Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Bacharel em Direito pela 1 anil.!." I, ,k 1111' .1•• 01. I 1I111'''i1 111)( J. do ('I'l1lm l:nivcrsitá-
rio CUlitlba (Ullicuritiha) \11"11.1.1 •• ,,"1'"' 110, 1,.1,.1 '1II\q",dmk d,' ("lIl11hra Portugal.
quais dl:Vl:ll1scr as l'un\'ú~'s do juiz no processo penal. A partir de um busca por essa verdade é uma busca pelo conhecimento do que realmente
trabalho dl: dcsl'ollslnJ\'ao analil ica das formulações corriqueiras, preten- aconteceu em um momento passado, parece evident~ suporAqu~ela ~e,va ser
de-se sugerir caminhos para a ~'onstrução de um estatuto ontológico cal- considerada superior e independente de qualquer clrcunstan:la p~htlca ou
ca,do em uma teoria do wllhc(imcnto consistente e um estatuto político razão objetável. Esse significado da expressão "~erdade", dlssemmado no
almhado com valores de um Estado Democrático de Direito, senso comum, continna o ideário de uma mode1TIldadeamparada na cren~a
em uma razão que pretende fundar-se sobre ela mesma e "sobre um conceito
de verdade que mio é apreendido em termos econômicos ou po/íticos'..4.
A segunda razão vem de uma caracteristica própria ao discurs~ jurí-
dico que é a de tentar se distanciar do discurso polítICO.Em certo se~~ldo,_a
A grande maioria das discussões cstabelecidas no Brasil a respei- juridicização de um objeto do discu~so pol.ítico representa sua establ~zaç~o
to do espaço de iniciativa instmtória dos juízes no processo penal funda a como valor sobre o qual não se penmte abnr uma margem de concessoes t~o
autorização desses podercs na necessidade de se descobrir a verdade so- ampla quanto seria se ele estivesse na csfera d~ político., A pretensão do dIS-
bre o fato investigado, Isso porque se considera que a importância dos curso político vitorioso é de se converter em 1c1, n~ m~dlda em que essa c~n-
bens jurídicos tutelados em esfera penal, a gravidade das condutas delituo- versão representa a obrigatoriedade de sua observancl3, sob pena de sançao.
sas c as sérias implicações das penas que podem ser infligidas tomam Essa primazia do discurso jurídico é notável quando se conSIdera .q~e. as
necessária a descoberta inequívoca da verdade, seja para fazer justiça discussões travadas entre juristas brasileiros a respeito do espaço de 11l1ClatIva
contra o autor do crime, com uma pretensa proteção da vítima ou da socie- instrutória do juiz no processo penal partem da prescrição ~cfinida .p~lo
dade, seja para evitar punições apressadas que podem ser consideradas art. 156 do Código de Processo Penal', quase como se esse 10sse o U11lCO
injustas, com intento de salvaguardar o acusado contra um exercício in- ponto de partida possível. Isso se toma especialm~nt: ,notório ao se observar
devido do poder de punir do Estado, Essa verdade buscada no processo que a jurispmdência brasileira e a produção dO~ltnnana sobre o assunto ten-
penal é tradicionalmente definida como "real" ou "material", em oposi- dem, de modo geral, apenas a comentar esse artIgo,
ção à verdade "processual" ou "fonnal" do processo civi\2. Assim, o hennetismo do discurso jurídico encobre dois aspectos
, ?
.discurso processual penal assim est@elecido assume uma aparên- fundamentais para a compreensão das razões que fundam o espaço de
iniciativa instrutória dos juizes em esfera criminal. Um deles é o estatuto
CIahennetlca quando se considera que foi introduzido na legislação brasileira
há cerca de 70 anos, com o decreto do Código de Processo Penal de 1941 ontológico, ou seja, o modo como é compreendida a capacidade humana
(CPP), e que continua prcservado em sua esscncia nos dias de hoje. Forjado de conhecer, considerando especialmente as limitações do ato de conhe-
durante o Estado Novo, com jusli1icativa oticial apresentada na Exposição de cer processual, que é atado a uma série de ~egras fixa~as ant~s da investi-
MotIvos desse Código pelo então Ministro de Justiça Francisco Campos, ele gação; o outro, é o estatuto po.lítiC.I~,ou seja, as cons}deraç~e~ de ord.el~l
passou insensivelmente pelas significativas mUltenças políticas que o Brasil política que fundamentam ou ,lustlflcam os poderes probatonos dos JU~-
vivenciou. Podem ser apontadas pelo menos duas razões para essa aparente zes. Desses dois aspectos l:xtraem-se duas perguntas que devem ser res-
dissociação do discurso processual penal de seu contexto político. pondidas satistàtoriamcnte para tomar o discurso processual coerente.
