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INTRODUÇÃO À

GESTÃO DO
AGRONEGÓCIO

Maria Flávia Tavares


Direcionadores e desafios
do agronegócio
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar os principais direcionadores e as tendências do agronegócio


brasileiro e mundial.
„„ Refletir como os direcionadores do agronegócio influenciam as cadeias
produtivas.
„„ Discutir os principais desafios do agronegócio brasileiro.

Introdução
Neste texto, você conhecerá em detalhes os desafios do agronegócio
e suas possibilidades futuras. Você vai conhecer os direcionadores do
agronegócio, analisando as tendências para poder adaptá-las à realidade.
É preciso conhecer as inovações tecnológicas e abrir mão das técnicas
defasadas e obsoletas. Adaptações são necessárias, pois tudo ocorre em
uma velocidade muito grande.

Direcionadores e tendências do agronegócio


brasileiro e mundial
O agronegócio está em constante transformação. Muitas tecnologias vêm sur-
gindo, outras vão ficando para trás. Nolan (PWC, 2012) elencou os principais
direcionadores do agronegócio mundial:

„„ crescimento da população;
„„ crescimento da urbanização;
„„ crescimento e melhoria da distribuição da renda;
„„ mudanças no padrão de consumo;
2 Direcionadores e desafios do agronegócio

„„ bioenergia;
„„ sustentabilidade e segurança alimentar;
„„ biotecnologia;
„„ volatilidade dos preços.

Entre os direcionadores já conhecidos na literatura e que poderão causar


grandes impacto no sistema agroalimentar destacam-se três: o aumento po-
pulacional, a crescente urbanização e a expansão da renda per capita.
A população mundial passará dos atuais 7,6 bilhões para mais de 8,6 bilhões
até 2030. De acordo com alguns estudos, boa parte do aumento populacional
ocorrerá nos países em desenvolvimento. O Brasil terá um crescimento da
sua população até 2042, e a partir desse ano se estima que a população deva
atingir o chamado crescimento zero, e serão registradas taxas de crescimento
negativas. Neste cenário a população brasileira é estimada em um total de 226
milhões de habitantes em 2050 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA
E ESTATÍSTICA, 2013; GUEDES; CAMPOS; TORRES, 2014).
Nas cidades, a população passará dos atuais 50% da população total para
quase 70% em 2050 (GUEDES; CAMPOS; TORRES, 2014). O aumento da
urbanização afetará significativamente a demanda futura de produtos agrícolas
e agroenergéticos.
De acordo com Guedes, Campos e Torres (2014) o Censo Populacional do
IBGE de 2010 apontou que 86% da população de cerca de quase 200 milhões de
brasileiros vive nas cidades. Em 2030 esse volume chegará a 90%, e a 94% em
2050 (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2013).
O agronegócio também será influenciado por direcionadores de natureza
econômica, como o aumento da renda per capita, principalmente em países
emergentes (GUEDES; CAMPOS; TORRES, 2014). Estudos mostram mu-
danças significativas, com expansão do consumo de carnes, frutas e vegetais
e, em menor quantidade, de alimentos básicos.
O aumento da renda per capita também levará a um aumento da demanda por
produtos de maior qualidade, alimentos pré-cozidos e processados (GUEDES;
CAMPOS; TORRES, 2014).
No lado da oferta, os direcionadores que mais se destacam são a tendência
de redução da disponibilidade dos recursos água e terra agricultável; os avanços
da ciência, da tecnologia e da inovação agropecuária também nas áreas de
tecnologia da informação e da comunicação. Isso deverá ainda ser agravado
por outros fatores, nos próximos anos, como: mudanças climáticas, degradação
dos solos, crescente urbanização, uso industrial da água e utilização da terra
para a produção de biocombustíveis (GUEDES: CAMPOS; TORRES, 2014).
Direcionadores e desafios do agronegócio 3

