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Pergunta da semana: Explique passo a passo o resultado das

contas nacionais (renda e despesa) que iguala a poupança e os


investimentos agregados. Explique também porque essa identidade
é importante do ponto de vista das políticas de crescimento
econômica.
1ª Resposta: Temos que as identidades macroeconômicas renda e
gastos, representam o PIB pela ótica da renda (Y = Yd + TT + TR) e
pela ótica da despesa (Y = C + G + I + X – M) respectivamente,
devem ser equivalentes para que o PIB esteja correto. Do outro
lado temos as identidades macroeconômicas poupança e
investimento, que basicamente representam a poupança e o
investimento do governo (S = I + X – M).

2° Resposta: A contabilidade social estabelece as regras e os


princípios para se fazer/montar as contas nacionais de um país.
Coloca o caminho do país no caminho do crescimento, de
preferência a longo prazo. As políticas econômicas para que sejam
eficientes precisam de planejamento para que tenha sucesso em
termos de objetivo. A contabilidade social é a que vai gerar os
recursos, informações básicas para escolha das políticas e suas
definições.
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MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA
- Identidades macroeconômicas: investimento e poupança
Na equação do meio, “Yd – C” é a poupança das famílias, “(TT –
TR) – G” é a poupança do governo. Somando essa duas
poupanças, temos “S” que significa poupança agregada/poupança
da economia.
OBS: se TR e G forem maiores que TT, o governo terá um déficit da
poupança.
Uma economia só pode crescer a longo prazo graças aos
investimentos, investimentos agregados/totais.
Qual elemento chave para economia crescer? É necessário
aumentar a poupança (Yd – C + (TT – TR) – G). Se quiser aumentar
o S olhando essa relação e usando uma visão
ortodoxa/monetarista, uma das alternativas é reduzir o consumo
das famílias, porém isso é uma sacrifício grande, então a melhor
alternativa será o governo reduzir gastos sem aumentar os
impostos. Quanto mais o governos reduzir gastos é melhor para
economia, pois maior é o S e, consequentemente, maior é o I.
Já na visão keynesiana/pós keynesiana/heterodoxos, o S só
pode aumentar se o investimento aumentar, o carro-chefe da
relação é o I. Então é necessário as famílias aumentarem o
investimento ou o governo aumentar os investimentos. Eles acham
importante também o aumento das exportações e a redução das
importações. Com essas condições o S irá crescer.
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MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA
- Diferença entre PIB e PNB
. Renda Enviada ao Exterior: representa o total de pagamento de
fatores realizados pelas empresas de um país para os não
residentes (estrangeiros). Salários, lucros, juros, aluguéis,
dividendos e outras rendas pagas pelo uso de capital (incluindo
imóveis), mão de obra e tecnologia das famílias não residentes são
considerados renda enviada ao exterior.
. Renda Recebeida do Exterior: representa os mesmos itens da
renda enviada, porém no sentido inverso.
. Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE): representa a
diferença do valor total enviado menos o valor total recebido.
. Produto Nacional Bruto (PNB): representa o valor do PIB menos
a RLEE. Sendo assim, o PNB é a medida da riqueza que foi
efetivamente apropriada pelas famílias residentes.
. Observação: os países ricos em geral divulgam as estatísticas do
PNB, o qual, na maioria das vezes, é maior do que o PIB. No Brasil,
e na grande maioria das economias em desenvolvimentos ou
menos desenvolvidas, é divulgado o PIB, o qual tende a ser maior
que o PNB.
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MENSURAÇÃO DA ATIVIDADE ECONÔMICA

- Fatores que limitam as medidas e aferições do PIB


OBS: A medida do PIB não é precisa e a aferição também.

. Transações não totalmente ilegais (economia informal): estas


transações, integrantes da economia informal, apesar de não
representarem atividades criminosas, não são contabilizadas
oficialmente e não recolhem impostos. Esta categoria de transações
envolve os camelôs, vendedores ambulantes e prestadores de
serviçõs informais, como pintores, encanadores e eletricistas, que
não possuem empresa formalmente aberta, assim como as
faxineiras e as diaristas, que sobrevivem de rendimentos sem
registro oficial.