Uma, é voltada a estabelecer um cstatuto ontológico mínimo para as prá-
A primeira, é de que a ideia de verdade constrói-se no imaginário
processual penal como algo que não admite concessões a contingcncias his-
tóricas. Para o discurso jurídico modemo, a verdade representa a correspon- lógica com a realidade" (1\11\1 ATI;STA, Niêola Framarino Dei. A lógica das pro-
vas em matéria criminal (, \.'d ('all1pll1as Bookscller, 2005, p. 25.) E para Julio
dência entre um enunciado e a realidade das coisas3. Nesse contexto, se a Maier, autor êontempor:ineo. a I \.'1 da dI.' \.' a "1"'I'/leio ~e ~'oncordância elllre () pensa-
men/o e o (lNe/o pe/lsado" 011 "li , "I"'·"'II/<lI.ío il!t'ologlca correta de uma ~'eahdade
onlológica", (traduçào lil "l') (' li' 11 H. I"lio J)"rt','hll prol'csal penal argentlOo, Bue-
DIAS, Jorge de Figueiredo. Uircilo processual penal. Coimbra: Coimbra. 1974.
p.IX7-PlS. nos Aires: Hammurabi. I'IX" I I. I h. I' <'1.,' I
TOURAINE, Alain. llO! nll\1I 1'1Ir1I1U\.t1ll1l p,ua '''Il1Jlreender o mundo de hoje. Pe-
Essa noçào pode ser identiticada no discurso do direito processual penal pelo menos
desde o século XIX. e contlllua presente na atualidade. como podem indicar, a título Irópolis: Vozes, 2HO/>. p :0;'"
As duas redações pelas '1";1\', ,',',,' ,li 1"." 1',"""" "tll'"utram-se nas notas 11 e 12, a
de exemplo. as forll1ulal;ôl's de dOIS autores: para Nicola Framarino Dei Malatesta,
que escreveu no século XIX. a "I"'ldade, e/11geral, (; a (,o/l/iJl'l/lidade da /loçào iJeo- seguir.
ticas processuais: "a verdade pode ser buscada no processo penal!". A minar a extensão das lesões possíveis pode fazer com que nos crimes
outra, se volta ao estatuto político que define as práticas probatórias no contra a ordem econômica haja abandono de garantias processuais
processo: "a verdade deve ser buscada no processo penal!". para que se assegure a produção de resulta~os nas in.ves~igaçõ.es: De
Respostas coesas a essas perguntas são especialmcnte importan- todo modo, diante das demandas contemporancas da Justiça cnmma\'
tes na atualidade, ao se observar forte tensão em favor da flexibilização para que se possa definir com clareza para qual dos lados o processo
de garantias penais e processuais penais nas chamadas sociedades pós- penal deve tender (flexibilizar ou garantir), é necessário que seja es-
-industriais/}, em razão da emergência do risco "de procedencia humana truturado um estatuto político coerente com os valores que se pretende
como fenômeno social estrutura!"7. O direito penal material tem dado realizar através do processo.
prova disso em seus novos desafios no que concernc à delimitação dos A questão que se coloca neste trabalho, portanto, é a de como
bens jurídico-penais e no que diz respeito à responsabilidade em cri- pensar a atuação instrutória dos magistrados de modo a considerar .as
mes de maior complexidade, como é o caso dos crimes contra a ordem novas demandas da criminalidade econômica, sem que se esbarre na VlO-
econômicax. No que toca ao processo penal, essas questões têm impor- lação de garantias. Para isso. pretende-se discutir os estatutos ontológic(~s
tância reflexa, visto que as dificuldades de se investigar e de se res- (ponto 2) e os estatutos políticos (ponto J) que se colocam CO~lO ~oml-
ponsabilizar o verdadeiro autor do fato punível tornam-se mais com- nantes na prática brasileira. para que, a partIr de uma earactenzaçao da
plexas. Há maiores dificuldades de se buscar provas nus crimes contra discussão atual, seta oferecido um ponto de partida mínimo capaz de
a ordem econômica porque vários desses crimes são resultados de coibir a conversão 'de incoerências no discurso processual em espaço de
práticas financeiras que exigem conhecimento técnico altamente espe- tlexibilização de garantias processuais na esfera dos crimes contra a or-
cializado, tornando difícil sua descoberta. Isso quer dizer que "a di- dem econômica (ponto 4).
nâmica das condutas que possihilitam a prática desses crimes nào é
acompanhada no mesmo ritmo pelo sistema penal (ex. crimes ciherné-
ticos). Soma-se a isso a pouca capacitm;ào dos órgàos estatais no 2 A VERDADE COMO RAZt\O DE SER DA
combate dessaforma de criminalidade,,9. - INVESTlGAÇt\O PROCESSUAL PENAL
Assim como o direito penal,' o processo também pode tentar en-
contrar soluções aparentes na flcxibilizaç.ão de garantias do acusado. A Toda prática processual supõe de maneira explícita ou implícita
central idade que os riscos ocupam diante da impossibilidade de se detcr- um modo de perceber as potencialidades c os limites da capacidade d.e
conhecimento do ser humano, assim como as p.otencialidades de investI-
gação de um tàto passado no contexto processual. Costumciramentc, essa
Toma-se por base aqui uma proposta teúrica amplamcnte difundida nas pcsquisas
jurídico-pcnais contcmporüm:as, qlll' parlc da noçào de "socicdade do risco" dcscn-
percepção é tomada em um sentido implícito. Nos tribunais brasileiros e
volvida por Ulrich Rcck. (BITK, lllrich. ta sdaiedad dei riesgo mundial: en busca na maioria da doutrina, quando se diz que a busca proccssual é pautada
de Ia seguridad pcrdida. Barcclolla: I'aidús, 2008.) pela descoberta da verdade real. c por isso se confere poderes il~vestjgati-
SILVA SANCHFZ, JcsÍls-Maria. A l'xpansão do direito penal: aspectos da política vos amplos aos juízes a partir do art. 156 do CPP, pouco se dIZ sobre a
criminainas socicdalks pús Induslrlals. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002. p. 29.
