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BONS ESTUDOS!

Bons estudos!
Artigo pesquisado em: Administração de medicamentos
Por

Jennifer Le
, PharmD, MAS, BCPS-ID, FIDSA, FCCP, FCSHP, Skaggs School of Pharmacy and
Pharmaceutical Sciences, University of California San Diego

Última revisão/alteração completa jun 2019| Última modificação do conteúdo jun 2019

Os medicamentos são introduzidos no corpo por diversas vias. Eles podem ser
• Tomados pela boca (via oral)

• Administrados por injeção em uma veia (via intravenosa, IV), em um músculo (via
intramuscular, IM), no espaço ao redor da medula espinhal (via intratecal) ou sob a pele
(via subcutânea, SC)

• Aplicados sob a língua (via sublingual) ou entre a gengiva e a bochecha (via bucal)

• Inseridos no reto (via retal) ou na vagina (via vaginal)

• Aplicados nos olhos (por via ocular) ou ouvido (por via otológica)

• Inalados pelo nariz e absorvidos através das membranas nasais (via nasal)

• Aspirados até os pulmões, geralmente através da boca (por inalação) ou boca e nariz (por
nebulização)

• Aplicados sob a pele (via cutânea) para um efeito local (tópico) ou em todo o corpo
(sistêmico)

• Aplicados na pele através de um adesivo (via transdérmica) para um efeito sistêmico

Cada via de administração tem vantagens, desvantagens e objetivos específicos.

Via oral
Muitos medicamentos podem ser administrados oralmente como líquidos, cápsulas,
comprimidos ou comprimidos mastigáveis. Como a via oral é a mais conveniente e,
geralmente, a mais segura e menos dispendiosa, ela é a via utilizada mais
frequentemente. No entanto, ela tem limitações devido ao trajeto característico do
medicamento ao longo do trato digestivo. No caso de medicamentos administrados por via
oral, a absorção pode começar na boca e no estômago. No entanto, a maioria dos
medicamentos geralmente é absorvida no intestino delgado. O medicamento passa pela
parede intestinal e chega ao fígado, antes de ser transportado pela corrente sanguínea até
sua região-alvo. A parede intestinal e o fígado alteram quimicamente (metabolizam)
muitos medicamentos, diminuindo a quantidade que chega à corrente sanguínea. Por isso,
esses medicamentos geralmente são administrados em doses menores quando injetados
por via intravenosa para produzirem o mesmo efeito.

Quando se toma um medicamento por via oral, alimentos e outros medicamentos no trato
digestivo podem afetar a quantidade e a rapidez com que este é absorvido. Dessa forma,
alguns medicamentos devem ser tomados com o estômago vazio, outros devem ser
tomados com alimentos, outros não podem ser tomados com certos medicamentos e, em
alguns casos, a via oral é contraindicada.

Alguns medicamentos administrados por via oral irritam o trato digestivo. Por exemplo, a
aspirina e a maioria dos outros medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
podem danificar o revestimento do estômago e do intestino delgado, podendo causar
úlceras ou agravar úlceras preexistentes. Outros medicamentos são absorvidos mal ou
inadequadamente no trato digestivo ou são destruídos pelo ácido e pelas enzimas
digestivas no estômago.
Outras vias de administração são necessárias quando a via oral não pode ser utilizada, por
exemplo:

• Quando a pessoa não pode tomar nada pela boca

• Quando o medicamento deve ser administrado rapidamente ou em uma dose precisa ou


muito elevada

• Quando o medicamento é mal ou irregularmente absorvido pelo trato digestivo

Vias injetáveis
A administração por injeção (administração parenteral) inclui as seguintes vias:

• Subcutânea (sob a pele)

• Intramuscular (no músculo)

• Intravenosa (na veia)

• Intratecal (ao redor da medula espinhal)

Um produto farmacêutico pode ser preparado ou fabricado de forma que sua absorção a
partir do local da injeção seja prolongada por horas, dias ou mais tempo. Tais produtos não
precisam ser administrados tão frequentemente quanto aqueles com absorção mais
rápida.