. Economia ilegal: Apesar de se constituírem em atividades ilegais,


as quais o Estado tem o dever de reprimir para que não ocorram,
transações como o tráfico de drogas, contrabando e comércio ilegal
de armas, entre outros, movimentam um volume considerável de
recursos. Deste modo, essas atividades criam diversos impactos na
economia formal, já que os agentes que as realizam acabam
sempre, de uma maneira ou de outra, formalizando o fruto destas
atividades para que possam adquirir bens e gozar do conforto
proporcionado pelos lucros.

. Atividades não comercializáveis, serviços públicos e afins:


alguns serviços prestados pelo Estado, como segurança. Tanto a
segurança pública fornecida através do aparato policial quanto a
soberania nacional garantida pelas atividades das forças armadas
(exército, marinha e aeronaútica), representam atividades que têm
custo para a sociedade, porém não podem ser mensuradas através
de um determinado valor pago pelo serviço. Essas atividades geram
emprego, investimentos e produto para a economia, sem que se
possa verificar quanto foi efetivamente pago por elas. Por não ter
preço, eles não entram nas contas nacionais. O que é feito é uma
medida direta dos gastos, pelo pagamento de salários públicos.
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ECONOMIA MONETÁRIA

- Moeda: conceito e funções

. Moeda: qualquer coisa, tangível ou intangível, concreta ou


simbólica, capaz de exercer simultaneamente quatro funções: a)
unidade de conta ou medida do valor; b) meio de troca; c) reserva
de valor; d) meio de pagamento.
É um dos principais elementos do sistema financeiro.
. Funções da moeda: a) unidade de conta: é a métrica do valor
ou a forma de mensurar valores, por exemplo, reais, dólares, euro
ou outra coisa que possua um valor; b) meio de troca: qualquer
pessoa aceita receber a moeda em troca de um bem ou serviço. A
divisibilidade da moeda, somado as funções de reserva de valor e
meio de pagamento, transforma o ato de troca em um fenômeno
trivial, simples, e praticamente sem custo de transação, o que seria
diferente caso não houvesse dinheiro no mundo, já que qualquer
coisa poderia ser moeda de troca para um determinado bem ou
serviço, e a partir disso, poderiam haver problemas com relação a
estado, que afeta diretamente o valor, entre outros, caracterizando
como custos de transação. Por conta do uso da moeda, não existe
restrições, a não ser a própria quantidade de moeda para o tipo, a
quantidade e o tempo envolvidos nas trocas de bens ou serviços.
Em qualquer tempo ou lugar pode-se colocar a venda ou comprar
qualquer bem ou serviço, sendo o preço (quantidade de dinheiro) a
única restrição; c) reserva de valor: o dinheiro pode ser estocado e
acumulado, o que significa estocar e acumular poder de compra.
Este poder pode ser realizado parcialmente ou integralmente em
qualquer tempo e lugar. Isso significa capacidade de reservar valor;
d) meio de pagamento: o ato de troca que envolve a promessa de
pagamento futuro, não imediato.

. A função de capital: a moeda pode também cumprir a função de


ativo financeiro, ou melhor, um ativo de capital que gera renda na
forma de juros. Nesse caso, os juros advém da transação
conhecida como empréstimo.
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ECONOMIA MONETÁRIA
- Moeda: evolução e tipos de moeda

. Escambo: representa a forma primitiva ou retrógada (colapso do


sistema social) de troca: os bens e serviços são trocados levando-
se em conta exclusivamente suas utilidades. Um caso histórico
serve de exemplo ícone: os índios trocando pepitas de ouro por
espelho com os navegadores portugueses.

. Mercadoria-moeda: com o desenvolvimentos das trocas, algumas


mercadorias, por suas peculiaridades intrínsecas, tinham uma
aceitação mais difundida, fazendo uma transição para a forma
dinheiro. Exemplos ícones: gado, sal, prata e ouro.

. Moeda-metálica: esta é a representação mais primitiva do


dinheiro. Nesta representação existe uma mercadoria que é
desejada por todos, porém este desejo não depende mais das
características intrínsecas da mercadoria, mas sim pelo fato desta
mercadoria ter aceitação geral: todos estão dispostos a trocar suas
mercadorias por esta mercadoria especial. As barras e moedas de
prata e ouro são os exemplos ícones.

