Você está na página 1de 17

A INSTITUCIONALIZAÇÃO DA REMIÇÃO, COM O

FORTALECIMENTO DAS POLITICAS EDUCACIONAIS NO SISTEMA


PENITENCIÁRIO

THE INSTITUTIONALIZATION OF REMISSION, WITH THE


STRENGTHENING OF EDUCACIONAL POLICIES UM THE PRISON
SYSTEM

Ângelo de Oliveira Luz

Acadêmico do 9º período de Direito na Faculdade Presidente Antônio Carlos de


Teófilo Otoni-MG, Brasil. E-mail: angeloolluz@gmail.com;

Istéfane Pereira da Silva

Acadêmica do 9º período de Direito na Faculdade Presidente Antônio Carlos de


Teófilo Otoni-MG, Brasil. E-mail: ystefanysilva@icloud.com;

Erica Oliveira Santos Gonçalves

Bacharel em Direito, Especialista em Direito Processual; Advogada; Professora


de Direito Penal e Processo Penal na Faculdade Presidente Antônio Carlos, de
Teófilo Otoni-MG, Brasil. E-mail: erica.almenara@gmail.com

Resumo

O presente artigo visa analisar a remição de pena através das políticas


educacionais. A violência no Brasil está em constante crescimento e em
consequência disto, tem sido discutido medidas para que melhore a segurança
por parte da sociedade, já que a mesma se encontra com um medo do convívio
social com autores da violência. Em primeiro momento será apontado o
desenvolvimento dos indivíduos encarcerados se tratando da educação e a luta
pelos seus direitos humanos. Posteriormente, será apontado previsões legais
que proporcionam o processo de educação dos mesmos, e por fim, como
houve um grande fortalecimento das políticas educacionais e o projeto
proposto pelo Congresso Nacional para a remissão.

Palavras-chave: Remição; Estudo; Leitura; Encarcerados; Politica.

1
Abstract

This article aims to analyze the remission of punishment through educational


policies. Violence in Brazil is constantly growing and as a result of this,
measures have been discussed to improve security on the part of society, since
it is afraid of social interaction with perpetrators of violence. Firstly, the
development of incarcerated individuals will be pointed out in terms of education
and the struggle for their human rights. Subsequently, it will be pointed out legal
provisions that provide for their education process, and finally, as there was a
great strengthening of educational policies and the project proposed by the
National Congress for remission.

Keywords: Remission; Study; Reading; Incarcerates; Politics.

Data de submissão: 29/05/2021


Data de aprovação: / /

1. INTRODUÇÃO

Este presente artigo visa mostrar todo o processo de institucionalização


da legislação, através das políticas educacionais do sistema penitenciário
brasileiro, bem como a introdução dos tipos de remissão, por forma de
trabalho e principalmente estudos, que, tem o início dos anos 90 como ponto
inicial para a introdução dessas novas políticas, onde veio a ocorrer crises no
interior dos sistemas prisionais, com surgimento de grupos como o PCC, que
coordenavam rebeliões e motins dentro das cadeias, onde uma em especial foi
o ponto crucial para a transformação das Leis Prisionais, o “ Massacre do
Carandiru”, que deu enorme visibilidade e expôs uma face inglória dos
sistemas prisionais Brasileiros.

Contudo, isso foi uma das consequências para o fortalecimento de


indivíduos e grupos ativistas que já desenvolviam trabalhos voltados para a
população encarcerada, visto que a ocorrência do massacre possibilitou, e fez
diminuir as resistências a ponto de medidas que privilegiassem as orientações
de garantia de direitos, sobretudo humanos se passassem a ser discutidas num
momento de especial sensibilização da opinião pública, e, de parlamentares. O
campo de estudos sobre a educação no ambiente de privação de liberdade

2
desenvolveu-se de maneira significativa nos últimos vinte anos, com mudanças
e criação de Leis que propusessem uma melhor forma de tratamento e de
direito dentro das instituições penitenciarias. Visando o fortalecimento das
políticas educacionais, foi essencial para a reforma das Leis Carcerarias no
país, que aglutinou aos Direitos Humanos e os direitos previstos na
Constituição.

1.1 Objetivos

O objetivo do presente artigo, é mostrar a evolução das leis


penitenciarias e como a introdução dos meios de remição ajudam o apenado,
e, a manter a melhor ordem nas penitenciárias, passando pela evolução das
Leis, e, como os grupos políticos e prol Direitos Humanos, se organizarão para
conseguir uma adequação e melhoria carceraria e social. A revisão da literatura
feita pela escritora Eli Narciso Torres, foi de essencial valia pra a construção do
presente artigo, somando com pontos fortes e estudos feitos na sua obra, que
foram de grande importância para a construção deste.

