito aqui deve ter aplicação – artigo 334º do CC – há
manifestamente um caso de primazia da materialidade subjacente na ordem
prática:
1) Conta dos sócios – vem responder muitas vezes pelas dívidas sociais, bem
como usam da mesma
2) Violação do princípio da separação – violam normas jurídicas imperativas
de autonomia patrimonial e pretendem ainda assim prevalecer em face dos
credores sociais a autonomia patrimonial – no limite, há tu quoque e venire,
sendo que para MENEZES CORDEIRO venire é subsidiário a todas as mo-
dalidades de abuso de direito
3) Desequilibrio patrimonial é um indício de abuso de direito – conta dos só-
cios é muito avultada em face da das contas da sociedade – abuso da perso-
nalidade coletiva frustrando as legitimas expetativas dos credores com a
autonomia patrimonial

Há lugar ao levantamento da personalidade jurídica por confusão de patrimónios


e abuso de direito, os sócios respondem subsidiariamente e solidariamente ao
património social.

Aula

SQ

CASO N.o 2

36
Armando e Belchior dedicam-se à produção e comercialização de produtos
biológicos. Necessitando de melhorar a respetiva distribuição, constituem a
Frutas, Lda. para fazer escoar as frutas produzidas. Em janeiro de 2010,
Belchior faz uma doação anónima a uma ONG ambiental e a Frutas, Lda.
constitui uma hipoteca sobre a sua sede para garantir uma dívida de Armando
decorrente da compra de uma moderna máquina agrícola para a sua exploração.
Tomando conhecimento destes eventos, os credores desta sociedade vêm pedir
a declaração judicial da nulidade da garantia e da doação. Por sua vez, os
credores da Frutas, Lda., entretanto declarada insolvente, pretendem
responsabilizar Armando e Belchior pelas respetivas dívidas, não só na
qualidade de sócios da Frutas, Lda., mas também enquanto gerentes desta.
Quid juris?

Sociedade por quotas que adota forma de responsabilidade limitada, respeita P. tipicidade-1/2.
Registo obrigatória para adquirir personalidade coletiva-5º.
P. Especialidade art.6/1 – art.160CC
Liberalidades art.6/2 –não são. Presentes de natal, afins. doações usuais – fim interessado por
trás da doação.
Verdadeira doação, dentro da capacidade da soc? Tem q seguir o fim – lucro, só d eforma
interessada se houver publicitação da mesma. Anonima não prossegue.
Hipoteca sobre sede – art.6/3 existia um justificado interesse próprio da sociedade prestar
aquela garantia.
O terceiro que põe em causa é que tem de provar que não havia interesse.
Ónus de provar- MC, Pedro Albuquerque- quem invoca a nulidade. Outra doutrina – credor
garantido.
Eventual responsabilidade de A e B – dois prismas, enquanto sócios e enquanto gerentes.
Art.78ºCSC, estamos perante um ato, e este é nulo – 280º(imp mc) ou 294º, contrário ao fim da
sociedade.
Responsabilização enquanto sócios – art.197º e 198º (exceção, mas não é a do caso).
No limite haveria desconsideração da personalidade coletiva – mas é de difícil aplicação. Ver
doutrina no caso anterior.
Deveres de cuidado e lealdade – 64º
72- presunção de culpa.

37
Aula 25/3/19
Liberdade de celebração e de estipulação do contrato de sociedade, mas têm de respeitar a
tipicidade.
número mínimo de partes, 7/2 – duas (exceções sociedades unipessoais, e sociedades
anónimas(273); partes de capital)
elementos que devem constar do contrato de sociedade: art 7º e 9º - denominação, sede, sócios.
É admissível que dois cônjuges constituam uma sociedade? Sim, mas de acordo com o
art.1714ºCC; art.8º CSC – ver divergência doutrinária.
Menores- Sim, desde que estejam representados pelos pais. Incapacidade meramente aparente,
pq os meios de suprir a incapacidade acabam por permitir que os contratos sejam celebrados
entre menores. 1889/1 CC.
Requisitos art 7º CSC constituição das SC – deduzido a escrito. Compatibilizar com o art 4º/a).
Níveis de intangibilidade, durabilidade… assinaturas dos subscritores reconhecidas
presencialmente. Se for com um imóvel deve ser por escritura publica – 875 CC.
Numero minino de partes- nº2, exceto qnd a lei exiga numero superior – 273º. Regime de
contitularidade – é só uma parte. nnc confundir quotas ou açoes com os titulares-nº3.
Relativamente ao contrato de sociedade – é um verdadeiro contrato? Verdadeira liberdade de
estipulação e celebração? MC-Sim. Existem exceções.
Conteúdo – art 9º. Existem determinados elementos do contrato q podem ser exceções. Art 42º-
determinaria a nulidade. 42/1 – depois de efetuar o registo definitivo só pode ser declarado nulo
pela alínea a) e e). sanáveis por deliberação dos sócios os outros. A falta de menção do objeto,
capital social, tipo de sociedade têm sempre de constar do próprio contrato de sociedade.

Firma- art 10 º. SQ – 200, SA – 275.


As firmas das soc não podem sugerir atividade diferente. P da verdade e da exclusividade da
firma.
Nº3 p da novidade.
Nº5 – limites à autonomia privada.

Sede – art 12º. Art 13º/1.


Duração da sociedade- criada por tempo indeterminado, a não ser que seja estabelecido no
contrato tempo certo ou incerto (socio morrer). 15º supletivo.
Capital subscrito – normalmente é realizado, regra geral o sócio paga logo o que subscreveu.
Capital realizado – efetuado
Art.197º - sociedade por quotas – se houver determinado sócio que subscreveu e ainda não
realizou os sócios serão responsáveis por isso.
Duração da sociedade: art15º tempo indeterminado, mas o contrário também pode acontecer.

38
SOCIEDADES IRREGULARES

Por incompletude –
1. Relações anteriores à celebração do contrato de sociedade (soc APARENTE)–
36º
2. Pré sociedade (celebração do contrato, mas momento anterior ao registo). 7/2
a. Relaçoes internas(entre sócios)- 37º
b. Relações externas- 38º a 40º- Distinguir consoante tipo soc em causa.
i. Soc em nome coletivo – 38
ii. Soc em comandita simples – 39
iii. SQ, SA ou Comandita por açoes - 40

Por invalidade – Há sempre contrato


1. Antes do Registo – 41/1 CSC – 299º, 286, 287 CC. Remeter para 286 e ss.
Nomeadamente 284, 287. 282 – REMETER 52 CSC entrada da soc em liquidação…
2 . Depois do Registo - 42/1 CSC- TAXATIVO – só pode exigir validade se violar
algum dos preceitos.
Consequências – 44º e depois 52º. Afasta o regime geral da nulidade do CC. Afasta
aplicação do 286º e ss CC.
Se não for sanável, aí sim, 42/2.
Se a declaração de nulidade for declarada procedente – 52º, e 165º. Liquidação.

Art 5º para ir depois ao 19º. Com registo definitivo do CS, assume 16º…
Problema de um negócio celebrado antes do registo da sociedade. 19º para o 40º.
MC – REGISTO COM EFEITO CONSTITUVIO – Indutor de eficácia?…

39
CASO N.º 3

A sociedade Infotudo, Lda. foi constituída no dia 1 de fevereiro de 2011, tendo


por objeto a distribuição de produtos informáticos. No final de março, ainda
antes do registo do contrato – que só em maio ocorreu –, o gerente, perante uma
excelente oportunidade que surgiu, e desejando que a sociedade abandonasse o
negócio dos computadores, adquiriu, em nome da Infotudo, Lda., uma fábrica
de calçado à socie-dade Peles e Calçado, Lda. Já após o registo do contrato de
sociedade, a Peles e Calçado, Lda. exige à Infotudo, Lda. o pagamento do
preço da fábrica, o qual, ape-sar das insistências daquela sociedade, nunca
chegara a ser pago. A sociedade recusa o pagamento, alegando que

(i) “em circunstância alguma a sociedade responderia por um acto do gerente


que viola o fim da sociedade e que, por isso, é nulo”; além disso,

(ii) a responsabilidade pela dívida é apenas do gerente que celebrara o contrato


antes de a sociedade ser sequer registada. Perante a recusa, a Peles e Calçados,
Lda. dirige-se ao gerente, que, por seu lado, invoca que a sociedade é a única
responsável desde o registo do contrato. Quid juris?

(iii) E se a dívida tivesse sido constituída no final de janeiro, mesmo antes do


contrato de sociedade ser celebrado?

(iv) 5 anos de pois, é requerida judicialmente a nulidade do contrato, sendo


apontado como fundamento o número insuficiente de sócios. Quid juris?

i)De acordo com o art.6º/4 CSC o objeto social não limita a capacidade jurídica das sociedades.
Assim, um ato social excede ou é alheio ao objeto da respetiva sociedade quando, atendendo ao
momento da sua prática, se revele inservível para a realização das atividades que a sociedade
pode exercer, nos termos do estatuto, de acordo com o art.11º/2CSC, ou se entre eles não existir
uma relação de potencial instrumentalidade de meio-fim.
Neste caso, penso que o gerente podia adquirir a fábrica uma vez que a comprou com o intuito de
obter lucro e de prosseguir um fim determinado da sociedades, e portanto a compra e venda da
fábrica não é nula, apesar de estar fora do objeto da sociedade.
Art.199º/1, 200º

40
Aula
Art 36º - anterior à celebração do contrato e do registo, é mesmo antes de tudo.
Temos que ver a responsabilidade de quem intervem no negocio, saber se tinham ou não
intençao de celebrar o contrato de sociedade.
PROF MC- Soc irregular – proc não tem de estar concluído.
Terceiros não sabem nem têm de saber. Intervém sempre em 1º lugar o património social.
E se o contrato de soc não for celebrado? 36/1
Deve haver confiança justificada- 3º de boa fé subjetiva ética.
MC – distinção entre nº1 e nº3 é irrelevante, a falta de intenção não pode ser oponível a 3º.
Património social deve sempre responder, só subsidariamente o dos sócios.
ii)De acordo com o art.7º/1 CSC o processo de constituição da sociedades desdobra-se em 3 atos
principais: o contrato de sociedade (sujeito a forma especial), o registo definitivo do contrato, e a
publicação do contrato.
O art.18º por sua vez, refere o registo prévio do contrato de sociedade, e portanto os principais
momentos serão o contrato social, o registo prévio, a formalização do contrato, o registo
definitivo, e a publicação.
Na generalidade dos casos a sociedade é constituída através de um único ato – o ato constituinte,
ou constitutivo. Assim pode-se dizer que celebrando-se um contrato de sociedade, considera-se
existente ou constituída a sociedade-entidade, operando-se a reunião de todas as notas
caracterizadoras de uma sociedade, e portanto a sociedade nasce.
Alguns autores entendem que, a sociedade comercial só existe a partir do registo definitivo, só a
partir deste é que adquirem personalidade jurídica. Antes disso, poderá falar-se apenas de “pré-
sociedade ou sociedade em formação”, e não de sociedade comercial propriamente dita. Os
autores que defendem esta posição, baseiam-se no art.5º CSC que refere que as sociedades
comerciais só gozam de personalidade jurídica e existem como tais a partir da data de registo
definitivo do contrato.
Segundo o professor Coutinho de Abreu, a sociedade existe antes do registo, e pode atuar antes
do registo. Só a partir do registo é que passam a gozar de personalidade jurídica.
O ato constituinte é um contrato de fim comum e de organização, e o art.9ºCSC fixa os elementos
que devem constar do ato constituinte de qualquer tipo de sociedade. Para além destes
elementos, devem constar também, quando ocorram, as vantagens especiais concedias a sócios
e as despesas de constituição que a sociedade deve pagar a sócios ou a terceiros (16º/1).
 Tratando-se de uma sociedade por quotas, a sociedade Infotudo, Lda., o contrato deve
mencionar especialmente o montante de cada quota de capital e a identificação do res-
petivo titular, e o montante das entradas por cada sócio, de acordo com o art.199º CSC.
A celebração do ato constituinte da sociedade basta-se com a mera forma escrita devendo as
assinaturas dos subscritores ser reconhecidas presencialmente. A escritura pública só é exigida
quando seja necessária para a transmissão dos bens com que os sócios entram para a sociedade.
Fora destes casos, a celebração do ato constituinte pode ser efetuada por escritura pública, mas
não tem de sê-lo.
Assim, pode acontecer que antes do registo definitivo, os sócios realizem negócios em nome da
sociedade por entenderem que a urgência dos negócios não admite espera. A lei não proíbe tal
41
prática. Nem o facto de o contrato social sem forma legal ser considerado nulo inviabiliza a
atuação, uma vez que o regime da nulidade é especial, de acordo com os arts.41º/1CSC, art.42º/1
e) CSC e 220ºCC.
Contudo, sem o registo definitivo a sociedade não está perfeitamente constituída, está em
situação irregular.
De acordo com o art.40º/1 CSC pelos negócios realizados em nome de uma sociedade por quotas
respondem pessoal e solidariamente quem os tenha realizado e os sócios que tenham autorizado
tais negócios. Os restantes sócios respondem até às importâncias que tenham recebido a título de
lucros ou de distribuição de reservas. Aqui coloca-se a questão de saber se a sociedade também
responde com o respetivo património pelo negócios realizados em seu nome. Existem vários
argumentos, concluindo-se, pelo professor Coutinho de Abreu que as sociedades respondem pelos
atos em seu nome realizados no período compreendido entre a celebração do ato constituinte e o
seu registo definitivo, com dois limites:
1. Não respondem por obrigações que não podem assumir depois do registo, serão os casos
mencionados no art.19º/4 CSC;
2. E também são excetuados os casos em que haja autorização dos sócios, parte do patri-
mónio social não pode ser mobilizada para pagar os credores, é o que resulta dos
arts.202ª/5 b), 277º/5 b), 478º CSC.
Por outro lado, os sócios que não autorizaram o negócio, nem agiram nele, não respondem
solidariamente com os outros sócios.
E portanto, no caso em apreço, responderá ilimitadamente e solidariamente o gerente em
primeiro lugar, o património da sociedade Infotudo, Lda., e os restantes sócios só respondem
subsidiariamente até às importâncias das entradas a que se obrigaram, de acordo com o 40º/1
CSC.
(De acordo com o art.19º/1 b) poderá haver uma assunção pela sociedade de negócios depois do
registo definitivo do contrato. De acordo com o nº2 essas obrigações podem ser assumidas pela
sociedades mediante decisão da administração, e de acordo com o nº3 a assunção dos efeitos do
negócio retrotrai à data prevista da respetiva celebração a libera as pessoas obrigadas perante o
art.40º/1. )
(De acordo com o art.41º/1 a invalidade do contrato rege-se pelas disposições aplicáveis aos NJ
nulos ou anuláveis, nomeadamente os arts.286º/287º/294ºCC, sem prejuízo do disposto no
art.52º. sendo assim, de acordo com o 52º/2 CSC a eficácia dos NJ concluídos anteriormente não
são afetados pela declaração de nulidade do contrato social.)

iii) Neste caso, estaríamos perante o art.36º/2 CSC se já tivesse sido acordada a constituição de
uma sociedade comercial, mas antes do contrato os sócios já tivessem iniciado a sua atividade,
serão aplicadas as disposições sobre sociedades civis. Aplica-se o art.997º/2 CC; para além do
património comum, irá responder o património societário; de acordo também com o art.40º/1
CSC
(o prof MC discorda, pois os sócios não têm nada a ver com isso. Existindo o património societário
irá responder no nº1 e nº2.)
Desta forma, nas relações internas (entre sócios, ou entre sócios e a sociedade) são aplicáveis os
arts.983º e ss. CC, e os arts.1001º e ss. CC.

42
Já nas relações externas, são aplicáveis principalmente os art.996º e ss. CC, e em regra respondem
a sociedade, e pessoal e solidariamente mas a título subsidiário, os sócios.
Sociedade aparente;
(o art.36º/2 CSC ao remeter para o regime das sociedades civis, não significa que as sociedades
são civis. Verificando-se todas as notas do contrato de sociedade comercial, a sociedade é
comercial).
iv) Estamos perante um caso de nulidade do contrato depois de efetuado o registo definitivo, e
portanto de acordo com o art.42º/1 a) o contrato pode ser declarado nulo por falta do mínimo de
dois sócios fundadores, salvo quando a lei permita a constituição da sociedade por uma só pessoa.
Como neste caso a nulidade apenas se refere à falta do número mínimo de sócios, não se referindo
a sócios fundadores, considero que não estamos perante nenhum dos casos enumerados nas
alíneas do art.42º, e portanto não constitui causa de nulidade do contrato de sociedade por
quotas, não produzindo os seus efeitos.
 Caso admitíssemos que haveria nulidade, o art.52º/2 indica que esta nulidade não deter-
mina a invalidade dos NJ concluídos anteriormente em nome da sociedade, e de acordo
com o nº4 não exonera os sócios da responsabilidade pessoal e solidária perante tercei-
ros. Liquidação 165º
 Autores: pode ser o 3º ou ate o MP, sempre(44/2).

