Você está na página 1de 5

TORÇÃO

TORÇÃO EM VIGAS (BARRAS) DE SECÇÃO CIRCULAR

Momento torsor resultante das tensões tangenciais


T  Momento Torsor
  Tensão de Corte ou Tensão Tangencial
  Raio interior da secção circular
dF  Força elementar aplicada em dA
dA  Área elementar
• A resultante das tensões tangenciais  é um momento torsor
T’ igual e de sentido contrário ao do momento torsor
aplicado T:

dA
T =   dF =   ( dA)  T =    dA

• Embora a torção resultante das tensões tangenciais  seja


conhecida, a distribuição das tensões não o é.
 = dF/dA
• A distribuição de tensões tangenciais é estaticamente
indeterminada, pelo que devem ser consideradas as
deformações na barra.
• A distribuição de tensões tangenciais devidas a um
momento torsor não podem ser consideradas uniformes (ao
contrário do que sucede com as tensões normais devidas a
esforço normal)

Análise preliminar das tensões numa barra

• A existência destas tensões


tangenciais pode ser
demonstrada considerando um
eixo feito de ripas ligadas por
articulações em ambas as
extremidades.


Eixo Longitudinal
da barra circular As ripas escorregam
umas em relação às outras
• O momento torsor aplicado a uma barra quando momentos torsores,
induz tensões tangenciais nas faces iguais e de sinal contrário, são
perpendiculares ao eixo. aplicados nos dois extremos
do barra.
• As condições de equilibrio requerem a
existência de tensões iguais nas faces
formadas pelos dois planos que contêm
o eixo da barra.

RESISTÊNCIA DE MATERIAIS I - Licenciatura em Engenharia Civil 4.1 Engª Eunice Antunes


Deformações numa barra de secção circular
Modelos em borracha

• A observação
mostra que o ângulo Secção
 é
Circular
de torção
proporcional ao
momento torsor
aplicado T e ao
comprimento da barra
L. • Em veios de secção transversal circular,
maciços ou ocos, as secções permanecem
planas e indeformadas (devido à
•   T axissimetria).
•   L Secção
Quadrada

Quando a barra é •
sujeita um momento torsor, todas as secções
transversais permanecem planas e indeformadas. • Secções não circulares (não axissimétricas)
as secções empenam quando sujeitos à
torção.

Distorção - definição

z
• Um elemento cúbico sujeito a tensões tangenciais deforma-se
transformando-se num paralelepípedo oblíquo. A distorção  xz
xz correspondente, é quantificada em termos da mudança de ângulo
entre os seus lados:
xz xz
 xz = f (  xz )
xz

• Representando graficamente sucessivos valores da tensão


tangencial e os correspondente valores da distorção, o diagrama
y
obtido é semelhante a um diagrama (  ,  ) resultante de um
x
ensaio de tracção. Para valores que não excedam a tensão limite de
proporcionalidade, (zona de comportamento elástico linear) pode
pois escrever-se:
z
 xz xz  xz = G  xz ;  yx = G  yx ;  zx = G  zx
xz em que G é módulo de distorção ou módulo de elasticidade
 xz transversal do material.

 xz Lei de Hooke para a tensão tangencial e a distorção


y

x  =G

RESISTÊNCIA DE MATERIAIS I - Licenciatura em Engenharia Civil 4.2 Engª Eunice Antunes


Distorção numa barra de secção circular

• Considere-se um cilindro no interior da barra e o elemento


quadrado assinalado que à medida que o veio é torcido se deforma,
transformando-se num losango.

• Uma vez que as duas secções do cilindro que delimitam dois lados
r do elemento permanecem planas, a distorção é igual ao ângulo de
torção.

• Pode assim escrever-se

L= ou =(/L)

• A distorção é proporcional à distância ao eixo da barra

 = (/L)
máx = r (  / L )
e

 = (  / r ) máx

Tensões no domínio elástico

• Multiplicando a equação  = (  / r ) máx pelo módulo de


distorção ou módulo de elasticidade transversal do material, G
G  = (  / r ) G máx
Aplicando a Lei de Hooke,  = G  obtém-se:
r
 = (  / r )  máx
A tensão tangencial varia linearmente com a distância ao centro do eixo.
J=½r 4
• Sabendo que a soma dos momentos resultantes de qualquer distribuição
de tensões internas tem de ser igual ao momento torsor T,
T =    dA = (  máx / r )  2 dA = (  máx / r ) J
• Resolvendo em ordem a  máx, obtêm-se as fórmulas da torção elástica,

 máx = T r / J
r1 r2
1  =T/J

J = ½  ( r24 - r14 )

