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Quantas crianças de hoje, quando os pais lhes perguntam se querem brincar (em casa,
na rua) ou ir até um shopping center, optam pela segunda alternativa? A julgar pelo número
elevado de crianças em shoppings, principalmente nos fins de semana, inúmeras delas
preferem circular por um lugar inteiramente pautado pelos valores da sociedade de consumo
(todo fechado, com iluminação artificial) a se entregar a outro modo, menos previsível e mais
inventivo, de gastar (investir?) o tempo. Sem contar aquelas cujos pais nem mesmo cogitaram
a primeira opção...
Quem associa lazer e tempo livre ao verbo consumir talvez reveja algumas de suas
crenças e posturas ao ver o documentário brasileiro Tarja Branca: a revolução que faltava, que
faz uma defesa eloquente da brincadeira – lúdica, descompromissada, criativa – não apenas na
infância, mas também na vida adulta. Dezenas de entrevistados (entre eles os músicos Antonio
Nóbrega e Wandi Doratiotto, e os escritores Braulio Tavares, colunista de Carta Fundamental,
e Marcelino Freire) lembram, em seus depoimentos ao filme, o que a vida cotidiana perde ao
se esquecer do que todos sabíamos muito bem quando éramos crianças.
Como resultado dessa política, teríamos uma geração de crianças, especialmente das
classes média e alta, que não foi devidamente apresentada ao universo brincante, ou à
“linguagem do espontâneo, da alma”, como resume um dos entrevistados. Pais e professores
tendem a extrair do filme reflexões sobre como se comportam em relação ao tema com seus fi
lhos e alunos, mas a provocação de Rhoden pode despertar interesse também entre o público
que não se encaixa em nenhum desses papéis, ao fazer um diagnóstico da sociedade de
consumo, intolerante, em sua lógica perversa, com a cultura do ócio ou com o “ficar sem fazer
nada”. Sérgio Rizzo (Adaptado de: cartafundamental.com.br)
5- Uma crítica à educação contemporânea feita pelo autor pode ser sintetizada pela seguinte
frase:
A) Pedagogos são coniventes com a violência entre alunos.
B) A escola planeja excessivamente o ato de brincar.
C) As famílias prejudicam a imposição natural de regras.
D) A medicalização das crianças é uma prática recorrente.
E) As crianças de classe média têm menos limite em suas brincadeiras
Leia:
Tecendo a manhã
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe o grito que um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
(MELO, João Cabral de. In: Poesias Completas. Rio de Janeiro, José Olympio, 1979)
a) eufemismo
b) antítese
c) aliteração
d) silepse
e) sinestesia
7- Assinale a alternativa correta quanto à função sintática do termo destacado: A aldeia era
povoada “de indígenas”:
a) agente da passiva
b) complemento nominal
c) adjunto adverbial
d) objeto indireto
e) objeto direto
Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando
sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves
ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como
minha casa era muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei
muito preocupado, mas era claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.
Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço. Perguntaram-me se o
ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareci que não e disseram-me que
não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que
fosse possível. Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma: — Oi, eu liguei há
pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão
com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro
fez um estrago danado no cara! Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco
carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e a turma dos
direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo. Eles prenderam o ladrão em
flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando
que aquela era a casa do Comandante da Polícia. No meio do tumulto, um tenente se
aproximou de mim e disse: — Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão. Eu respondi:
— Pensei que tivesse dito que não havia nenhuma viatura disponível.
GABARITO
1. C
2. A
3. B
4. C
5. B
6. C
7. A
8. E
9. A
10. C