simbiótico dominação-exploração A mulher na sociedade de classes: mito e realidade: mito e realidade (1966)
Contexto: Levantes internacionais na França, Espanha, EUA,
Canadá; ditaduras na América Latina; predomínio do Capital, revolução feminista etc.; Reposicionamento das questões formativas e de campo na Sociologia brasileira: Florestan, Gilberto Velho, Darcy Ribeiro etc; passos para a forjação de uma antropologia rigorosamente brasileira, penetração de intelectuais marxistas na academia e na vida pública etc.; Eurocomunismo (Estruturalismo Althusseriano, Gramsci e Escola de Frankfurt);
Não é um livro feminista: demarcação com uma perspectiva
“radical”, liberal e pulverizatória das lutas emancipatórias; INTERESSE: demonstrar as relações entre gênero e a sociedade de mercado com particular enfoque nas relações da venda da força de trabalho, explicitando pressões econômicas que atuam para a sua valoração e desvalorização. Licenciado para - Marcela de Carvalho - 32513087852 - Protegido por Eduzz.com “[…] dado que a estrutura de classes é altamente limitativa das potencialidades humanas, há que se renovarem constantemente as crenças nas limitações impostas pelos caracteres naturais de certo contingente populacional […] como se a liberdade formal não se tornasse concreta e palpável em virtude das desvantagens com que cada um joga no processo de luta pela existência […] há que se desnudarem: 1) Os status adquiridos que, nas sociedades pré- capitalistas, se ocultam sob aparência de status atribuídos; 2) Os status atribuídos que, na sociedade, assumem a forma aparente de status adquiridos através da de processo de competição (p. 29-30)”; Privilégios enquanto vantagens – Poupança de renda – Condições favoráveis preestabelecidas no instante da competição. Licenciado para - Marcela de Carvalho - 32513087852 - Protegido por Eduzz.com As possibilidades de integração cidadã plena da mulher variam em razão inversa do grau de desenvolvimento das forças produtivas, ou seja: os resquícios dos mitos da subvalorização da mulher e a persistência de sua dominação no plano superestrutural, na fase de desenvolvimento acentuado das forças produtivas, garantem uma dominação-exploração cada vez maior; O casamento e a mobilidade social/ extração entre as mulheres casadas com senhores e as mulheres pobres (casadas ou não) vai ajudar a selecionar um extrato sacado do mercado e um extrato hiperexplorado (extrapolação da jornada de trabalho, baixa remuneração, competitividades, casos extraconjugais etc.); Licenciado para - Marcela de Carvalho - 32513087852 - Protegido por Eduzz.com As mudanças configuracionais da família não estão em contradição com o desenvolvimento da sociedade de classes e a volatização do valor da força de trabalho: mão de obra especializadas; funções burocráticas de gerência; artísticas; domésticas; fetiche da escolarização; A maior opressão superestrutural (jurídicas e de hábitos e costumes) é resultado do desenvolvimento do desenvolvimento dessas forças produtivas e das técnicas correspondentes, explicitando o mito da força física omo elemento de opressão-dominação- exploração, necessitando, assim, dar-lhe outra forma; Licenciado para - Marcela de Carvalho - 32513087852 - Protegido por Eduzz.com Falência da instituição casamento: Marx - tédio, opressão, adultério, prostituição, sedução, monogamia, sobrecarga, provecção, patrimônio, fetiche. Engels – casamento, paternidade incontestável, patrimônio e herança #;
As formas efetivas de dominação no interior dinâmico do casamento
conjugal servem como mediação para a experimentada reserva de mercado, espoliação de valor e rebaixamento da força de trabalho das mulheres e do conjunto da força de trabalho – projeção e retração;
A interrupção da situação de gestação – distensão de um dos
mecanismos de pressão sobre o valor da força de trabalho da mulher e liberação da engrenagem de construção do contingente do exército de mão de obra reserva;
“Libertar a mulher das maternidades involuntárias e substituir os
modos domésticos de socialização dos filhos pelos trabalhos especializados das equipes organizadas nesta tarefa não seria libertá-la para o nada, quando a estrutura ocupacional não pode absorver o potencial de força de trabalho feminina? A ser mantida a estrutura de classes, haveria necessidade de se selecionarem outros caracteres naturais que pudessem funcionar como marcas sociais a fim de justificar a marginalização da estrutura de classes de certas categorias sociais. Nesses termos, o processo de emancipação feminina corre paralelo à libertação do homem (p. 81-82)”.
