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LITERATURA PORTUGUESA

Manuel Maria
Barbosa du Bocage
02

01 Conhecendo o autor;

02 Caraterísticas da sua poesia;


Roteiro de
03 Alguns sonetos;
apresentação
04 Presença do clássico e do pré-romântico na
obra;

05 Influência do contexto de Portugal e da


Europa
Bocage
03

Manuel Maria Barbosa du Bocage foi um poeta


nacional português e, possivelmente, o maior
representante do arcadismo lusitano.

O poeta é ficou famoso pelo que a sua tradição literária


deixou como legado e pelo que se fixou dele por meio
das anedotas que raiavam na obscenidade grosseira.
04

Caraterísticas 01 Aplica a técnica do corte de soneto;

da poesia 02 Apresenta um libertarismo emocional que


é violento e gritante, mas, em outros

bocagiana momentos, é calmo e idealista;

03 Tornou-se um mestre no lirismo com


base nas suas experiências pessoais;
05

Caraterísticas 04 Traça indícios do romantismo,


antecipando o movimento literário
seguinte;

da poesia 05 Tornou-se mestre da arte de metrificar,


principalmente por decassílabos;

bocagiana
06 Sua poesia se divide em "lírica e "satírica".
06

Alguns sonetos
07

Êsse disforme, e rígido porraz


Êsse disforme, e rígido porraz Creio que nas fodais recreações
Do semblante me faz perder a côr; Não te hão de a rija máquina sofrer
E assombrado d’espanto, e de terror Os mais corridos, sórdidos cações:
Dar mais de cinco passos para trás:
De Vênus não desfrutas o prazer:
A espada do membrudo Ferrabrás Que êsse monstro, que alojas nos calções
De certo não metia mais horror: É porra de mostrar, não de foder
Êsse membro é capaz até de por
A amotinada Europa tôda em paz:
08

Ó trevas, que enlutais a natureza


Ó trevas, que enlutais a Natureza, Perdi o galardão da fé mais pura,
Longos ciprestes desta selva anosa, Esperanças frustrei do amor mais terno,
Mochos de voz sinistra e lamentosa, A posse de celeste formosura.
Que dissolveis dos fados a incerteza;
Volvei, pois, sombras vãs, ao fogo eterno;
Manes, surgidos da morada acesa E, lamentando a minha desventura,
Onde de horror sem fim Plutão se goza, Movereis à piedade o mesmo Inferno.
Não aterreis esta alma dolorosa,
Que é mais triste que voz minha tristeza.
09

Meu ser evaporei na lida insana


Meu ser evaporei na lida insana Prazeres, sócios meus e meus tiranos!
Do tropel de paixões, que me arrastava. Esta alma, que sedenta em si não coube,
Ah! Cego eu cria, ah! mísero eu sonhava No abismo vos sumiu dos desenganos.
Em mim quase imortal a essência humana.

De que inúmeros sóis a mente ufana Deus, oh Deus!… Quando a morte a luz me roube,
Existência falaz me não dourava! Ganhe num momento o que perderam anos,
Mas eis sucumbe a Natureza escrava Saiba morrer o que viver não soube.
Ao mal, que a vida em sua origem dana.
Presença do clássico e do pré-romântico
na obra
A obra de Bocage exibe as influências da cultura clássica, além de apresentar uma
tendência pré-romântica, que liberta a sua produção das amarras da razão
presente no iluminismo.

Sua poesia contrasta com o espírito neoclássico, uma vez que tende a abordar mais
sobre o sofrimento, o horror e as trevas; fornecendo, portanto, um contraponto à
visão iluminista da natureza como bem supremo.
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11 Influência do contexto de Portugal
e da Europa
A obra de Bocage reflete a instabilidade do período conturbado e de transição do
século XVIII, em que foi produzida, no contexto do movimento Iluminista, da
Revolução Francesa e Industrial.
Referências
ARCADISMO (PORTUGAL) - resumo, poesia de Bocage, dicas e questão comentada. Guia do
Estudante, 2017. Disponível em: <https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/arcadismo-portugal-
resumo-poesia-de-bocage-dicas-e-questao
comentada/#:~:text=A%20obra%20de%20Bocage%20reflete,liberta%20das%20amarras%20da%20raz
%C3%A3o>. Acesso em: 25 de nov. 2022.

BOCAGE, Manuel Maria de Barbosa Du. Poesias, eróticas, burlescas e satíricas. São Paulo: Editora
Escriba, 1969.

SANTOS, Giuliano Lellis Ito. O sublime ferrabrás: o baixo em um soneto de Bocage. Pensares em
Revista, São Gonçalo-RJ, n. 4, pág. 62– 4, jan./jul. 2014.

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