Exceção do DL 111/2005, 8 Julho: só para as sociedades anónimas ou por quotas;


Art.37º: P. cumprimento pontual das obrigações – qq modificação carece do consentimento
unânime das partes, 406ºCC.
MC entende que não faz sentido a responsabilização do art.40º/1 sem primeiro se extinguir o
património social se ele existir, antes de se ir ao património pessoal dos societários.
Do art.42º/2 caso calhe em alguma destas alíneas, vamos à regra dos 90 dias, do 44º;

Resumindo:
Começar por dizer que esta soc era uma SPQ. Respeita o p da tipicidade, art 1/2, 199 e 200, que
ainda não tinha sido registada. Soc irregulares por incompletude. No entanto já há um ct de
sociedade, mas ainda não havia registo definitivo, acaba este ato por cair na previsão do art 77/1
no q respeita às relações internas. Externas: 40º.
Ato do gerente é valido pq não impede o gerente de atuar no mercado, o facto de esta não deter
personalidade jurídica… o ato do gerente não está fora do ct soc, fim lucrativo. Não se aplica o
nº2 ou o nº3.
O ato do gerente é contrario ao objeto, 6/4 constitui os órgãos da soc de não exceder o objeto
social.
2º argumento: improcedente, irregularidade.
3º argumento do gerente: tenta fazer valer-se da assunçao automática mas só acontece nos casos
expressamente previstas no art 19º, só seria afasta resp do gerente se a soc …
Art 16º e 19º -

43
16º - ver anotação, não necessitada de estar sequer no ct para que a soc tenha de responder.
19º - registo definitivo do ct- a soc assume OPE LEGIS.. ver anotação

2 subhipoteses: 36º todos os sócios respondem solidariamente. MC: aplica analogicamente


beneficio da excussão previa quanto ao património comum se ele existir, aplicar sempre o 36/2
ao 36/1 para proteger terceiros.

3ª subhiptoese:

CASO N.º 4

António e Bento, no passado mês de Janeiro, constituíram por escrito particular


uma SPQ e promoveram diligentemente o seu registo definitivo. A sociedade tem

um capital social de € 50.000,00 tendo metade sido realizado em dinheiro por


António e a outra metade em espécie, por Bento, mediante a transmissão para a
sociedade de um prédio rústico avaliado em € 25.000,00.

Em inícios de Março, a sociedade contraiu um empréstimo hipotecário em


ordem à aquisição da sua sede social no valor de € 100.000,00.

Quinze dias depois, Bento dá-se conta que, afinal, não tinha vendido o seu terreno
à sociedade de António mas antes tinha com ele constituído uma sociedade, coisa
que nunca desejara e António bem sabia. Em carta dirigida a este, Bento invoca a
anulabilidade do contrato por erro vício. António responde que pouco lhe
importa, já que o contrato de sociedade é nulo.

Quid juris?

De acordo com o art.7º/1, o contrato de sociedade deve ser reduzido a escrito e as assinaturas
dos subscritores devem ser reconhecidas presencialmente. A escritura pública só é exigida
quando seja necessária para a transmissão dos bens com que os sócios entram para a sociedade.
Fora destes casos, a celebração do ato constituinte pode ser efetuada por escritura pública, mas
não tem de sê-lo.
Diferença entre SUBSCRIÇÃO e REALIZAÇÃO. Subscrição - …
Só pode acontecer nas entradas em dinheiro. Pode ser apenas subscrito e não realizado um
determinado valor em dinheiro. Nas entradas em espécie não pode haver subscrição e
realização do capital comissiva, tem que coincidir no mesmo momento-28º.

44
Tratando-se de uma sociedade por quotas, o contrato deve mencionar especialmente o
montante de cada quota de capital e a identificação do respetivo titular, e o montante das
entradas por cada sócio, de acordo com o art.199º CSC.
VALOR DA ENTRADA- PASSIVO DA SOCIEDADE, valor que a Soc deve àqueles sócios.
Nas SPQ as entradas só se podem fazer em dinheiro ou espécie, art 20º a) – obrigação de entrada
dos sócios. Os bens têm de ser avaliados, art.28º;
Bens de absoluta ou relativamente empenhoráveis-Diretriz da UE. MC – bens suscetíveis de
avaliação pecuniária.
Ver art 25º- valor acima do par/ ágio – qnd entro para a soc com um valor superior à quota. Visa
proteger-se o capital social e terceiros que confiem no bom funcionamento da sociedade. Há
determinadas hipóteses que permitem dar a volta à lei – 29º.
25/2- erro na avaliação do ROC- responsável pela parte em que O ROC não avaliou. Art 28º
avaliação. Se o socio que entra o voto é considerado abusivo, não pode votar na nomeação do
ROC.
Neste caso Bento entrou com um bem imóvel, o que obriga o registo a seguir o regime previsto
no 875º CC, tendo que ser constituída por escritura pública ou documento particular
autenticado;
Foi constituído um empréstimo hipotecário, o que levou a uma subcapitalização da Sociedade,
porque ela tinha sido constituída por 50000 e depois foi pedir empréstimo de 100000.
O art.42ºCSC que refere a nulidade do contrato de sociedade após o registo definitivo é taxativo,
e como tal o contrato só será anulado caso preencha alguma das alíneas do nº1 do art.42º.
Sociedade irregular por invalidade. A nulidade está prevista na alínea e).
De acordo com o 44º a ação de declaração de nulidade deve ser intentada dentro do prazo de 3
anos a contar do registo, podendo ser intentada por Bento na sua qualidade de sócio. Deve ser
comunicada aos sócio no mais breve prazo, à luz do 44º/3.
Neste caso poderemos estar perante uma indemnização em caso de dolo, 898ºCC.
Se a declaração de nulidade for procedente, terá lugar a liquidação da sociedade, de acordo com
art 52º/1, nos termos do art 165º.

No entanto, de acordo com o art.45º CSC, o sócio B poderia invocar o erro como justa causa da
sua exoneração, desde que verificadas as circunstâncias e os prazos decorrentes da lei civil –
287. A nulidade consome a anulabilidade.
CASO não houvesse a nulidade, deveríamos ter visto as consequências da anulabilidade, que
seguiria 45º, podendo ser invocada no prazo de 1 ano, à luz do art 287ºCC. Mas neste caso o 52º
não se aplica.
Quanto à hipoteca constituída após o registo definitivo do contrato de sociedade, de acordo
com o art.52º/2 a eficácia dos NJ concluídos anteriormente à declaração de anulação do
contrato de sociedade, não é afetada – Princípio do favor societatis.
Efeitos da anulação do contrato, 47º, 49º - não tinha direito a reaver o que tinha prestado, por
estarmos no âmbito do 45º/1. 49- Favor societatis- soc não pode ficar numa situação de duvida.
MC – se houver fundamentos relacionados com o próprio negócio.

45
3ª FASE: PUBLICAÇAO OBRIGATÓRIAS DO CONTRATO- 186

CASO N.º 5

Carlos, Daniel e Eduardo resolveram mudar de vida e abrir uma Garrafeira especialista
em castas portuguesas. Adquiriram um espaço, compraram o stock e começaram a
comercialização dos vinhos.

Como o negócio corria bem, os três amigos resolveram constituir, em Janeiro de 2010,
uma SPQ, que ainda não se encontra registada. No contrato de sociedade ficou
expresso que a sociedade assumia a dívida de € 155.000,00 correspondente ao valor do
stock inicial, mas nada é dito quanto ao imóvel adquirido para a instalação da garrafeira,
nem quanto aos € 1.500,00 dos honorários pagos aos advogados no processo de
constituição.

No primeiro caso, a ideia inicial era manter o imóvel em compropriedade dos sócios
que o arrendavam à sociedade; quanto aos honorários, nenhum deles se lembrou desta
despesa...

Em Fevereiro, Carlos e Daniel, gerentes da sociedade, celebraram um contrato de


fornecimento com o restaurante Tavares Rico. Sucede, porém, que uma das remessas de
vinho encontrava-se em mau estado e o restaurante pretende agora acionar a cláusula
penal do contrato no valor de € 50.000,00.

Eduardo, que, entretanto, chegou de uma viagem de dois meses a França para participar
em diversas feiras de vinhos, ficou chocado com a notícia. Não só nunca teria concordado
com o negócio como deseja agora que o imóvel da garrafeira se torne propriedade da
sociedade...

Estavam os sócios em animada discussão quando chegou uma carta do Dr. Basílio,
dirigida à sociedade, na qual o ilustre advogado informava que a sociedade acabava de
ser registada e requeria, novamente, o pagamento dos honorários em atraso...

Quid juris?

1º momento: COMPRA DO STOCK


há uma sociedade aparente, art.36º, parece que não tinham a intenção de criar uma sociedade.
O professor MC refere que o art 36º distingue duas situaçoes:

46
Nº1 onde se prevê uma mera situação de sociedade material, sem a cobertura de qualquer acordo
entre os participantes. Existe, segundo a interpretação do professor, uma aparência total de
sociedade, em que os responsáveis nem intenção têm de celebrar o contrato. Existe
responsabilidade solidária e ilimitada entre os participantes.
Nº2 que prefigura já um acordo tendente à constituição de uma sociedade comercial, mas sem que
se tenha celebrado o contrato escrito. Neste nº2 para o Professor já existe uma intenção de formar
a sociedade. Aplicam-se então as regras das sociedades civis.
No entanto, por razoes de tutela de terceiros, pois estão convictos da existência da sociedade e
não tendo forma de saber se os “sócios” têm ou não intençao de celebrar um contrato, aplica-se
também ao nº1 as regras das sociedades civis para assegurar superiores níveis de tutela, à luz do
art 999º CC.
Para se aplicarem estas regras existem dois requisitos:
A confiança deve ser objetivamente justificada
Os confiantes a tutelar devem estar de boa fé: desconhecer, sem culpa, a natureza meramente
aparente da sociedade.

Aplicar as disposições das sociedades civis não significa qualificar as sociedades irregulares
sociedades civis. As sociedades irregulares têm necessariamente objeto comercial; pelo que são
sociedades comerciais, irregulares embora, e não sociedades civis. Significa apenas que lhes é
aplicável o regime das sociedades civis». Também COUTINHO DE ABREU parece pronunciar-se
pela qualificação como comercial, ou pelo menos afasta a qualificação como sociedade civil: «O
n.º 2 do art. 36.º, ao remeter para as disposições sobre as sociedades civis, não deve ser
interpretado de modo a qualificarem-se como sociedades civis as sociedades com objeto
comercial mas sem o contrato celebrado pela forma legal. (…) uma sociedade com objeto
comercial não pode ser civil»
FERRER CORREIA - «se as partes não lograram alcançar (ainda) o objetivo de dar vida a uma
sociedade comercial, algo já resultou do seu agir – e do que tão somente necessitamos é de
qualificar esse quid, de que apenas sabemos que não é uma sociedade comercial. Ora, a
qualificação que logo se oferece é a de sociedade civil
PINTO FURTADO «o art. 36.º-2 CSC […] opera a conversão da sociedade comercial de facto em
sociedade sob a forma civil (conversão ope legis)».
MENEZES CORDEIRO parece inclinar-se para esta conclusão, entendendo não haver qualquer
conversão «não é esse o teor da lei; tão-pouco nos parece vantajoso proceder,
doutrinariamente, às construções que permitiriam apoiar tal asserção e isso admitindo que elas
fossem possíveis». Por outro lado, também lhe parece não se tratar de sociedade comercial,
nem de sociedade civil: «Há, pois, uma aplicação de regras civis: não uma conversão de uma
(inexistente) sociedade comercial numa (porventura impossível) sociedade civil». Continuando
a discorrer sobre a mesma questão, afirma: «Comercial não pode ser: o artigo 1.º, n.º 2,
formaliza essa categoria (…) bem pode acontecer que se tenha “acordado” na constituição de
uma sociedade comercial e que se inicie, desde logo, uma atuação comum sem que se tenha,
sequer e ainda, optado por um concreto tipo de sociedade. Ergo, a haver elementos suficientes
para se poder falar de sociedade, ela será civil. Isso não impede, todavia, que a situação
globalmente considerada seja comercial»

47
Dívidas quem responde? Dívida do stock 150.000 comprado em momento anterior à própria
sociedade, art.19º/1 c) a partir do momento do registo, é a sociedade que assume esta dívida.
Responsabilidade contratual com T, caso do art.40º/1, relação entre a SPQ não registada com
terceiros. Relações internas. respondem C e D na qualidade de gerentes (252º ss.) e sócios
solidaria e ilimitadamente, e E só responde até ao limite da sua entrada, solidariamente. MC –
processo avançado da sociedade, 36º faz sentido intervir primeiro o património da sociedade.
Termos gerais do 997º. Art 19/1 e 19/3
Honorários do advogado art.16º/1 não tem de ficar exarado no contrato de sociedade e portanto
temos de compatibilizar estes honorários com o que está previsto no art.19º/4. Aqui estávamos
perante despesas de constituição. MC propõe redução teleológica do 19/4, e faz sentido que
esse tipo de despesas sejam assumidas pela própria sociedade.
Imóvel comprado pelos sócios: primeiro, pelo 19/2 podem ser assumidos pela sociedade, mas
tinha de haver decisão de administração. Pode haver CV do imóvel em favor da sociedade,
dizendo que eles registaram o imóvel no nome dos 3 pq a sociedade não foi constituída, e como
agora já é, passam para a esfera j. da sociedade.

2º momento: SPQ celebração do contrato de Sociedade, que não tem registo;


Arrendamento – conflito de interesses: imóvel adquirido pelos sócios poderia estar a retirar
dinheiro da esfera societária para interesse próprio – problema de corporate governance.
3º momento: contrato de fornecimento;
4º momento: honorários a serem pedidos, após o registo.

3 momentos:
1º não havia ainda ct de soc
19/1/c) soc assume, 19/3.
2º decidem ct
3º registo

A partir do momento que o sócio entra na sociedade tem estatuto de sócio, vai ter associados
direitos e deveres. É balizado pela própria participação social desse sócio na sociedade,
participação social se é maior ou menor…
Direitos comuns ou especiais e também deveres e obrigações. Art.86º/2 princípio-regra.

48
Obrigações principais e acessórias: as principais acabam por caracterizar o próprio estatuto do
sócio, obrigação de entrada e participação nas perdas. As acessórias podem ser prestações
suplementares de capital.
A obrigação de entrada art.20º a) (suscetível de avaliação económica) art.25º a 30º.
Entrada: dinheiro, espécie ou indústria, art.9º g) e h)
202º/1, 277º/1
Entrada do sócio – contribuição necessária, feita em dinheiro normalmente, e tem de respeitar a
própria atividade tem de representar uma mais-valia para a prossecução do objeto da sociedade.
MC está desatualizado quanto ao capital social das SPQ – intangibilidade do capital social das
SPQ.
Quando as sociedades respeitam o capital mínimo, o capital social em dinheiro pode ser deferido.
Capital social subscrito ou capital social realizado. Só pode ser deferido o capital social em
dinheiro. As entradas em espécie não podem ser alvo de deferimento. Se entrar com bem para
sociedade, esse bem ter de ser analisado por revisor de contas e nesse momento deve ser entregue
à sociedade, 28º.
O deferimento é possível desde que a sociedade não satisfaça logo aquele crédito.
As entradas não podem ter discrepância entre valor nominal e valor real art.25º/1 é possível haver
prémio de x. O valor excedente vai para a reserva legal. Não pode entrar com 3000 e ficar com
participação nominal de 5000, mas o contrário pode acontecer.
Art.28º entradas em espécie; valor nominal (aquilo que a participação vale) e valor real – art.25º
Art.26º/3
Sociedades anónimas – 277º/2 igual tratamento dos acionistas;
Se o sócio continuar a não contribuir 27º/5 …
30º/1 – possibilidade dos credores – concretização da ação de sub-rogação do 606ºCC.

49
CASO N.º 6

Em setembro de 2012, é constituída a sociedade Cookies & Cream, Lda., cujo


objeto social, nos termos dos estatutos, é a produção e comercialização de
pastelaria e gelados. O capital social é de € 147 500. Nos termos do contrato ficou
convencionado que:

(i) O sócio Cavalo Branco, Lda. contribuía com o arrendamento de um prédio no


Rossio, avaliado pelo ROC em € 70 000, e ficava com uma quota equivalente a
esse valor.

20º a) – vantagem acrescida para a sociedade; Entrada em espécie; avaliado pelo ROC 28º; 25º
- anexado ao contrato social, art.9º/1 h), alvo de publicitação art.28º parte final. Entrada válida
que vale pelos 70.000 cumpre critério do art.25º.
Referir capital social da sociedade! Somar o valor das entradas válidas e ver o capital social.