2. BREVES APONTAMENTOS INICIAIS SOBRE A REMIÇÃO

“A remição de pena pela educação é um mecanismo jurídico, criado


no Brasil por meio do projeto de Lei Complementar (PL) nº 265/2006
aprovado no congresso Nacional, que deu origem a legislação nº
12.433/2011 de 29 de junho de 2011.” (TORRES, Eli narciso.1. ed.
Jundiai (SP): Paco Editorial, 2019, p. 21).

O autor e o seguinte artigo, procuram compreender o desenvolvimento


da institucionalização dessa legislação, que se vincula, paralelamente, ao
fortalecimento das políticas educacionais para o sistema penitenciário, como a
aprovação da Lei nº12.433/2011, que alterou a Execução Penal, e oficializou a
remição de pena pelo estudo no Brasil. Que se refere particularmente ao
sistema penitenciário em vigor nas décadas de 1990 e 2000, período no qual
foi gestado o dispositivo e identificar as forças atuantes no processo.

“...os anos de 1990, em especial, foram caracterizados por crises no


interior do sistema de justiça criminal, em parte associadas ao que
Zaluar (1999) tratou como a “organização social dos criminosos” no
Brasil.

3
Afinal, foi naquele período que surgiu a organização criminosa
Primeiro Comando da Capital (PCC), que passou a atuar dentro do
aparelho penal, coordenando, inclusive, rebeliões de encarcerados
(Dias, 2011a). Em outro episódio, conhecido como o “Massacre do
Carandiru”, 111 internos foram mortos por policiais militares, em 2 de
outubro de 1992, durante ação de contenção de um possível motim
na Casa de Detenção de São Paulo. Em decorrência da intervenção e
mortes dos homens alojados no Pavilhão 9 da Casa de
Detenção/Carandiru, no estado de São Paulo, foram denunciados,
criminalmente, 120 policiais militares pelos crimes de homicídio e
lesão corporal (Machado; Machado, 2015).”. (TORRES, Eli narciso.1.
ed. Jundiai (SP): Paco Editorial, 2019, p. 21).

A visibilidade alcançada por esses episódios expôs uma face inglória e


pouco conhecida do país, tanto nacional quanto internacionalmente: a
superlotação do sistema prisional aliada às condições precárias e desumanas
de aprisionamento, provocando reações de diversos setores da sociedade, por
ter sido um ato de enorme comoção pública que expôs de forma dolorosa as
condições carcerarias. (TORRES, 2019).
Uma das consequências foi o fortalecimento de indivíduos e grupos
ativistas como políticos profissionais, especialistas, juristas, atuando
individualmente ou vinculados em ONGs ( UNESCO, OEI, dentre outros), que
já desenvolviam trabalhos voltados para a população encarcerada, visto que a
ocorrência do massacre do Carandiru que possibilitou o fortalecimento de um
terreno propício à luta, e fez diminuir as resistências, a ponto de medidas que
privilegiassem as orientações de garantia de direitos, sobretudo humanos,
passassem a ser discutidas num momento de especial sensibilização da
opinião pública, e talvez, principalmente de parlamentares. A mobilização
desses ativistas contribuiu para a construção de uma “questão carcerária” que,
ao longo dos vinte anos seguintes, serviu como mobilizadora de uma série de
esforços voltados para a garantia de direitos às pessoas encarceradas.
(TORRES, 2019).
Essa mobilização esteve na origem de várias políticas, nelas
encontra-se a gradativa efetivação da oferta de educação,
respaldadas por diretrizes de organismos internacionais voltados para
a população encarcerada, o que auxiliou na aprovação da Lei n.
12.433/2011. O campo de estudos sobre a educação em espaços de
privação de liberdade desenvolveu-se de maneira significativa nos
últimos vinte anos, o mesmo período caracterizado pelo crescente
ativismo que permitiu consolidar uma questão carcerária no Brasil.
Esse ativismo foi particularmente fortalecido por alguns episódios,
como: (I) o motim de 1992, conhecido como o “Massacre do
Carandiru” no qual foram executados, pela polícia militar, 111 homens
na Casa de Detenção de São Paulo; (II)o aumento da população

4
encarcerada em detrimento de poucos investimentos; (III)o
surgimento da facção criminosa Primeiro Comando da Capital em
1993; e (IV)as sucessivas rebeliões iniciadas no estado de São Paulo,
cujo ápice teve lugar em maio de 2006, quando ocorreu a maior
rebelião de presos no país.( TORRES, Eli narciso.1. ed. Jundiai (SP):
Paco Editorial, 2019, p. 22 e 23).

