Você está na página 1de 12

CONTINÊNCIA: FORO POR O entendimento deve ser - CRIME COMETIDO DEPOIS DO

CONEXÃO: aplicado aos processos em


UM ÚNICO FATO PRERROGATIVA DE EXERCÍCIO DA FUNÇÃO: NÃO há
SEMPRE 2 ou mais curso, ficando
DELITIVO, praticado FUNÇÃO APÓS prerrogativa de foro, sob pena de
FATOS. resguardados os atos e as
por duas ou mais TERMINO DA decisões do STF – e dos privilégio especial. Prerrogativa da
pessoas ou UMA FUNÇÃO: juízes de outras instâncias função. Findo o mandato, SE processo
CONEXÃO
CONDUTA – tomados com base na NÃO TERMINOU = retornando-se ao
INTERSUBJETIVA:
HUMANA, gerando jurisprudência anterior, juiz natural.
várias pessoas e - Até 1999 – Vigorava a assentada na questão de
dois ou mais fatos
vários delitos. súm. 394, do STF: ordem no Inquérito (INQ)
delitivos.
“Cometido o crime 687 (STF. Plenário. AP - CRIME COMETIDO ANTES DO
a) Por 937 QO/RJ, Rel. Min.
durante o exercício EXERCÍCIO DA FUNÇÃO: Antes de
simultaneidade: 2 ou CONTINÊNCIA Roberto Barroso, julgado
funcional, prevalece a 2018 = foro especial. Atingia fatos
mais infrações ao SUBJETIVA: Duas em 03/05/2018.).
competência especial por Marco temporal: APÓS passados + enquanto durasse o exercício
mesmo tempo, por ou mais pessoas são
prerrogativa de função, O FINAL DA da função, com aproveitamento dos atos
várias pessoas acusadas pela mesma
ainda que o inquérito ou a INSTRUÇÃO processuais (regra da atualidade). STF
reunidas, SEM LIAME infração penal. Ex.
ação penal sejam PROCESSUAL, com a em 2018 = SÓ HÁ FORO DURANTE
SUBJETIVO ENTRE concurso eventual de publicação do despacho
iniciados após a cessação O EXERCÍCIO DO CARGO E EM
AS PESSOAS (SEM crimes. de intimação para
daquele exercício”. Em RAZÃO DELE.
CONCURSO). Ex. apresentação de
Autoria colateral. CONTINÊNCIA 1999, o STF cancelou a alegações finais, a
OBJETIVA: súmula. competência para
- CRIME COMETIDO DURANTE O
b) Por concurso Concurso Formal, processar e julgar ações
penais não será mais EXERCÍCIO DA FUNÇÃO
(concursal): 2 ou mais Aberratio ictus e
- Em 2002 – Lei 10.628 afetada em razão de o SUBSISTE APÓS O TÉRMINO DA
infrações por várias Aberratio criminis.
alterou o art. 84 do CPP agente público vir a FUNÇÃO? desde 2005, NÃO
pessoas EM
ocupar outro cargo ou PERSISTE O FORO POR
CONCURSO. → persiste o foro por
deixar o cargo que
prerrogativa de função se PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. SÓ
ocupava, qualquer que
c) Por reciprocidade: houver nexo com VIGORA O FORO ESPECIAL SE
seja o motivo.
2 ou mais infrações por exercício da função. PERSISTIR A FUNÇÃO. A regra é o
várias pessoas UMAS foro prerrogativa de função, sendo uma
CONTRA AS - A Corte Especial do STJ, proteção ao cargo e não à pessoa que o
- Em 2005 – Declaração seguindo o mesmo
OUTRAS. Rixa não é raciocínio do STF, limitou ocupa, SÓ DEVE persistir enquanto
exemplo, pois deve de inconstitucionalidade a amplitude do art. 105, I, perdurar o exercício das funções.
haver pluralidade de do art. 84 do CPP. Não há “a”, da CF/88 e decidiu
foro por prerrogativa após que: “O foro por
fatos. Ex.: Lesão prerrogativa de função
corporal recíproca. deixar a função, MESMO no caso de Governadores
QUE HAJA NEXO e Conselheiros de
ENTRE O CRIME E A Tribunais de Contas dos
CONEXÃO Estados deve ficar
OBJETIVA OU FUNÇÃO. STF modulou RESTRITO AOS
MATERIAL: os efeitos: a partir de FATOS OCORRIDOS
2005. DURANTE O
EXERCÍCIO DO
a) Teleológica CARGO E EM RAZÃO
(causa): Crime é OBS. Em 2018 o STF DESTE. Assim, o STJ é
praticado para garantir restringiu o foro por competente para julgar
os crimes praticados
EXECUÇÃO de outro prerrogativa de função pelos Governadores e
crime. Ex.: Traficante conferido aos pelos Conselheiros de
mata policial para parlamentares federais. NO Tribunais de Contas
SOMENTE SE ESTES
garantir a entrega da JULGAMENTO, O STF DELITOS TIVEREM
droga. DECIDIU QUE O FORO SIDO PRATICADOS
POR PRERROGATIVA DURANTE O
b) Consequencial: EXERCÍCIO DO
DE FUNÇÃO CARGO E EM RAZÃO
Crime é praticado para
CONFERIDO AOS DESTE”. STJ. Corte
garantir a Especial. APn 857/DF,