(ii) O sócio Sebastião, chef profissional e amante da doçaria, comprometia-se a


pôr a sua arte ao serviço da sociedade e ficava, por isso, dispensado de qualquer
outra entrada. A sua contribuição foi avaliada em € 20 000, valor atribuído à sua
quota.

Entrada em indústria – não é admissível, 202º/1; coloca-se o problema da responsabilidade


limitada. Não entram para o capital social. A entrada é tida como nula.
De que modo pode suprir essa invalidade? 25º/4 impossibilidade legal de ele se tornar sócio.
Capital social: com esta não admissibilidade, coloca-se em causa a preservação do capital social.
Função externa e interna. A externa é para pagar as dívidas da própria sociedade-
responsabilidade perante terceiros; do ponto de vista interno serve para financiar a sociedade.
Até agora o capital social seria de 70.000.
Distinção entre know how e pessoa que sozinha tem que fazer o serviço.
Impossibilidade de execução especifica das entradas em industria.
Não poderia ser supostamente uma entrada em espécie pq não há transmissão de nenhum know
how, é em principio entrada por industria. Proibidas pela resp limitada, resp por quotas.
Seria permitir que alguém se tornasse socio e sem que essa pessoa respondesse no fundo com as
dívidas dessa própria sociedade.
Externo – pagar as dividas, qnd não é possivel o património dos sócios(197, exceção 198)
Interno- financiar o próprio objeto social e definir a participação relativa de cada sócio. Saber ate
que ponto vem ter de lucros ou perdas.
Função garantística do capital social encontra-se desatualizada, pela alteraçao de agora ser o
mínimo 2€.

50
Saber se está registada. Saber se se poderia convelar para ser uma entrada por capital de 20000€.
Essa entrada em capital poderia ser diferida num termo.
Critério de distinção
Materialização para que qualquer pessoa possa usar.

(iii) O sócio Manuel, proprietário de um café que agora iria encerrar, cedia à
sociedade a sua posição num contrato de prestação de serviços de limpeza, em
condições razoavelmente favoráveis, tendo esta contribuição sido avaliada em €
7 500. Esse era também o valor da sua quota.

Trata-se de uma entrada em espécie, que deve constar do contrato de sociedade, nos termos do
art.9º/1 g) e h) CSC.
As entradas em espécie estão previstas no art.28ºCSC. Neste caso, trata-se de uma entrada
através de créditos sobre terceiros, mediante uma cessão de créditos, que é admitida no contrato
de uma Sociedade por quotas de acordo com o art.25º.
Avaliação por parte do ROC para determinar o seu exato valor económico, 28º/3.
De acordo com o art.25º/1 o valor da quota do sócio não pode exceder o valor da sua entrada
considerada neste caso igual ao valor atribuído à cessão de créditos avaliada pelo ROC.
A outra parte tem de consentir com a cessão da posição contratual, 424ºCC, e pode ser
consentimento tácito. Aqui presume-se que sim. Se não houvesse consentimento a sua prestação
seria impossível, 25º/4, e teria que entrar com dinheiro ou subscrever A entrada é válida, 77.500
euros de capital social.
POSSIBILIDADE DE EXISTIR ERRO DE AVALIAÇAO POR PARTE DO ROC: 25/3. Se não houvesse erro
poderia ter sido feita ao serviço.

(iv) O sócio Sancho, que no momento atravessava dificuldades de tesouraria,


entrava com um crédito sobre um seu cliente no valor de € 10 000, que foi
avaliado, todavia, em apenas € 5 000. Contudo, ficava com uma quota no valor
de €10 000.

Trata-se de uma entrada em espécie, que deve constar do contrato de sociedade nos termos do
art.9º/1 g) e h) CSC.
As entradas em espécie estão previstas no art.28ºCSC. Neste caso trata-se de uma entrada através
de créditos sobre terceiros, mediante uma cessão de créditos que é admitida no contrato de
sociedade por quotas de acordo com o art.25º. Não é permitido o diferimento da realização da
entrada em espécie.
Esta cessão de créditos tem de ser objeto de uma avaliação por parte do ROC para determinar o
seu exato valor económico, 28º/3.

51
De acordo com o art.25º/1 o valor da quota do sócio não pode exceder o valor da sua entrada
considerada neste caso igual ao valor atribuído à cessão de créditos avaliada pelo ROC. Pelo que
se o valor do crédito foi avaliado em 5.000, a quota do sócio será de 5.000 e não de 10.000.
A cláusula é parcialmente nula e a quota do socio deveria ser reduzida ao valor da sua entrada, a
não ser que quisesse subscrever o restante.
Sob pena de ser considerado socio remisso.

(v) O sócio Afonso entrava em dinheiro: € 5 000. Uma vez que, ao contrário dos
outros, se limitou a financiar a sociedade, sem ter qualquer intervenção na
conceção do projeto, teve de aceitar ficar com uma quota de apenas € 2 500. Em
todo o caso, conseguiu uma vantagem: apenas teria de realizar a entrada dali a
um ano.

Trata-se de uma entrada em dinheiro que deve constar do contrato da sociedade nos termos do
art.9º g).
Nos termos do art.25º/1 o valor da quota atribuída a um sócio no contrato de sociedade não
pode exceder o valor da sua entrada, como tal se considerando a respetiva importância em
dinheiro. Entende-se que o valor da quota não pode exceder o valor da entrada, mas poderá ser
inferior, o que seria o caso. Neste caso teríamos então um prémio de subscrição que passará a
integrar as reservas. Sócio no valor de 2500.
A subscrição e o momento da realização entrada podem não coincidr no tempo, a não ser que
seja em espécie. 20/a) e 203.
De acordo com o art.26º/1 em regras as entradas dos sócios devem ser realizadas até ao
momento da celebração do contrato. No entanto, de acordo com o nº3 do mesmo artigo, os
sócios podem estipular contratualmente o diferimento das entradas em dinheiro. Isto é o que
resulta também do art.203º/1 CSC, na medida em que o pagamento das entradas diferidas tem
de ser efetuado em datas certas ou ficar dependente de factos certos e determinados, podendo
em qualquer caso a prestação ser exigida no período de 5 anos sobre a celebração do contrato,
a deliberação do aumento de capital ou no caso de se encerrar o prazo equivalente a metade da
duração da sociedade, se este limite for inferior.

(vi) O sócio Gonçalo, proprietário de uma galeria de arte, entrava com € 10000
(valor da quota) mas, pouco depois, a sociedade adquiriu-lhe um quadro pelo
qual pagou € 10 000.

O sócio G efetuou uma entrada em dinheiro que nos termos do art.9º/1 g), e 25º/1 corresponde
ao valor da sua quota no contrato de sociedade.
No entanto, quando a sociedade adquire ao sócio, de forma onerosa, um quadro pelo mesmo
valor da entrada do sócio, os interesses da sociedade podem estar a ser colocados em risco, uma
vez que, ao adquirir o bem imóvel, o sócio logo adquiriu o seu dinheiro de volta, e uma vez
tratando-se de um bem suscetível de avaliação pecuniária, o seu valor real também poderia
estar oculto, não estando sujeito a um controlo por parte do ROC.

52
De acordo com os professores Coutinho de Abreu e Raúl Ventura, apesar de o art.29º/1 CSC
apenas se referir às sociedades anónimas e às sociedades em comandita por ações, devemos
também aplicar este artigo às sociedades por quotas. Assim sendo, este artigo prevê que a
aquisição de bens por uma sociedade deve ser aprovada por deliberação dos sócios, precedida
de verificação do valor dos bens nos termos do art.28º, preenchidos os requisitos ou seja:
1. Seja uma aquisição a favor de um sócio ou fundador
2. O contravalor dos bens adquiridos exceda 2% ou 10% do capital social consoante este
for igual ou superior a 50.000 euros ou inferior a esta importância no momento do con-
trato donde a aquisição resulte.
3. quando esta aquisição por parte da sociedade tenha lugar antes ou no ato de celebração
do contrato de sociedade, ou nos dois anos seguintes ao registo do contrato ou do au-
mento de capital.
4. O contrato de aquisição deve ser reduzido a escrito sob pena de nulidade
5. Sendo ineficazes as aquisições que não tenham sido aprovadas pela assembleia geral.
Art.27º
Contamos na mesma os 10.000 euros

(vii) O sócio Rodrigo subscrevia uma quota de € 20 000, a realizar em dinheiro


quando a sociedade necessitasse de fundos.

Trata-se de uma entrada em dinheiro que deve constar do contrato da sociedade nos termos do
art.9º g).
Violação da disposição do art.20º a), condição ilícita. Ele não vai poder ser sócio desta sociedade.
Nos termos do art.25º/1 o valor da quota atribuída a um sócio no contrato de sociedade não
pode exceder o valor da sua entrada, como tal se considerando a respetiva importância em
dinheiro
De acordo com o art.26º, em regra, as entradas dos sócios devem ser realizadas até ao momento
da celebração do contrato. O nº3 do mesmo artigo, permite que os sócios possam estipular
contratualmente o diferimento das entradas em dinheiro.
Segundo o art.203º/1 CSC o pagamento das entradas diferidas tem de ser efetuado em datas
certas ou ficar dependente de factos certos e determinados. Neste caso, a entrada do sócio
ficaria dependente da necessidade da Sociedade precisar de fundos, pelo que neste caso coloca-
se a questão de este momento não ser certo e determinado, e consequentemente este
diferimento não ser permitido-nulo.
Desde que
199º b) o capital é 20.000 difere-se 19.999 euros até ao período máximo de 5 anos, e até ao
termo do primeiro exercício económico ele tem de pagar 1 euro que é o capital mínimo exigido.

53
(viii) O sócio Bartolomeu pagava € 7 500 em dinheiro (valor da quota), o que lhe
renderia juros mensais a uma taxa equivalente à Euribor. Quid juris?

1º, 200º/1, 11º


20º a)
25º
28º
Art.21º/2
P. intangibilidade do capital social.

Capital social: 102.500 euros


92 500 na pior das hipóteses
122 500 na melhor
Fazer conta.
Se a votação só carecer de maioria simples é a Cavalo Branco que manda.
70.000
Sebastiao: 0, não socio
Manuel: 75000
Sancho: 5000
Afonso: 2500
Gonçalo: 0 ou 10?
Rodrigo : 20 000- condição? 0 ou 20
Bartolomeu: 7000
Sócio minoritário: Afonso, 2,43%

Acordos parassociais

54
São contratos ou covnençoes celebrados por todos, alguns ou ate futuros sócios. Pode ser
celebrado antes mas só na qualidade de futuros, obriga-se a uma conduta não proibida por
lei(280 CC e nº1 17)

2º não ter poder para influenciar outros adm ou gerentes.~

Devem ser divulgados… registoRDIC, 18º CVM

À margem da sociedade, não vinculam dirigentes.. geram relações obrigacionais. 283

Dao aso à resp obg

Matérias excluídas: ir ao 294 CC

Limitações especificas: 17/2 e 3.

Clausula do cont prevalece sobre esratytiens

86

CASO N.º 7

Alberto, Bernarda, Carlos, Diana e Edmundo decidiram juntar esforços e


património para desenvolver uma ideia de negócio gerada à mesa do café Aires,
em muitas tardes solarengas que só o Mondego sabe proporcionar.

A ideia estava, de facto, próxima da genialidade:

Alberto era um cozinheiro de mão cheia, e propunha-se a confecionar os seus


famosos carapaus à espanhola em doses industriais;

Bernarda entrava com uma patente de que era titular, relativa a um novo processo
de produção e conservação de escabeche de tomate e cebola, de valor “claramente
superior a € 20.000”;

Carlos entrava com um pavilhão industrial, avaliado em € 30.000;

Diana e Edmundo eram os amigos capitalistas: cada um entraria com € 20.000


em dinheiro.

Estavam lançados os dados para a constituição de uma sociedade anónima!

55
Depois de uns problemas com o notário, decidiram que Alberto, afinal, entrava
com um equipamento industrial de cozinha e embalagem, que comparara para o
seu restaurante, por € 15.000, e que estava por estrear, mas para manterem o
equilíbrio, decidiram que cada um dos sócios ficaria com ações no valor de €
20.000.

O notário parece não gostar de Alberto e levantou novamente algumas questões


jurídicas. Alberto lá aceitou entrar com € 10.000 em dinheiro.

Convencionaram os sócios que Alberto apenas entregaria € 1.000 no momento


da celebração do contrato, já que tinha que vender o equipamento de cozinha e
embalagem para obter liquidez. Os restantes € 9.000 entregá-los-ia quando
pudesse.

Carlos também pretendia contribuir com o pavilhão industrial apenas no


próximo ano, para se ir habituando à ideia.

No mês seguinte ao da constituição, a sociedade adquiriu a Diana e Edmundo

um camião frigorífico em segunda mão por € 40.000, de que ambos eram


titulares em compropriedade. Segundo os boatos, no entanto, teria sido possível
comprar um camião comparável apenas por € 15.000.

1. Quais terão sido os problemas suscitados pelo notário em relação à primeira

ideia destes cinco empreendedores?

Trata-se de uma constituição de uma sociedade anónima, art.271º, cujo conteúdo obrigatório
do contrato vem referido no art.272ºCSC. de acordo com o art.276º/3 o valor nominal mínimo
das ações não deve ser inferior a 1 cêntimo, e segundo o nº5 o valor mínimo do capital social é
de 50.000 euro.

De acordo com o art.9º/1 g) e h) do contrato de sociedade deve constar as entradas dos sócias
e as suas respetivas quotas.

De acordo com o art.11º deve também ser indicado no contrato de sociedade o objeto da
mesma, e as atividades que cada sócio se propõe a exercer.

De acordo com o art.273/1 CSC, o número mínimo de acionistas para a constituição de uma
sociedade anónima é 5, pelo que este requisito encontra-se preenchido.
56
Em relação ao sócio A, num primeiro momento ficou estipulado que a sua entrada seria em
indústria. No entanto, de acordo com o art.277º/1 não são admitidas entradas em indústria num
contrato de constituição de uma sociedade anónima. D acordo com o art.25º/4 neste caso
deverá o sócio realizar em dinheiro a sua participação sem prejuízo da eventual dissolução da
sociedade por deliberação dos sócios. 9º/1 f) – entrada não é computada no capital social da
sociedade;

Quanto ao sócio B, este realizou uma entrada em espécie traduzida numa patente, com valor
estimado de superior a 20.000 euros. Esta entrada em espécie é permitida num contrato de
sociedade anónima, e de acordo com o art.28º/1 deverá ser objeto de um relatório do ROC que
deverá avaliar e determinar o valor da patente, que poderá não corresponder a 20.000 euros.
28º/3 e 6

14º

O sócio C também realizou uma entrada em espécie que foi avaliada em 30.000 euros, e também
esta entrada deveria ter sido submetida ao relatório do ROC de acordo com o art.28º/1 já
mencionado. A sua quota poderia ser de 20.000 mas

Quanto aos sócios D e E, estes realizaram uma entrada em dinheiro, que de acordo com o
art.25º/1 corresponderá ao valor da quota dos respetivos sócios.

2. Quais terão sido os problemas suscitados pelo notário quanto à reinvestida dos

cinco amigos?

Num segundo momento, o sócio A acordou entrar com um equipamento de cozinha no


valor de 15.000 euros, correspondendo a uma entrada em espécie, que de acordo com
o art.9º/1 h) deve constar do contrato de constituição da sociedade. Considera-se
cumprido o requisito do art.20º a), uma vez que o equipamento de cozinha é suscetível
de avaliação pecuniária. Apesar de o sócio ter adquirido o equipamento por 15.000
euros, este deveria ser sujeito a um relatório do ROC, de acordo com o art.25º/1 e
art.28º.

Também de acordo com o art.25º/1, o valor da quota atribuída a um sócio no contrato


de sociedade não pode exceder o valor da sua entrada, considerando neste caso o valor
atribuído aos bens no relatório do ROC.

57
Assim, se o valor da quota do sócio A não poderia ter sido estabelecido como 20.000
euros, sem antes se saber o valor atribuído pelo ROC de acordo com a sua avaliação.

O mesmo se aplica aos restantes sócios. A sua quota será o valor em dinheiro como no
caso dos sócios D e E, ou então no caso das entradas em espécie, o valor atribuído pelo
relatório do ROC, nos casos de B e C.

3. Que questões jurídicas devem ser analisadas a propósito das entradas


estipuladas pelos cinco sócios? E em relação ao negócio celebrado entre a
sociedade e Diana e Edmundo?

Num segundo momento, o sócio A acordou entrar com um equipamento de cozinha no


valor de 15.000 euros, correspondendo a uma entrada em espécie, que de acordo com
o art.9º/1 h) deve constar do contrato de constituição da sociedade. Considera-se
cumprido o requisito do art.20º a), uma vez que o equipamento de cozinha é suscetível
de avaliação pecuniária. Apesar de o sócio ter adquirido o equipamento por 15.000
euros, este deveria ser sujeito a um relatório do ROC, de acordo com o art.25º/1 e
art.28º.