Na administração por via subcutânea, insere-se uma agulha no tecido adiposo logo
abaixo da pele. Após um medicamento ser injetado, ele se move para os pequenos vasos
sanguíneos (capilares) e é transportado pela corrente sanguínea. Alternativamente, um
medicamento pode alcançar a corrente sanguínea através dos vasos linfáticos ( Sistema
linfático: Ajuda a proteger contra as infecções). Medicamentos que são proteínas grandes,
como a insulina, costumam alcançar a corrente sanguínea pelos vasos linfáticos, pois
esses medicamentos movem-se lentamente dos tecidos para o interior dos vasos
capilares. A via subcutânea é a utilizada para muitos medicamentos proteicos, visto que
eles seriam destruídos no trato digestivo caso fossem tomados por via oral.
Alguns medicamentos (como a progesterona, utilizada no controle hormonal da
natalidade) podem ser administrados através da inserção de cápsulas de plástico sob a
pele (implante). No entanto, essa via é muito pouco utilizada. Sua principal vantagem é a
de fornecer um efeito terapêutico de longo prazo (por exemplo, o etonogestrel implantado
para contracepção pode durar até três anos).
A via intramuscular é preferível à via subcutânea quando são necessárias maiores
quantidades de um produto farmacêutico. Como os músculos estão abaixo da pele e dos
tecidos adiposos, utiliza-se uma agulha mais longa. Os medicamentos geralmente são
injetados em um músculo do braço, coxa ou nádega. A rapidez com que o medicamento é
absorvido na corrente sanguínea depende, em parte, do suprimento de sangue para o
músculo: Quanto menor for o suprimento de sangue, mais tempo o medicamento demora
para ser absorvido.
Na administração por via intravenosa, insere-se uma agulha diretamente na veia. Assim,
a solução que contém o medicamento pode ser administrada em doses únicas ou por
infusão contínua. Em caso de infusão, a solução é movida por gravidade (a partir de uma
bolsa de plástico colabável) ou por uma bomba infusora através de um tubo fino flexível
(cateter) introduzido em uma veia, geralmente no antebraço. A via intravenosa é a melhor
maneira de disponibilizar uma dose precisa por todo o corpo de forma rápida e bem
controlada. Ela também é utilizada na administração de soluções irritantes, que causariam
dor ou danificariam os tecidos se fossem administradas por injeção subcutânea ou
intramuscular. Uma injeção intravenosa pode ser mais difícil de administrar do que uma
injeção subcutânea ou intramuscular, já que inserir uma agulha ou cateter em uma veia
pode ser difícil, especialmente se a pessoa for obesa.
Quando um medicamento é administrado por via intravenosa, ele chega imediatamente à
corrente sanguínea e tende a apresentar efeito mais rapidamente do que quando
administrado por qualquer outra via. Por isso, os médicos monitoram cuidadosamente as
pessoas que recebem uma injeção intravenosa quanto a sinais de que o medicamento
está fazendo efeito ou está provocando efeitos colaterais indesejáveis. Porém, o efeito de
um medicamento administrado por essa via costuma durar menos tempo. Portanto, alguns
medicamentos devem ser administrados por infusão contínua para manter seu efeito
constante.

Para a via intratecal, insere-se uma agulha entre duas vértebras na parte inferior da
coluna vertebral dentro do espaço ao redor da medula espinhal. Neste caso, o
medicamento é injetado no canal medular. Frequentemente é utilizada uma pequena
quantidade de anestésico local para tornar a zona da injeção insensível. Essa via é
utilizada quando é necessário que um medicamento produza um efeito rápido ou local no
cérebro, medula espinhal ou tecido que os envolvem (meninges) — por exemplo, para
tratar infecções nessas estruturas. Algumas vezes, anestésicos e analgésicos (como
morfina) são administrados dessa maneira.

Vias sublingual e bucal


Alguns medicamentos são colocados sob a língua (tomados via sublingual) ou entre a
gengiva e os dentes (via bucal) para que possam se dissolver e ser absorvidos
diretamente pelos pequenos vasos sanguíneos que ficam sob a língua. Esses
medicamentos não são ingeridos. A via sublingual é especialmente boa para nitroglicerina,
que é utilizada para aliviar a angina, devido à sua absorção rápida e ao fato de o
medicamento entrar imediatamente na corrente sanguínea, sem necessidade de passar
primeiro pela parede intestinal e pelo fígado. No entanto, a maioria dos medicamentos não
pode ser administrada dessa forma, porque eles podem ser absorvidos de maneira
incompleta ou indevida.