. Moeda-papel: o dinheiro na forma tangível (ouro ou prata) podia


ser estocado dentro de casa ou em outro lugar mais protegido, a
exemplo do que ficou conhecido como banco. Os bancos então
emitiam certificados de depósitos e estes certificados eram usados
nas transações comercias, funcionando como dinheiro.

. Papel-moeda com lastro: a movimentação de certificados


substituiu a movimentação em ouro ou prata. Aproveitando deste
fato, os bancos passaram a realizar empréstimos em papel-moeda
com uma estampa indicando a quantidade de ouro ou prata para a
conversão do papel. Na prática, era raro a efetivação desta
conversão, dando margem para uma expansão significativa da
oferta de moeda por parte dos bancos.

. Papel-moeda sem lastro: é a forma moderna de dinheiro que nós


todos conhecemos. Neste caso, a quantidade de moeda em
circulação é controlada diretamente pelo Banco Central. Cabe ao
Banco Central coordenar e executar todas as ações que dão
sustentabilidade ao padrão monetário, evitando crises inflacionárias,
e deflacionárias.
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ECONOMIA MONETÁRIA

- A demanda por moeda

. Conceitos de liquidez e demanda por moeda: a liquidez


representa a função primordial da moeda. A aceitação plena,
imediata e irrestrita da moeda em troca de qualquer tipo de bem e
serviço (dado o preço) é uma característica conhecida como
liquidez. Por conta desta liquidez, existem algumas situações que
motivam a retenção ou guarda do dinheiro, o que os economista
cham de demanda por moeda.

. Demanda por transação: representa o dinheiro guardado (em


casa ou banco) para pagamentos futuros e rotineiros.

. Demanda por precaução: representa o dinheiro guardado (em


casa ou banco) para se proteger contra eventos imprevistos ou
casuais e que demandam dinheiro para solução.

. Demanda para especulação: representa o dinheiro guardado (em


casa ou banco) para aproveitar oportunidade imprevistas ou casuais
de compra lucrativa de ativos, as quais exigem o uso de dinheiro no
momento da aquisição.
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ECONOMIA MONETÁRIA
- A taxa de juros

. Taxa de juros: sempre que um agente decide abrir mão de usar o


poder de compra do dinheiro, transferindo-o para terceiros, a
motivação deste ato vem do retorno gerado pela taxa de juros. A
taxa de juros representa, portanto, a compensação de deixar para o
futuro a realização do poder de compra da moeda.

. Taxa de juros de mercado: o montante de dinheiro


disponibilizado para terceiros representa o lado da oferta de
empréstimos. O montante de dinhero desejado para tomada de
empréstimo representa demanda por empréstimo. A taxa de juros
de mercado resulta das interações entre oferta e demanda por
empréstimos. Porém, não existe uma taxa única de juros. O
mercado de empréstimo e de aplicações é fortemente segmentado
pelo valor das transações e pelo grau de risco. Grande investidores
recebem juros maiores pelas aplicações e grandes tomadores de
empréstimos e com histórico de consolidado de cumprimento de
contratos (bom pagador), pagam juros menores.

. Taxa básica de juros (taxa SELIC): o Serviço Especial de


Liquidação e Custódia (SELIC) é uma expressão usada para indicar
uma atividade exclusiva do Banco Central do Brasil (BCB ou
Bacen), a qual trata do poder do BCB de receber e realizar
depósitos junto aos bancos comerciais a uma taxa de juros de
menor valor em relação as demais taxas, a taxa SELIC.
Representa, portanto, a menor taxa de juros sobre empréstimos. Se
existe excesso no caixa dos bancos privados, eles emprestam ao
Banco Central. Se falta caixa, eles tomam emprestado do Banco
Central, formando assim um piso para a taxa de juros sobre
empréstimos.

. Spread bancário: os bancos que vendem títulos e fornecem


empréstimos tem custos associados a estas atividades. Sendo
assim, a taxa de juros, que representa a remuneração da atividade
empréstimo, deve atingir um determinado valor para cobrir esses
custos. Entre eles, os mais importantes são os juros pagos aos
aplicadores e a provisão para devedores duvidosos, ou mais
coloquialmente: reserva contra calote. Por conta desses custos, as
taxas de juros praticadas no mercado apresentam um piso ou limite
mínimo, o qual, por definição, fica acima da SELIC. O spread
representa exatamente esta margem entre a taxa de juros pagas –
sendo a SELIC o valor mínimo – e a taxa praticada pelo banco em
cada um dos seus segmentos de empréstimos. As interações entre
demanda e oferta de empréstimo só podem exercer efeito acima
deste patamar mínimo.
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ECONOMIA MONETÁRIA
- Política monetária: controle da base monetária