Também de acordo com o art.25º/1, o valor da quota atribuída a um sócio no contrato


de sociedade não pode exceder o valor da sua entrada, considerando neste caso o valor
atribuído aos bens no relatório do ROC.

Assim, se o valor da quota do sócio A não poderia ter sido estabelecido como 20.000
euros, sem antes se saber o valor atribuído pelo ROC de acordo com a sua avaliação.

O mesmo se aplica aos restantes sócios. A sua quota será o valor em dinheiro como no
caso dos sócios D e E, ou então no caso das entradas em espécie, o valor atribuído pelo
relatório do ROC, nos casos de B e C.

Condição resolutiva- 285/1

277/2 CSC- pagar soma correspondente a 30% das açoes.

3. Que questões jurídicas devem ser analisadas a propósito das entradas


estipuladas pelos cinco sócios? E em relação ao negócio celebrado entre a
sociedade e Diana e Edmundo?

58
Quanto ao terceiro momento, ficou estabelecido que o sócio A entraria com 10.000
euros. Esta é uma entrada em dinheiro, de acordo com os arts.9º/1 g), e segundo o
art.25º/1 corresponderá ao valor da quota do sócio no contrato de sociedade.

De acordo com o art.26º/1 em regra as entradas dos sócios devem ser realizadas até ao
momento da celebração do contrato, no entanto, o nº3 diz-nos que nos termos em que
a lei permita, os sócios podem estipular contratualmente o diferimento das entradas em
dinheiro. De acordo com o art.277º/2 as entradas em dinheiro só podem ser diferidas a
realização de 70% do valor nominal, não podendo ser diferido o prémio de emissão,
quando previsto. Ora, neste caso o sócio A apenas entraria no momento da celebração
do contrato com 1.000euros, o que corresponde a 10% do valor do montante total,
diferindo os outros 90% para um outro momento indeterminado. – condição ilícita.
Ficaria com participação de 10.000.

CA- 777º CC, obg pura e exigível em qql momento. Cumpre e fica com 10, não cumpre
fica com 1.

MC- fica …

MC – seria um montante global, e não a entrada de cada sócio individualmente.

Não há regra expressa, e depende da vontade dos sócios.

Este diferimento não é possível, como já referi, uma vez que o sócio deveria entrar
inicialmente com no mínimo 30% do valor total.

Quanto ao diferimento da entrada em espécie do sócio C, esta não poderá ser válida,
uma vez que o art.277º/2 fala apenas em diferimento das entradas em dinheiro.
Tratando-se de uma coisa, não poderá estabelecer-se no ato constituinte o diferimento
da obrigação de entrada para lá do momento da celebração daquele ato, art.26º/1.

Quanto à CV do camião aos sócios D e E, esta aquisição onerosa por parte da Sociedade
poderá se traduzir numa entrada em espécie dissimulada, uma vez que o bem adquirido
aos próprios sócios não foi sujeito à avaliação do ROC. O regime do art.29º visa evitar
fraudes nas entradas dos sócios pelo que, sob pena de ineficácia, a aquisição de bens
por uma sociedade anónima deve ser aprovada por deliberações dos sócios, precedida

59
de verificação do valor dos bens nos termos do art.28º, e cumpridos os requisitos do
art.29º. poderia dar azo a um inquérito judicial.

CASO N.º 8

Emanuel e Marante, sócios da sociedade anónima Clave de Sol, S.A. (“CS”) — mais
conhecida como a Blue Note de Arganil —, decidiram expandir o negócio de
agenciamento e edição musical, e lançar-se no mercado de música ligeira e
ligeiroindependente do sul do país. Para o efeito, em 2010, decidiram aumentar o capital
da CS, dando assim sinais de solvência e musculatura financeira ao mercado. Cada um
detém 30% do capital social.

(i) Emanuel, que no passado cedera os direitos de exploração comercial da música


“Confessa o teu amor” à CS por € 15 000, mas nunca chegara a cobrar o preço, pretende
agora ficar quite com a sociedade, já que se comprometeu no aumento do capital a
contribuir com € 15 000.

Outras obrigações dos sócios – princípio da inoponibilidade de alterações – art.86º/2.

Prestações suplementares: sociedades por quotas 210º até ao 213º -210º: dupla base jurídica
normativa; tem de haver deliberação dos sócios; 210/2 – tem dinheiro por objeto. 210º/5 não
vencem juros – são sempre gratuitas. – prestações de quase-capital (acórdão de jurisprudência).
Montante máximo tem de constar de contrato de sociedade 210º/3 a) ou será a cláusula nula.
A restituição do capital não pode ocorrer à custa da sociedade 210º…

Se o sócio se recusar de prestar suplementar – pode ser excluído, 204º, 205º - como se fosse
obrigação de entrada não cumprida.

Prestações suplementares podem ou não existir nas sociedades anónimas: Mota Abreu e MC –
não admite nas sociedades anónimas. Todas as ações hoje em dia, têm de ser nominativas.

Não se aplica analogicamente a exclusão do sócio.

Desde que as ações sejam nominativas, e que tenham sido aceites pelos sócios.

Prestações acessórias – 209º, e 287º.

Prof. Paulo Olavo Cunha entende que o 209º e o 287º devem ser lidos de forma idêntica.

60
Os estatutos devem fixar elementos essenciais da prestação. Se forem onerosas – sócio tem
contrapartida em desfavor da sociedade. Se forem gratuitas – não tem contrapartida e é
sacrifício do sócio.

Ex. prestações acessórias são prestadas de forma gratuita, a não ser que por deliberação dos
sócios se preveja outra coisa.

O sócio não pode dizer que não consentiu porque já havia possibilidade de isso acontecer no
próprio contrato.

209º/2 e 287º/2

299º - ações nominativas

Para serem realizadas prestações acessórias – tem de haver ações nominativas.

Contrato de suprimento – empréstimo em dinheiro ou outros bens efetuado a favor da


sociedade, com carácter de permanência 243º/2. Também pode ser pagamento diferido ao
longo do tempo. há especial envolvimento do sócio na capitalização da sociedade. O credor de
suprimentos, não pode requerer insolvência da sociedade 245º- o credor é o sócio, e foi ele que
voluntariamente quis financiar a sociedade, e por isso ele não pode requerer a insolvência da
sociedade. Ele pode é 20º CIRE vir reclamar créditos. O crédito vai ser qualificado como crédito
subordinado, e vai ser o último a ser pago.

243º/6 princípio da liberdade de forma;

243º/5 –é contrato de suprimento se o sócio quis conscientemente financiar a sociedade*

244º/2

Reembolso – a sociedade tem de ter liquidez suficiente. Não pode ser colocada em causa a
subsistência da sociedade – 245º

Admissível ou não nas sociedades anónimas – sim – autonomia privada – P. igual tratamento
dos accionistas.

De acordo com o art.1º/2 CSC trata-se de uma sociedade anónima que de acordo com art.271º
o seu capital é dividido em ações e cada sócio limita a sua responsabilidade ao valor das ações
que prescreveu.

61
Neste caso trata-se de uma alteração do contrato de sociedade na medida em que os sócios
pretendem aumentar o capital social. Esta alteração só pode ser realizada por deliberação dos
sócios, salvo quando a lei atribua competência a algum outro órgão, de acordo com o art.85º/1,
e esta deliberação deve ser realizada por escrito, de acordo com o nº3.

Este aumento de capital deve preencher os requisitos do art.87º/1.

Para além disso, de acordo com o art.86º/2 no caso de a alteração do contrato envolver o
aumento de prestações impostas pelo contrato aos sócios, esse aumento é ineficaz para os
sócios que não tenham consentido.

De acordo com a regra geral do art.210º que se aplica por analogia às sociedades anónimas, os
sócios podem deliberar prestações suplementares. No entanto as prestações suplementares
têm por objeto dinheiro, de acordo com o 210/2, e portanto, neste caso não se trata de uma
prestação suplementar.

Coloca-se então a questão de esta prestação ser uma prestação acessória prevista no art.287º.
estas podem traduzir-se na disponibilidade de um sócio vir a prestar determinada atividade em
benefício da sociedade ou pode resultar de contribuição em dinheiro, mediante uma
contrapartida ou sem retribuição. No caso das sociedades anónimas o 287º/3 refere que as
prestações acessórias que sejam onerosas não podem exceder o valor da prestação respetiva –
prevenção de se traduzir numa vantagem injustificada para alguns sócios.

Neste caso trata-se de uma prestação acessória onerosa.

Aqui também se coloca a questão de haver um suprimento que consiste numa espécie de
obrigação acessória, e que neste caso deveria estar previsto contratualmente de acordo com o
244º/1, ou poderia ser também efetuado voluntariamente art.244º/2 e 3 por deliberação dos
sócios, vinculando apenas aqueles que votarem favoravelmente.

O contrato de suprimento está previsto no art.243º e consiste no empréstimo ou mútuo (em


dinheiro ou bens fungíveis) efetuado pelo sócio em benefício da sociedade com carácter de
permanência, que corresponde a um período superior a 1 ano, de acordo com o 243º/2. A
sociedade fica obrigada a restituir bens do género e qualidade que lhe foram disponibilizados.
Ou também poderá ser um acordo com o sócio convencionando o diferimento do vencimento
de créditos seus sobre a sociedade.

Ver se era entrada em espécie – 28º avaliação pelo ROC

Prestação suplementar não poderia ser porque não é entrada em dinheiro.

62
Art.89º - 85º/2 maioria de 2/3 tratando-se de uma sociedade anónima, 386º/3

(ii) Marante foi mais esperto: entregou à sociedade os € 15 000 a que se comprometera
por ocasião do aumento, e promoveu o pagamento pela CS de uma dívida antiga, de €
15.000, resultante da venda de uma mesa de misturas em 2005.

Coloca-se em causa se não é uma compensação – 846º CC??

Fraude à lei; injeção de capital, que na verdade não é.

Venda de bens à sociedade, 29º

Trata-se de um contrato de suprimento nos termos do art.243º/1, segundo o qual o sócio


emprestou à sociedade 15.000 euros, ficando a sociedade obrigada a restituir essa mesma
quantia. É um contrato consensual art.243º/6.

De acordo com o nº2 o prazo de reembolso é superior a 1 ano. Resulta também da parte final
do nº4 do art.243º que é pressuposto do contrato de suprimento a qualidade de sócio, o que
permite distinguir dos contratos de empréstimos realizados entre a sociedade e terceiros.

Nas sociedades anónimas, os suprimentos só podem ser vinculativos se as ações forem


nominativas. Quando as ações forem ao portador e sempre que a obrigação não se encontre
contratualmente estabelecida os suprimentos só poderão ser prestados voluntariamente.

No momento da celebração do contrato de suprimentos, deverá ser estabelecido o regime


aplicável quanto à onerosidade do mútuo e o prazo e condições do respetivo reembolso. Esse
prazo, como foi referido, deverá ser superior a 1 ano. Se não for estipulado prazo, recorre-se à
fixação judicial art.245º/1, sendo aplicável o 777º/2 CC. Deve-se no entanto respeitar o princípio
do igual tratamento dos sócios, o que significa que o tribunal não poderá impor que o reembolso
a um sócio se faça num certo prazo sem determinar que o mesmo se aplique aos restantes
sócios. Deverá ainda ter em conta os interesses envolvidos, nomeadamente o interesse social
que se sobrepõe ao interesse dos sócios, e salvaguardar a subsistência da sociedade.

27º/5 – não era verdadeira compensação

(iii) Em 2011, perante novas necessidades de financiamento, Emanuel e Marante


decidiram ligar a Marco e Paulo, os outros dois sócios da CS, invocando uma cláusula do

63
contrato segundo a qual os sócios poderiam deliberar que lhes fossem exigidas
contribuições adicionais, até € 50 000, em dinheiro, que não venceriam juros. Marco e
Paulo não se recordavam desta cláusula e duvidam da sua legalidade. Recusam-se, por
isso, a pagar. Em consequência, Emanuel e Marante ameaçam expulsá-los da sociedade.

42º - número mínimo de sócios.

De acordo com o art.86º/2 CSC, se a alteração do contrato envolver o aumento das prestações
impostas pelo contrato aos sócios, esse aumento é ineficaz para os sócios que não tenham
consentido – esta é a regra geral.

No regime das sociedades anónimas não está prevista a possibilidade de serem exigidas
prestações suplementares, apenas a possibilidade de obrigação de prestações acessórias,
art.287º.

No entanto, tem-se entendido aplicar analogicamente o regime das sociedades por quotas
quanto às prestações suplementares, nomeadamente o art.210º, que deve ser contratualmente
acordada, sendo compatível com o princípio da autonomia privada, com exceção das regras com
caráter excecional, nomeadamente o caso da sanção de exclusão por incumprimento.

Assim sendo, caso os sócios se recusassem a pagar as prestações suplementares, e caso estas
fossem válidas, estes em hipótese alguma poderiam ser expulsos da sociedade.

Sendo uma prestação suplementar, esta deve estar prevista no contrato de sociedade que fixa
o montante das prestações, os sócios que ficam obrigados, e o critério da repartição das
prestações suplementares entre os sócios, de acordo com as alíneas do art.210º/3.

De acordo com o nº5 deste artigo, as prestações suplementares não vencem juros.

O prazo de exigibilidade das prestações depende da deliberação dos sócios, mas não pode ser
inferior a 30 dias a contar da comunicação aos sócios, art.211º/1.

A sociedade não pode exonerar os sócios da obrigação de efetuar prestações suplementares –


212º/3.

Obrigações Acessórias – diferente de obg principais(como obg de entrada). Acessórias

64
Prestações suplementares – SQ- 210 a 213. Reforçar em dinheiro o capital da soc, forma
subordinada aos bens de crédito sem vencerem qql subordinação. “quase capital” acordao STJ
26 out 2010.

Se o ct de soc permitir(tem de estar previsto no ct de soc); deliberação dos sócios;

Constar montante e prazo da prestação

213/1 e 4 – restituição não pode ocorrer à conta da situação liquida da soc. Equiparada a capital
próprio, sendo sujeito a este regime rigoroso. Traduzem o empenho dos sócios na manuntençao
da soc adequada.

Prestações suplementares são admissíveis nas SA?

Não existe regime legal especifico, anteriormente havia posições q dizia q não e outras q diziam
q sim. É possível, desde q cumpridos os requisitos. Só não faz sentido aplicar-se as normas
excecionais, ressalvado no art 11º CC. Não pode levar à exclusão do acionista mas pode ser
responsabilizado.

Prestação acessória

Código regula tmb as prestações acessórias em dinheiro, sendo as de capital.

Tmb podem ser prestações acessórias de facto, serviços, bens… 209 ou 297 SQ e SA.
Disponibilidade de um sócio prestar determinado bem…

Contrato de suprimento

Conteúdo idêntico ou proporcional às prestações, ou intuito personae. Evitar situaçoes jurídicas


para a soc q determine diferenças.

Determinar se são onerosas ou gratuitas, sendo suscetíveis de avaliação pecuniária.

Onersosas- soc tem sacrifício patrimonial em detrimento do sócio. Gratuitas não há sacrifício
patriomonial.

POC- nada obsta qnd ct de soc disponha q os soc podem …”prestações acessórias são onerosas,
salvo se 2/3 dos sócios acordarem q devem ser gratuitas” – possibilidade de existência de
deliberação em sentido contrário no ct de soc.

Se as prest forem onerosas o pagamento não depende dos lucros de exercício.

Crédito das soc sobre os sócios, extinguem-se com a dissolução de soc.

65
Nº4

Contrato de suprimento

Empréstimo ou mutuo do sóc a favor da soc, quer seja em dinheiro ou outros bens fungíveis.

Revestir algumas premissas para q possa ser ct de suprimento:

Permanência: art 243º/1 e 2. Existir a favor da soc pelo menos pelo período mde 1 ano ou mais.
Prazo de reembolso superior a 1 ano. Tem q haver especial envolvimento do sócio em prol da
soc. Capitalizar de forma voluntária aquela soc. Ou então há uma deliberação em q se diz q
vamos distribuir lucros aos sócios por y, e o sócio não quer logo receber e recebe só depois 2 ou
3 anos. manteve-se a favor da soc por mais de 1 ano. OU empréstimo OU diferimento do
vencimento de créditos seus perante a soc. Os últimos a ser pagos. São créditos subordinados,
dos sócios, cedem perante créditos de 3ºs.

Não podem requerer a insolvência da soc. Quiseram capitalizar, poderá ser venire contra factum
próprio.

2º necessidade de ser um sócio a querer capitalizar a soc de modo a evitar q ela fique
subcapitalizada.

244/3 – não depende de prévia deliberação

Suprimentos são ou não possíveis nas SA?