exequibilidade dessa proposta. A incongmência mais evi-dente dessa inde-
Uma dclilli~';10 lapidar dessa Illodalidadc ddiliva é oferecida por Luiz Antonio Câma-
ra: "Os cri",I'.~ t/t' t·mJlrt·.~u """'/1/11('11I ('alcKoria diferenciada de inti'açiics jlc/wis.
finição é o fato de que, ao mesmo tempo em que se prima pela descoberta
marcwl" 11('/" '"/dl,)O <11/1'11 ./'.,/ill/<l (agell/es com alto poder aquisilivo). slIjeú;ào de uma verdade inconlroversa a respeito do passado, admite-se uma série
I'IISS;I'" d!!II.,o (lIIí" 0'.1/14"'/1'(/1.1" ,I,' \'i/illlas). e I'lIlneraçào de hens supra-individuais de limitações a ela alravl~s dc rcgras processuais. As presunções, por
1.. .1". (C ,\!\l\Ht\. 1111/ 1\1110111",l{ctlexôes acerca das medidas cautclares pessoais exemplo, demonstram qlle a pr;'ltil'ó1proccssual só está disposta a investi-
111" 1'11111''',,,".IIIU ,. "_'rlllil IlI1allú'lro nacional. 111: GEV AERD, Jair; TONIN, Marta
(I '1101' , HI •.••llu t'lIIl,n"lu'hll r cidudania: questõcs colllcmporüncas. Curitiba: Juruá,
gar a verdade até um ccrlo lill1íh:, ,\ proihição de provas .ilíeitas, por seu
~lJlJh I' .' li , I) 11.'111"11'1.1111.11\1.111.11 lJue interessa para o momento 0 a ordem eco- turno, demonstra que hú lil1l1ll'sil 1Il\"sligól\'ão que o legIslador não pre-
111111111;' (.1111••.•• 110,1,1 ("II'llhll~·.io da I{epúbliea Federativa do Hrasil). tende ver ultrapassados.
1'1 f( I '. I 111II ,.111,,' :\lIgu,hl, 7 diliculdades para se punir os crimes de colarinho
Para se compn:clllkl \1111111 11111,1 1I1\'lln0ncia dessa natureza pas-
!I,"",'u 111"1"'1111.'1 "111 1i1l1':,www.llovacriminologiaxom.bríl\rts.!ArtiguLer.asp'!id
'd'~" '~;\ ,\""'0"111 IfJIIII\.2010. sa despercebida - e lall1h('111".11.1 "'"1.11 Sll11l'IÚ ta é necessário saber se
há algum estatuto (Illtolúgil:o da prática processual penal brasileira na Quando se afirma na Exposição de Motivos que as provas podem
lei e nas decisões de trihullais para que seus limites possam ser explora- ser produzidas desse modo, na medida em que ao magistrado pareçam
dos. Para fins analitiws. agrupa-se a possibilidade de formação desse "úteis ao esclarecimento da verdade", isso quer dizer que Francisco Cam-
estatuto a partir de dois 11 ll\':leos. Um, que parte da ideia de que a verda- pos partiu da ideia de que a verdade pode. de fàto. ser alcançada de modo
de pode ser alcançada e outro, que considera que a verdade não pode ser inequívoco? Ou ele estava apenas querendo ressaltar que, independent~-
aJcançada no processo penal. Esses são núcleos irredutíveis, ou condi- mente de poder, ou não, ser a1cançada, a verdade deve ser b~lscada? ~ pn-
ções necessárias, de qualquer percepção implícita ou explícita sobre meira pergunta não pode ser respondida com clareza a partir do conjunto
como se pode ver a investigação processual. Quando se pretende ofere- da Exposição de Motivos. Não obstante. é certo que, se a resposta a ela
cer resposta à pergunta a respeito de ser a verdade um objetivo tangível, fosse positiva, seria patente a incongruência acima apontada sobre as limi-
um desses dois núcleos fará necessariamente parte dessa resposta. E o tações processuais relativas às presunções e à proibição de l)fovas ilícitas.
paràmetro de avaliação da coerência teórica de cada uma dessas pers- Já quanto à segunda pergunta, é certo que no trecho citado propugna-sc
pectivas passa pelo modo como elas respondem a outra pergunta: Por pela necessidade de se buscar a verdade. Portant?, vê-se desenhado com
que a verdade pode, ou não, ser atingida? clareza não um estatuto ontológico, mas um pnmelro e!cmelllo de um esta-
Da análise da legislação vigente sobre o espaço de iniciativa pro- tuto político que norteia as práticas processuais. Ele será analisado em maio-
batória do juiz encontram-se primeiros traços que apontam para a caracte- res detalhes na próxima seção.