A influência sobre as cadeias produtivas: o


desafio do agronegócio brasileiro

Crescimento da população
Até 2050 a população crescerá de 7 bilhões para 9 bilhões de habitantes. Até
lá, deve dobrar o volume produzido de alimentos, ração e fibras. Além de
produzir alimentos, as lavouras serão utilizadas para bioenergia e outros fins
industriais. Nos próximos anos os desafios da agricultura estão relacionados
com o fato de que na maior parte das regiões do mundo menos pessoas viverão
da agricultura, e menos ainda serão agricultores (Tavares e Haberli, 2011,
documento on-line).
Segundo a Organização das Nações Unidas (2013), o aumento da expectativa
de vida e o avanço da biomedicina levará a um aumento da população mundial.
Esse aumento agravará o problema da fome, e a desigualdade de renda trará
grandes consequências, pois o grupo da população mais rica cresce menos
que o grupo da população mais pobre. A produção global de grãos precisará
crescer cerca de 70% nesse período.
Mas, então como resolver isso: como produzir mais de maneira sustentável,
considerando que os recursos naturais, como água e terra, são escassos? É
preciso também considerar que estão ocorrendo mudanças climáticas, e cada
vez mais é necessário agregar produtividade ao agronegócio e produzir muito
mais alimentos sem destruir o que resta do patrimônio natural.
O agronegócio precisará investir cada vez mais em tecnologia e inova-
ção. Nas últimas quatro décadas, a incorporação de novas técnicas agrícolas
provocou um verdadeiro salto de eficiência no setor. Até os anos 1970, a
produtividade média da soja era de menos de 2 toneladas por hectare; hoje,
chega a 4,7 toneladas. “Se não fossem os fertilizantes, 40% da população
mundial estaria passando fome.” (MARZOLA FILHO, 2013).
Segundo Marzola Filho (2013), “[...] de 1990 até 2013, o Brasil expandiu
a área das lavouras em 37%; já a produtividade agrícola saltou 212%. Nesse
mesmo período, a produção de carne de frango aumentou 475% e a de suínos,
250% [...]”. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(Estadão (2017, documento on-line) no período de 2006 a 2010, o rendimento
da agropecuária aumentou 4,28% ao ano no Brasil. O país foi seguido por
China (3,25%), Chile (3,08%), Japão (2,86%), Argentina (2,7%), Indonésia
(2,62%), Estados Unidos (1,93%) e México (1,46%). O Quadro 1 apresenta a
comparação entre a produtividade brasileira do café, soja, carne bovina, carne
de frango, açúcar e milho, no período de 1996 a 2105.
4 Direcionadores e desafios do agronegócio

Quadro 1. Brasil: comparação entre a produtividade de commodities agrícolas no período


de 1996 a 2015.

Produto Produção em Produção em % aumento


1996 (milhões 2015 (milhões 2015-1996
de ton.) de ton.)

Açúcar 13,6 37 172

Café 1,3 2,6 100

Soja 21,5 95,6 344

Carne bovina 207 310 50

Carne de frango 54,6 107 96

Milho 22,6 76,2 200

Fonte: adaptado de MAPA (2017).

De acordo com o Ministério do Agricultura, Pecuária e Abastecimento,


o crescimento foi possibilitado pelo desenvolvimento de três tecnologias
essenciais pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)
(BRASIL, 2017):

„„ viabilização da segunda safra de verão (safrinha);


„„ resistência genética às principais doenças;
„„ plantio direto na palha.

O aumento da produtividade agrícola é a forma encontrada para suprir as


necessidades crescentes de alimentos em todo o mundo. No período de 1975
a 2015, a taxa média de crescimento da produtividade agropecuária no Brasil
foi de 3,58% (BRASIL, 2017).

Deslocamento do poder econômico global


A previsão do crescimento do Produto Interno Bruto das sete economias
emergentes para 2050 (E7: Brasil, China, Rússia, Índia, Indonésia, México e
Turquia), atingirá o dobro do valor do crescimento dos países do G7 (Estados
Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido) (PWC, 2012).
Direcionadores e desafios do agronegócio 5

A Índia será uma das potências mundiais em 2050 (Figura 1), com crescimento
superior ao China, Brasil e Rússia.

9%
8%
7%
6%
5%
4%
3%
2%
1%
0%
2005

2010

2015

2020

2025

2030

2035

2040

2045

2050

Brasil Índia
China Rússia

Figura 1. Potencial de crescimento da Índia em relação aos outros países


dos BRICs.
Fonte: Almeida (2009).