Via retal
Muitos dos medicamentos que são administrados por via oral também podem ser
administrados por via retal em forma de supositório. Nesse formato, o medicamento é
misturado com uma substância cerosa, que se dissolve ou liquefaz depois de ter sido
introduzida no reto. A absorção do medicamento é rápida, uma vez que o revestimento do
reto é fino e a irrigação sanguínea é abundante. Prescrevem-se supositórios quando
alguém não pode tomar um medicamento por via oral devido a náuseas, impossibilidade
de deglutir ou restrições alimentares, como acontece antes e depois de muitas
intervenções cirúrgicas. Os medicamentos que podem ser administrados por via retal
incluem acetaminofeno (para a febre), diazepam (para convulsões) e laxantes (para a
constipação). Medicamentos que são irritantes em forma de supositório geralmente
precisam ser administrados por injeção.

Via vaginal
Alguns medicamentos podem ser administrados a mulheres por via vaginal na forma de
solução, comprimido, creme, gel, supositório ou anel. O medicamento é lentamente
absorvido pela parede vaginal. Esta via é usada com frequência para administrar
estrogênio a mulheres durante a menopausa para aliviar sintomas vaginais, como secura,
dor e vermelhidão.

Via ocular
Os medicamentos utilizados para tratar os problemas oculares (como glaucoma,
conjuntivite e lesões) podem ser misturados com substâncias inativas para produção de
um líquido, gel ou pomada para serem aplicados no olho. Colírios em forma líquida são de
uso relativamente fácil, mas podem sair dos olhos muito rapidamente, impedindo uma boa
absorção. Fórmulas em gel e pomada mantêm o medicamento em contato com a
superfície do olho durante mais tempo, mas podem embaçar a visão. Também estão
disponíveis apresentações sólidas para inserção ocular, que liberam o medicamento de
forma contínua e lenta, mas esses produtos podem ser de difícil aplicação e manutenção
no local exato.
Os medicamentos oculares são utilizados quase sempre devido a seus efeitos locais. Por
exemplo, lágrimas artificiais são utilizadas para aliviar a secura dos olhos. Outros
medicamentos (por exemplo, os utilizados para tratar glaucoma [veja a
tabela Medicamentos usados para tratar glaucoma], como acetazolamida e betaxolol, e os
que são utilizados para dilatar as pupilas, como fenilefrina e tropicamida) produzem um
efeito local (agindo diretamente nos olhos) depois de serem absorvidos através da córnea
e conjuntiva. Alguns desses medicamentos entram na corrente sanguínea e podem causar
efeitos colaterais indesejáveis em outras partes do corpo.

Via otológica
Medicamentos usados para tratar inflamação e infecção de ouvido podem ser aplicados
diretamente nos ouvidos afetados. Gotas para ouvidos contendo soluções ou suspensões
são tipicamente aplicadas apenas no canal auricular externo. Antes de aplicar gotas para
ouvidos, as pessoas devem limpar cuidadosamente os ouvidos com um pano úmido e
secá-los. A menos que os medicamentos sejam utilizados por um longo período ou
utilizados em excesso, uma pequena quantidade de medicamento entra na corrente
sanguínea, logo, os efeitos colaterais generalizados são ausentes ou mínimos. Os
medicamentos que podem ser administrados por via otológica incluem hidrocortisona
(para aliviar a inflamação), ciprofloxacino (para tratar infecção), e benzocaína (para
insensibilizar os ouvidos).

Via nasal
Caso um medicamento deva ser inalado e absorvido através da fina membrana mucosa
que reveste as fossas nasais, ele precisa ser transformado em pequenas gotículas no ar
(atomizado). Uma vez absorvido, o medicamento entra na corrente sanguínea.
Medicamentos administrados por essa via costumam atuar rapidamente. Alguns deles
irritam as vias nasais. Os medicamentos que podem ser administrados por via nasal
incluem nicotina (para deixar de fumar), calcitonina (para osteoporose), sumatriptana
(para enxaqueca) e corticosteroides (para alergias).