Esses acontecimentos foram essenciais à constituição de uma “questão


carcerária” no país, dando força a ideias e manifestações que questionavam a
eficiência social do aprisionamento. Contribuindo para difundir a percepção de
que o encarceramento deveria se tornar objeto de políticas públicas, essas
ideias permitiram concretizar as ideias dos defensores da garantia do direito da
educação nas prisões e substanciaram gradativamente os argumentos em
favor da remição pela educação, proposta, pela primeira vez no Congresso
Nacional, pelo Projeto de Lei n. 216/1993, de autoria do deputado José
Abraãodo PSDB/SP, no ano de 1993 (Brasil, 1993), não por coincidência,
menos de um ano depois do massacre do Carandiru.(TORRES, 2019).
Além disso, observou-se o entendimento jurídico mais recentes, como a
Recomendação do Conselho Nacional da Justiça (CNJ), que estende o
pagamento de pena pela remição aos leitores resenhistas recolhidos em
prisões, o que ajuda o indivíduo no cumprimento de sentença. (TORRES,
2019).

3. HISTORICIDADE DA REMIÇÃO: RECURSO DE ADMINISTRAÇÃO


SOCIAL

A origem da remição no Brasil iniciou-se com a previsão na Lei de


Execução Penal (LEP/84) pelo trabalho, concebido como instrumento de ação
política, com legitimidade jurídica, pelo Poder Executivo durante o governo
Figueiredo (1979-1985), ainda em período ditatorial, com a promulgação da Lei
de Execução Penal n. 7.210/84, dispondo em seu texto original, artigo 126, que
“o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto poderá
remir pelo trabalho, parte do tempo de execução penal”. A contagem do tempo
seria a cada três dias de trabalho por um de pena remido. (TORRES, Eli
narciso. 2019).

5
Segundo explicam os analistas Coelho e Silveira (1985), a
possibilidade de remição da pena pelo trabalho surgiu por inspiração
no Direito Penal Militar Espanhol, que previa, pelo Decreto Lei n. 281
de 1937, a possibilidade de reduzir parte da pena de indivíduos
presos. Essa legislação tornou-se depois parte do código penal
espanhol, em 1944.
Concessões semelhantes, porém, neste caso com a possibilidade de
reduzir a pena de prisão por intermédio da frequência ou conclusão
de ciclos escolares, são encontradas, também, nos códigos penais de
países da Europa, a exemplo da França, Portugal, Grécia, Noruega,
Bélgica e Bulgária (Julião, 2009); no estado da Califórnia, nos
Estados Unidos, sob o viés metamorfoseado em bônus. O mesmo
ocorre como forma de cumprimento de parte da pena de prisão em
outros países da América Latina, além do Brasil, como Argentina,
Peru, Venezuela, Uruguai, Colômbia, Bolívia, México, Guatemala e
Panamá.(TORRES, Eli narciso.1. ed. Jundiai (SP): Paco Editorial,
2019, p. 41).

No Brasil o desenvolvimento da institucionalização da remição pela


educação decorreu, primeiramente, do entendimento de alguns juízes,
responsáveis pelas Varas de Execução Penal em distintas comarcas e estados
da federação como, por exemplo, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso
do Sul. (TORRES, Eli narciso. 2019).
No entanto, não havia consenso sobre a questão entre os membros do
Judiciário. Isso se devia, em especial, pela ausência de lei que regulamentasse
a remição escolar. Nesses termos, persistiam as concessões unilaterais em
analogia ao trabalho nos tribunais brasileiros. Esses diferentes julgados e as
frequentes brigas a respeito da possibilidade ou não de concessão de remição
pelo estudo desdobrou-se, em 2007, na Súmula 341, do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), pacificando o entendimento de que a “frequência a curso de
ensino formal é causa de remição de parte do tempo de execução de pena sob
o regime fechado ou semiaberto”. (TORRES, 2019).
O Brasil foi o décimo e último país da América Latina a institucionalizar a
remição de pena pelo estudo. O regulamento jurídico foi inserido no
ordenamento jurídico-penal com o advento da promulgação da Lei n. 12.433,
de 29 de junho de 2011, de autoria do senador da república Cristovam
Buarque. A legislação trouxe alterações especificamente à Lei de Execução
Penal, com o intuito de incluir entre as diretrizes do tratamento penal brasileiro,
a confirmação do direito da pessoa presa reduzir parte do tempo de pena
estudando em prisões. (TORRES, 2019).

6
A remição instituída pelas Varas de Execução Penal determinava que
um dia da pena total imposta fosse remido por três dias de estudo,
com a ressalva de que o pedido de remição pela escolarização
deveria chegar ao juiz acompanhado da frequência e aproveitamento
do aluno. (TORRES, Eli narciso.1. ed. Jundiai (SP): Paco Editorial,
2019, p. 45).

Em 29 de Junho de 2011, a então Presidenta Dilma Roussef, sancionou


a Lei de Execução Penal e estabeleceu critérios objetivos a legislação, desde
então, tornou-se direito de o interno reduzir a pena pela educação em prisões.
A redação da lei dispõe no Art.126: “o condenado que cumpre a pena em
regime fechado ou semiaberto poderá remir, por trabalho ou por estudo, parte
do tempo de execução da pena”. (TORRES, 2019).
Vale ressaltar, segundo a DEPEN (2019), em junho de 2011, mesmo
período da aprovação da “Lei de Remição”, havia mais de 514.000 mil pessoas
encarceradas, um número que não parou de subir, chegando a 726,350 mil
pessoas privadas de liberdade em 2017.