Feminismo emancipacionista: o homem não é o modelo de superação
da sociedade de classes e da forma de dominação-exploração; cítica ao sufrágio e às lutas não emancipacionistas – trabalho para além da satisfação ou possibilidade, mas sim não articulado à subsistência; Licenciado para - Marcela de Carvalho - 32513087852 - Protegido por Eduzz.com Não há uma revolução burguesa avizinhada, pré-condicionada pelas determinações da revolução de 1930 (Caio Prado Jr. X Nelson Werneck Sodré);
Com a mudança de matriz, o matrimônio para as mulheres de
extração de classes dominantes rompem com a lógica negocial própria de compadrio e dotação da estrutura social colonial imperial, a instrução, a posição e as relações do jogo conjugal, urbano, tem proeminência. Isso sobretudo para as mulheres desse espaço, sem alterar a posição de predominância do homem na sociedade e no seio da família; Os mitos tomam força para: - diminuir a penetração da força de trabalho da mulher no mercado; a sua subvalorização (m meios, nichos e estigmas; a dominação simbólica eficiente da figura do homem no seio e fora da família; O mito freudiano é infundado na situação de passividade porque inverte em termos de naturalização o processo de investigação sociológica: não é o pênis que imprime o poder, a força e o comando, mas é a mística que converte pênis em falo e que pavimenta a camuflagem da gurra física, simbólica, psicológica que se deu para estender a acumulação as sujeita mulher e sua trajetória histórica, refinando-se; Licenciado para - Marcela de Carvalho - 32513087852 - Protegido por Eduzz.com Patriarcado: eleição dos sujeitos homens para a implementação da barbárie/acumulação sobre todos os diferentes, inclusive mulheres. Nesse sentido, recupera e repontua a divisão sexual do trabalho e sua forma jurídica, retrocedendo a Engels. Conclusão contraditória: Apesar de Saffioti concluir, efetivamente, uma hierarquização aparente entre classe, gênero e raça, nessa ordem, ao longo do seu percurso investigativo, afirma que a revolução só pode existir, de fato, a partir da superação da divisão sexual do trabalho que é, pelo que ficou posto, a superação da mística feminina, dos papeis de gênero. Licenciado para - Marcela de Carvalho - 32513087852 - Protegido por Eduzz.com O poder do macho (1987) Contexto: Pós-68; debate aberto; redemocratização; marco na produção da autora. Interesse: descortinar a opressão violenta às mulheres – mística feminina – na forma como eles guardam um componente que também é limitante para o sujeito homem – o outro lado da perversidade; Os seres humanos agem sobre a natureza, as conformam e ela responde – formação dos gêneros e influência da obra de Beauvoir; Naturalização dos papéis de gênero para manutenção dos privilégios de exploração e dominação dos homens; Licenciado para - Marcela de Carvalho - 32513087852 - Protegido por Eduzz.com A lógica da ajuda na divisão das tarefas pressupõe senha para efetivação das opressões: os homens ajudam em casa, pressupondo-se responsabilização da mulher; as mulheres ajudam no mercado de trabalho levando-a à percepção de salários mais baixos;
O poder é dispositivo concreto da dominação-exploração das
mulheres que faz o sistema patriarcado ocorrer, se reproduzir (via naturalização dos mitos das místicas), introjetar e se refinar. Seu objetivo é, cristalizando a ordem do privilégio, obter vantagens de diversas formas. Através dos seguintes instrumentos: 1) empobrecimento da sexualidade masculina (redução falocêntrica) 2) preço pago: gozo incompleto na sua extensão e sua intensidade; 3) redução da posição da mulher a objeto de prazer ejaculatório que é sua própria reificação e interceptação da intimidade; 4) Solidão pela diferença e condenação ao casamento;
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O machismo estimulado serve ao capital e à repressão sobre a parcela da renda de seu trabalho percebida pelas trabalhadoras na forma salário. Estimula a competição entre homens e mulheres dentro da classe e impele-os ao mercado, nessas condições, para incremento da renda total da família; Correlação entre aumento da produtividade, castração e depravação; Não há, por fim, automatismo entre economia e emancipação – para o bem e para o mal; Licenciado para - Marcela de Carvalho - 32513087852 - Protegido por Eduzz.com O patriarcado não se resume a um sistema de dominação modelado pela ideologia machista. Mais do que isso, ele é também um sistema de exploração. Enquanto a dominação pode, para efeitos de análise, essencialmente nos campos político e ideológico, a exploração diz respeito, entretanto, ao campo econômico; A exotificação e hipersexualização da mulher negra é tela para isso; PATRIARCADO-RACISMO-CAPITALISMO é uma engrenagem; uma simbiose/sistema. Licenciado para - Marcela de Carvalho - 32513087852 - Protegido por Eduzz.com