. Efeitos da liquidez: em tese, ou na teoria, o controle da liquidez é


o papel primordial do Banco Central, visto a suposta relação entre a
quantidade de moeda emitida e a taxa de inflação. O banco Central
tem controle absoluto sobre a base monetária, mas não o tem sobre
os demais ativos financeiros que compõem os meios de
pagamentos. Mesmo assim, entre economista e outros especialista
em finanças existe a convicção de que o Banco Central necessita
de exercer um controle eficaz sobre a base monetária, pois, caso
contrário, pode emergir uma espiral inflacionária.

. Instrumentos de controle: o Banco Central possui três


instrumentos para o controle da base monetária. Ele pode controlar
as disponibilidades de empréstimo para os bancos comerciais, pode
também controlar as reservas compulsórias que os bancos
comerciais são obrigados a depositar no Banco Central e,
finalmente, pode vender ou comprar títulos de curtíssimos prazo
junto aos bancos comerciais retirando ou injetando moeda em
circulação.

. O problema do déficit público: sob determinadas condições


políticas, o Banco Central se torna fonte de financiamento do déficit
público. O governo pode usar a emissão de dinheiro novo para
cobrir o déficit nominal (tota de receita com impostos, juros e outras
rendas, menos o total de despesas corrente e de capital,
especialmente o pagamento de juros da dívida pública).
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ECONOMIA MONETÁRIA
- Política monetária: controle de taxa de juros

. Impactos da taxa de juros: os gastos de consumo e


investimento do setor privado sçao sensíveis à taxa de juros. As
expectativas futuras e a disposição dos bancos de fazerem
empréstimos de forma menos restritiva são os maiores
impulsionadores financeiros desses gastos. Porém, a taxa de juros
pode atuar como uma espécie de catalisador dessas outras
variáveis. Em determinados contextos ecconômicos ou políticos,
pequenas variações na taxa de juros podem exercer forte influência
sobre o tomador de empréstimo.

. Instrumentos de controle: em tese, ou na teoria, o controle de


base monetária é uma forma direta de controle de taxa de juros,
pois atua sobre a oferta de dinheiro para empréstimos. Mas, o
Banco Central pode também exercer o controle direto via taxa
SELIC.

. Descolamento entre a SELIC e as taxas de mercado: em


determinados contextos econômicos, a exemplo de uma crise, ou
mesmo político, observam-se variações expressivas no spread
bancário, sem nenhuma correlação com as variações da taxa
SELIC. Em contextos de crise sevra, os agentes econômicos,
incluindo os próprios bancos privados, adquirem alta preferência
pela liquidez, provocando uma forte retração na venda de títulos e
nos emprestímos, fazendo disparar as taxas de juros de mercado.
Neste contexto, o Banco Central pode zerar ou tornar negativa a
taxa SELIC e, ao mesmo tempo, ofertar empréstimos aos bancos
de forma ilimitada, o que alivia o quadro de crise de crédito,
evitando uma crise geral.
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ECONOMIA MONETÁRIA

- O sistema financeiro nacional


. Definição: sistema financeiro pode ser entendido como o conjunto
de instituições responsáveis pela produção e gestão de ativos
financeiros, incluindo a moeda, e de regulação e ficalização das
transações envolvendo esses ativos. Nesse sentido, formam o
sistema financeiro: o Banco Central, os bancos públicos e privados
(comercial e de investimentos), os fundos de pensão (estatais), de
previdência (público em geral) e de investimentos, as bolsas de
valores e seus corretores, seguradoras, cooperativas de crédito ,
incluindo também o Tesouro Nacional e as agências reguladoras
como o Conselho Monetário Nacional (CMN) e a Comissão de
Valores Imobiliários (CVM).

