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07 FASES DA METODOLOGIA DE NAMING

Antes de mais queria agradecer as palavras de incentivo, amizade e carinho que muitos dos leitores me deixaram via
Facebook.

No meu último post (parte1), escrevi sobre as 10 regras de “ouro” que devem de ser aplicadas num projeto de  naming.
Hoje, vou escrever sobre a metodologia que utilizo para criar nomes para
marcas/produtos/serviços. Uma metodologia é o conjunto de fases que definem as etapas a seguir num determinado
processo. Esta que apresento não tem uma estrutura rígida (podem ser acrescentadas mais fases) mas ajuda-nos a
seguir os passos mais importantes com a finalidade de atingir o objetivo.

1- INVESTIGAÇÃO
A pesquisa deverá ser fundamentada em todos os aspectos relacionados com a empresa, marca, cliente, produto ou
serviço e ser sempre o mais completa possível:

a) História, missão e valores


b) Fatores culturais e geográficos
c) Objetivos
d) Público-alvo – género, idade, classe social, localização geográfica…
e) Concorrência – directa e indirecta.
f) Tendências globais do mercado nacional/internacional
g) Posicionamento
h) Comunicação
i) Distribuição
j) Publicidade anterior
k) Análise e conclusão de toda a investigação.

2- BRAINSTORMING
Depois de analisar e concluir a investigação – “duas cabeças pensam melhor que uma” – se forem cinco cabeças a
pensar podemos obter resultados bem melhores. Antes de dar início ao brainstormingdevemos de introduzir as 10
regras de ouro para a criação de nomes a título informativo e não restritivo. Durante o brainstorming, os resultados
devem de ser apontados e relacionados entre si. Caso seja possível, neste ponto é importante a participação do cliente
para que ele se sinta parte do processo.

3 – FILTRAGEM/SHORTLIST

Neste ponto, faz-se uma lista de 20 nomes resultantes do brainstorming que obedeçam às 10 regras de ouro


abordadas anteriormente. De seguida, reduzimos esta lista para metade, restando apenas os “10 +”. Por vezes a
dificuldade maior é chegar a um consenso com todos os elementos da equipa mas não podemos esquecer o bom-senso!

Devemos de pesquisar se estes 10 nomes resultantes da filtragem já estão a ser utilizados (a internet poderá ser uma
grande ajuda). Seleccionar nomes quase idênticos a outros já utilizados também não é positivo. Escreve-se os
nomes com tipos de lettering diferentes para tentar entender se há espaços brancos indesejáveis ou se a sua
conjugação gráfica poderá causar dificuldades de leitura no nome. Experimente em caixa-alta e caixa-baixa.
Outro exercício que pode ser feito é a repetição em voz alta e “radiofónica” do nome de maneira a entender como
resulta quando for projectado na rádio ou na televisão. Caso uma criança de 4 ou 5 anos consiga pronunciar o nome,
não haverá dificuldades do nosso público-alvo o prenunciar. Experimente mais uma vez com pessoas de idade
avançada…e atenção aos estrangeirismos! Tudo está dependente do público-alvo a atingir. Verifique como fica o
domínio web e se está disponível para os “10 +”. Veja em .com, .pt, .br, .eu, .org, etc… e faça um levantamento das
várias possibilidades. Evite utilizar: hífen, underscore, palavras compridas, caracteres repetidos…

Para transmitir uma noção mais precisa do potencial de cada nome, escolha para cada um dos “10 +”algumas imagens
que ilustrem a atitude e a respectiva personalidade do nome. Este exercício pode ajudar a visualizar melhor as
potencialidades do nome.

4 – SONDAGEM – FOCUS GROUPS

Esta sondagem pode ser feita através de um inquérito direccionado a um público-alvo específico. Por exemplo: uma


nova marca de pranchas de surf não poderá basear-se em inquéritos ou testes realizados a senhoras dos 60 aos 70
anos que nunca foram à praia. No entanto podemos testar quais os nomes que elas  conseguem ler
correctamente! Depois de uma breve introdução ao objectivo do inquérito/teste, solicitamos ao inquirido que numere os
“10+” por ordem de preferência tendo em conta o gosto/funcionalidade/adequação.

O inquérito ou teste deve de ser construído a pensar no futuro, consoante a necessidade que o nosso cliente tenha em
conhecer o seu público-alvo em determinados aspectos. Uma vez que estamos a elaborar um inquérito,
abordamos questões que nos facultarão informações importantíssimas para utilizar posteriormente na criação da nossa
marca, como por exemplo “a cor preferida”, “canal de TV de eleição”…

Para esta sondagem quanto maior for a amostra (quantidade de pessoas inquiridas/testadas), mais fidedigno será o
resultado.

5 – ANÁLISE DE RESULTADOS

Neste ponto construímos uma base de dados com todas as variáveis. Depois de introduzirmos todos os inquéritos na
base de dados, é altura de criar a nossa conclusão relacionando as variáveis entre si. Desta forma é possível realizar
gráficos comparativos, e separar os resultados por sexo, idades, nomes preferidos, cores preferidas, rádios mais
ouvidas, locais que frequentam…etc.

Esta análise de resultados vai fundamentar a opção dos 3 nomes preferidos pelo público-alvo que serão apresentados
ao cliente no próximo ponto.

6 – APRESENTAÇÃO AO CLIENTE

Depois da análise aos resultados, apresentamos todo o nosso processo ao cliente, para que ele entenda quais os nomes
que tiveram mais sucesso junto do nosso público-alvo. Independentemente de toda a nossa
investigação/fundamentação/conclusão o cliente poderá sempre decidir não utilizar os nomes mais votados pelo público.
Neste caso, alertamos o cliente para que entenda que a responsabilidade está na decisão dele, e que o seu “gosto” não
é o factor mais importante para o sucesso da marca, produto ou serviço.
7 – REGISTO LEGAL

Este será o ultimo passo a realizar caso o nome esteja aprovado pelo cliente e esteja disponível para  registo legal. A
ideia é dar à entidade de registo três opções de nome por ordem preferencial, caso o primeiro não esteja disponível,
automaticamente ficará o segundo nome e assim sucessivamente. Caso nenhum dos três nomes seleccionados estejam
disponíveis, retrocedemos ao ponto 5 e tentamos recorrer às outras restantes opções votadas hierarquicamente pelo
público-alvo nos inquéritos/testes. (PLANO DE CONTINGÊNCIA)

Boa Sorte!

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