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"A LINGUAGEM do professor de Adolescentes!

"

A linguagem de quem lida com os adolescentes!!!


A comunicação não é regida por normas fixas e imutáveis. Sabemos que é capaz de transformações
através do tempo. Se compararmos textos de tempos decorridos e atuais, veremos grandes
mudanças de estilo e expressões.
Exatamente porque a língua não é estática, morta, mas viva e está intrinsecamente ligada à
interação social. As pessoas se comunicam e isso pode ocorrer de formas diferentes,
considerando fatores como: época, faixa etária, região geográfica, ambiente, status social
e cultural dos falantes etc.
Sem adentrarmos nos pormenores sobre a linguagem, gostaria apenas de destacar algumas falas
relacionadas, assim como seu significado conforme o dicionário, vejamos:
Para Saussure¹ “a linguagem tem um lado individual e um lado social, sendo impossível
conceber um sem o outro.” Para ele, “a cada instante, a linguagem implica, ao mesmo tempo,
um sistema estabelecido e uma evolução”.
Na definição do Houaiss², linguagem é o conjunto das palavras e dos métodos de combiná-las
usado e compreendido por uma comunidade (...) é um meio sistemático de expressão de ideias,
sentimentos ou uso de marcas, sinais ou gestos convencionados. Linguajar.
Para que haja comunicação, não basta apenas que o emissor utilize o mesmo código do receptor,
mas também, atender ao seu repertório. Dileta e Lúbia³ definem repertório como o conjunto
vocabular de que se serve cada falante para expressar-se. Deduz-se assim facilmente que o
repertório vai variar muito de indivíduo para indivíduo, de grupo para grupo, de região para
região.
Pois bem, partindo dessa breve introdução, o objetivo aqui é observarmos o que diz a Bíblia
sobre a linguagem, quais referências a Palavra de Deus nos traz e como essas referências são
importantes na vida daqueles que lidam com os adolescentes. Lembrando que a Bíblia é imutável
e os princípios e natureza de Deus nunca serão relativizados ou negociáveis. O que Deus é e
sempre foi, continuará sendo (Hb 13:8).
Sabemos que entre os adolescentes existem várias expressões que lhes são comuns, até como
busca de referência que vivem, há mais facilidade de absolver diversas formas de se expressar,
uma espécie de “repertório teen”, na verdade, uma variação que abrange pronúncia, vocabulário
e gramática, dependendo do grupo com o qual se relaciona, a influência familiar, a região
em que vive etc.
A questão é:
“Falar a linguagem adolescente é falar igual ao adolescente ou falar de modo que o adolescente
compreenda em seu repertório?”
Como líder, ou professor, ou pastor dos adolescentes, somos referência da Palavra de Deus
em nossa linguagem? Considerando as mudanças e variações conforme citamos acima, no que
pertine ao cristão, existe um padrão a ser observado ou nos adequamos/conformamos também às
mesmas variações que os demais?
Não estamos destacando aqui o aspecto formal da palavra, nem tão pouco o de referência à
gramatica padrão, mas a linguagem segundo a Palavra de Deus, afinal de contas, ela é nossa
referência da vontade de Deus para seus filhos.
Embora mude o mundo, o que não muda na linguagem conforme a Bíblia?
Vejamos então algumas referências sobre linguagem:
- Profere sabedoria e fala do que é reto (Sl 37:30)
Aquilo que falamos aos adolescentes influencia para sabedoria e retidão? Ou para que
permaneçam como estão?
- Há domínio em suas palavras, nelas demonstram entendimento e serenidade (Pv 17:27; Tg 1:2)
Demonstramos controle nas expressões, elas demonstram amadurecimento diante das
situações?
- Suas palavras são confiáveis: é Sim ou é Não! ( Mt 5:37)
Falamos aos adolescentes de modo que gera insegurança, imprevisibilidade? Prometemos e não
cumprimos? Dizemos uma coisa e depois outra? Falamos por falar ou falamos sabendo o que
estamos dizendo?
- São palavras agradáveis que são ditas de maneira oportuna, palavras que dão gosto! (Cl
4:6)
Os adolescentes gostam de ouvir você falar? Gostam de conversar com você? Eles se sentem
edificados e atraídos pelo que você diz? Você altera sua voz e muda suas expressões
radicalmente dependendo do lugar ou situação em que estiver com os adolescentes – na igreja,
nos acampamentos, nos encontros de grupos etc. Seu modo de falar depende do lugar e da
circunstância ou de seu humor? Quando você vai falar só para os adolescentes você se
transforma completamente conforme seu conceito de adolescente?
- Palavras que conservam um modelo são. (II Tm 1:13; I Tm 4:12)
Suas palavras conservam algum modelo ou padrão? De que/quem? Você absorve com facilidade
expressões usadas em programas de TV, filmes, músicas, mídia em geral e transmite isso aos
adolescentes em sua fala? Você reproduz o que os adolescentes falam entre si?
- Linguagem sã e irrepreensível (Tt 2:8)
Certo adolescente comentava sobre um acampamento que tiveram, e numa partida de futebol
se surpreendeu com os palavrões do seu professor, depois disso, estranhou mais ainda nas
conversas descontraídas, as piadas que eram contadas por ele...Até que ponto chega a sua
descontração?
- refletem o tesouro do seu coração (Mt 12:34-37)
O que guardamos em nosso coração pode ser compartilhado de modo que edifique os outros?
Há contraídos que são liberados na descontração com o grupo?!
- Não fala enganosamente... (Sl 34:13)
O que falamos a respeito dos outros? Desabafamos mágoas da equipe com os adolescentes?
- Sua voz é inconfundível como de um pastor para com as suas ovelhas (Jo 10:4)
Os adolescentes ouvem e seguem o que você ensina? Eles sentem segurança naquilo que se
ensina e se demonstra e vive? Você os influencia (e eles seguem à sua voz...)?
Reflita sobre essas referências e aponte como deve ser a linguagem daquele que lida com
adolescentes. Até que ponto um professor de adolescentes deve usar as expressões que os
adolescentes usam? E aquelas usadas pelos programas na mídia? E, voltando à nossa questão
inicial: O que é falar a linguagem adolescente com os adolescentes?
Sabemos que o repertório na adolescência varia inevitavelmente e conhecemos os fatores que
envolvem isso, fatores esses tanto positivos quanto negativos, no entanto, mesmo diante de
tantas influências pelas quais passa o adolescente, qual a sua influência como professor
quanto à linguagem? Sua influência faz os adolescentes refletirem sobre o repertório deles?
Você desperta a consciência cristã crítica do adolescente para que ele aprenda a selecionar
seu repertório e não apenas a usar os dos outros?
Então,
Nem extremamente formais...
Nem extremamente coloquiais...
Nem completamente jargões evangélicos...
Nem estritamente grupal...ou “tribal”...
Nem particularmente técnica...
Nem...
Ehhh, como achar o equilíbrio em nosso repertório como professores de modo que os
adolescentes nos compreendam e venhamos interagir com o repertório deles? COMUNICAÇÂO!
Pensemos nisso...
“Sê exemplo dos fiéis, na palavra...(I Tm 4:12a)

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