. Hierarquia e regulação: as instituições que compõem o sistema


financeiro nacional operam dentro de padrões normativos
estabelecidos pela Constituição e por leis infraconstitucionais. As
principais instituições executoras dessas leis são o Banco Central, o
CMN e a CVM. Sendo assim, em termos de hierarquia dos
organismos institucionais, essas três instituições ocupam o ápice
dos sistema. O Banco Central se submete as deliberações do CMN,
o qual compartilha com a CVM a regulação de todas as demais
instituições. Algumas instituições ocupam funções exclusiva sem
concorrência, a exemplo da Bolsa de Valores, outras operam como
qualquer empresa privada, enfrentando a concorrência, a exemplo
dos bancos comerciais. Porém, a própria concorrência é
regulamentada. Os bancos comerciais, quando lançam um novo
ativo financeiro, a exemplo de uma nova modalidade de conta
remunerada, precisam de autorização no Banco Central. O princípio
geral que fundamenta a forte intervenção do Estado no sistema
financeiro é a manutenção perene da crença de que o sistema é
sólido. A complexa rede de débitos e créditos enraizada entre as
diversas instituições do sistema, movimentando cifras bilionárias, é
susceptível de um colapso total (crise sistêmica) a partir de uma
ruptura em qualquer ponto do sistema.

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COMÉRCIO INTERNACIONAL: NOÇÕES BÁSICAS


- Significado e importância do comércio internacional

. Comércio exterior: representa qualquer transação entre um


agente residente e um não resisdente envolvendo bens e serviços.
A categorização de residência e não residência é conferida de
acordo com a nacionalidade (o regime político-jurídico o qual o
agente está submetido como pessoa física ou jurídica).

. Comércio internacional: o conjunto de transações de bens e


serviços realizadas entre países é normalmente chamado de
comércio internacional. A diferença entre a concepção de comércio
exterior e de comércio internacional reside apenas na forma como
se observa ou se analisa as transações entre residentes e não
residentes. No comércio internacional considera-se como unidade
de observação ou de análise os países envolvidos nas transações.
A expressão comércio exterior é mais empregada quando a unidade
de observação ou de análise é qualquer agente, inclusive um país,
que realiza algum tipo de transação com o exterior.

. Importância do comércio internacional: do ponto de vista


econômico, é possível identificar duas funções primordiais do
comércio internacional: estabilização e desenvolvimento. O
comércio internacional pode usar para aliviar os excessos ou
escassez de produção (via exportação ou importações,
respectivamente) que naturalmente ocorrem dentro de cada país.
Por outro lado, existe a possibilidade de especialização produtiva,
gerando uma divisão internacional do trabalho, onde cada país
se especializa na produção dos bens e/ou serviços para os quais
existe algum tipo de vantagem em relação as potencialidades dos
demais países. Neste caso, acredita-se que a tendência de
especialização em favor das potencialidades de cada país promove
o uso mais eficiente dos recursos produtivos – mão de obra, terra e
capital – gerando o aumento e a melhor distribuição de renda entre
os países que participam do comércio internacional.

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COMÉRCIO INTERNACIONAL: NOÇÕES BÁSICAS


- Taxa de câmbio nominal e real

. Taxa de câmbio: representa o preço da moeda estrangeira em


moeda nacional. Ou seja, representa o valor da moeda estrangeira
medido em termos de moeda nacional. Se, por exemplo, o câmbio
for igual R$5,00, então é necessário R$5,00 para se adquirir um (1)
dólar.

. Taxa de câmbio nominal e real: o câmbio nominal é


simplesmente o câmbio definido nos termos acima. Em tese, as
variações no câmbio nominal não causam, necessariamente,
impactos sobre atividade econômica, visto que se deve levar em
conta o efeito da inflação sobre o poder de compra das moedas
nacionais e estrangeiras. Quando se compra moeda estrangeira, o
objetivo é a substituição do poder de compra da moeda nacional, o
objeto é a troca do poder de compra da moeda estrangeira pelo o
da nacional. A inflação em moeda nacional diminui o poder de
compra dessa moeda, o mesmo ocorre em ralação a moeda
estrangeira. Sendo assim, a taxa de câmbio real é definida como a
taxa nominal multiplicada pelo índice de inflação em moeda
estrangeira e dividida pelo índice de inflação em moeda nacional.

. Observação: na prática, as variações no câmbio nominal são


objeto de preocupação por parte dos economistas e dos agentes
financeiros e formuladores da política econômica por conta da
relação entre câmbio e inflação em moeda nacional.