O poder econômico desses países exigirá investimentos dos respectivos


governos, para serem capazes de alimentar e nutrir seus cidadãos (PWC,
2012). Países que não produzem o suficiente em seus mercados, e precisam
importar para atender suas populações, vão buscar investimentos nos países
produtores para fazer parte da cadeia de valor alimentar.
Índia e Brasil compartilham estratégias de desenvolvimento muito similares:
política de substituição de importações (SI) (1950-80) e liberalização a partir
dos anos 1990. Na Índia, a responsabilidade fiscal facilitou a mudança de
estratégia (inflação, juros) a intervenção do Estado foi mais ampla e duradoura,
e encontrou novas oportunidades de crescimento (serviços de tecnologia da
informação) (ALMEIDA, 2009).
6 Direcionadores e desafios do agronegócio

O legado da substituição das importações garantiu uma massa crítica de


capital humano, tanto no país como no exterior; e o país teve um crescimento
sem mistérios: elevadas taxas de investimento e poupança aliadas a um rápido
crescimento da produtividade (ALMEIDA, 2009).
Em relação ao agronegócio, a Índia tem como meta aumentar as exporta-
ções de produtos agrícolas e também controlar as importações, permitindo
a entrada de produtos não produzidos no país. O país é escasso em recursos
hídricos, e o que possui de solo fértil não é suficiente para produzir alimentos
(AGROANALYSIS, 2008).
A sua produção agrícola é baseada em produtos de subsistência, os lotes
de terras são distribuídos pelo governo, e não podem ser vendidos ou arren-
dados. Máquinas defasadas são usadas no o plantio e na colheita de produtos
destinados à alimentação do dia a dia (AGROANALYSIS, 2008).
O governo indiano está preocupado com o aumento da renda da popula-
ção, que passará a demandar mais alimentos. Para enfrentar este cenário o
Ministério da Agricultura da Índia concederá mais subsídios para a compra
de insumos agrícolas, como sementes, irrigação, plantio. Também incentivará
a adoção de tecnologia por parte do produtor, com o objetivo de aumentar
a produtividade, e continuará implementando o sistema de preços mínimos.
Na cesta de produtos protegidos pelo preço mínimo estão os cereais para
alimentação, feijão, açúcar e algodão (AGROANALYSIS, 2008).
Devido às questões religiosas, a carne de vaca não é consumida pela po-
pulação indiana, mas a produção de carne de búfalo vem crescendo, sendo
que cerca de um quarto de toda a produção é exportada. Os indianos também
consomem carne de frango e peixes, mas os especialistas já preveem que no
futuro a carne de vaca também será consumida, pois a nova geração não está
seguindo os preceitos religiosos (AGROANALYSIS, 2008).

Urbanização acelerada
De acordo com a Organização das Nações Unidas (2013), mais de 50% da
população mundial vivem em áreas urbanas, e estima-se que ocorra um au-
mento para 66%, em 2050. Segundo as estimativas, a urbanização associada
ao crescimento da população mundial poderá deslocar mais de 2,5 bilhões
de pessoas para as cidades, concentrando um crescimento de cerca de 90%
concentrados na Ásia e África.
Segundo esse mesmo relatório da Organização das Nações Unidas (2013),
em 2030 cerca de 9% da população mundial viverão em megacidades (áreas
Direcionadores e desafios do agronegócio 7

urbanas com 10 milhões de habitantes ou mais) localizadas nos continentes


asiático, africano e também na América. No caso do Brasil, haverá duas
megacidades, São Paulo e Rio de Janeiro, que concentrarão quase 38 milhões
de pessoas. Na China, 300 milhões de pessoas se mudarão para as cidades
e serão necessárias modernas técnicas de produção agrícola, e também de
logística para conseguir atender a população urbana (NATIONAL BUREAU
OF STATISTICS OF CHINA, 2015).

Desinteresse do jovem em permanecer no campo

Segundo uma pesquisa realizada por Ferrari et al. (2004), os jovens que mo-
ram na zona rural não consideram a profissão de agricultor quando pensam
em seus projetos de vida. As mulheres buscam trabalho fora da agricultura e
querem encontrar na cidade a sua realização profissional (FERRARI et al.,
2004). Este é um grande problema para o agronegócio, em escala mundial,
e, no caso do Brasil, existe uma preocupação das cooperativas de produtores
rurais em promover cursos de qualificação, que estimulem a permanência
destes jovens no campo.