DEPUTADOS FEDERAIS
OCULTAÇÃO, 20/06/2018. APn 866/DF,
E SENADORES SE julgado em 20/06/2018.
IMPUNIDADE OU
APLICA APENAS:
VANTAGEM de outro
crime.
 Crimes cometidos no
CONEXÃO exercício do cargo E
INSTRUMENTAL:
prova de uma infração  Em razão das funções a
poderá influenciar ele relacionadas.
outra infração.
É LÍCITO o acesso aos Delegado que acessa Mesmo SEM autorização Em junho de 2018, o STF, Juiz não deverá aplicar a
dados armazenados em conversas do whatsapp do judicial, polícia pode por maioria, julgou prisão domiciliar se for o
celular apreendido com flagranteado sem prévia acessar conversas do procedentes as ações para caso de liberdade
base em autorização autorização judicial. Whatsapp da vítima morta, pronunciar A NÃO provisória. Apesar de ser
judicial. A obtenção do No crime em flagrante, ainda cujo celular foi entregue
conteúdo de conversas e que seja dispensável ordem pela sua esposa. RECEPÇÃO, pela ordem óbvio, é importante registrar
mensagens armazenadas em judicial para a apreensão de Não há ilegalidade na perícia constitucional, da condução que, se o juiz entender que é
aparelho de telefone celular telefone celular, as de aparelho de telefonia coercitiva para possível a concessão da
ou smartphones NÃO SE mensagens armazenadas no celular pela polícia, sem interrogatório, sob pena de liberdade provisória, neste
subordina aos ditames da Lei aparelho estão protegidas prévia autorização judicial, responsabilidade caso, não deverá manter a
nº 9.296/96. NÃO ofende o pelo sigilo telefônico, que na hipótese em que seu administrativa, civil e penal mulher em prisão domiciliar.
art. 5º, XII, da CF/88, se a compreende igualmente a proprietário - a vítima - foi
da autoridade e da Isso porque a liberdade
busca e apreensão destes transmissão, recepção ou morto, tendo o referido
aparelhos, considerando que emissão de símbolos, telefone sido entregue à invalidação das provas provisória, ainda que com a
o sigilo a que se refere esse caracteres, sinais, escritos, autoridade policial por sua obtidas por meio do ato aplicação das medidas
dispositivo constitucional é imagens, sons ou esposa. STJ (Info 617/2017). ilegal, sem prejuízo da cautelares do art. 319 do
em relação à interceptação informações de qualquer responsabilidade civil do CPP, é medida mais benéfica
propriamente dita, natureza, por meio de Estado. Consignou-se que a que a prisão domiciliar.
(comunicação de dados), e telefonia fixa ou móvel ou, Cuidado para não decisão não atinge Ex: mulher gestante é presa
não dos dados em si mesmos. ainda, por meio de sistemas confundir: Sem prévia interrogatórios realizados sob em flagrante; juiz, em vez de
Se o juiz determinou a busca de informática e telemática. autorização judicial, são
e apreensão de telefone STJ (Info 593/2016). condução coercitiva até a determinar a prisão
nulas as provas obtidas pela
celular ou smartphone do polícia por meio da extração data do julgamento, ou seja, domiciliar, entende que é
investigado, é lícito que as de dados e de conversas não devem ser decretadas possível a concessão de
autoridades tenham acesso Sem prévia autorização registradas no Whatsapp nulidades de atos praticados liberdade provisória
aos dados armazenados no judicial, são nulas as provas presentes no celular do antes do pronunciamento do cumulada com
STJ. 5ª Turma. RHC 75.800- obtidas pela polícia por suposto autor de fato tribunal. comparecimento periódico
PR, Rel. Min. Felix Fischer, meio da extração de dados e delituoso, ainda que o em juízo (art. 320 c/c 319, I,
julgado em 15/9/2016 (Info de conversas registradas no aparelho tenha sido
590) do CPP).
whatsapp presentes no apreendido no momento da
celular do suposto autor de prisão em flagrante. STJ. 5ª
fato delituoso, ainda que o Turma. RHC 67.379-RN,
aparelho tenha sido Rel. Min. Ribeiro Dantas,
apreendido no momento da julgado em 20/10/2016 (Info
prisão em flagrante. STJ 593). STJ. 6ª Turma. RHC
(Info 583/ 2016) 51.531-RO, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em
19/4/2016 (Info 583).