rização de um estatuto ontológico dituso e pouco desenvolvido. Francisco Diante da impossibilidade de se definir um estatuto ontológico
Campos, na Exposição de Motivos do atual Código de Processo Penal, inequívoco a partir da legislação vigente: cabe o~servar de q~e modo os
afirmou que, além de conduzir e julgar uma ação penal, o juiz, com a tribunais interpretam os poderes probatónos da lei para que sejam encon-
conversão do então projeto em lei, teria permissão para "ordenar, de ofi- trados vestígios de como uma tradição jurídica vê sua própria capacidade
. as provas que Ihe parecerem lftC/Sao
CIO, .. esc I'orcc/mel1to da ver dade ,,10 . de investigar. Porque, mesmo que esse estatuto ontológico não seja. for-
Essa formulação ampara o art. 156 desse Código, que autoriza o magis- mulado expressamente, os estatutos políticos estruturam-se a partIr de
trado a determinar a realização de diligências sempre que considerá-Ias impressões gerais a seu respeito. Para saber se algo deve ser buscado, ou
necessárias para o esclarecimento de dúvidas encontradas no curso do seja, para se definir um estatuto político coeso, é necessário qu~ prelimi-
processo 11. Sobre a redação desse artigo, é nc~ssário considerar a alte- °
narmente se considere se objeto da busca é tangível. se a realidade for-
ração pela qual ele passou com a Lei 11.690, de 2008, que ampliou esse nece condições à sua investigação.
poder probatório. Atualmente os juízes podem determinar a realização O Superior Tribunal de Justiça tem um entendimento pacificado a
dessas diligências não apenas no processo, mas também nas investigações respeito do que embasa a produção de provas. A sua forlllulação geral
·· (1
pre IImlllares -. afirma, como se pode extrair de um julgado publicado em 13.09.2005 e
'TI
relatado pelo Ministro Hélio Quagl ia Barbosa, que "0 magistrado. sob o
10 BRASIL. Dee.-lci 3.931 de 1941. Código Penal; Processo Penal e Constituição amparo do princípio da huscc/ da vcrdade real. pode tomar a iniciatim
Federal. 5. ed. Sào Paulo: Saraiva, 2009. p. 382. de determinar o prodl/çâo de 1""01'0 que entenda indispensável para a
11 A redação original tinha () seguinte conteúdo: "Art 156. A prova da alega~'ão incum- Jorma~'âo do seI/ COIl\'CI1('ÍII1Cllto"
I I. Ainda. na em.enta dO.H.aheas C(~r-
birá a quem a fizer; mas 11 juiz l'0dertí. no curso da ins/rl/(ào ou al1/es de proferir
scn/enç'a, de/et'lI/iuar. de oliâo. diligencias para dirimir dÚl'ida .whre ponto relevan-
pus 32.578, publicado em O I.OX.2006, com relatorIa da MlIlIStra Launta
le". (BRASIL. Dec.-Iei .l.óX9 de 1941. Disponível em: <http:iíwww.planalto.gov.br/ Vaz, aponta-se que,
ceivil!decreto-lei/deI.\6XI).htm···. Acesso em: 15 seI. 20 I O.)
J~ A no\"a redação 1,'111 o seguinte teor: "Art 156. A prol'a ela alegaçâo incl/mbirLÍ a l1ada illlpede q//e (1//(1\'/1 .//lí::/I ,·(lIIIII<·/<'I1/e. ('aso assim entenda. pro-
!fU"1I1<lliz("/". .\"<"//(/". 1'01":11I.I<leullado ao juiz de ofkio: I ordenar. mesmo al1/es de
ceda à oi/iva das ,11'/1/11/1 /"\/"/I///lII/'/,I'!altanles, da defesa e aClIsa-
illicillll,/ a a\,úll 1"'1/111. ,/ IlI"odu\'âll antecipada de prOl VI' considerados urgellle.\" e re-
1"\·'lIIft·l. ohl"I"I"<IIldll a lIt'n'ssitladc. adequação e proporcionalidade da medida; !l
d'·/'·/'JIIII/,/I'. 11" 1"//1'1" da im/rurâo. ou antes de proferir sell1en~'a.a realizaçâo de di- 13 BRASIL. Superior Trihllll.d .I" 111'.\1\.1 Il•.• 111"''' hp"-l'ial 174.290 da 6" Turma do
!tg"I/' /,,, 1"/1II "//"Imir dlil'ida ,mhre POli/O relel·allle'·. (BRASIL. Dec.-Iei 3.689 de Superior Tribunal d..- .111'11\.1 Ih.htll.l, I1I 1\ 11'1~(K)', IJisponívcl em: <ht~S:i!
1'1·11 111"l'tllll\l'! ,'111: . hllp:iiwww.planalto.gov.br/ccivil/deerctu-lci/deI3689.htm>. ww2.stj.jus.br!revislal'lelr""II.1 11.1.1",,,
'1'"1'1',11" 1·1'IXIKI.\.171125&dt_pubhcaeao=03; 101
A, •.•.," ,'111 I' wl. luto.) 2005> Aco:sso em: 25 11\:11 .'11111
çiio, li t('(lr ela Il(),uihilic!ac/e de iniciativa prohatória do juiz, exprt!s-
.(/ obtenção do alcance da verdade real, que sempre del'e prevalecer IlO
sa /10 art. 15f1, c/o ('/íeligo c/e Processo Penal, como ./órma de ohten-
processo penar. Ao afirmar possibilidade dessa obtcnção, permite-se
~'ào do a/c"nce da \'('n/"de r('al, que sempre deve prt!\'alecer no pro-
cesso pena/14. supor que a verdade cstá sendo considerada como um objetivo tangível.