Biotecnologia
Segundo Nolan (PWC, 2012), para alimentar uma população mundial de 8,3
bilhões de pessoas, serão necessários 50% mais energia, 40% mais água e 35%
mais alimentos. Para resolver este dilema causado pela escassez de recursos, as
tecnologias agrícolas deverão ser capazes de proporcionar mais produção com
menos recursos. O melhoramento genético de sementes seria uma alternativa,
mas um dos desafios do agronegócio hoje é a aceitação dessas inovações. Há
uma contínua resistência em relação às sementes transgênicas.

Sementes geneticamente modificadas (GM)

Hoje os transgênicos, ou as sementes geneticamente modificadas, são ferra-


menta fundamental para a agricultura de commodities brasileira e mundial.
De acordo com Paolinelli (2014), a pesquisa e o desenvolvimento de novas
variedades GM mostram que novas culturas também podem se beneficiar
dessa tecnologia, como a cana-de-açúcar, frutas cítricas.
8 Direcionadores e desafios do agronegócio

A Embrapa desenvolveu um feijão transgênico resistente a uma praga que


assola a produção dessa leguminosa em muitas regiões do mundo. No Brasil, a
produção de feijão é caracterizada por significativa participação da agricultura
familiar. Com esta semente à disposição, o produtor vai lançar mão de uma
tecnologia de ponta para resolver questões agronômicas.

Urban Farm

A urbanização vai acelerar o crescimento da agricultura nas cidades (urban


farm), mas também precisa melhorar os sistemas de distribuição de alimentos.
Este novo sistema de produção necessitará de um número menor de trabalha-
dores, e estas fazendas verticais utilizarão 95% menos água e produzirão 75
vezes mais, que o modelo tradicional de produção.
A Figura 2 mostra um projeto em Nova Jersey (EUA), que terá uma área
de 6.500 m² e 9 metros de altura, e produzirá 900 toneladas de alface, rúcula,
couve e outras verduras, por ano.

Figura 2. Fazenda vertical nos EUA.


Fonte: Misra (2016).

Esses métodos inovadores de produção reduzirão custos e criarão recursos


mais sustentáveis; a biotecnologia fará parte do cotidiano das propriedades
rurais.
Direcionadores e desafios do agronegócio 9

Dentro desse mesmo conceito de inovação no agronegócio, observe o


exemplo de embalagens inteligentes para vegetais (Figura 3), resultado de um
estudo feito pela empresa de inteligência de mercado empresa Smithers Pira.

Figura 3. Embalagens inteligentes para alimentos.


Fonte: Smithers Pira (2017).

A embalagem ativa é uma extensão da função de proteção de uma em-


balagem e é comumente usada para proteger contra oxigênio e umidade. Na
embalagem inteligente, além da função de comunicação das embalagens
tradicionais, ela informa o consumidor sobre mudanças externas ou internas
no ambiente do produto e sobre seu próprio status.
Segundo o relatório apresentado pela empresa Smithers Pira (2017), o valor
global do mercado de embalagens ativas deve crescer até 2021 a uma taxa anual
de 4,9%, para 5,6 bilhões de dólares, enquanto que as embalagens inteligentes
deverão crescer 18% ao ano, para quase 2 bilhões de dólares. A embalagem
inteligente é um mercado dinâmico e com alto potencial de crescimento, pois
está relacionada com desenvolvimentos em impressos eletrônicos, computação
em nuvem e internet de coisas.
A crescente preocupação do consumidor em relação ao desperdício de
alimentos e à segurança alimentar está sendo atendida por componentes ativos
e inteligentes. A tecnologia ativa permite duplicar a vida útil efetiva de muitos
produtos perecíveis, enquanto os pacotes inteligentes oferecem sinais claros
sobre a condição do produto (SMITHERS PIRA, 2017).
10 Direcionadores e desafios do agronegócio

O consumidor está preocupado com a origem e a qualidade dos alimentos


e dos produtos, além de se preocupar em conhecer a postura das empresas
em relação à responsabilidade social e ambiental (BRASIL FOOD TRENDS
2020, 2017).