Raúl Ventura fala da questão do acionista empresário vs acionista investidor. Empresário relação
constante com a soc, enquanto o investidor só capitaliza. 10% participações qualificadas.
Entende-se q está ultrapassado hoje em dia. Prof MC: acionista q tenha menos de 10 não
poderá. Autonomia privada das partes, qql acionista mesmo q tenha 2 ou 3% pode capitalizar.
Prof MC acrescenta critério do acionista ordenado, a participação desse acionista seria
suscetível de permitir a celebração do ct de suprimento… tem de ser um acionista informado,
em não parta de nenhuma premissa de erro. autonomia privada. Ver CA.

Resposta :

Os sócios discordantes podem estar protegidos.

66
Clausula de salvaguarda: 86/2

(iv) Em 2012, já com a CS em declínio, Emanuel decidiu emprestar € 125 000 à


sociedade, mas exigiu a constituição por esta de uma hipoteca sobre um imóvel de que
era titular, para garantir a obrigação de reembolso. Num esforço paralelo para a salvar,
também em 2012, Marante decidiu vender os direitos de exploração do seu recente
sucesso musical “Som de Cristal”. O diretor financeiro da CS prometeu pagarlhe
imediatamente, mas agora trata Marante com evasivas. Este, no entanto, telefona e
escreve quase semanalmente para a CS, exigindo a cobrança do seu crédito.

Em relação ao Emanuel Trata-se de um contrato de suprimento nos termos do art.243º/1,


segundo o qual o sócio emprestou à sociedade 125.000 euros, ficando a sociedade obrigada a
restituir essa mesma quantia. É um contrato consensual art.243º/6.

De acordo com o nº2 o prazo de reembolso é superior a 1 ano. Resulta também da parte final
do nº4 do art.243º que é pressuposto do contrato de suprimento a qualidade de sócio, o que
permite distinguir dos contratos de empréstimos realizados entre a sociedade e terceiros.

Neste caso o sócio exigiu a constituição de uma hipoteca sobre um imóvel por forma a garantir
o reembolso pela sociedade. No entanto, de acordo com o art.245º/6 tal não é possível sendo
nulas as garantias reais prestadas pela sociedade relativas a obrigações de reembolso de
suprimentos, uma vez que declarada a insolvência da sociedade, os créditos por suprimentos
cedem no confronto com créditos de terceiros ou de sócios enquanto terceiros.

A garantia só é nula se for um contrato de suprimento.

Em relação ao sócio M, este também efetuou um contrato de suprimento com a sociedade,


art.243º. M efetuou uma entrada em espécie – os 10% não têm de ser respeitados

Quanto ao reembolso de acordo com o 243º/2 e 3 deve ser estipulado um prazo superior a 1
ano, verificando-se o caráter de permanência do contrato de suprimento. o sócio não pode
exigir de imediato o reembolso.

Caso não se tenha estipulado um prazo para tal, aplica-se o disposto no art.245º/1 que remete
para o 777º/2 CC ficando essa estipulação a cargo do tribunal. Pode ilidir a presunção de
permanência, 243º/4.

Capitalização da sociedade, através do diferimento de um crédito.

67
Saber se devemos ter em conta acionista ordenado (MC) ou se acionista … em principio teriam
mais do que os 10%, teriam q recorrer aos indícios do art 243º, verifica-se o índice de
permanência do 243/3, não devem ser aplicadas as regras do suprimento. Ilidir a presunção de
permanência 243/4

Se entendêssemos q era suprimento a garantia era nula – 245/6, ou através da garantia real o
sócio quis demonstrar q não era um verdadeiro suprimento, não quis q fosse classificado como
tal, querendo ilidir qql presunção. Seria um mutuo normal e ela poderia requerer a insolvência….

Não preenche o requisito de permanência exigido, estaríamos perante uma prestação acessória,
nos termos do 287. Oneroso pq implicaria reembolso. O incumprimento da obg seguiria o
regime geral d inc.

Não está muito bem o q vem abaixo, seria uma sub-hipotese. Possibilidade de haver uma
alteração de contrato.

Implicaria uma alteração do ct de soc. Exigir-se-ia forma escrita nos termos do art 85/3. Exigindo-
se forma escrita a questão do prazo tmb teria de constar da passagem a escrito. o diretor
financeiro prometeu pagar imediatamente, passou para a forma escrita. Não passando, é nula
a deliberação, passando a obg pura, seguindo o regime geral do 777 CC. A soc entra em mora a
partir do momento em q haveria interpelação de M, relevando indemnização moratória.

(v) Em 2013, Emanuel alienou o seu crédito de € 125 000 a Romana, que não é sócia da
CS. Em 2014, esta requereu a declaração de insolvência da CS. Quid juris?

577º - cessão de créditos a Romana

O art.245º/2 dispõe que os credores por suprimentos não podem requerer por esses créditos a
falência da sociedade. Todavia o art.21º do CIRE refere que a declaração de insolvência pode ser
pedida por qualquer interessado. Entende-se que o objetivo é não deixar que seja pedida a
insolvência por créditos por suprimentos e portanto, Romana não podia requerer a insolvência
da sociedade.

Poderia reclamar, 48/g) CIRE créditos subordinados.

68
CASO N.º 9

A sociedade Velocidade Fatal, S.A., constituída com um capital social de 100.000 €, tem
vindo a diminuir consideravelmente as suas vendas, em virtude da difícil conjuntura do
mercado, a ponto de, em Abril de 2013, os administradores ficarem sem saber o que fazer
perante as contas do exercício, que demonstram que o capital próprio da sociedade era
pouco mais de € 30 000. Quid juris?

Estamos perante uma SA que inicialmente tinha capital social de 100 mil, e agora só tem 30 mil-
capital mínimo das SA foi respeitado.

20º/a) e b): existe uma sujeição dos sócios de quinhoar nas perdas – é obrigação dos sócios. Mas
como estamos perante uma SA(271 CSC), o que existe na esfera jurídica do acionista não é bem
uma obrigação de quinhoar nas perdas mas uma virtualidade de perder o capital que investiu
na S – só perda o capital que injetou. À data em que os administradores se aperceberam que só
havia 30 mil, na verdade já se perderam 70 mil. Estes devem ser divididos pelos sócios em
proporção à sua entrada.

É aconselhável que a S nunca fique com menos de metade do capital social + reserva legal.

Artigo 35º: de facto, uma S quando é constituída, o capital próprio da S tende a coincidir com o
capital social. Mas ao longo da vida da sociedade, o capital próprio é oscilante e torna-se
diferente do montante do capital social. Esta norma destina-se a fazer com que se tomem
medidas, caso se apercebam de que metade do capital social já não existe nos cofres da S. Lógica
de proteção dos credores sociais.

Mas a redação do artigo não é a mais feliz. Se nenhuma destas três propostas for aprovada em
AG, nada se sucede. Há uma norma que é mis programática que outra coisa.

O 35º diz-nos que, quando a S só tiver 50 mil, os gerentes devem convocar de imediato uma AG
ou os administradores devem requerer prontamente a convocação da mesma – no nosso caso
seria última opção, pq SA.

Do aviso da convocatória da AG, devem constar pelo menos, os três assuntos: eventual
dissolução da A, redução do capital social, ou realização pelos sócios de entradas para reforço
de cobertura do capital.

69
Mas, chegasse ao dia da assembleia, e nenhuma destas propostas é aprovada. Qual a
consequência? NENHUMA. S fica como estava. É algo que o legislador já deveria ter suprido.

Só há sanções no momento anterior, relativamente aos gerentes e administradores, se estes


não convocam a AG. No 523º: pode ser cumulado com responsabilidade civil e penal. Prisão até
3 meses e multa até 90 dias. Não significa nada – não é uma sanção efetiva, muito criticada pela
doutrina.

171º/2: as SQ, SA, devem indicar o capital social, o montante de capital realizado e o montante
de capital próprio – se metade do capital social se tiver perdido há o dever de publicitar em atos
externos esta questão. Qual a consequência se não existir esta menção em ato externo?
Remetemos para o 528º/2 – coima é muito baixa – o crime compensa.

Operação armónia: há uma deliberação de redução o capital social, que cobre as perdas, que é
logo seguida do aumento de capital através de entradas em dinheiro. Solução referida por
alguma doutrina como forma de dar a volta à situação. Operação contabilística que visa cobrir
as perdas e logo a seguir aumenta o capital social em dinheiro.

Três opções do 35º é o mínimo, mas pode haver outras soluções.

Participação nas perdas

Art.35º - perda de metade do capital (ver página 667 MC)

Considera-se perdido metade do capital social quando o capital próprio da sociedade for igual
ou inferior a metade do capital social, 35/2.

523º - responsabilidade obrigacional se não houver convocatória. Se nenhuma destas ações foi
tomada, nada é referido no CSC. A inércia levará a que tudo se passe como antes.

171º/2 consequência formal, 528º/2

Regra das perdas – 22º/1 e 2 – cabe à autonomia privada, determinar outras normas imperativas
ou permissivas. Proibição de pactos leoninos, 22º/3

994? CC

MC não concorda com entendimento do prof. A.Varela. o sócio que abdique dos lucros vai
sujeitar-se aos prejuízos. Ele estará a dispor para o futuro as vantagens que poderia obter e está
a conceder também para o futuro vantagens aos outros sócios.

70
Pactos leoninos – envolvem um misto de renúncia antecipada aos direitos e de doação do que
não se tem. Se alguém quiser dar lucros ou arcar com prejuízo tudo bem, falo-a na altura em
que ocorram e com eficácia limitada aos valores efetivos então em jogo.

Ver pag.653ºMC

Consequências – redução, a sociedade deve vigorar sem a parte viciada, 292ºCC

O MC entende que não pode ser assim tão simples, será um negócio uno e distorcido de toda a
sua conceção. A conversão é que será aplicável, 293º.

Aplicação do 20º b)- proporção do seu capital.

PPV: obrigação de participar nas perdas é autêntica vinculação ou adstrição a suportar perdas.
198ºCSC, 84º - verdadeira obrigação de pagar as quantias relativamente ao passivo da
sociedade.

Nas SPQ ou SA – não há obrigação do sócio em contribuir nas perdas. Apenas o risco de perder
aquilo que investiu.

Caso 10
a. Os sócios da sociedade Livros Antigos, Lda. deliberam por unanimidade distribuir
a totalidade dos lucros do exercício pelos sócios. Quid juris?
Se nada se disser é lucros distribuíveis.
Em relação à distribuição dos lucros aos sócios, há que ter em conta especialmente o interesse
dos credores da sociedade e a confiança do público na estabilidade dos entes coletivos.
De acordo com o art.31º/1 nenhuma distribuição de bens sociais pode ser feita aos sócios sem
ter sido objeto de deliberação destes, salvo os casos de distribuição antecipada de lucros ou
outros expressamente previstos.
Para além disso, de acordo com o art.32º/1 não podem ser distribuídos aos sócios bens da
sociedade quando o capital próprio desta, incluindo o resultado líquido do exercício, seja inferior
à soma do capital social e das reservas que a lei ou o contrato não permitem distribuir aos sócios
ou se tornasse inferior a esta soma em consequência da distribuição. O nº2 do art.32º também
refere que apenas podem ser distribuídos aos sócios valores que se considerem lucros. Em
princípio haverá lucro se a situação líquida ultrapassa o capital e as reservas não distribuíveis.
O art.33º refere por outro lado os lucros que não podem ser distribuídos, nomeadamente os
lucros do exercício que sejam necessários para cobrir prejuízos transitados ou para formar ou
reconstituir reservas impostas pela lei ou pelo contrato de sociedade, e também não podem ser

71
distribuídos lucros de exercício enquanto as despesas de constituição, investigação e
desenvolvimento não estiverem amortizadas, excepto se o montante das reservas livres e dos
resultados transitados for pelo menos igual ao dessas despesas não amortizadas.
O art.33º/3 proíbe igualmente a distribuição das chamadas reservas ocultas pois sendo ocultas,
escapam ao conhecimento e ao controlo dos sócios e credores surgindo uma pura disposição do
património social, e não constando da contabilidade, as reservas ocultas põem em crise a
verdade do balanço e da prestação de contas.
Neste caso tratando-se de uma sociedade por quotas, o art.246º/1 e) refere que depende de
deliberação dos sócios os atos que visam a atribuição de lucros
Quanto às formas de deliberação, a regra geral do art.53º indica que só poderão ser tomadas
deliberações por alguma das formas admitidas por lei para cada tipo de sociedade. O art.54º/1
dispõe por sua vez que as deliberações podem ser tomadas por unanimidade por escrito em
assembleia geral. O art.247º/1, refere que para as sociedade por quotas, os sócios podem aina
tomar deliberações por voto escrito e deliberações em assembleia geral.
21º/1 a)
65º/1 – distribuição de lucros;
217º - direito aos lucros de exercício.
Lucros de exercício (reservas, prejuízos, amortizações) é diferente dos lucros distribuíveis;
217º - para ser distribuído mais de metade basta maioria simples que é 51%, 250º.
Reserva legal 218º SPQ
295º 296º SA
Sociedade que tem de lucro 100.000 a 20 parte de 100.000 é 5.000;
1º ver o capital social, se for SA a reserva de legal é 20%. A percentagem que vai se formar a
reserva legal é 5%.
SA com capital social de 200.000 euros, a reserva legal vai ser 20% do capital social – 40.000
euros; depois para se saber os lucros distribuíveis, o balança da sociedade foi 50.000 euros, 5%
de 50.000 vai ser a reserva legal, 2.500 euros. Ficava por preencher de reserva legal 37,500
euros.
Depois, a sociedade deu de lucros de exercício 500.000 euros, faz-se o mesmo. Vai somando.
296º - reserva legal
QND NÃO HÁ MAIORIA A DELIBERAÇAO… APLICA-SE 58/1/A) pq é derrogável.
217 e 294 . regra geral do 58/1/a) e 217 se não respeita é ANULAVEL. Só seria nula se não
pudesse ser derrogada, neste caso pode.
Lucros de exercício não é o mesmo do que lucros distribuíveis. Os de exercício q nos termos da
lei sejam distribuíveis.
Ex: de exercício são 10. Distribuíveis só 7, têm que ser transmitidos metade.
Art 21/1 demonstra o estado de sócio. Direito de aquinhoar- direito abstrato patrimonial MC
Art 33º-
297 ou 294
72
Reserva legal – tem q ser constituído. SQ 218, SA 295 ou 296. Almofada financeira da soc q o
legislador impõe, tem sempre de ser constituída.
Forma-se com os lucros da sociedade. Sendo certo q o art 218 só diz q é obrigatória, o mínimo
é de 2500 e aplica-se as regras do 295 e 296.

SA
Capital social – 100 000. 20% do capital social é 20 000.
Lucros de exercício: 50 000. 5% dos lucros – 2500.
Fica por preencher da reserva legal 17500.

MC- à medida q vai sendo formado ate que represente os 20%. Do lucro de exercício de 50 000
vamos retirar 2500 para a reserva legal, já ficam a faltar 47 500. Existem despesas de
armotizaçao de 15 000, fica em 32 500. Os lucros distribuíveis são 32 500. Mínimo é metade,
logo 16 250. Ate 32 500 basta q haja maioria simples.
Reserva legal tem que ser 5%

SPQ que respeita o principio da tipicidade.


Artigo 32º impõem limites à distribuição dos lucros.
Esta deliberação é nula por força do artigo 56º, nº1 alinea d)
Lucros de Exercício ≠ Lucros Distríbuiveis (217º e 297º)

Direito a quinhoar os lucros atribuídos a todos os sócios pelo 25º, nº1 alínea a)
Ter em atenção as restrições do 33º
SPQ artigo 218º que remete para 295º e 296º, vai sendo formado a reserva legal ao longo dos
anos.
Os lucros são então distribuiveis, sendo qe pelo menos metade deste tem que ser distribuído
aos sócios salvo deliberação em contrario. Mesmo por unanimidade não podem distribuir a
totalidade dos sócios (56º, nº1 alínea d)

Dos lucros distribuíveis, metade te que ser obrigatoriamente distribuído aos sócios (217º).
Podendo ser menos se houver clausula contratual ou deliberação por maioria de três quartos.
Caso seja para se atribuir mais aos sócios, basta maioria simples.