Logo, parece formar-se uma ideia de que a verdade pode ser atingida.
Desse modo, caractcriza-se um daqueles núcleos irredutíveis a que se
Na mesma Corte, na ementa do acórdão do Habeas Corpus fez referência acima: na prática processual penal brasileira, de modo
111.215, publicado em 13,04.2009, com relatoria da Mina. Jane Silva, lê- majoritário, entende-se que a verdadc pode ser alcançada. Apús a idell-
se em um trecho que "razoável se mostra a dilação do término do pro- tificação desse núcleo, deve-se verificar sua coerência através do modo
cesso, pela natureza da persecutio criminis, para a perquirição da
como ele é justificado. Ou seja, outra pergunta - por que a verdade ptHk
verdade real e exercício tanto da ampla defesa quanto do contraditó- ser alcançada? - deve ser respondida satisfatoriamente para que l'SSl'
rio em caso de processos complexos"15. Há casos mais recentes que
núcleo de um possível estatuto ontológico não seja reduzido a Ulll;lpro
podem ser agrupados a partir da posição (repetida em diversos julga- posição puramente retórica.
dos) do Recurso Ordinário em Habeas COIPUS27.555, de relataria do
A resposta a essa nova questão não é encontrada no ST.I, o qlll'
Min. Geraldo Og Fernandes, publicado em 09,08.2010, cujo teor parcial
faz necessária uma análise tio modo como a doutrina trata o assulllo para
da ementa é o seguinte:
que sejam revelados argumentos espalhados na tradição proecssual penal
brasileira que amparam essa fonnulação, Ao tentar responder a essa per-
[.,.} Entretanto. ainda que se admita que a nova redação do art. 212 do gunta, a doutrina, quando pretende afirmar a excquibilidade da persecu-
Código de Processo Pt!nal tenha estahelecido uma ordem de inquirido-
ção da verdade, parece recair em uma confusão entre pelo quc a investi-
res de testemunhas. à luz de lima interpretaçiio sistemútica. (j nào ob-
servância dessa regra pode gerar. no múximo. nu/idade relativa. por se
gação deve primar e o quc, de fàto, a investigação pode atingir. Ou scja:
tratar de simples inversôo. dado que nãofiJi suprimida dojlliz a possi- caracteriza-se uma falta de limites nítidos entre estatuto ontológico (ser) e
hilidade de efetuar as suas perguntas. ainda que slIhsidiariamente. para estatuto político (dever ser).
() esclarecimento da verdade real, sendo certo que, aqui, () interesse O que ocorre é geralmente ver-se essa resposta fonnulada de mo-
protegido é exclusivo das parte.\·IÓ: do a sugerir que há possibilidades dc uma aprcensão integral do fato in-
vestigado. No entanto, essa réplica é desfcita quando os autores que a
Invoca-se, portanto, nesse tribunal, um prinCipIO da "verdade enunciam deparam-se com a necessidade de justificar limitações à busca
real" que tem tendência a considerar como núcleo de seu estatuto onto- da verdade. Como a doutrina, em geraL tende a reproduzir de modo apro-
lógico a possibilidade de se atingir a verdade. Essa afirmação não está ximado o disposto na lei, são oferecidos aqui apenas alguns exemplos
isenta de contestação, mas parece poder ser sustentada especialmente a entre processualistas penais consagrados. É o caso do pensamento de
partir do trecho da ementa acima citada d~,Mina. Laurita Vaz, quando Femando da Costa Tourinho Filho. Esse autor considera que o poder de
ela afinna que a prescrição do art. 156 é necessária "como forma de punir só pode ser exercido sobre quem realmente praticou uma conduta
delituosa e, por isso, o processo deve buscar a verdade real17• A grande
14 BRASIL. Superior Tribunal de JUSlI~U.Haheas CO/1J11S 32.578 da 5a Turma do Superior
razão para a necessidade da busca da verdade é a natureza pública do
Tribunal de Justiça. Brasilia, DF, OI.OIS.2006. Disponível em: <https:í/ww2,stj.jus.br/ interesse repressivo c as provas aparecem como tendo por finalidade con-
revistacletronicaJila.asp?regislro· 200.1023 161532&dt_publicacao=O1/08/2006>. Acesso fonnar as "a/irmaç(}es de .litto feita,\' no processo com a verdade objeti-
cm: 25 mar. 20 I O. va"IX. O pensamento de Vkente Greco Filho também esbarra na indefi.ni-
15 BR!\SI/ .. Superior Trihunul de Justi~u, Haheas cO/ll11s 111.215 da 6a Turma do Supe- ção referida com a afirmação til' que a vcrdade real justifica-se no proces-
rior Trihunal tle .Iusli\·;I, Brasilia. DF, 13.04.2009. Disponível cm: <https:llww2.stj.
jus, hrú'v Islal·kll,'nll'allla.asp'!rq~istro=20080 I579468&dt ..pubticacao= I 3í04/2009>. so penal "em virtude do il1/('/'I',\',\'I'
I1lÍhlil'o I1de envolvido: de um lado a
An'" •• l'llI I" "', ,.l1l10,
It, 11I<.'\SIl Sllp~'nlll Tnhunal til' .Justiça. Recurso Ordinário em Jlabcas COI1}US 27.555 17 TOURINHO FILHO, remando .1;1('osla l'rlll'l'~~1I I'l'nal: 27. cd, São Paulo: Saraiva,
lta ,,' 111111111 dn SlIpel"llll'Trihunal de Justiça. Brasilia, DF, 09.mUOI0. Disponível em: 2005. v. I. p, 36.