Empreendedorismo e inovação
Schumpeter (1942) escreveu que “[...] empreendedorismo é também a capa-
cidade de agir sobre a oportunidade que a inovação e as descobertas criam
[...]” e, para este economista a inovação leva a uma evolução dos mercados.
Ele trabalhou com o conceito de destruição criativa, pois qualquer mercado
tem momentos de calmaria comparativa, quando as empresas que inovaram
e desenvolveram produtos diferenciados, conseguiram sair na frente e obter
lucros econômicos positivos.
Para Schumpeter (1942), esses períodos são classificados como choques
que destroem as velhas fontes de vantagem e as substituem por novas, e
os empresários que aproveitam essas oportunidades acabam criando lucros
durante a próxima fase de calmaria. É preciso também compreender que
toda inovação tem um ciclo particular que demanda estratégias específicas,
importantes para o seu sucesso.
A inovação só se concretizará e terá sucesso se a sua proposta for bem
estruturada, e precisa propor uma solução de um bem ou serviço demandado
pela sociedade ou o mercado. Mas, a sua implementação precisa ser viável
e deverá produzir os resultados esperados, que devem estar relacionados ao
atendimento das necessidades do cliente, mas também devem garantir um
retorno financeiro para o empreendedor.
É preciso garantir que estas condições sejam satisfeitas, pois muitas vezes
ideias altamente inovadoras fracassam quando estão na fase inicial de im-
plementação. Muitas vezes elas não produzem resultados por não conseguir
atender às necessidades reais do mercado, não possuir recursos financeiros
para investimento, por problemas no relacionamento com o cliente e também
pelo surgimento de outro produto inovador que o substituirá.
Os autores Gross e Ryan publicaram, em 1943, o The diffusion of hybrid
seed corn in two Iowa communities, trabalho em que acompanharam a compra
de sementes de milho híbrido por agricultores. Esse estudo mostrou que o
processo de adoção da tecnologia teve início com um pequeno número de
agricultores, que adotaram o milho híbrido logo após o seu lançamento. A partir
Direcionadores e desafios do agronegócio 11

desses agricultores, a inovação foi difundida para outros, sendo os vizinhos


a fonte mais influente de informações sobre esta inovação.
Quando os agricultores viram e interagiram com os agricultores que adota-
ram o milho híbrido, resolveram adotá-lo também (STEPHENSON, 2003). No
final da década de 50, Bohlen, Beal e Rogers (1957) evoluíram e propuseram o
trabalho: Validity of the concept of stages in the adoption process, que originou
a curva mostrada na Figura 4.

Adeptos
iniciais
13,5% Maioria Maioria Retardatários
Inovadores inicial tardia 16%
2,5% 34% 34%

Figura 4. Curva de adoção da tecnologia inicialmente proposta.


Fonte: Bohlen, Beal e Rogers (1957).

Segundo Bohlen, Beal e Rogers, o mercado da tecnologia crescerá até


que se atinja 100%, e neste ponto haverá uma difusão da tecnologia, que
será utilizada por todas as pessoas do grupo. Eles classificaram cinco tipos
de consumidores responsáveis pelo crescimento do mercado da tecnologia:

1. Inovadores (Innovators, Technology Enthusiasts): considerados os


primeiros clientes a adotarem uma tecnologia. Buscam emocional-
mente o produto novo e inusitado, e gostam de dominar e explorar as
funcionalidades do equipamento.
2. Adeptos Iniciais (Early Adpoters, Visionaries): querem adotar o produto
que acreditam ser oportunidade de negócio, querem obter uma vantagem
competitiva pelo pioneirismo.
3. Maioria Inicial (Pragmatists): são os pragmáticos na adoção da tecno-
logia, só utilizarão a tecnologia quando a sua utilidade for comprovada
por boas referências.
4. Maioria Tardia (Conservatives): são os clientes conservadores, tradi-
cionais e exigentes e só resolvem investir na tecnologia quando são
12 Direcionadores e desafios do agronegócio

obrigados pelas circunstâncias, e quando correm o risco de ficarem


defasados.
5. Retardatários (Laggards, Skeptics): são clientes muito mais exigentes
e críticos em relação à tecnolologia do que clientes potenciais.