4. REMIÇÃO PELA LEITURA

A institucionalização legislativa colocou a ideia de remição pelo estudo, e


foi antecedida por entendimentos jurídicos nos estados federativos. A remição
pela leitura, teve início em período prévio à lei que institucionalizou a prática.
Contudo, ocorria de maneira pontual e, inicialmente, incipiente. Tal projeto
ainda em 2009 foi instituído no interior da Penitenciaria Federal de Catanduva,
no estado do Paraná, se tratando da primeira iniciativa que se tem registro no
país. (TORRES, 2019).

No primeiro momento, a equipe responsável pelo setor de reabilitação


da penitenciária relatou ao Conselho da Comunidade Federal a
necessidade de atividades motivacionais, educacionais e,
especialmente, que ocupassem os internos da Penitenciária Federal
de Catanduvas/PR, sendo a leitura e a possibilidade de resenhar
livros adequadas ao regime de segurança diferenciado da unidade
(Leite et al., 2017; Moro; Bordignon; Silva, 2015).
A remição pela leitura surgiu em decorrência dos presos federais,
naquele período, não disporem do acesso ao processo de
escolarização ofertado em penitenciárias estaduais.
A medida foi apresentada durante reunião do Conselho da
Comunidade, no dia 08 de junho de 2009. Na ocasião, composto
pelos representantes: do Sistema Penitenciário Federal (SPF) e chefe

7
da Divisão de Reabilitação da Penitenciária Federal de
Catanduvas/PR, AléssioAldenucci Júnior; Poder Judiciário pelo juiz
corregedor Sérgio Fernando Moro; e pelo presidente do Conselho da
Comunidade, Fabiano Bordignon (atualmente diretor-geral do Depen),
dentre outros representantes, da OAB, Câmara de Vereadores,
membros de associações, de ONGs. À época, pautaram a urgência
de ações que possibilitassem atividades de “(re)integração” e que, ao
mesmo tempo, pudessem ser desenvolvidas dentro da unidade
prisional de segurança máxima sem impor a possibilidade de riscos à
segurança do estabelecimento (Moro; Bordignon; Silva, 2015).
(TORRES, Eli narciso.1. ed. Jundiai (SP): Paco Editorial, 2019, p.
276).

É notório que, no período não havia previsão legislativa que


institucionalizasse a remição da pena pelo estudo, só tinha a remição pelo
trabalho, a confirmação ocorreu com o advento da Lei n. 12.433/2011, em 29
de junho de 2011, por meio da aprovação de proposta legislativa, de autoria do
senador Cristovam Buarque, que sugeriu a nova redação, adicionando a
remição pelo estudo. (TORRES, 2019).

O juiz corregedor Sérgio Moro, em 12 de junho de 2009, por meio da


Petição n. 2009.70.00.009996-4/PR, resolve efetivar a medida,
baseando-se em analogias e jurisprudências que reconheciam a
remição pelo estudo, considerado como trabalho intelectual,
equivalente ao trabalho já previsto na LEP.
A participação dos leitores se daria nos seguintes termos: O preso,
voluntariamente, poderia optar por realizar a leitura e elaborar a
resenha em até duas semanas. Naquela fase, competia aos membros
do Conselho da Comunidade realizar a avaliação das resenhas;
sendo aprovadas, cada resenha garantiria ao preso até quatro dias de
redução da pena.
A primeira fase do projeto foi realizada com a leitura da obra Crime e
Castigo, do escritor russo Fiódor Dostoievski, acervo constituído por
22 exemplares, os quais foram comprados pela Vara Criminal Federal
de Curitiba e, posteriormente, destinadas ao acervo da Biblioteca da
Penitenciária Federal de Catanduvas/PR. Sendo o projeto inicial bem-
sucedido, o Conselho da Comunidade escolheria os próximos títulos
e submeteria nova proposta à avaliação do juiz (Moro; Bordignon;
Silva, 2015).(TORRES, Eli narciso.1. ed. Jundiai (SP): Paco Editorial,
2019, p. 277).

Com a aprovação da Lei que legalizou a remição pelo estudo, os


pioneiros da remição pela leitura ganharam força e, tinham respaldo jurídico
para a prática da remição pela leitura nas penitenciárias federais, sustentavam
seus argumentos na compreensão de que a leitura compõe o mosaico
formador das facetas do saber constituidor da prática educacional, acreditando
que a leitura reforçaria a ressocialização do indivíduo.