Sa distribuição de lucros
SPQ distribuição de dividendos

73
Para se distribuir lucros tem sempre que haver deliberação (31º, nº1)

Reserva legal (218º, 295º e 296º) é uma almofada financeira da sociedade que o legislador
impõem.
Lda. (SPQ)- [218º] foi criada em 1 de maio de 2018 com um capital social de 300.000€. Tendo
tipo um lucro de exercícios de 100.000€, como é o primeiro ano da sociedade, ainda não tinha
havido reserva legal. 5% dos lucros é 5.000€. Mas como o artigo 218º apenas refere que têm
que ser 2500€, esses 2500€ vão para a reserva lega e os restantes 2500€ em reserva livre
SA: capital social é de 100.000€ e o lucro de exercício é de 50.000€. A reserva legal desta
sociedade tem que ser 20% do capital social (a 5º parte), conforme ao artigo 295º. A reserva
legal desta SA tem que ser de 20.000€. Tendo em conta que o lucro de exercício era apenas de
50.000€ apenas 2500€ seriam afetos à reserva legal, ficando em falta 17.500€ que seriam
preenchidos nos anos seguintes.
RESERVA LEGAL – TUTORIA.
Trilogia de interesses.
Reserva legal é um regime de tutela à própria sociedade.
296º casos em q a reserva legal pode ser utilizada:
296º- lucros de exercício. 65/4.
Prejuízos transitados: reserva é nula à partida.
Qual a reserva? Tamanho 20%. Ritmo de velocidade: do próprio

b. Noutro ano, decidem, por maioria simples, realizar um elevado investimento,


empregando para o efeito todos os lucros obtidos. Quid juris?
Violação do 217º seria necessária maioria ¾. E não sabemos se o contrato permitia.
Doutrina entende que esta seria nula e outra que entende que seria anulável. Como norma
imperativa seria ??
Não podiam empregar todos os lucros de exercício…

Esta deliberação por parte dos sócios não é possível, tendo em conta que para determinar
que todos os lucros seriam afetos ao investimento, seria necessário uma maioria de três
quartos (maioria qualificada- 75%) dos votantes (217º, nº1) e ainda teria que ser determi-
nado de entre os lucros de exercício, que no mínimo 2500€ teriam que ser atribuídos à
reserva legal da sociedade.
Teria no entanto que se acautelar uma reserva legal se ela ainda não tivesse sido distribu-
ída ou se já tivesse sido gasta.
Em principio não haverá clausula estatutária que considere em sentido inverso.
O artigo 33º, nº1 restringe a possibilidade de restringir a totalidade dos lucros pelos só-
cios, sem que se retire o valor necessário para cobrir prejuízos transitados ou para formar
ou reconstituir reservas impostas pela lei ou pelo contrato de sociedade.

74
Os sócios que ficassem privados dos lucros, teriam sempre reagir, não podendo ficar con-
solidado um possível pacto leonino.
Ao vicio cabe a a anulabilidade, por força do artigo 58º, nº1 a).

c. Poderiam ser distribuídos lucros durante o exercício?


297ºSA pode ser ou não aplicável às SPQ; é possível, desde que haja estipulação estatutária;
parecer concordante do órgão de fiscalização – dever de vigilância;
Relatório intercalar, certificado pelo ROC
P. Cunha não deve ser aplicado analogicamente.
Prof. Entende que tudo depende da vontade das partes.
O único requisito que deve estar previsto é que tem de estar previsto estatutariamente.

Levantar problemas, art.34º e 35º.


O artigo 297º CSC permite que sejam adiantados lucros, no decurso do exercício, desde que se pres-
suponha uma previsão contratual, isto é, tal facto tem que estar enquadrado no contrato de sociedade.
Além da previsão contratual, devem-se mostrar preenchidos diversos requisitos legais:
1. Decisão do adiantamento pelo orgão de administração (e não a assembleia geral, como é a
regra do artigo 31º)
2. Consentimento do órgão de fiscalização
3. Balanço intercalar com certas características, entre as quais:
1. Ser elaborado com antecedência máxima de 30 dias
2. Certificado pelo ROC
3. Demonstrar importâncias disponíveis seguindo as regras dos artigos 32º e 33º, tendo
em conta os resultados verificados durante a parte do exercício já decorrido.
4. Um único adiantamento por exercício
5. Sempre na segunda metade desse exercício (depois de 1 de Julho)
6. Importância a atribuir não exceda metade da distribuível, segundo o balanço.

A distribuição antecipada dos lucros tem que ser tratada com alguma precaução:
a. Não pode surgir por propostas dos accionistas, diretamente beneficiados
b. Exige um balanço muito cuidado
c. Implica confluência entre todos os orgãos
d. Só pode ser adoptada com parcimónia: uma vez por ano, no segundo semestre e até metade
do disponível
e. Quando resulte de alteração do contrato, só pode operar no ano seguinte.

Se fossem atribuídos os bens não sendo devidos, segundo o artigo 34º, teria que haver uma restituição
dos bens indevidamente recebidos por parte dos sócios.

d. A cláusula 6.ª do contrato de sociedade, determina que César não participa nas
perdas da sociedade. Quid juris?
Cláusula nula 22º/3. Os sócios de indústria não são admitidos – pacto leonino
Proibição de bens futuros
Renúncia – abuso de direito; pode ser deliberado mas não sempre ??

75
O artigo 22º, nº3 refere que é nula a cláusula que isente um sócio de participar nas perdas da sociedade.
Isto é um Pacto Leonino (artigo 994º CCivil). - VER APONTAMENTOS

MC- aplica-se o regime da conversão (293ºCCivil), em que a cláusula seria convertida numa de con-
teúdo diferente. Considera que é um negócio destorcido A solução tem que partir da unidade do insti-
tuto. 809º (renuncia antecipada a direitos) e doação de bens futuros (9…º). Esta proibição deve ser
valorada de forma material, devendo haver proibição quando dissimuladamente existir tal tipo de cláu-
sula
Paulo Olavo Cunha- refere que esta norma é imperativa.
Enquanto que a restante doutrina equaciona a redução, sociedade vigoraria sem a parte viciada
(292ºCC)
Quinhoar nas perdas é sujeitar-se a perder aquilo que investiu, isto por se tratar de uma sociedade com
responsabilidade limitada.

CASO N.º 11
Na cláusula 10.ª do contrato da sociedade Expo-Lisboa, Lda., constituída em 2005,
com uma duração de 10 anos e capital social de € 100 000., foi estabelecido que
“todos os resultados obtidos pela sociedade serão levados a reservas, durante a
duração da sociedade”. A cláusula é válida?
Art.217º
Existia cláusula contratual em sentido diferente;
Podem estipular regime de obtenção de lucros diferente do regime supletivo; sociedade criada por
tempo indeterminado – 15º;
Limitação excessiva do próprio direito aos lucros – pacto leonino;
No entanto o prazo é relativamente curto e não há renúncia, apenas atraso destes lucros.
Se ao fim de 10 anos os sócios quiserem prorrogar o contrato aí sim, temos de acautelar os
interesses. Se houver sócios que votem contra temos de redistribuir ??? cada cláusula tem de ser
interpretada em concreto.
O artigo 295º, nº1 CSC, estabelece que se podem fixar montantes superiores à reserva legal (mais de
1/5, ou 20%). Contudo tem que se ter em atenção que só se pode deixar de ser distribuído aos sócios
metade dos lucros de exercício se tal for deliberado segundo uma maioria de três quartos, conforme
ao artigo 217º, nº1.

217º estabelece regime supletivo de distribuição dos lucros. Sócios podem estipular regime sobre a
distribuição dos lucros (ao fim de 10 anos). Afastar-se o regime do 217º com base num clausula
estatutária pode constituir um pacto leonino, mas aqui não, pois só há um adiantamento da distribuição
dos lucros.
Poderia uma cláusula deste tipo ser introduzida nos estatutos através de alteração ao
contrato?
Regras para todos os sócios. Ao inserir esta cláusula, pode vir a pôr em causa os seus interesses e
motivações. A unanimidade é solução muito conservadora;
De acordo com a autonomia privada e com o que está previsto na lei, a deliberação dos lucros,
art.85º pode vir a ser aplicada. 86º/2 – maioria qualificada, e poderia haver esta cláusula.

76
O artigo 85º, nº1 permite a alteração do contrato de sociedade, desde que se verifique o estipulado no
artigo 265º para maioria de 3/4 para alteração do contrato de sociedade. A alteração seria admissível
na medida em que fosse respeitada esta maioria. Mas os sócios que não consentirem têm direito aos
seus lucros. Introduzir-se uma cláusula deste género pode levar a que algum dos sócios não possam
subsistir na sociedade.
A doutrina mais conservadora insiste na aplicação do artigo 86º, nº1, segundo o qual tal alteração só
seria introduzida mediante unanimidade dos sócios.
Considerando que, em relação ao exercício de 2011, foram apurados € 50 000 de
resultados positivos mas que transitaram do exercício anterior resultados negativos
de € 30 000, haveria lucros a distribuir em 2012, caso todos os sócios concordassem
em alterar a cláusula 10.ª?
SPQ – capital social é de 100.000 euros; entre 2010 e 2012
Houve resultados positivos de 50.000 euros, e entre 2010 e 2011 houve resultados negativos de
30.000 euros.
50-30: 20.000 de lucros de exercício;
Aqui pressupõe-se que em 2011 já se retirou valor existente da reserva legal e ainda se verificaram
prejuízos de 30 000., 296º - utilização da reserva legal;
Art.218º, 295º e 296º - 5% dos 20.000 euros ou seja 1.000euros, o mínimo seria 2.500 euros;
admite-se que dos 20.000 podemos retirar os 2.500 ficando por distribuir os 17.500, ou então,
tiramos os 1000 aos 20.000 e temos por distribuir os 19.000 euros;
Os 17.500 ou 19.000 euros era o lucros distribuível; sendo SPQ 217º: pelo menos metade dos
lucros seria distribuível, ou 8750 ou 9.500 tinha de ser distribuído aos sócios; se eles quisessem
distribuir menos do que isto maioria de ¾ 217º/1; se quisessem distribuir mais do que isto seria
apenas necessária maioria simples, 250/3º.
33º/1
. Aos 50.000€ (lucros de exercício daquele ano) retiram-se os 30.000€ referentes aos prejuízos
transitados. Mas a reserva legal é feita sobre o lucro de exercício dos 50.000€ e não sobre os 20.000€.
Sendo que 5% dos 50.000€ são 2500€, a reserva legal ficaria novamente constituída. Artigo 33º, nº2
e 218º. Os lucros distribuíveis são 17.500€ (=50.000€-30.000€-2.500€), sendo que 8.750€ são
distribuídos aos sócios, se não houvesse uma maioria de 3/4 a dispor um valor inferior.
A resposta seria a mesma se, durante o ano de 2012, a gerência verificasse que
maquinaria essencial para o projeto, avaliada em € 500 000, se perdera
definitivamente num acidente, e que este dano não estava coberto por qualquer
seguro?
Despesa acrescida – máquina no valor de 500.000 euros; art.31º/2 – deliberação feita pelos
sócios; 72º, 64º - responsabilidade dos órgãos; art.32º/1 tutela credores e não podem se
distribuídos aos sócios bens da sociedade nestes termos;
102.500 euros;
Mudança significativa no património da sociedade;
31º/2 a) – adstringe a gerência a não executar deliberação dos sócios, dando prioridade ao
interesse da sociedade, sobre o interesse dos sócios.
Existe uma despesa acrescida no valor de 500.000€
31º, nº2 alínea a)

77
CASO N.º 13
Em fevereiro de 2012, o acionista da sociedade TelePortugal, S.A., Ribeiro, titular
de ações correspondentes a 3% do capital, requereu informações sobre as contas
dos últimos 5 exercícios, com vista ao melhor conhecimento da situação financeira
da sociedade.
Ribeiro, durante a assembleia geral anual de março de 2012, voltou à carga,
e solicitou ao presidente da mesa que fossem prestadas informações a todos os
acionistas sobre os ordenados escandalosos dos administradores. Esta informação
não lhe foi prestada.
Ribeiro, furioso, pediu de novo a palavra e exigiu que lhe fossem explicados, como
se de um bebé se tratasse, os detalhes técnicos do novo sistema 4G, que segundo
a administração “iria revolucionar o mercado dos telemóveis”.
O acionista Constantino esfregou as mãos com aquele alarido: também é acionista
e administrador da OT, S.A., que também opera na área das telecomunicações, e
dá-lhe jeito conhecer os avanços técnicos da TelePortugal. Quid juris?
Art.988ºCC
Art.35º/1 e 65º, 66º, 91º/2, 94º - deveres de informação específicos.
156º, 155º, 157º
214º a 216º;
573ºCC
Informação permanente – prestada a todo momento a pedido do sócio, 288º, 291º (exercício
coletivo)
Informação prévia – ocorre antes da assembleia geral, 289º;
Informação na própria assembleia geral – 290º
Distinção MC: informação pública – aquela que é disponibilizada a todos os interessados, sócios
ou não; reservada – assiste aos sócios 21º/1 c); qualificada – assiste aos sócios que detenham
participações qualificadas 291º; secreta – sujeição ao próprio sigilo profissional, cuja divulgação
acaba por prejudicar a sociedade; devem ser recusadas informações ilícitas ou prestações falsas,
518º, 519º.

O direito à informação está previsto no art.21º/1 c) e tratando-se de uma sociedade anónima,


também está previsto nos arts.288º a 292º. Nas sociedades anónimas o direito à informação
está dependente da detenção ou agrupamento de uma determinada percentagem mínima do
capital social ou do direito de participação nas deliberações do acionistas. De acordo com o
art.288º o acionista que requer as informações deve deter no mínimo 1% do capital social.

Assim sendo em relação ao acionista Ribeiro que detém 3% do capital social, num
primeiro momento solicitou informações sobre as contas da sociedade. De acordo com
o art.288º/1 a) o requisito do capital mínimo está preenchido, no entanto, o sócio
deverá alegar motivo justificado para a consulta das contas. Acrescenta-se ainda que,
verificados os requisitos, o acionista tem direito a analisar o relatório das contas da
sociedade que poderá fazer-se acompanhar de um perito ou ROC, de acordo com o nº

78
3 do art.288º, relatório esse que deverá ser deliberado pela assembleia geral de
acordo com o art.576º/1. 288º é taxativo
Pode consultar os relatorios de gestão. 3 ultimos anos.
Salários: poderia consultar nos termos do 288/1/c). dever de saber se deve ser repetida
em sede de AG? MC: um acionista ordenado tem q fazer os seus trabalhos de casa, não
pode estar à espera da AG para pedir tudo. os Administradores não devem ser
consultores. Diz que o acionista poderia ter consultado as informações em sede prévia,
sob pena do andamento da AG ser mais lento. Poderia ter consultado antes nos termos
do 288º.
Num segundo momento, o acionista Ribeiro solicitou na assembleia geral informações
sobre os ordenados dos administradores. Estas informações devem ser prestadas
mediante pedido do acionista, de acordo com o art.288º/1 d). estas informações devem
ser verdadeiras, completas e elucidativas conforme o disposto no art.290º/1, e só
poderão ser recusadas se a sua prestação for proibida ou por implicar uma violação de
segredo ou se puder ocasionar grave prejuízo à sociedade, ou ainda se o pedido for
abusivo e utilizado para fins estranhos à sociedade, art.291º/4. Não sendo esse o caso,
a recusa da informação vai viciar a deliberação da assembleia que foi mal formada, e
por isso as deliberações que tenham sido precedidas de recusa injustificada de
informação serão anuláveis, de acordo com os arts.290º/3, e 58º/1 c). 291/5 ficçao de
recusa.
O acionista poderá ainda recorrer ao inquérito judicial para garantir o efetivo direito à
informação, 292º. Este inquérito judicial poderá eventualmente levar à destituição dos
gestores responsáveis pela prestação das informações 292º/2 a). 518º
Quanto ao pedido de prestação de informações relativamente ao funcionamento do sistema 4G,
este não se enquadra nas alíneas do nº1 do art.288º, pelo que a recusa deste tipo de informação
não leva a nenhum tipo de responsabilidade por parte da sociedade. Acrescenta-se ainda o facto
de estas informações pedidas pelo acionista Ribeiro e pelo acionista Constantino poderem ser
confidenciais para o bom desenvolvimento da sociedade, e secretas uma vez que não convém
que sejam conhecidas pela concorrência 291º/6; 290º/2, 291º/4.
Nas SPQ – 214º não há percentagem mínima; sociedades de capitais, quanto ao conteúdo das
informações têm âmbito mais vasto; recusa injustificada nas assembleias ou preparatórias –
anulabilidade, 216º - inquérito judicial, remissão para o 292º.

988/1 CC- todos os sócios têm injutivamente o dto de obter as informações,… retiramos logo
daqui 3 desses dtos dos sócios.

Art 21/1/c) – Todo o sócio tem dto a obter informações sobre a vida da soc nos termos da lei e
do contrato, densificado em alguns lugares específicos: 36, 91/2, 94,98 a 101,119,120 e 131 e
132. Deveres do 146/2, 152/1, 155, 157, direta ou indiretamente aos liquidatários da soc.
Deveres de inf concretos relativamente às soc em nome coletivo, SA, SQ: 131, sq- 214 a 216, SA
288 a 293.

79
Existem normas restritas especiais no CSC e no CVM relativamente ao direito à informação: 227
CC.

SA: distinguir

informação permanente(prestada a todo o momento a pedido do sócio- 288º, relativamente a


socio ou acionista em nome individual; 1% pode ser exercido se esse acionista se agregar a
outros? Em principio entende-se q não, 288º literal, diz acionista sozinho;). 291 – pode ser um
ou vários agregados para chegar aos 10%.