Os clientes inovadores assumem um risco elevado, pois os preços iniciais


ainda são altos e a tecnologia ainda não foi testada totalmente. O modelo pro-
posto inicialmente por Ryan e Gross (1943) ficou mais conhecido da indústria
devido à alteração, proposta por Moore (2014) em seu livro Crossing the Chasm.
A empresa inovadora precisa conhecer muito o ciclo de vida do seu produto
ou serviço, pois todo produto passa por uma etapa de desenvolvimento e lan-
çamento, crescimento, maturidade, declínio e “morte”. Para cada uma destas
etapas, existe a necessidade de desenvolver estratégias que prolonguem o ciclo,
buscando sempre maximizar os resultados que ele produziu (MOORE, 2014).
O autor detectou que muitas tecnologias conseguem conquistar os inovado-
res e os adotantes iniciais, mas não conseguiam evoluir e chegar à maturidade
(fase em que os lucros são maiores) e acabavam saindo do mercado. Para esta
lacuna foi dado o nome de “abismo”. A superação do abismo é fundamental
para as empresas de inovação, pois exige a identificação das barreiras de
adoção existentes, e a definição de estratégias para que estas barreiras sejam
superadas.
Também é necessário despertar o desejo de consumo nos iniciantes. Existe
a necessidade de uma revisão das estratégias, que na maioria dos casos devem
ser adaptadas conforme a tecnologia avança e passa para o estágio seguinte
(MOORE, 2014). Para o autor, a velocidade com que a inovação cruza este
abismo é de extrema importância, pois em um ambiente tão dinâmico e com-
petitivo, se o empreendedor não encontrar o “caminho certo” para cruzá-lo,
ele acabará deixando o espaço para outra empresa.

Bioenergia
O tema biocombustível tornou-se mais relevante no século XXI. Está rela-
cionado com a produção de biocombustíveis que não causem danos ao meio
ambiente, à geração de postos de trabalho e o desenvolvimento tecnológico. O
petróleo por ser não renovável, irá ficando cada vez mais escasso e mais caro.
Direcionadores e desafios do agronegócio 13

O etanol (nome técnico do álcool etílico combustível) pode ser produzido


a partir da sacarose da cana-de-açúcar no Brasil; da sacarina da beterraba,
do amido de milho nos Estados Unidos. O etanol é fonte de energia natural,
limpa, renovável.
A demanda mundial por energia vem aumentando e o Brasil está investindo
em tecnologia, na construção de novas fábricas. Países como China e Índia,
que representam um quarto da população mundial, também estão investindo
em novas unidades de produção de etanol. De acordo com Gonzalez (2007),
ex-primeiro ministro da Espanha, a preocupação com o aquecimento global
está aumentando e é muito difícil consumir energia sem causar aumento na
temperatura, desse modo, existe a necessidade de buscar fontes energéticas que
causem impactos menores no meio ambiente e maiores para o desenvolvimento
(TAVARES, 2009a, 2009b).

Etanol de milho

O etanol, feito na maior parte do amido de milho de grãos, é o biocombustível


mais importante nos Estados Unidos, representando 94% de toda a produção de
biocombustíveis em 2012. A maior parte do restante é o biodiesel, fabricado a
partir de óleos vegetais (principalmente óleo de soja), e também são utilizadas
gorduras animais, óleos usados e graxas.
A FS Bioenergia é a primeira usina de etanol do Brasil que utiliza milho
em 100% de sua produção; a companhia foi criada para produzir etanol e
coprodutos do cereal na cidade de Lucas do Rio Verde, Mato Grosso. De
acordo com a empresa, a fábrica produzirá zero efluentes, tendo um ciclo
contínuo de água e reutilizando tudo dentro de seu ciclo fechado de produ-
ção. Isso permitirá que a FS Bioenergia reaproveite os resíduos do processo
produtivo e pós-consumo, e reduza o volume de matéria-prima consumida
(FS BIOENERGIA, 2017).
14 Direcionadores e desafios do agronegócio

Sustentabilidade e segurança alimentar


O desenvolvimento sustentável busca a eficiência econômica, mas, ao mesmo
tempo, a eficiência social e ecológica. Para que ocorra o desenvolvimento
sustentável é preciso atender aos requisitos a seguir, aprovados em encontra
da União Internacional para a Conservação da Natureza, realizado no Canadá,
em 1986 (MONTIBELLER FILHO, 2001, P.47):

„„ integrar conservação e desenvolvimento;


„„ satisfazer as necessidades básicas dos seres humanos;
„„ alcançar equidade e justiça social;
„„ promover a diversidade social e cultural;
„„ manter a integridade ecológica.