8
Em 2012, o ministro corregedor-geral da justiça Federal, João Otávio de
Noronha e o diretor-geral do DPEN, Augusto Eduardo de Sousa Rossinie,
assinaram a Portaria, conjunta 276, que disciplinou o Projeto de Remição pela
Leitura no Sistema Penitenciário Federal.
A portaria fixou o pagamento de pena se daria em 4 (quatro) dias
remidos para cada resenha, inovando ao limitar em 12 (doze) obras lidas e
avaliadas, considerando o limite de tempo remido pelo custodiado seria de até
48 (quarenta e oito) dias, no prazo de 12 (doze) meses (Depen, 2012).
(TORRES, 2019).

Na atualidade, o projeto foi implantado pelas Varas de Execução


Penal em diferentes estados federados, em penitenciárias federais, a
remição pela leitura vem sendo executado de acordo com o seguinte
protocolo: (I) o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) fornece
os livros e seleciona a bibliografia de acordo com a recomendação do
CNJ; (II) o resenhista têm de 21 a 30 dias para realizarem as leituras,
em seguida são orientados para a elaboração de resenha que verse
sobre obra; (III) A avaliação das resenhas fica a cargo dos servidores
do Sistema Penitenciário Federal (SPF/Depen), lotados nas unidades
prisionais, os quais formalizam comissão específica para fins
avaliativos.(TORRES, Eli narciso.1. ed. Jundiai (SP): Paco Editorial,
2019, p. 280).

O projeto de remição pela leitura teve algumas alterações em referência


ao inicial, de 2009, se regulando ao desenvolcimento da lei de remição pela
educação (Lei 12.433/2011); da Portaria Conjunta 276 (Depen, 2012) e
recomendações (CNJ, 2013).

5. MILITÂNCIA, DIREITOS HUMANOS E A DEFESA DOS DIREITOS DOS


PRESOS

“E me pareceu sempre uma enorme incoerência matar gente que mata


gente para mostrar que não se deve matar gente.” (MENDES, Luiz Alberto,
memorias de um Sobrevivente 2001, apud TORRES,2019).
O massacre do Carandiru foi um marco e um pontapé inicial para a
reformulação do sistema prisional e incrementação da remição de pena nos
sistemas carcerários. O Programa “Política de humanização de Presídios” foi
uma das primeiras ações do secretário José Carlos Dias, reconhecido defensor
dos direitos civis, delegou que técnicos visitassem as prisões na tentativa de

9
organizar Comissões de Solidariedade, as quais, posteriormente, se tornariam
interlocutoras dos encarcerados com os representantes do Poder judiciário.
(TORRES, 2019).

[...]o massacre de 111 presos na Casa de Detenção de São Paulo


decorreu de motim, iniciado nas primeiras horas da manhã de 02 de
outubro de 1992, no pavilhão nove, por motivação desconhecida às
autoridades.
Apesar do princípio de tumulto dos presos haver iniciado no período
da manhã, a intervenção militar e as mortes ocorreram durante a
noite e no escuro. Quanto ao fato, oferece narrativas de agentes
penitenciários que legitimam a tese de execução sumária dos
custodiados pelos policiais. (VARELLA, 2012, apud TORRES, 2019)

O massacre uniu apoiadores e entidades de direitos humanos para


denunciar as violações de direitos, ocasionadas aos presos comuns nas
prisões brasileiras, assim em 08 de dezembro de 2000 foi instituído o conselho
da Cidadania sob a tutela da Secretaria de Administração Penitenciaria (SAP),
para a fiscalização do tratamento aos presos nos ambientes carcerários.

Tratou-se, assim, de um alargamento das participações sociais, que


alcançaria, em certa medida, as instâncias decisórias sobre o
encarceramento e violações de direitos, que até então, eram
denunciadas, especialmente pela Pastoral Carcerária, na
representação do padre Chico, desde 1988, que em decorrência do
massacre do Carandiru “[...] abriu as veias do sistema penitenciário”
aos interessados na recente questão, “[...] apontando as frequentes
brutalidades do sistema”, além, de tornar-se “[...] uma importante
fonte de informação para aqueles que desconfiavam dos dados
oficiais” (Pastoral Carcerária, 2017, apud TORRES 2019).

Nesse período gerou também um agrupamento de aprisionados que


passou a exigir garantias dos diretores de unidades prisionais, garantias de
direitos previstos na Constituição Federal e legislações próprias para o
tratamento de preso. Tal discurso foi sendo ampliado entre os presos a partir de
1993 na busca de reconhecimento e representatividade nas penitenciárias de
São Paulo, esse agrupamento com teor político comandada pelo PCC, que se
organizou na informalidade das prisões, porém criou estatutos próprios para
estabelecer regras aos presos, assim, reivindicavam, aos órgãos de segurança
pública, por exemplo, em ocasião das rebeliões, garantias e atendimentos
previstos na Lei de Execução Penal (LEP/84) aos custodiados. (TORRES,
2019).