11111'\\\\11 ~'IIII\htiS< '( IN/~rvlcl!BuscaAcordaos'laction=l1lostrar&nul1l ..rcgistro=20 IX CINTRA. Antonio; (jRI~(I\'1R. ;\da, IJlN!\~Ii\IH'(), Cândido. Teoria geral do
100011111"",1.\,,11pllhlll'ara •• IIIJIOlSi2010:>.Accssoern: 15 se!. 2010. processo. 24, cd. Sàol'alJlo: \1.1111\'11
os. 'nnS I' \ 1·\
ne~:e.\'sic/l/l/t'.\11('1111 c/li I'i'/I/'('SSÚO penal e, de outro, o dil'eito de liberda-
de , Isso, para o ;1l,~loJ'. illlpúe a sua busca pelo juiz, independentemente apenas a um erro ou a um descuido lcgislativo. ,A am~l~tude de aplica-
do atuar das parles I , ção do art. 156 do Código de Processo Penal e propICia a uma an:p~a
gama de atuações judiciais. No Estado No,:,o. o ~ecurso a_uma neces~a:la
_ Desse rápid~) exame é possível extrair quc essa primeira for-
descoberta da verdade poderia ser convel1lente a repressao da oposlçao.
mul~çao, embora nau seja plenamente desenvolvida entre os autores
que configurava ameaça ao esforço de centra,lização d,a poder político tio
anahsa?os~ sugere equívul:US que não podem ser negligenciados, Exis-
Estado e fortalecimcnto do governo fedcral-'. EspeCialmente no que ,se
te t~ndencla a se comenta~ apenas porque a verdade deve ser buscada,
refere às tensões das elites locais nos estados, à penetraçào tio WIlIlIl1IS-
e na~ se ela o pode ser. E como se natureza pública do interesse re-
mo como projeto político no Brasil, através da AN~ e, do ComiHIc~'nSll-
preSSIVO, que to~a como gravemente ofensiva à organização social
viético, e do Integralismo como uma versão brasileIra das Imdclll'la'
uma conduta d~1J:uosa, pudesse converter seu teor valorativo em fun-
fascistas europeiasê2, A aprovação da Lei dc S~guran"a Nal'\lllla t l'lIt
dam~nto ontologlc~., A vO,nt~dc de punir, ou a demanda por aspectos
1935 e a criação do Tribunal de Segurança NaCional' , Sllgl'll'lll 1111 li",
contmgentes de pohtlca cnmlllal, converte-se na necessidade de busca
indícios de uma razão, acima de tudo, inquisitiva, quc plllil'I ta W ;lIl1pal.ll
~a verda~e. ~?~e-se ampla m~rg~~ de manobra, portanto, para uma
C se disfarçar na necessidade de encontrar uma vcrthk ljlll' '1'11;1 11111.-
l-o~tade mq~lsltlva, que tenta JustlÍlcar suas práticas através do recur-
so a expressao verdade. pendente de qualquer inclinação política. como o consolido!1 o ;1111,11 ( 11
digo de Processo Penal poucos anos depois,
?s perigos de~sa ~oncepção em desfavor de um direito processual Do mesmo modo. a amplitude da atuação prohalorra 11m IlIi/l'" 110
pe?al onentado ?as dlretnzes de um Estado Democrático de Direito são
processo penal na atualidade de um E~ta(k~~~mncr;ítin~ de din'llll apall'
eVldent~s, espeCIalmente n~s crimes contra a ordem econômica, quando
ce como possibilidade de um recurso 1I1qUISltl\'O t,1<l~
maus do, I'slado, na
se conSidera que. ~s .c?nheclmentos específicos que abrangem suas práti-
medida em quc permite ampltar seu pO,derde pun,lçao para aklll d:,ISp!'O:
cas e a ~alta de vlslblhdade que envolve suas modalidades delitivas levam
vas apresentadas pelo Ministério Públtco, Atraves do rC:'ursu I'ctortco a
a uma. dlticuld~de de apuração e julgamento deles por parte das instâncias
verdade, inclinações das mais diversas encontram um li,lIr~)prO/.:csslI:tl
formaiS, espeCialmente com a "diluiçào das responsabilidades em entre-
laçados hierárquicos,,2!). para serem realizadas, A repercussão midiática de casos Cnmll1alSque sao
elevados à condição de paradigmáticos dispõe, nesse ponto, de ,um meca-
. A partir ~e~sa configuração de um estâ'futo ontológico diluso se- nismo processual privilegiado, que não necessita ,do ~ndurecltnento da
dlmentado n~ pratica processual brasileira, passa-se a uma análise do legislação criminal ou de qualquer outro apclo !eglslatlvo. Isso po~que a
estatuto político dessa prática,
investigação de indicios pode continuar p~ra alc~ d~ que a aC.l\s,açaoe a
defesa pretendem apresentar, até que sejam satisfeitas as ,du.vldas dos
magistrados, Na história da doutrina processual penal braSileira. houve
3 INTENÇÕES POLÍTICAS DO DISCIfRSO QUE TORNA A juristas que tentaram dotar de sentido limitado a interprctaç~o do art. ,156
VERDADE O CENTRO DA INVESTIGAÇÃO do CPP, É o caso de José Frederico Marques que afinnou, amda na deca-
PROCESSUAL PENAL da de 50, que "nào há em nosso processo,jlliz penal inqllisitivo. Se a lei ()
autoriza a, ex ofjicio, investigar a verdade, cumpre lembrar (~lIe() faz
. • A partir da discussão estabelecida nos pontos anteriores, seria subsidiariamente,,24, No entanto, nào foi essa a orientação que vigorou; e
I~g~nuo supor que a indefinição do estatuto ontológico da prática bra-
Sileira, amparada em um consenso com bases nebulosas, corresponde 21 SKIDMORE, Thomas. Uma história do Brasil, São Paulo: Paz e Terra, 1998. p. ~64.