AUSÊNCIA NA SESSÃO DE JULGAMENTO


MP DEFENSOR RÉU

Sempre ADIA, Justificada = Se SOLTO = NÃO


Injustificado = ADIA. adia desde que
comunica PGJ ou PGR. INJUSTIFICADA intimado regularmente.
SÓ ADIA POR Se PRESO = ADIA,
UMA VEZ e salvo se requerido
nomeia defensor dispensa.
público ou dativo,
realizando-se o
julgamento na
nova data.

ADV. QUERELANTE ASSISTENTE ACUSAÇÃO

NÃO ADIA.
Julga crime doloso contra a vida e
NÃO adia o julgamento.
PEREMPÇÃO do crime de ação
privada exclusiva.

TESTEMUNHA
ARROLADA EM CARÁTER - NÃO ARROLADA EM
DE IMPRESCINDIBILIDADE CARÁTER DE
(461 DO CPP) IMPRESCINDIBILIDADE
Intimação por mandado +
imprescindibilidade + indicação
de sua localização pela parte. - RESDENTE EM OUTRA
Julgamento será ADIADO desde COMARCA, INDEPENDENTE
que a testemunha tenha sido DO CARÁTER EM QUE FOI
intimada e que não seja possível ARROLADA
sua condução coercitiva (SE NÃO
ENCONTRADA NO LOCAL
INDICADO, NÃO É ADIADO). NÃO adia o julgamento.
Ausência importa em MULTA DE 01 A 10 SALÁRIOS MINIMOS +
CRIME DE DESOBEDIÊNCIA.
CRIME

ILÍCITO: É a
contrariedade CULPÁVEL: É o
FATO TÍPICO: entre a conduta e o juízo de
ordenamento reprovabilidade que
jurídico. se faz sobre a
 Conduta;
conduta ilícita do
 Resultado;
agente.
 Nexo Causal; - EN;
 Tipicidade. - LD;
- ERD; IMPOEX
- ECDL

CRIMES OMISSIVOS

 CRIME COMISSIVO:  Participação e coautoria =


Agente faz o que a LEI PROÍBE. SIM. Tanto nos impróprios
Viola norma proibitiva. como nos próprios (Ex. Duas
pessoas, de comum acordo,
deixam de prestar acordo. Há
 CRIME OMISSIVO: Agente
liame subjetivo na omissão;
NÃO faz o que a lei manda.
paraplégico instiga outra
Viola norma mandamental.
pessoa a não prestar socorro,
responde por participação).