10
Esses acontecimentos parecem derivar diretamente das condições a
que estavam submetidos os encarcerados, em especial no período
posterior às violações constatadas pelo Massacre na Casa de
Detenção de São Paulo. O evento Carandiru, por exemplo, levou a
sucessivas denúncias de violências e negligências institucionais e
teve como desfecho a mobilização das organizações de direitos
humanos que lutavam por medidas de combate às violações destes
direitos. Essas pautas ocuparam a agenda de um grupo significativo
de organizações durante os dez anos seguintes (Machado, 2015, p.
20, apud, TORRES, 2019).

Dentro desta dinâmica, se constituiu o entendimento sobre a existência


de conflito carcerário brasileiro. Nota-se, em paralelo, o surgimento de
entidades e pessoas que passaram a compor um espaço de militância que
prezava pelo debate e luta por causas relacionadas aos direitos humanos de
pessoas encarceradas, como as Regras Mínimas da ONU para tratamento de
presos, de modo a assegurar tanto a dignidade da pessoa privada de
liberdade, quanto coibir práticas impróprias ao tratamento de pessoas
encarceradas, o Brasil promulgou então após esses entendimentos o Decreto
n. 40, de 15 de fevereiro de 1991. (TORRES, 2019).
“Os momentos de conflitos e superpopulação carcerária também
propiciou, gradativamente, a inserção da temática da “Educação em Prisões”
ao debate, como mais um direito universal e humano cerceado às pessoas
privadas de liberdade”. (TORRES, Eli narciso.1. ed. Jundiai (SP): Paco
Editorial, 2019, p. 133).
Primeiramente houve o conjunto de acontecimentos que logo coincide
com a junção de forças de grupos ativistas que militavam em prol da ampliação
da quantidade remida da educação no sistema carcerário e pela aprovação da
remição de pena, através dos projetos de lei que tramitavam no Congresso
Nacional. Esses grupos foram compostos inicialmente por duas frentes, sendo
uma articulada pelas entidades e associações não governamentais e
especialistas intelectuais no estado de São Paulo. Os documentos recuperados
mostram que o debate se constituiu por ações relacionadas às entidades como
a Pastoral Carcerária ligada à Igreja Católica, a Associação Juízes pela
Democracia (AJD) e ONGs, representadas pela Ação Educativa, Alfasol do
Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC), dentre outras e seus especialistas.
(TORRES, 2019).

11
A segunda frente constituiu-se por intelectuais militantes e políticos
profissionais, vinculados a cargos no Poder Executivo que passaram a atuar
em cargos nos Ministérios da Justiça e da Educação, em Brasília, a partir de
2005. O espaço de luta que se configurou desde então, aproximou
especialistas na direção de intervirem em conjunto pela educação para
pessoas encarceradas, e se caracterizou como a primeira geração que lutava
em defesa do direito à educação no espaço da prisão. A remição de pena pelo
estudo foi incluída no debate desde o seu início, apresentada como um atrativo
para que o aluno permanecesse na escola.

6. O ENGAJAMENTO À LUTA DE DIREITOS HUMANOS

A constituição de grupos tornou-se o elo entre as entidades, como


Associação de Juízes para a Democracia (AJD), Pastoral Carcerária e ITTC em
torno da questão Carcerária, e em especial a preocupação com pessoas
oriundas das camadas populares, com pouca ou nenhuma escolaridade, que
somavam a maior parte dos indivíduos encarcerados. (TORRES, 2019.)
Diante de todo o exposto o que marcou como engajamento e militância
em relação a remição foi a história da juíza KENARIK BOUJIKIAN, filha de um
lojista do ramo de roupas e mãe, dona de casa que estudara até o nível
equivalente ao fundamental, antes de sair da Síria. A família chegou da Síria,
no ano de 1962, quando tinha três anos de idade, fixando residência no bairro
paulistano do Brás. O contato inicial da juíza com os movimentos sociais
ocorreu após filiar-se ao grupo fundador da Associação dos Juízes para a
Democracia (AJD), em 1991, da qual participou como cofundadora.

“A AJD, fundada, em 13 de maio de 1991, nas dependências da


Universidade de São Paulo (USP), assume como missão a
aglutinação de magistrados empenhados com os valores
democráticos e pelas garantias inerentes à dignidade da pessoa
humana, reformistas no ideal de democratizar o aparelho judiciário
brasileiro, pactuando pela transparência e controle público, como
dispõe o Estatuto da Associação dos Juízes para a Democracia (AJD,
2017) .Esse seria o conjunto de inflexão que caracteriza a militante
Kenarik, elementos vinculados ao seu prestígio enquanto togada na
carreira jurídica. Neste ponto, cabe ressaltar que a complexa
estrutura societária, da qual faz parte a educação, e a que está
subordinado o processo de formação intelectual do engajado numa
causa, não são, simplesmente, estas estruturas sociais que
determinam as ações dos atores sociais, como se estes últimos não

12
tivessem nenhum espaço para agir livremente “. (TORRES, Eli
narciso.1. ed. Jundiai (SP): Paco Editorial, 2019, p. 148.)