Informação prévia- antes da realização da AG- preludio para uma deliberação esclarecida- 289

Informação em AG- efetivada em plena AG como modo de instruir o debate. Art 290º

O PROF MC PROPOE DISTINÇAO COM BASE EM 4 CRITERIOS:

- Informação publica- disponibilizada a todos os interessados, quer sejam ou não sócios. Ou no


registo comercial, ou publicações obrigatórias(165 ess), ou no CVM.

- Informação reservada- assiste apenas aos sócios nos termos da lei ou do contrato – 21/1/c).
limitação do acesso.

- informação qualificada – aquela q apenas assiste aos sócios q detenham participações


qualificadas- art 291º, 10%.

- informações secretas- sujeitas a sigilo profissional, informação cuja divulgação poderia


prejudicar a soc.

Existe uma garantia em geral de recusa ilícita de informação e de prestação de informações


falsas- 518 e 519. Consequência: anulabilidade das delibaraçoes sociais com base na recusa das
informações.

SA: 288, acionistas q detenham pelo menos 1%. 291 exige-se por escrito, requer-se uma
participação qualificada dos 10%. Por outro lado, formas das informações prestadas.

SQ- 214, não há limite percentual. Requisito para denotar q a SQ é uma soc de capitais por índole
mais pessoais, não havendo qql requisito mínimo. 214 diz q os gerentes devem prestar qql
informação verdadeira, facultar na sede social a escritura. Quanto a limite é menor. Recusa:
216º inquérito judicial, que remete para a forma

80
CASO N.º 14
a. Os cinco sócios da sociedade A, Lda. reúnem-se ocasionalmente na sede da sociedade
e decidem deliberar sobre determinado assunto. O sócio B, que votou vencido por não
querer deliberar sobre o tema, invoca agora a nulidade da deliberação.

Começar no 53º. SQ- 246 e ss. SA- 376 e ss.


Principio da tipicidade, sendo certo q há liberdade de forma na votação- 219 CC.
De todo modo temos que olhar para o 54º.
Todos presentes, todos concordem com a constituição, todos manifestem vontade para a
deliberação de determinado assunto.
assembleia geral universal – requisitos do 54º; a deliberação é válida.
Se ele está lá e vota, há quórum constitutivo para a assembleia geral e, portanto, se não queria
deliberar sobre o assunto teria de ter saído e não ter votado. Neste caso é uma assembleia
universal, não há necessidade de convocatória.
Regra geral maioria simples;
Se o sócio abandonasse a assembleia não havia quórum, e não havia assembleia universal –
56º/1 a) deliberação é nula. Abuso de direito.
Não podia ser arguida por ele- 59/1.

b. Numa outra altura, em que o gerente da sociedade B, Lda. não conseguia reunir todos
os sócios, decidiu-se deliberar por escrito, tendo sido enviadas cartas com a proposta de
deliberação a todos os sócios menos a C, que por esse motivo não votou. C veio, no entanto,
a manifestar, por escrito, o seu acordo quanto à deliberação.
53º p da tipicidade
De acordo com o art.56º/1 b) as deliberações dos sócios tomadas mediante voto escrito sem
que todos os sócios com direito de voto tenham sido convidados a exercer esse direito, que seria
o caso, serão nulas. 247/1 – exclusiva ÀS SQ.
1ª fase: assentimento de tds os sócios à dispensa
2º momento: conhecer o sentido da deliberação, dirigem uma proposta concreta. 247/4.
No entanto, o nº3 do mesmo artigo exceciona estes casos indicando que a deliberação não será
nula caso o sócio ausente ou não representado tenha dado posteriormente e por escrito o seu
consentimento quanto à deliberação – há sanação da nulidade.
Não se aplica às sociedades anónimas – voto escrito
247º/3 e 4

81
c. O gerente da sociedade C, Lda. convocou, através de carta registada com aviso de
receção, todos os sócios, esquecendo-se, porém, de D. O sócio E pede a declaração da
nulidade da deliberação.
Trata-se de um problema de não convocação de um sócio, e que de acordo com o art.56º/1 a)
as deliberações serão nulas, uma vez que se trata de um vício de procedimento de assembleia
não convocada. Tal como é referido no art.56º/2, haverá nulidade das deliberações caso
ocorram vícios de procedimento.
A forma de convocação vem referida no art.248/3, e de acordo com o nº3 poderá ser efetuada
por envio de carta registada.
Raul Ventura MC- nulidade.
57º se fosse nulidade, órgão de fiscalização. Se não existir órgão de fiscalização qql gerente.
Quanto à legitimidade do pedido de anulação da deliberação, esta pertence ao órgão de
fiscalização ou pelo sócio que não tenha votado na deliberação, art.59º/1, pelo que o sócio E
não poderia pedir a anulação da deliberação.
O prazo para propor a ação de anulação é de 30 dias contados a partir da data de encerramento
da assembleia geral, neste caso, de acordo com o art.59º/2 a).) – isto é para a anulabilidade
62º deliberação renovável- efeitos retroativos. Inv mista do 56. Só pq é um vicio de forma,
procedimental.

d. O gerente da sociedade D, Lda. convocou todos os sócios «com vista a deliberar sobre
assuntos do interesse da sociedade». Após a deliberação, o sócio E, que não esteve
presente, pede a anulação da deliberação.
248º/1 – manda aplicar o 373º ss. Neste caso 377º/8 – assunto deve estar claro; faltam
elementos mínimos de informação, art.58º/1 c), 58º/4 a)-;
Falta de convocatória
62º - poderia ser renovada a deliberação nos termos do 62º/2 para sanar a anulabilidade,
porque é vício procedimental.
O sócio que pede a anulação da deliberação – 59º/1; podia requerer a ação de declaração de
anulabilidade, respeitando o prazo;
Aplicável o vicio da nulidade nos termos do 56/1/a) – não sequer ordem do dia. Pode entender-
se que falta a própria convocatória pq não se sabe sobre o que se vai falar. Referir assuntos de
interesse da sociedade.

e. O administrador único da sociedade E, S.A. redigiu e publicou uma convocatória para a


assembleia geral, que se realizou passado um mês. O acionista F pediu, no entanto, a
declaração de nulidade de todas as deliberações tomadas.
Seria competência do presidente de mesa, em principio. Falta de competência do administrador,
377º/1 – nulidade 56º/2 e 1 a). – se não estivessem presentes todos os acionistas, F teria razão.
377º/4 prazo de 30 dias foi cumprido.

82
f. G, H e I, cada um com 2% do capital social da sociedade F, S.A. entendem que é
urgente os sócios reunirem-se e deliberarem em assembleia geral sobre determinado
assunto. Que podem fazer?
375/2 os acionistas têm poder de requerer a convocação, não são ele que convocam; direito de
agrupamento, 379º/5.
Mínimo para evitar congestionamentos.
Presidente da mesa tem prazo de 15 dias para convocar ou recusar;
Se fosse SQ- 248º - tudo o que se refira a percentagens mínimas nas SA não existe nas SQ.

g. J, sócio da sociedade G, Lda., não pode estar presente na assembleia geral, por se
encontrar fora do país, pretendendo nomear o advogado como seu representante.
De acordo com o art.54º/3 é permitida a representação do sócio, no entanto, o representante
só pode votar em deliberações tomadas nos termos do nº1, ou seja, por escrito ou reunião em
assembleia geral sem observância de formalidades prévias, se estiver expressamente
autorizado.
Esta ideia também se pode retirar do art.56º/1 que dispõe que a deliberação não será nula se
todos os sócios estiverem presentes ou representados.
Não há problema no 249/1 – escrito.
249º/5 -problema de representação voluntária; MC não faz sentido prejudicar as pessoas que
não podem estar presentes; problema de constitucionalidade. Norma do estatuto OA- Adv não
pode ser impedido de representar o seu cliente, esta nome é especial.
Problema seria suprido se existisse cláusula estatutária.
380º - SA refere que não há problema- aplicação analógica.

h. No decurso da assembleia geral da sociedade H, S.A., o acionista L surpreendeu todos


os outros com uma proposta que não constava da ordem do dia.
373/1
375/1
377/1 e)
378º não sabemos se ele preencheu as quotas?? Mínimo de 5%
5 dias de antecedência com envio de requerimento.
Direito de participação das assembleias, respeitar requisitos.

i. M, sócio-gerente da sociedade I, Lda. pediu o consentimento da sociedade para exercer


uma atividade concorrente com a mesma. A deliberação foi aprovada com os votos
favoráveis de todos os sócios (incluindo M), exceto o do sócio Z, que se absteve. Z pede
agora a anulação da deliberação, invocando que M não podia ter votado. M defende-se,

83
dizendo que o seu voto foi indiferente para a aprovação. A sociedade tem 5 sócios, cada
um com 20% do capital social.
Teste ou prova de resistência – interesse social é um interesse predominante, permite que se
prejudique… não há direito de …
Questoes de 58: a menos q se prove que teriam de ser tomadas a menos que se prove q seria
aprovado sem estes votos.
254º e 251 – impedimento de voto, não podia votar pq tinha interesse conflituantes, 241º/5
248/5 não pode condicionar a vontade de outros sócios, nem pode ele próprio votar. Regra
anulabilidade 58/1/a) ou 58/1/b). TRP diz q é o b) aplicável nas votações abusivas, vicio
procedimental, anulabilidade. P da resistência. Voto abusivo é nulo.
TEMOS DE FAZER TESTE DE RESISTENCIA. Retirar o voto, se a deliberação se mantiver aprovada
não havia anulação.
Não era essencial à maioria deliberativa.
1ª votação:
5 sócios: cada um com 20%.
Houve 3 que votaram sim:;
Houve 1 voto abusivo;
1 abstençao;
Teria sido aprovado por 80%
Abstenção não conta: 250/3. Não se considerando para a maioria dos votos.

Teste de resistência:
DIVIDE-SE POR 4!!!! Os 20% dele são distribuídos pelos demais, passam a 25%. Aprovada por
75%.
DARIA RAZAO AO M.
Este socio/gerente só poderia ver satisfeito aquele dto com prejuízo para a soc. M sit de conflito
de interesses, proíbe de votar. 251/1/e) remte para o 254/1 ONDE se trata autorização dos …
não podia votar.
Quando vota não pensa na soc.
251/1 a), pode estar presente não pode é votar; 251º/1 e) – autorização dos gerentes para
exercerem posições concorrentes. Remete para o 254/1
O voto é abusivo porque ele quer adquirir benefícios próprios para si. Temos de retirar o voto e
ver se a deliberação se mantém ou não.
Sendo voto nulo, 20% x 5 :
Na primeira votação, foi aprovada por maioria de 80%;
Segunda votação sem considerar voto abusivo, a percentagem daquele que não conta divide-se
pelos restantes, havendo 25% de sim x 3 mais 25% de abstenção – temos aprovada por 75% dos

84
votos. – esta é a prova de resistência; o voto não era essencial e seria sempre válida, e M poderia
exercer a atividade concorrente.
Se a deliberação fosse efetivamente abusiva, só o socio que se absteve é que poderia vir alegar
- prazo de 30 dias sob pena de caducidade, força do p de estabilidade das decisões- 59.

j. Os acionistas da sociedade J, S.A. deliberam prestar uma garantia a uma dívida de um


grande fornecedor. Um credor da sociedade pede a declaração de nulidade da deliberação,
invocando que apenas o conselho de administração poderia ter decidido a prestação da
garantia.
406º f) – competência do conselho de administração – violação do 373/2 a deliberação é nula
56/1 c);
c) vs d)

Divergência quanto ao 56º/1 qual é o conteúdo que não está sujeito a deliberação.
Vício residual – a consequência desta deliberação seria anulável MC – justificado interesse
próprio para estar dentro da capacidade, e aplica-se a anulabilidade e não se justifica regime
mais gravoso. Doutrina clássica fala da teoria da competência (Raul Ventura)– e o vício seria a
nulidade. Os q não estão por natureza diz q é incompetência, cairia na alínea c). Pinto Furtado
tmb diverge, diz que é impossibilidade.
MC reconduz ao art 58º. MC diz q é incapacidade.
Declaração: credor 286 CC, conselho de fiscalização devia dar a conhecer aos sócios.

k. Os acionistas da sociedade L, SA deliberam, por maioria simples, afetar todos os lucros


a reservas.
294
Limites mínimos à distribuição de pelo menos metade dos lucros de exercícios distribuíveis.
Não é possivel aceitar todos os lucros em reservas por maiorias simples.
Acautelados despesas de amortização, reserva livre. Significa q não vai ser possível. maioria de ¾
ou d

l. Os acionistas da sociedade M, SA. deliberam, por unanimidade, distribuir todos os lucros


resultantes do primeiro exercício da sociedade. (i) O sócio Y pede a declaração de
invalidade da deliberação mas os restantes sócios entendem que não o pode fazer, pois
votou favoravelmente (ii) Passados 7 anos, um credor da sociedade pede a declaração de
nulidade da deliberação.
p. da conservação do capital social, regra do 33º é injuntiva. Acionistas deliberam por
unanimidade distribuir os lucros mas neste caso tem de ser apurado o lucro distribuível, e
metade desses lucros é que podem ser distribuídos. 58º/1 d) 58º/1 a), 9º/3 – vício é da nulidade
uma vez que estamos perante preceito legal inderrogável.

85
Caso de venire contra factum proprium: 59º; o sócio em princípio pode pedir declaração de
nulidade.
Prazo para a nulidade é prazo geral do 286ºCC e portanto a nulidade poderia ser invocada a todo
o tempo; quando são propostas contra à sociedade tem de ser informada aos sócios 57º/1.
Int de Ricardo Costa: hipótese de se deverá ou equacionar aplicação do 44º para não deixar soc
indefinida.

m. Os sócios da sociedade N, Lda. deliberam, por unanimidade, distribuir os lucros que,


nos termos do contrato de sociedade, deveriam ser afetos a reservas. O revisor oficial de
contas pede a anulação da deliberação.
Aqui são reservas contratuais ou estatutárias – previstas no contrato de sociedade;
58º/1 a) – violação do contrato de sociedade; e portanto esta reserva contratual está a ser
desrespeitada 58º/1 a), 59º, prazo é de 30 dias. Mas aqui os sócios estão todos de acordo, mas
neste caso o órgão de fiscalização é que deveria ter invocado. Mas se todos os sócios estão de
acordo, isto acaba por querer dizer que não tem interesse a invocar esta anulabilidade- MC- se
todos concordam não faz sentido alterar.
Alteração do CT 85 e ss.

n. A sociedade O, Lda. delibera vender um imóvel por metade do seu valor real. Um
credor contesta a validade da deliberação.
56º/1 c) (STJ) ou d)
Deliberação com prejuízo do interesse da sociedade; violação da intangibilidade do capital
social;
Poderá haver violação dos bons costumes

Vicio da incapacidade- 6 CSC

Doação mista : vender algo com preço simulado- ato nulo

Deliberação nula- invocada por qql pessoa a qualquer momento.

286º cc

o. Os sócios da sociedade P, Lda., descontentes com o sucessivo sentido de voto do sócio


N, decidem retirar dos estatutos a cláusula que lhe atribui um direito ao voto duplo.
55º ineficácia em sentido estrito, não produz efeitos externos; art.24º - deliberação é ineficaz
porque se retira um direito especial ao sócio que requer sempre o seu consentimento, e
teríamos de ver se havia direito especial – 24º.
Requisitos:

86
1. previstos no contrato de sociedade – este estava previsto; MC- direito criado intuito
personae, necessidade de atribuir este dto a determinada pessoa (SQ) ou categoria de
açoes se for SA. Necessidade de atribuição.

2. atribuição a um sócio SPQ ou categoria de ações nas SA – está verificado;


3. proibição de se retirar este direito sem o consentimento do sócio;
ainda que a deliberação seja válida, a retirada não produz efeitos em relação ao próprio sócio.
Quanto ao voto duplo – 250/2 – não podia desrespeitar a quota no artigo.
Os direitos especiais não são transmitidos, são sempre intuito personae.

Dt especial

Art 24º e 55º - deliberação seria ineficaz relativamente ao socio (equivaleria a retirar dt ao socio)

Há ou não dt especial? Requisitos do art 24º: estipulação no contrato de sociedade

Sem consentimento do socio- consagração especial no dt

Art 85º/2 e – alteração por maioria de ¾

Se tivesse menos de 25% do capital social não tinha poder de voto

(alteração do contrato dá-se com 75%)

Dt atribuído intuitos persona

Proteção dada ao socio.

Art 24º/3

Art 55º

p. A ata da deliberação da assembleia geral da sociedade Q, Lda. nunca foi assinada.


Art 53º, 63º

Aplicando o art 388º/2 (ex vi 248º), as atas devem ser assinadas por quem nelas tenha servido
como presidente e secretário. SQ Todas têm de assinar.
Falta da ata é falta probatória, não se consegue demonstrar o q foi ou não acordado

Há problema de prova, se não há ata não se pode provar o que foi deliberado.