 OMISSÃO PRÓPRIA Nexo causal nos crimes


(próprio tipo penal) omissivos IMPROPRIOS: O
- Crime de mera conduta/ agente não é responsável por
Unisubsistente/ Dolosos ter causado o resultado
(exceção: crime de omissão de naturalístico, mas por não tê-lo
cautela do art. 13 Est. evitado.
Desarmamento)

Há um NEXO NORMATIVO
 OMISSIÃO IMPRÓPRIA: de não evitação ou
(ação que a lei transforma em impedimento entre a omissão e
crime omissivo). Omissão o resultado. DEVER
penalmente. Tipicidade JURÍDICO de impedir o
MEDIATA. Art. 13,§4º. resultado.
- Crimes materiais/
Plurisubsistesntes/
doloso, ou culposo
PUNIBILIDADE DA TENTATIVA
Teoria Subjetiva: basta Teoria Objetiva Formal: Pune a
INTENÇÃO CRIMINOSA tentativa pelo PERIGO de lesão
manifestada pelo agente ao bem jurídico. É a regra. Teoria
(VONTADE). Pune tentativa = Dualista ou realística. Pena
consumação. Teoria Monista. É diminuída.
exceção. Ex. Crime de atentado.
Teoria Objetiva-Subjetiva:
Teoria Sintomática: Considera a
tentativa é punida quando o
periculosidade do agente,
agente for capaz de abalar a
punindo a tentativa =
confiança no ordenamento
consumação.
jurídico. Vigência da norma.
INCÍCIO DOS ATOS EXECUTÓRIOS:
Teoria Subjetiva: basta intenção Teoria Objetiva Formal: atos de
manifestada pelo agente execução são aqueles que
(VONTADE). Afirma não haver representam o início da prática
transição entre atos preparatórios dos elementos do tipo, com a
e atos executórios. O que realização concreta de algum ato
interessa é o plano do autor, isto, do NÚCLEO do tipo penal.
a vontade de realizar o crime. Majoritária.
Teoria Objetivo Individual
Teoria Objetivo Material: são (Zaffaroni): início da prática do
aqueles atos que dão início a núcleo do tipo + atos
prática do núcleo do tipo + imediatamente anteriores
ATOS IMEDIATAMENTE segundo PLANO CONCRETO
ANTERIORES (de acordo com INDIVIDUAL do autor.
3º observador). É necessária a Somente se pode falar em início
presença de EFETIVO PERIGO da execução diante da presença
para o bem jurídico protegido de elementos indicadores de que
pelo tipo. o autor iniciou a realização do
seu plano.
Teoria da Hostilidade ao bem Teoria negativa: reconhece que
jurídico (Hungria): situação é impossível definir o limite entre
concreta de perigo ao bem ato preparatório e ato de
jurídico. execução, devendo isso ficar a
cargo do juiz.
Admite-se a Em compras realizadas na Considerando que é São O inadimplemento dos
RESPONSABILIZAÇÃ internet, o fato de o dever do Estado, IMPRESCRITÍVEIS encargos trabalhistas dos
O DE BUSCADORES consumidor ser penalizado
com a obrigação de arcar
imposto pelo sistema as ações de empregados do
DA INTERNET pelos normativo, manter em ressarcimento ao contratado NÃO
com multa moratória,
resultados de busca prevista no contrato com a seus presídios os erário fundadas na TRANSFERE
apresentados para fazer financeira, quando atrasa padrões mínimos de prática de ATO automaticamente ao
cessar o vínculo criado, o pagamento de suas
humanidade previstos no DOLOSO tipificado na poder público
nos seus bancos de faturas de cartão de
dados, entre dados crédito NÃO autoriza a ordenamento jurídico, é Lei de Improbidade contratante a
pessoais e os resultados imposição, por sentença de sua responsabilidade, Administrativa. STF. responsabilidade pelo
coletiva, de cláusula nos termos do art. 37, § Plenário. 2018. pagamento, seja em
que não guardam
penal ao fornecedor de
relevância para o 6º, da Constituição, a caráter solidário ou
bens móveis, nos casos de
interesse público à atraso na entrega da obrigação de ressarcir os subsidiário, nos termos
informação, seja pelo mercadoria e na demora de danos, inclusive morais, Servidor público. do art. 71, § 1º, da Lei
conteúdo eminentemente restituição do valor pago comprovadamente Revisão geral de 8.666/1993. STF/2017
privado, seja pelo quando do exercício do vencimento.
causados aos detentos Tema 246. INFO 888
decurso do tempo. direito do arrependimento.
em decorrência da falta Comportamento
STJ/2018 (Info 628).
O STJ afirmou o ou insuficiência das omissivo do chefe do
seguinte: em regra, os Executivo. (...) Esta
condições legais de
provedores de busca da Corte firmou o
encarceramento.
internet (ex: Google)
[RE 580.252, rel. p/ o entendimento de que,
NÃO têm
ac. min. Gilmar Mendes, embora reconhecida a
responsabilidade pelos
resultados de busca j. 16-2-2017, P, DJE de mora legislativa, não
apresentados. Não pode 11-9-2017, Tema 365. pode o Judiciário
obrigar a filtrar resultados deflagrar o processo
das buscas. Eles apenas legislativo, nem fixar
espelham o conteúdo que A omissão no dever prazo para que o chefe
existe na internet. legal de fiscalizar a do Poder Executivo o
Prejudicado deve atividade de faça. Além disso, esta
responsabilizar os comercialização de Turma entendeu que o
provedores de conteúdo, fogos de artifício, se comportamento
responsáveis pela dano acarretar a terceiro omissivo do chefe do
disponibilização do
em virtude dessa Poder Executivo não
conteúdo indevido na
conduta omissiva gera direito à
internet.
específica, gera a indenização por perdas e
Há, todavia,
circunstâncias responsabilização danos. STF/2010.
EXCEPCIONALÍSSIM objetiva do Estado.
AS em que é necessária a STF/2018, Info 918,
intervenção pontual do Tema 366. A omissão do poder
Poder Judiciário para público, quando lesiva
fazer cessar o vínculo aos direitos de qualquer
criado, nos bancos de É PRESCRITÍVEL a pessoa, induz à
dados dos provedores de ação de reparação de responsabilidade civil
busca, entre dados danos à Fazenda objetiva do Estado,
pessoais e resultados da Pública decorrente de desde que presentes os
busca, que não guardam ilícito civil. STF/2016, pressupostos primários
relevância para interesse
Tema 666. que lhe determinam a
público à informação,
obrigação de indenizar
seja pelo CONTEÚDO
os prejuízos que os seus
EMINENTEMENTE
PRIVADO, seja pelo agentes, nessa condição,
DECURSO DO TEMPO. hajam causado a
STJ (Info 628 /2018). terceiros. [ARE 655.277
ED, 2ª T. de 12-6-2012.]