RESISTÊNCIA DE MATERIAIS I - Licenciatura em Engenharia Civil 4.3 Engª Eunice Antunes


Ângulo de torção no domínio elástico

• A máxima distorção e o ângulo de torção () relacionam-se pela


expressão:
 máx = r  (  / L)

• No domínio elástico, a distorção e a tensão tangencial


r relacionam-se através da Lei de Hooke:
 máx = máx / G   máx = T r / G J

• Pode-se assim obter o ângulo de torção:


 máx = T r / G J  r/L=Tr/GJ
 =TL/GJ

• Se o veio está sujeito a diversos momentos torsores ao longo do


seu eixo, o ângulo de torção total é a soma algébrica dos ângulos
de torção de cada troço:
 =  Ti Li / Gi Ji 

Tensões Normais

• Elementos orientados de forma a que as suas faces sejam


paralelas ou perpendiculares ao eixo da barra estão sujeitos
apenas a tensões tangenciais.
• Para outras orientações, e para as mesmas condições de
carregamento, podem ser obtidas tensões normais, tangenciais
ou uma combinação das duas.
• Considere-se um elemento que faz  = 45o com o eixo:

F = 2 ( máx A0 ) cos 45º = máx A0 2


 (  = 45) = F / A = ( máx A0 2 ) / (A0 2 ) = máx

• O elemento a está sujeito a um Estado de Tensão de Corte Puro.


• O elemento c está sujeito a tensões normais de tracção em duas
das faces e a tensões de compressão nas outras duas. Está sujeito
a um Estado Biaxial de Tensões.
r r • Todas as tensões nos elementos a e c têm a mesma intensidade.

Modos de rotura por torção


• Materiais dúcteis geralmente colapsam por corte.
• Os materiais frágeis são menos resistentes à tracção do que ao corte.
• Quando submetido à torção, um provete de um material dúctil cede
segundo o plano das máximas tensões de corte, i.e., um plano
perpendicular ao seu eixo longitudinal.
• Quando submetido à torção, um provete de um material frágil cede
segundo superfícies perpendiculares à direcção da tensão máxima de
tracção, i.e., segundo superfícies formando um angulo de 45 o com o eixo
longitudinal do provete.

RESISTÊNCIA DE MATERIAIS I - Licenciatura em Engenharia Civil 4.4 Engª Eunice Antunes


Torção em vigas de secção NÃO circular


Coeficientes para torção de secções
As fórmulas apresentadas rectangulares
para a determinação das a/b c1 c2
tensões e das deformações 1,0 0,208 0,1406
devidas a momentos 1,2 0,210 0,1661
torsores só são válidas para 1,5 0,231 0,1958
secções circulares. 2,0 0,246 0,229


2,5 0,258 0,249
Para barras de eixo recto e 3,0 0,267 0,263
secção rectangular 4,0 0,282 0,281
constante: 5,0 0,291 0,291
10,0 0,312 0,312
máx = T / ( c1 a b2 )  0,333 0,333

 = T L / ( c2 a b ) G
3
• Para valores de a/b  5
c1 = c2 = 1/3 ( 1 - 0,630 b/a )

• Para grandes valores de a/b, os valores da tensão máxima de


corte e do ângulo de torção para secções de parede finas abertas
são os mesmos que os determinados numa barra de secção
rectangular.

Torção em vigas de secção de parede fina fechada

• Através do somatório de forças segundo xx, na faceta AB


Fx = 0 = A ( eA x ) - B ( eB x )
eB
e A eA = B eB =  e = f ( fluxo de corte)
eA A tensão de corte varia inversamente com a espessura

• O integral ao longo de toda a secção transversal de dM0,


x representa a soma dos momentos estáticos produzidos pelas
forças elementares que actuam na secção a qual é igual ao
momento torsor T.
dM0 = p dF = p  (e ds) = f (p ds) = 2 f d
T =  dM0 =  2f d = 2 f 
f=T/2

e =T/(2e )
• Ângulo de Torção
d   =  T L / ( 4  2 G)   ( ds / e )
  Área definida pela linha média
 ds  Perímetro
 ds / e  Perímetro / Espessura

RESISTÊNCIA DE MATERIAIS I - Licenciatura em Engenharia Civil 4.5 Engª Eunice Antunes

Você também pode gostar