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COMÉRCIO INTERNACIONAL: NOÇÕES BÁSICAS

- Determinações da taxa de câmbio

. Mercado da moeda: a taxa de câmbio é definida como o preço da


moeda estrangeira. Caso não houvesse interferência do Banco
Central no mercado de câmbio, esta taxa seria determinada pelas
interações entre oferta e demanda de moeda estrangeira, com
efeitos análogos aos que são observados em qualquer mercado de
livre concorrência.

. Oferta de moeda estrangeira: toda decisão de trocar moeda


estrangeira pela moeda nacional representa o lado da oferta no
mercado de câmbio. Existe um conjunto de atividades que geram a
oferta de moeda estrangeira: exportação de bens e serviços,
investimentos estrangeiros, empréstimos estrangeiros e rendas
recebidas do exterior.

. Demanda por moeda estrageira: toda decisão de trocar moeda


nacional por moeda estrangeira representa o lado da demanda no
mercado de câmbio. Existe um conjunto de atividades que geram
demanda por moeda estrangeira: importações de bens e serviços,
investimentos no exterior, empréstimos ao exterior e renda enviada
ao exterior.

. O papel do Banco Central: sob determinadas condições


econômica e políticas, o Banco Central pode entrar no mercado de
câmbio como um agente que demanda ou que oferta moeda
estrangeira.

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COMÉRCIO INTERNACIONAL: NOÇÕES BÁSICAS

- Noções de políticas e de regimes cambiais

. Política cambial: representa o conjunto de ações do governo


sobre o mercado de câmbio. Por definição, existem duas linhas de
ações do governo sobre o câmbio: políticas de valorização ou de
desvalorização do câmbio nominal. Se existe o propósito de
estimular as exportações e restringir as importações ou,
simultaneamente, restringir o fluxo de saída da moeda estrangeira,
o governo devrá adotar uma políticas de desvalorização cambial,
isto é, de aumento do preço da moeda estrangeira. Por sua vez, se
existe o propósito de incertivar importações e restringir exportações,
o governo deverá adotrar uma política de valorização cambial, isto
é, de redução do preço da moeda estrangeira.

. Regimes cambiais: em vista da possibilidade de interferência do


governo no mercado de câmbio, é possível definir três tipos de
regimes cambiais: regime de câmbio flexível, regime de câmbio
fixo e regime de bandas cambiais. No primeito tipo, não existe
interferência do governo no mercado. No segundo tipo, o valor de
câmbio é fixado pelo Banco Central. No terceiro tipo, o governo
estabelece um limite máximo e mínimo, a partir dos quais o Banco
Central fixa o valor do câmbio.

. Reservars cambiais: por lei, o Banco Central é o intermediador


das trocas de moeda, dando-lhe o poder de forma um caixa em
moeda estrangeira (reserva cambial) sempre que a oferta for maior
do que a demanda. E o volume de reserva cambial que define o
poder de interferência do governo no mercado cambial. Sendo
assim, no regime flexível não existem acúmulo ou perda de
reservas cambiais. No câmbio fixo, por sua vez, pode ocorrer
acúmulo ou perda de reservas cambiais. No regime de bandas,
poder ocorrer acúmulo ou perdas de reservas, porém numa
proporção menor se comparado com o regime de câmbio fixo.

. Limitações da política cambial: existem dois fatores que limtam


a efetividade da política cambial. Um deles é o volume de reservas
cambiais que poder ser usado ou acumulado. Perda muito
expressiva das reservas cambiais reduz o poder do Banco Central
de regular o câmbio. Por outro lado, acúmulo muito expressivo pode
gerar emissão descontrolada de moeda. Outra limitação reside nos
fatores que determinam a entrada ou saída de moeda estrangeira,
independentemente do valor da taxa de câmbio. Por exemplo, uma
diferença expressiva entre as taxas de juros interna e externa pode
gerar uma entrada (diferença positiva) ou saída (diferença negativa)
massiva de moeda estrangeira, tornando inócuas as variações de
câmbio. Mas, existe um outro fator que não é apenas um limite,
sendo um verdadeiro obstáculo à implementação das políticas
cambiais. Trata-se dos efeitods das variações do câmbio nominal
sobre o nível de preços. Na prática, é comum a interferência do
Banco Central para forçar a desvalorização do câmbio com o
objetivo de compensar os efeitos da inflação interna sobre o câmbio
real.

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