O desenvolvimento sustentável pode ser atingido com um conjunto de


políticas capazes de, simultaneamente, garantir o aumento da renda nacional,
o acesso a direitos sociais básicos (segurança econômica, o acesso a saúde e
educação) e também a redução do impacto do aumento da industrialização e
do consumo sobre o meio ambiente (ROMEIRO, 2012).

Triple bottom line

Elkington (1997) sustenta que, para buscar a sustentabilidade, uma pessoa


ou organização deve adotar como padrão de comportamento ou gestão ser
ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável – o cha-
mado triple bottom line.
O TBL tem como base os três Ps: profit (lucro), people (pessoas) e planet
(planeta) e destina-se a medir o desempenho financeiro, social e ambiental
da empresa durante um período de tempo. Somente uma empresa que produz
um TBL está levando em conta o custo total envolvido em fazer negócio. A
Figura 5 representa o triple bottom line que propõe a utilização dos três círculos
sobrepostos com as dimensões econômica, ambiental e social.
Direcionadores e desafios do agronegócio 15

Performance
econômica

Sustentabilidade

Performance Performance
ambiental social

Figura 5. Triple bottom line.


Fonte: Elkington (1997).

Volatilidade dos preços


A volatilidade é a medida do risco de um mercado dos preços; é a variável
utilizada para quantificar os efeitos de risco sobre os preços dos contratos
futuros e de opções e medir o nível de oscilação de um mercado. Um mercado
calmo tem volatilidade baixa; um mercado incerto tem volatilidade alta. No
agronegócio, a volatilidade pode ser causada por fatores como a sazonalidade
da produção, descasamento entre oferta e demanda, taxa de câmbio e ação
dos fundos de hedge.
16 Direcionadores e desafios do agronegócio

A volatilidade dos mercados leva produtores e consumidores de com-


modities a fazerem hedge para poderem administrar o risco do mercado. O
mesmo ocorre com os fundos de investimentos, que são especuladores e tem
importante participação na definição dos preços internacionais (TAVARES,
2009a, 2009b).
Os fundos mais importantes são os fundos hedge e os fundos de com-
modities. Este grupo é geralmente formado por agentes à procura de uma
rápida diversificação do portfólio de aplicações financeiras. Os fundos hedge
ocupam um nicho importante, fornecem liquidez para o mercado de capitais
e assumem posições especulativas.
Esses fundos conseguem obter os retornos desejados precisamente porque
operam sem muitas das restrições financeiras que poderiam dificultar suas
complicadas estratégias. Assim como os fundos mútuos, os fundos hedge
são uma combinação de recursos investidos em instrumentos financeiros,
frequentemente empregam o recurso da alavancagem e utilizam sofisticadas
estratégias de negociação que o investidor comum não entende (TAVARES,
2009a, 2009b). Os preços mundiais da soja são formados na Bolsa de Mer-
cadorias de Chicago.
No estudo de Guedes, Campos e Torres (2014) foram enumerados uma
série de desafios para o agronegócio no Brasil (Figura 6):

„„ consolidar a inserção do Brasil na economia do conhecimento, por


meio da ciência e tecnologia e inovação, educação e capacitação em
áreas como produção agropecuária em regiões tropicais e subtropicais,
gestão de propriedades rurais, processamento de alimentos voltados às
demandas dos consumidores (GUEDES; CAMPOS; TORRES, 2014).
Também deve ser promovido o acesso à informação e às tecnologias
existentes: a internet deve ser acessível a todos, pois é uma grande
ferramenta na busca do conhecimento. Existe uma demanda por mão
de obra qualificada que precisa ser atendida;
„„ garantir viabilidade econômica, social e ambiental na produção de
alimentos de alimentos no Brasil;
„„ reduzir os custos de logística, transporte e armazenagem, com o objetivo
de garantir competitividade nos seus produtos frente aos concorrentes
internacionais, além de contribuir para a segurança alimentar e para
a qualidade dos alimentos (GUEDES; CAMPOS; TORRES, 2014);
„„ promover ambiente de negócios estável para a promoção da inovação
e do empreendedorismo nas atividades relacionadas à produção de
alimentos;
Direcionadores e desafios do agronegócio 17

„„ fortalecer a política comercial, defendendo e promovendo a qualidade


e o marketing dos produtos nacionais nos mercados consumidores
(GUEDES; CAMPOS; TORRES, 2014);
„„ promover adaptações na produção e processamento de alimentos no
Brasil, pois os hábitos de consumo vêm mudando no país e no mundo.
Há uma demanda por produtos saudáveis, convenientes e práticos
(GUEDES; CAMPOS; TORRES, 2014).