No mesmo sentido, FAUSTO. B\\ris. J1istória do Brasil. 1O. ed. São Paulo, USP,
2002. p. 333. e SKIDMORE. Thomas. Brasil: de Getúlio Vargas a Castelo Branco, 7,
'9 el.!.Rio de Janeiro: Paz e Terra, 19X2, p. 'i9-(,O,
GRECO,FILHO. Vicente. Manual de processo penal. (, ed. São Paulo: Saraiva.
)'>99. p. _16, 22 SKIDMORE. Thomas. Brasil.. .. ,i/., p. 41-42. e FAUSTO, Boris. História concisa
~{j
do Brasil. 2, ed, São Paulo: l !SI', I'NX. p, )l/4.
PER.I,~I~Â, Flá~!~ ~oula:t., ~s c.rimes I:collômicos na sociedade de risco. Revista
23 SKIDMORE. Thol1las. Brasil... (1/ • )1, ·I~.
RrasJl~lra de Clenclas Cnnunals, São Paulo: Revista dos TribUl1'lis 11 51 p 10'i
IJ 1,2004. p, 120-121. '." •. _- 24 MARQUES. José Fredericll. () .iílri IlU llin'ilo hrasileiro. São Paulo: Saraiva. 195'i.
p.40-41.
Eduardo Emanoel Oall'Agnol de Souza
: ~rguI~ent~ ~ refo.rçado ao se, co~siderar. a ex~ansão do espaço de José Frederico Marques, por exemplo, em seu Tratado de Direi-
lçao plObatona do JUIZ para o amblto das mvestlgações preliminares, Processual Penal, ao tratar dos poderes instrutórios conferidos aos
l a Lei 11.690/08.
através do CPP de 1941, faz comentário dctalhado do artigo 156 e
Antes de tratar dos problemas que envolvem esse mecanismo Illllicnta que ele trata de poderes ordinatórios instrutórios do juiz, visto
:essual nos crimes contra a ordem econômica, cabe definir se há um que tem repcrcussão apenas no curso do processo e que tem por objetivo
tuto .pol.ítico dominante na prática processual penal brasileira que realizar diligências necessárias à descoberta da verdade2x, Esse artigo do
a da IdeHlde que a verdade deve ser buscada. Na doutrina há tendên- t~ódigo apresenta, também, na obra de Frederico Marques, relação com
de ,s~ estabelecer uma orientação geral sobre as razões que tomam poderes ordinatórios de disciplina, que se referem à determinação de dili-
;s~a~l~a busca da verdade, à exceção dos autores críticos em relação à ,ências que visam "ordenar e inspecionar a atividade das partes, oes1i11111-
IU,lb.lhdadedesse projeto, ou seja, dos autores que negam o estatuto fUI/do-a. quando deficiente, e reprimindo-a quando excessiva"-'1, Esse
IIOg1cOque coloca a verdade no centro do processo penal. Destes uulor salienta a ligação da redação do art. 156 com poderes ordinatórios
res esta análise se ocupará no próximo ponto. de impulsão, que são atribuídos em função do dever do juiz de conduzir o
De todo modo, na maior parte dos textos dos juristas que se de- processo até que atinja suas finalidades, com economia de tempo e res-
am sobre o assunto, a formulação que autoriza poderes instrutórios pdto aos interesses das partes'O, Não obstante p,erce~a-se no texto de
; ser sintetizada na seguinte asserção de Jorge Moras Mom: "(1 110//1- Frcderico Marques um objelivo de comentar as dISpOSIções do texto do
mesma da matéria própria do processo penal arrasta consigo per- Código de Processo Penal, no trecho analisado acima pode-se perceber
'enlemente a ordem pública, extremo pelo qual a açcio que promove, l1ueos comentários funcionam como simples contirmação do texto da lei:
il!"sÜ~I:~le ~on~':uié'plÍ/~f~cae ? /orna ~o.là/o inves/igado) necessário,' n ele não se opõem e, pelo contrário, confirmam-no implicitamente, atra-
.ga/O/to e mduipomver ,AssnTI, considera-se que a verdade tem uma vés do uso de uma classificação dos tipos de atos que têm repercussão
prtância transcendental na investigação, ou seja, não pode ser uma interna ao processo,
ade ad hoc o,u uma "verdade fictícia", construida apenas através do Caso semelhante é o de Hélio Tomaghi, que, em sua obra Curso
6
do das partes- , Além disso, equivale à, formulação de Ada Pellegrini de Processo Penal, anuncia que a finalidade principal da prova no proces-
over, quando ela afirma que o "poder-dever do juiz de esclarec;r os so é de "formar a convicção do juiz", "no concernente aos .fàtos tal qual
:,aproximando-se do maior grau possível (Te certeza" tem por missão eles se passaram", visto que ela seria uma reconstrução históriea·1l, Para
f/icar com jus/iça, E isso somente acontecerá se o provimento juris- isso, afirma o autor, "o juiz procura colher a prova de tudo quanto possa
inalfin;, o resultado da incidência da norma sobre/àtos e/etil'amente levar a conhecer os .fátos reais. verdadeiros"'}, E alega que o papel do
ridos"-', As posições de Tourinho Filho e Greco Filho, acima expos- magistrado no exercício dessa atividade não se restringe apenas a conlrolar
;omam-se a esses entendimentos quando situam a busca da verdade as alegações do acusador e do acusado 11" I sso mostra que entre Junstas
" de
) balizadora do interesse público manifestei na investigação criminal, inclinações nitidamente democráticas o modo de fundamentar o espaço de
deve tratar de dois extremos: a liberdade do acusado e a repressão iniciativa instnttória dos magistrados nào guarda uma grande dissociação
31 c?mo n,ec~ssidade da sociedade, Além deles, outros processualis- do modo como a questão foi tratada na Exposição de Motivos do CPP.