Não há vicio de deliberação, mas irregularidade em termos de prova. 521º- multa


Art 44º CCom

87
CASO N.º 15

1. A sociedade por quotas “Fogo na Peça, Lda.” (“FP”) foi formada por cinco sócios,
tendo cada um deles subscrito uma quota de € 5.000. 25 000 capital social.

Pronuncie-se sobre as seguintes questões alternativas:

a. O contrato apenas permite a cessão de quotas quando os restantes sócios exerçam


efetivamente o direito de preferência sobre a totalidade das quotas a alienar.

Regra geral é 228.

b. O contrato de sociedade nada dispõe sobre a transmissão de quotas. Aníbal pretende


alienar a sua quota, mas os restantes sócios deliberaram recusar o consentimento à
cessão.

a) 229º/5
Transmissão de quotas tem

Art 231º - desde q socio esteja ha + de 3 anos (nr 3 do mm art)

Soc tem de se chegar à frente. 231/2/a).

c. O contrato de sociedade nada dispõe sobre a transmissão de quotas. Bento, que é sócio
e gerente, decide adquirir a quota de Aníbal, para viabilizar a recusa do consentimento
da sociedade, e evitar que a quota seja adquirida por estranhos.

231º/4 – dt de preferência proporcional à percentagem q cada socio tenha (todos os sócios


têm de ser colocados na mm posição)

d. O contrato de sociedade proíbe, em absoluto, a cessão de quotas.

Clausula valida. Sócios tem dt à exoneração ao fim de 10 anos – 229º/1 e 240.

2. Alberto, sócio da “Bento, Carlos e Companhia” (“BCC”), decidiu vender a sua

parte social a Helena. O consentimento da maioria dos demais sócios foi obtido, já

que os estatutos autorizam a transmissão por voto maioritário. Alberto quer agora

88
participar na assembleia geral da BCC, mas o presidente da mesa recusa-se a reconhecê-
lo como sócio. Perante esta recusa, Alberto pondera invocar a invalidade

do negócio aquisitivo da parte social.

sociedade em nome coletivo (sociedade de pessoas)

182º /1 (parte de um socio) – expresso consentimento dos restantes sócios de forma unanime. E
deve ser reduzida a escrita. Evidencia do caracter pessoal das SNC.

Divergência: norma é imperativa ou pode ser afastada?

Raul ventura: sim, norma é imperativa. Transmissão só pode ocorrer com consentimento de todos
os sócios – art 182º/4 pq se torna ineficaz.

Professor Carneiro da Fraga também

Restante doutrina não se pronuncia.

3. O capital da sociedade “Carne no Assador, S.A.” (“CA”) está dividido em 50.000

ações de € 1 cada. As ações são tituladas, ao portador. A transmissão das mesmas

está condicionada ao consentimento da sociedade.

capital social: 50mil euros

art 299º

Ação são todas nominativas (não ao portador).

Ações tituladas: têm um título (algo q está materializado). Papel diz que a açao vale X.

Ações escriturais: não tem título, ex: ações em bolsas de mercados. As negociadas em bolsa, não
é algo que seja paupavel.

Art 328º/2/a)- nominativas podem ser concionadas.

4. O capital da sociedade “Princesa do Vouga, S.A.” está dividido em 100.000 ações, de


€ 5 cada. O contrato de sociedade subordina a transmissão de ações ao consentimento
da sociedade. A sociedade pode recusar por três vezes, em relação a cada sócio, a
transmissão de ações: à quarta vez a sociedade tem que demonstrar esforços sérios para
encontrar um comprador.

89
capital social: 500 mil euros

Art 326º e ss

Art 329º/1

Art 329º/3/c) fazer adquirir por outra pessoa

Alterações CSC:

2006 introduz conceitos de corporate governance

2011 aboliu capital mínimo por quotas

2017 açoes ao portador desaparecem

DIREITO COMERCIAL II (SOCIEDADES COMERCIAIS)


TURMA A, 2018/2019
Regência: Profs. Doutores António Menezes Cordeiro e José Ferreira Gomes

CASO N.º 8: RESPONSABILIDADE DOS GERENTES POR


CONTRATAÇÃO DE SWAPS ESPECULATIVOS
António é sócio da BLUELIGHT, LDA., sendo titular de uma quota representativa
de 25% do seu capital social. Moveu duas ações de responsabilidade civil — uma
em nome da sociedade, outra em nome próprio — contra Carlos e David,
gerentes há 10 anos.
Acusa Carlos de “gestão danosa”, por ter celebrado contratos de swap de taxas
de juro, de teor que considera ser manifestamente especulativo, que vieram a
causar prejuízos à sociedade de centenas de milhares de euros. Diz ainda que
David não fiscalizou a atuação de Carlos, no sentido de proteger a sociedade.
Carlos defende-se, dizendo que a sua atuação foi perfeitamente lícita. Tinha de
rentabilizar o dinheiro que a sociedade tinha no banco e que não rendia juros
nenhuns. Confiou na informação que o banco lhe deu de que era um produto
ótimo. Não lhe passou pela cabeça que as taxas de juro pudessem baixar como
vieram a baixar. Diz ainda que está protegido pela business judgment rule.
David, por seu turno, diz que não sabia de nada. Carlos não lhe comentou nada
e não lhe passava pela cabeça andar permanentemente a perguntar-lhe o que ele
fazia.
1. Qual o enquadramento normativo de cada uma das pretensões e respetivos
pressupostos?

Tipos de açoes- açao de quem contra quem, requisitos processuais.

Sociedade contra administrador e o sócio em concreto.


90
Autor: A

Ação social – 75 CSC. O órgão social competente para decidir seria a AG, 151. Propositura
contra o administrador em causa. Se a AG deliberasse o efeito jurídico que decorre:
efeito jurídico é constituição, extinção ou modificação de uma situação jurídica. A soc
fica vinculada a propor, quem representa é o gerente. Constitui-se na esfera jurídica dos
administradores uma obrigação de … alguém em nome da soc representará a soc em
juizo.

COMP PARA DECIDIR-AG

COMP Para REPRESENTAR A SOC perante 3ºs vinculando-a externamente: Gerentes

Sem prejuizo da possibilidade de ser designado um representante especial.

A queria promover a açao para obter uma indemizaçao para obter uma idnemnizaçao.

Entao não era isto em causa.

Estaria em causa AÇAO SOCIAL – 77

Autor é o António. Pede a condençao de Carlos num pagamento de indemnizaçao à Soc.

Destinada à indemnizaçao da soc. Proposta por um socio em representaçao da soc.

251 impedimento do voto do sócio.

Ele queria propor 2 açoes. Interesses sociais ou dtos seus?

2 açoes:

1 - indemnizaçao da soc- 77. Se queremos indemnizar a soc temos q ver pressupsotos


da resp civil perante a soc. Nexo de soc. Incumpriu obg de administraçao, responde
pelos termos de obg de adm. Violaçao de obg especificas.

Ilicito-

Culpa-

Nexo de causaldiade-

Dano-

2- indeminzaçao do sócio

91
Tem algum contrato com o soc? Relaçao obg contratual com o socio? Relacionamento
geral prórpio do quadro delitual. Não violar dtos subj, normas dirigidas à proteçao do
sócio, tudo nos termos do 483.

Delitual: ausencia dessas deliberaçoes especificas.

RG de imputaçao de danos é q cada um suporta os seus próprios danos. Só há imputaçao


de danos na medida em q haja fundamento normativo, nos termos do 483.

Queria ser diretamente indemnizado. 79 não é aplicavel pq não causa danos diretos.

79 serve para: dano diretamente causal. Os adm atuam enquanto orgao de soc nos
exercicios de funçoes, são atos juridicamente da soc, pq são diretamente imputaveis à
soc. Se são atos da soc entao as suas conseuqneicas projetam-se na esfera juridica da
soc. Não ver o ato imputado em si. Se tivermos um ato q implica não uma violaçao
funcional, se dissermos q está diretamente a causar um prejuizo, podemos dizer q é
diretamente responsabilizado.

78º credor em principio não pode responsabilizar um gerente. Representa a soc, qnd se
relaciona como credor, qnd constitui uma duvida é da soc. Por isso não atinge o
patrimonio do gerente, apenas o da soc. Se o credor quiser reclamar só pode ser na soc,
o credor só tem relaçoes juridcas com a soc, reprensetada pelo gerente no caso
concreto. Pode responsabilizar apenas nos termos do art 78º, violado uma norma de
proteçao. Reduzido o patrimonio da soc, colocando em causa a garantia da soc pelos
créditos do credor.

Art 601º CC.

Há norma de proteção q tenha sido violada?

2 redução do património da soc em termos tais q permita dizer q ficou afetada?

O conceito de norma de proteção é mt circunscrito pq visa limitar a resp delitual. Se


abrirem mt os conceitos de norma de proteção estendem mt a resp delitual. Ampliar a
esfera de risco de um sujeito q vai a andar na rua e tornar-se responsável pelo dano de
outra pessoa, maior a indeterminabilidade da resp civil delitual.

O q é uma norma dirigida à proteção dos credores? Discute-se na doutrina e


jurisprudência. Melhor interpretação à luz do quadro geral de Resp civil é o q delimita

92
as normas de proteção a 2 pilares: 1º normas dirigidas à realização do capital social e 2º
intangibilidade do capital social. São as destinadas a tutelar/proteger os credores.

O capital social visa tutelar os credores. Se o adm incumprirem as regras destinadas à


realização do capital social, então estão a incumprir norma dirigida à capitalização do
soc. Se distribuírem dividendos, violam os credores dirigida à norma de proteção (285…
ss). Respondem pelos danos nos termos do 78º.

Resp por danos indiretos pq aquilo q foi primeiro afetado foi o património da soc, o
credor só indiretamente pq viu o pat da soc reduzido e por isso deixou de ser apto à
realização do seu crédito.

79º é diferente. Indemnização de danos DIRETAMENTE SOFRIDOS pelos credores ou


sócios. O ato do gerente afetou diretamente o património do credor ou do sócio.

Neste caso a conduta do gerente não afeta diretamente o pat do credor, POR ISSO, NÃO
SE APLICA O 79º.

2. Quem tem razão? Deve Carlos indemnizar a sociedade? Deve Carlos


indemnizar diretamente António?

O que fundamentaria a açao? Utilizava a indemnização da soc. Obrigação do gerente perante a


própria soc, se tiver incumprido responde pelo inc.

72º paralelo deo 798 e 799 CC.

Casos em que se fundamenta resp obg, e não só delitual. Ex: culpa in contrahendo de 3ºs. mas
o professor MC defende resp delitual.

Indemnizar a soc?

Resp obrigacional, q assenta na violaçao de deveres específicos, que podem ter base legal ou
contratual.

64º adm de forma diligente. Conceito de gestor criterioso e ordenado- mais diligente do q o
bonés pater família.

93
Esta bitola dá-nos um modo de conduta. Não resulta do 64 a obg de administração. Resulta das
normas de competência. SQ- 259; SA- 405 SA.

Como é q administra? Tem q administrar bem, diligentemente, como gestor criterioso e


ordenado.

Art 64/1/a) modo de conduta diz-se em obg DILIGENCIA NORMATIVA. Grau de esforço q o
sistema exige ao dev para a realização da prestação.

Pode servir para efeitos de ilicitude e de culpa.

1º ato ilícito ou não?

2º só dps ver se há culpa

Se o critério é relevante para efeitos de ilicitude pede relevância para efeitos de culpa.

Ex: gerente obrigado a pagar IVA até dia 15/5. Praticou ato ilícito pq havia dever especifico por
força da lei, mas filho no hospital. Não foi com culpa, pq não era exigido a um gestor criterioso
e ordenado naquelas circunstancias que o fizesse. Não censurável a conduta.

Não responderia.

Obg de adm – 405. Bitola do gestor criterioso e ordenado. Diligencia NORMATIVA-64/1/a).

A priori indeterminada, mas determinada no caso concreto pela bitola do gestor… ilicitude: este
é o dever especifico do adm perante as circunstancias do caso.

1º dever: convocar o conselho.

2º informar-se:

3º dever: estar presente

4º dever: discutir promovendo o melhor interesse da soc. Participar na discussão tentando


convencer os adm sobre a conduta q considera mais adeuqada.

5º votar

6º se sair vencido, podem ou não as circunstancias do caso q faça um voto de vencido na ata?
Tmb podem existir q vá diretamente junto dos sócios e alertar os sócios.

Identificar obg não determinada

Ou ex: C diz q pagou mas não pagou pq não há mt dinheiro. Tem que ser o conselho de
administração. Convocar o conselho de adm, é o coletivo q pode agir. Ir à reunião, informar-se,
a comp de pagamento

94
O art 72 apresenta regra geral pelo inc…

A doutrina ainda está divida no 72/2.

72/3 o adm não responde se não estiver prensete.

72/5 absurdo.

72/2- CMVM. A proposta foi parar ao MJ e das Finanças.

3. E David?

CASO N.º 9: DA ADMINISTRAÇÃO À FISCALIZAÇÃO


DA VAI DAR TUDO CERTO, S.A.
Em 2008, António e Bernardo, jovens empreendedores, viviam num período de
inocência em que acreditavam que tudo era possível. Tinham um projeto
empresarial que, na sua perspetiva, tinha um futuro muito promissor. Para dar
forma jurídica ao projeto, constituíram uma sociedade anónima juntamente com
quatro investidores, com a firma “Vai dar tudo certo, S.A.”. Pediram a um
contabilista, Eduardo, umas dicas sobre os estatutos e escolheram o modelo de
governo previsto no art. 278.º/1, a) CSC, o único cujo funcionamento prático o
contabilista conhecia. Um amigo do contabilista, que era ROC (Filipe), ficou
como fiscal único. António e Bernardo ficaram como administradores executivos
e dois dos investidores (Carlos e Diogo) ficaram como não executivos. Bernardo
assumiu a presidência do conselho.
Apesar de aparentemente os negócios da sociedade estarem a correr bem, a
verdade é que esta não apresentava resultados positivos. Em 2012, os quatro
investidores começaram a ficar desconfortáveis. Carlos e Diogo pediram então
mais informações sobre alguns contratos celebrados pela sociedade que
apareciam de forma obscura nas contas da sociedade. António e Bernardo
responderam que eles deviam confiar na informação que lhes tinha sido prestada
e que a insistência no assunto consubstanciava uma manifestação de deslealdade
que, colocando em causa o trabalho de equipa, era inadmissível. Carlos e Diogo
escreveram então ao contabilista da sociedade, Eduardo, a pedir pormenores
sobre as contas, tendo este respondido que não o podia fazer sem o
consentimento de António e Bernardo.
Por portas travessas, os investidores acabaram por perceber que António e
Bernardo tinham celebrado um contrato com a sociedade, nos termos do qual
esta lhes pagava uma “comissão de gestão”, consumindo esta praticamente todos
os resultados positivos da atividade da sociedade. Perante isto, os investidores

95
pretendem levar a questão aos tribunais, retirando todas as consequências,
incluindo a responsabilização de António e Bernardo pelos prejuízos sofridos.
António e Bernardo, quando se apercebem da intenção daqueles, escrevem-lhes
uma carta onde explicam que atuaram no contexto da sua discricionariedade
empresarial, por entenderem que esta era a solução que melhor servia os
interesses da sociedade. Não podem, portanto, ser responsabilizados.
Entretanto, os investidores não compreendem o silêncio de Filipe: nunca disse
nada sobre o que se passava, os seus relatórios anuais como fiscal único nunca
referiram a “comissão de gestão” e as certificações legais de contas eram omissas
quanto à “obscuridade” das contas...

1. Qual o sentido da qualificação dos administradores como “executivos” e


“não-executivos” e qual o reflexo no seu status?

2. Podiam Carlos e Diogo exigir as informações referidas a António e Bernardo,


por um lado, e ao TOC, por outro?

3. Têm razão Carlos e Diogo ao considerar que a celebração do contrato, do qual


resulta a “comissão de gestão” para António e Bernardo, constitui uma violação
dos deveres destes?

4. Qual o papel do fiscal único e do ROC na sociedade? Poderia Filipe ser


responsabilizado pelos danos sofridos pela sociedade em virtude da “comissão de
gestão”?

Pistas (para além dos textos do Prof. Menezes Cordeiro):


- JOSÉ FERREIRA GOMES, “A discricionariedade empresarial, a business judgment rule e a
celebração de contratos de swap”, Cadernos do Mercado de Valores Mobiliários: Ensaios de
homenagem a Amadeu Ferreira, 2 (2015), 57-98, disponível online.
- JOSÉ FERREIRA GOMES, Da administração à fiscalização das sociedades, 2015, §§ 13 ss., 63
ss. Sobre os arts. 78.º e 79.º, pp. 687-690 (nota 2463).
- Análise crítica do acórdão do STJ de 12-jan.-2012 (Álvaro Rodrigues) Proc. 916/03,
disponível em www.dgsi.pt

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