Consumo, saúde
e bem-estar

Cultura de
Promoção do
comércio
empreende-
internacional
dorismo
Sustentabilidade e
sustentação da produção
de alimentos

O papel do Brasil no
cenário global

Infraestrutura, Viabilidade
logística e ecocômica, social
e ambiental dos
tecnologia da sistemas
informação agroalimentares
CT&i,
educação e
capacitação

Figura 6. Pilares importantes para garantir a sustentabilidade e a sustentação da


produção de alimentos e o relevante papel do Brasil no cenário global.
Fonte: Guedes, Campos e Torres (2014).
18 Direcionadores e desafios do agronegócio

Há também uma demanda crescente dos consumidores por produtos que


respeitem o fair trade, com certificação de origem, com baixo impacto am-
biental, orgânicos e que busquem o bem-estar animal.
A produção de alimentos em urban farms e a busca por alimentos produ-
zidos na região, onde o produto não precisa percorrer um longo caminho para
chegar ao consumidor, também terão um crescimento. Esta é uma oportunidade
para pequenas empresas que poderão oferecer um produto valorizado pelos
consumidores (GUEDES; CAMPOS; TORRES, 2014).

Entre os fatores que influenciam os preços das commodities estão os relacionados à


oferta e à demanda. Mas, atualmente, além desses fundamentos do mercado, é preciso
também considerar a atuação dos fundos de investimentos.
Os fatores relacionados à oferta são:
„„ mudanças na produção causadas por secas, geadas, doenças;
„„ barreiras comerciais;
„„ níveis dos estoques;
„„ guerras;
„„ políticas de subsídio dos governos.
Os fatores relacionados à demanda são:
„„ os ciclos econômicos que afetam o poder de compra dos consumidores (preços
baixos estimulam a demanda);
„„ crescimento industrial.

Os derivativos podem ser uma ferramenta importante na gestão de risco


de preço das mercadorias. Fazem parte de um processo que engloba produção,
processamento, comercialização, consumo e financiamento. A produção agrí-
cola defronta-se com situações de vários tipos de riscos, os quais acrescentam
instabilidade para toda a cadeia produtiva (TAVARES, 2006).
Os mercados futuros são uma alternativa para a diminuição dos riscos de
preços, permitindo um melhor planejamento aumento de competitividade das
cadeias. As principais funções dos mercados futuros e de opções são:
Direcionadores e desafios do agronegócio 19

„„ proteção do risco de preços;


„„ sinalizador do preço futuro;
„„ alternativa de investimento.

Derivativos podem ser conceituados como contratos com valores e caracte-


rísticas de negociação que estão vinculadas aos ativos usados como referência.
São ativos financeiros cujo valor depende dos valores de outras variáveis básicas;
ou seja, o preço do ativo é derivado de outro (TAVARES, 2006).
No mercado financeiro, a expressão derivativos é empregada para designar
os contratos futuros, a termo, de opções e swaps. Os contratos futuros e de
opções são negociados em bolsas, mas os contratos a termo, swaps e diversos
tipos de opções são negociados de maneira legal fora das bolsas, em mercados
conhecidos como de balcão.
Swaps são acordos entre as partes negociantes visando à troca de fluxos de
caixas futuros na mesma moeda ou em moedas diferentes, e geralmente este
tipo de negociação ocorre a médio prazo.

BRICs
Origem do nome:
Buscava apresentar a ideia de novos fundamentos – bricks (tijolos) da futura economia
mundial em meados do século XXI.
O que diz o estudo dos BRICs?
Nos próximos 50 anos, as economias do Brasil, Rússia, Índia e China podem tornar-se
uma força importante na economia mundial. O estudo mapeia o crescimento do PIB,
da renda per capita e os movimentos monetários dos BRICs até 2050.
Os resultados do estudo são significativos:
Se tudo der certo, em menos de 40 anos, os BRICs poderão ser, conjuntamente,
maiores do que o G6 (G7 menos Canadá). Em 2025, eles poderão totalizar mais da
metade do tamanho do G6. Do G6 atual, apenas EUA e o Japão continuarão entre as
seis maiores economias em 2050.
20 Direcionadores e desafios do agronegócio

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