, enals brasileIros consagrados aproximam-se dessa fonnulação. Assim, é possível formular uma ('slmtllra geral do discurso pro-
dl----
il'adu~';io Iivl\~d~ ""/111I11"'''''':11 lIIisltla d: It~maleria propia dei proceso penal arras-
cessual penal a respeito do cspa<;o de inicialiva probatória do juiz que
I /.'/lns/.I:/I ",'/''''//11,'//1,'/111'111"", /lr~/en fJllhllCO, exlremo por el eualla aeción que 10 2H MARQUES, José Fredcri'll. Tralllllll lh' din'illI 1"'lIl'l'ssual penal. I. cd, São Paulo:
.j /,11I/1,.'".'", /Inl''''"/ r, (0//1 '//1'1' "'JII"'~ca y I~)100:,~acnnecesario, ohl(gl/Iorio c im/is- Saraiva. 19XO, p. 21 X.
,1/1"" 11\101\1,111111" 1< 1\,1111'1'. La InvestlgaclOn em el proceso penal: técnica dei 2Q MARQUES, José Frc<icríl'll Iral'lIl" lh' e1in'll" 11I'lIl'I'\S11111penaL .. cit., p. 220,
: "IIt>IIfIIlI'I1I11 11t1(~I1,j, 1\l1ô. ;\hclcdo-Pcrrot, 1998. p, 54,)
30 MARQUES, 19RO. p. 221.
i 111\1,'''111,1' f( 1\1011" IlIln\l'\Ii~ación em el proceso penal.... cil., p. 54. 31 TORNAGHI. Hélio. ("ur'lI e11'111'"'1'"'' 1"'11111I •.•1. S;lll Paulo: Saraiva. 19S0,
1IN( IV I 1<,i\dil l'dkll'lll1, !I il1iciativa instrulória do juiz no processo penal aeusa- p, 270-271.
'" 1("'1_ ••• Ih'lullrll'll di' ('iêllcias Criminais, São Paulo: Revista dos Tribunais, 32 TORNAGHI, Hélio. ('ur'lI tio, (111111'.\11 1"'11111 ,1/ I' ,., I
} I P ! I I'), luli.," I 'l'N, p. 74,
33 TORJ\!lGI-Il, Hélio. ("un" di' 111'"'1'\\111"'11111 ,,/ I' "'1 I
Eduardo Emanoel Dall'Agnol de Souza
Promotor de Justiça, Doutor e M~slre l'm Direito das Relações Sociais (UFPR). Pro-
fessor de Direito Penal Econômico do Programa de Mestrado em Direito Empresarial
e Cidadania do Unicuritiba. Professor til' Ilirl'ilo Penal do Unicuritiba, Fempar, Esmac,
Cejur c LFG. Atualmente ('oordena a I'os,( iradllação em Oireito Criminal c Processo
Penal do Unicuritiba.
Luiz Antonio Câmara
.e José AuguslO Delgado Fábio André Guaragni
3aHi Jose Renato Gaziero Cella
Coordenadores
iularte Liberalo José Renato Martins
os Efing Luis Alexandre Carta Winler
) Luiz Anlonio Câmara
a Barbosa Marcos Wachowicz
cchi Gomes Me~ssa Folmann
cioly Néfi Cordeiro
lrlos Duarte Paulo Gomes Pimenlel Júnior
:. S. de Meio Bandeira Paulo Nalin
)Iedo Coelho Gonçalves Rainer Czajkowski
Roberto Calalano Bolelho Ferraz
_ee
s
Vilhelm Berwanger
Roland Hasson
Silma Mendes Berti
Vladimir Passos de Freilas
CRIMES CONTRA A 1\
Savaris
ORDEM ECONOMICA
I
'1111