Em 2005, essa rede de relações estabelecida em torno da questão


carcerária se evidencia na reunião das ONGs Instituto Terra, Trabalho e
Cidadania (ITTC) e Pastoral Carcerária, centrada na coordenação do “relatório
Direitos Humanos e Mulheres Encarceradas,”publicado em 2006, estudo foi
realizado em parceria com o Conselho Britânico e o Instituto das Irmãs da
Santa Cruz (ISC), demonstra a aproximação com membros da Associação
Juízes para a Democracia e, sobretudo, o engajamento da juíza
KenarikBoujikian. (TORRES, 2019).
As experiências com os movimentos sociais e no judiciário permitiram à
juíza Kenarika soma de capital intelectual, aliado ao prestígio da função
institucional, ao passo de legitimá-la a apresentar um tópico específico para
recomendar que prevalecesse o entendimento jurídico de que o trabalho e a
educação deveriam ser equiparados para fins de remição da pena, em
concordância com a previsão da remição pelo trabalho, já estabelecida pela Lei
de Execução Penal (LEP). (TORRES, 2019).
Em 2006, a ONG Ação Educativa, assinou uma carta manifesto à
Câmara de Deputados, em prol da aprovação da remição de pena pela
educação, nessa iniciativa, a evidente articulação entre os organismos da
sociedade civil, intelectuais e a ampliação do lobby em diferentes redes e
segmentos interessados em pressionar os parlamentares a votarem projetos
relacionados à remição pelo estudo. Esse ato, contou com as assinaturas do
Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC), Associação de Juízes pela
Democracia (AJD), Ação Educativa, o Instituto de Defesa do Direito de Defesa
(IDDD) e a Pastoral Carcerária de São Paulo, entidades partícipes da
composição inicial do Grupo de Estudos e Trabalho “Mulheres Encarceradas”,
inaugurado por Kenarik e demais mulheres advogadas, participantes de
movimentos sociais no estado de São Paulo.

7. O FORTALECIMENTO DAS POLITICAS EDUCACIOAIS NO SISTEMA


PENITENCIARIO

13
As orientações Nacionais para a oferta de Educação nos institutos
penais foi consequência das articulações interministeriais entre MEC e
Depen/MJ iniciadas no ano de 2005, consubstanciada, certamente, pelo apoio
irrestrito dos agentes que apoiavam a luta pela garantia do direito à educação
dos encarcerados. (TORRES, 2019).
Sendo assim, a Resolução n. 3, do CNPCP, de 11 de março de 2009, foi
a primeira a tramitar, esta resolução regulamenta no campo de ação das
políticas penitenciárias, as Diretrizes Nacionais da Educação em unidades
prisionais e tem ligação direta com o Projeto “Educando para a Liberdade”. Isto
porque incorporou integralmente as proposições do documento que mapeava e
elencava direcionamentos para a efetivação da educação.

Nesse ínterim, enquanto ocorria a tramitação da proposta no


Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP),
havia constante e permanente mobilização também da sociedade civil
em São Paulo e em outros estados.Na luta pela aprovação, diz
Mariângela Graciano, “[...] fazíamos debates, tentávamos pautar
mídias, não perdíamos oportunidade de mandar comentários para o
jornal [...]”. Lembra ainda, que tudo “[...] que saía sobre sistema
prisional, por exemplo, a gente pautava, o foco era dar visibilidade ao
tema”. Inclui-se aí, o reconhecimento e a capitalização das
informações do relatório de Denise Carreira, parceira de trabalho de
Mariângela Graciano na ONG Ação Educativa (Entrevista, Mariângela
Graciano, março de 2017).( GRACIANO 2017, apud TORRES, 2019.)

A aprovação e o estabelecimento de Diretrizes Nacionais do CNE


decorrem de parecer CNE/CEB n. 4/2010, de 09 de março de 2010, com
homologação pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, e da Resolução
CNE/CEB n. 2, de 19 de maio de 2010. (TORRES, 2019)
A normativa do CNE regulamenta a educação nas prisões, os debates
produzidos pelos agentes que militavam sobre as políticas educacionais
intramuros prisionais, na relação interministerial MEC E MJ, o documento
reconhece, ainda, o amplo diálogo promovido pelos agentes sociais e a
participação efetiva dos movimentos sociais, instituições da sociedade e ONGs,
dentre outras que contribuíram para a efetividade da medida. Elenca, por
exemplo, a colaboração dos órgãos dos Ministérios da Educação,
especialmente a Secadi; do Ministério da Justiça,Depen,Conselho Nacional de
Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) e das Organizações Não
Governamentais.