Via inalatória
Os medicamentos administrados por inalação pela boca devem ser atomizados em
partículas menores do que os administrados por via nasal, para que seja possível que o
medicamento passe pela traqueia e entre nos pulmões. A profundidade atingida pelo
medicamento nos pulmões depende do tamanho das gotículas. Gotículas menores
alcançam maior profundidade, o que aumenta a quantidade de medicamento absorvido.
No interior dos pulmões, elas são absorvidas e entram na corrente sanguínea.
Inaladores
Relativamente poucos medicamentos são
administrados dessa forma, pois a inalação
deve ser controlada cuidadosamente para que
a pessoa receba a quantidade correta de
medicamento em um determinado período.
Além disso, pode ser necessário um
equipamento especializado para administrar o
medicamento por essa via. Geralmente, este
método é utilizado para administrar
medicamentos que agem especificamente nos
pulmões, tais
como aerossolizados medicamentos
antiasmáticos em recipientes de doses
controladas (chamados inaladores), e para
administrar gases utilizados para anestesia
geral.

Via por nebulização


Similar à via inalatória, medicamentos
administrados por nebulização devem ser VIDEO
aerossolizados em pequenas partículas para
alcançarem os pulmões. A nebulização requer o uso de dispositivos especiais, geralmente
sistemas ultrassônicos ou nebulizadores a jato. A utilização apropriada de um dispositivo
ajuda a aumentar a quantidade de medicamento liberado nos pulmões. Os medicamentos
que são nebulizados incluem tobramicina (para fibrose cística), pentamidina
(para pneumonia provocada por Pneumocystis jirovecii) e albuterol (para ataques
de asma).
Os efeitos colaterais podem incluir aqueles que ocorrem quando o medicamento é
depositado diretamente nos pulmões (tais como tosse, sibilos, falta de ar e irritação
pulmonar), disseminação do medicamento no meio ambiente (possivelmente afetando
outras pessoas diferentes daquelas que tomam o medicamento), e contaminação do
dispositivo utilizado para nebulização (particularmente quando o dispositivo é reutilizado e
inadequadamente limpo). Utilizar o dispositivo adequadamente ajuda a evitar efeitos
colaterais.

Via cutânea
Os medicamentos aplicados na pele geralmente são utilizados por seus efeitos locais e,
assim, são mais comumente usados no tratamento de distúrbios da pele superficiais,
como psoríase, eczema, infecções de pele (virais, bacterianas e fúngicas), prurido e pele
seca. O medicamento é misturado com substâncias inativas. Dependendo da consistência
dessas substâncias inativas, a formulação pode ser uma pomada, um creme, uma loção,
uma solução, um pó ou um gel (veja Preparados tópicos).
Via transdérmica
Alguns medicamentos são disponibilizados no corpo todo através de um adesivo sobre a
pele. Algumas vezes, esses medicamentos são misturados a uma substância química
(como o álcool) que intensifica a penetração pela pele e entrada na corrente sanguínea
sem uso de injeções. Através de um adesivo, o medicamento pode ser administrado
lentamente e de forma constante, durante muitas horas, dias ou até mesmo mais tempo.
Como resultado, os níveis do medicamento no sangue podem ser mantidos relativamente
constantes. Os adesivos são particularmente úteis no caso de medicamentos que o
organismo elimina com rapidez, pois, se os mesmos fossem administrados de outras
formas, teriam de ser tomados frequentemente. No entanto, os adesivos podem irritar a
pele de algumas pessoas. Além disso, os adesivos são limitados pela rapidez com que o
medicamento pode atravessar a pele. Apenas medicamentos que devem ser
administrados em doses diárias relativamente baixas podem ser administrados através de
adesivos. Exemplos desses medicamentos são: nitroglicerina (para dor torácica),
escopolamina (para enjoo do movimento), nicotina (para deixar de fumar), clonidina (para
hipertensão arterial) e fentanila (para alívio da dor).

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