14
8. A REMISSÃO NO CONGRESSO NACIONAL

No congresso nacional, a primeira proposta de remição de pena pela


educação decorre do Projeto de Lei n. 216/1993, de autoria do deputado José
Abrão do PSDB/SP, e previa, em seu texto original, o desconto de um dia de
pena para cada dois dias de trabalho e/ou estudo dos apenados em
penitenciárias brasileiras, o que foi corrigido posteriormente antes de entrar em
vigor. (TORRES, 2019).
Os Projetos de Leis apresentados entre os anos de 1993 a 2008,
propunham a alteração na Lei de Execução Penal, reformulando a redação do
artigo que versava sobre a remição de pena pelo trabalho ao incluir a
possibilidade de remir a pena pelo estudo com critérios diferenciados, com a
mesma finalidade, porem adicionando o benefício da progressão de regime
penal ao preso estudante. A maior parcela destes legisladores debruçou-se de
maneira precisa, sem necessariamente tomar para si a causa da educação em
espaços de privação de liberdade como sua “bandeira” de luta específica.
(TORRES, 2019).
A relação entre as rebeliões no sistema prisional ocorridas no Brasil e a
mobilização de agentes nos campos político e intelectual compõe,
possivelmente, os nexos causais que influenciaram, em certa medida, as ações
e proposições legislativas dos agentes. Nesse contexto de rebeliões e
massacres, ocorreram as aproximações entre os grupos e indivíduos
engajados na luta por direitos humanos e pelo direito à educação de pessoas
encarceradas.

9. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista que é indiscutível que a leitura aprimora os


conhecimentos, o projeto de remissão com o fortalecimento das políticas
educacionais no sistema penitenciário trará uma proposta capaz de mudar a
realidade dos encarcerados.
É fundamental que seja criado uma politização aos apenados sobre
como pode se a reintegrar à sociedade com novas oportunidades. Também

15
seria fundamental que a sociedade abaixasse um pouco as armas
preconceituosas para que os apenados possam reingressar ao meio social de
forma digna.
Diante do exposto, é notório que o intuito do sistema educacional na
ressocialização dos apenados é que voltem para sociedade com a
oportunidade de ter uma vida digna, tendo em vista que reeducando terão
oportunidade de se transformar, buscar formas de inserção na sociedade e
acessibilidade ao mercado de trabalho.

10. REFERÊNCIAS

BRASIL. Resolução CNE/CEB n. 2, de 19 de maio de 2010. Dispõe sobre as


Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em
situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais. Brasília:
CNE/CEB, 2010. Disponível em: <http://bit.ly/2rnRoaC> . Acesso em: 22 mai.
2021.

CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal Parte Geral. São Paulo: Saraiva,
2011.

CHRISTOVÃO, Nanci. Os 11 laudos necroscópicos do massacre do


Carandiru: primeiras observações. In: MACHADO, Maíra Rocha Machado;
MACHADO, Marta Rodriguez de Assis (coord.). Carandiru não é coisa do
passado: um balanço sobre os processos, as instituições e as narrativas 23
anos após o massacre. São Paulo: FGV, 2015, p. 135-154.

COELHO, Sérgio Neves; SILVEIRA, Daniel Prado da. Execução penal:


breves considerações sobre a remição de pena. Revista Justiça, São
Paulo, v. 47, n. 130, p. 131-137, 1985.

DEPEN, Depertamento Penitenciário Nacional. Disciplina o Projeto da


Remição pela Leitura no Sistema Penitenciário Federal. Portaria conjunta n.
276, de 20 de junho de 2012. Brasília, 2012.

MORAES, Adonias Calebe de et al. Remição de Pena por Leitura: A


Efetivação de Políticas Públicas Educacionais no Sistema Penitenciário
Brasileiro. 2017. Disponível em: <https://www.researchgate.net/publication/322
710989_Remicao_de_Pena_por_Leitura_A_Efetivacao_de_Politicas_Publicas_
Educacionais_no_Sistema_Penitenciario_Brasileiro>. Acesso em: 23 de mai.
2021.

OHNESORGE, Rui. A educação no sistema penitenciário, e sua


importância na ressocialização. Disponível em: <https://monografias.brasiles
cola.uol.com.br/direito/a-educacao-no-sistema-penitenciario-sua-importancia-n
a-ressocializacao.htm#indice_1>. Acesso em: 23 de mai. 2021.

16
TORRES, Eli Narciso. Prisão, educação e remição de pena no Brasil: A
institucionalização da política para a educação de pessoas privadas de
liberdade, 2019. Disponível em: <https://www.catedraunescoeja.com.br/docum
ento/528c2722da287b3dcabdbdfd58b10ddf929326.pdf>. Acesso em: 21 de
mai. 2021.

17

Você também pode gostar