NÃO é válida a rescisão


unilateral imotivada de
plano de saúde coletivo
empresarial por parte da
operadora em face de
microempresa com
apenas dois beneficiários.
Caso concreto = contrato
coletivo atípico que devia
receber tratamento como
contrato individual, pois a
PJ contratante é
MICROEMPRESA e são
APENAS DOIS os
beneficiários, sendo eles
hipossuficientes frente à
operadora do plano de
saúde. No contrato de
plano de saúde individual
é vedada a rescisão
unilateral, salvo por fraude
ou não-pagamento da
mensalidade. STJ/2018
(Info 621).

CALÚNIA DIFAMAÇÃO INJÚRIA CRIMES CONTRA A HONRA A retratação


Imputação FALSA de Imputação de fato Rotulação objetiva. da calúnia, feita ANTES DA SENTENÇA,
fato criminoso. ofensivo à reputação. Ofensa/ insulto. acarreta a extinção da punibilidade do
agente independente de aceitação do
Fato NÃO criminoso, ofendido. O art. 143 do CP autoriza que a
Fato criminoso e FALSO. NÃO há fato.
VERDADEIRO ou FALSO. pessoa acusada do crime de calúnia ou de
Ofende honra objetiva Ofende honra objetiva Ofende honra subjetiva difamação apresente retratação e, com
(conceito da sociedade (conceito da sociedade (conceito individual do isso, tenha extinta a punibilidade: Art.
sobre as qualidades do sobre as qualidades do ofendido sobre suas 143. O querelado que, antes da sentença,
sujeito) sujeito) qualidades)
Consumação = Consumação = se retrata cabalmente da calúnia ou da
Consumação =
conhecimento de conhecimento de difamação, fica isento de pena. Parágrafo
conhecimento da vítima.
terceiro sobre o fato. terceiro sobre o fato. único. Nos casos em que o querelado
Cabe EXCEÇÃO DA tenha praticado a calúnia ou a difamação
VERDADE (demonstrar utilizando-se de meios de comunicação, a
que o fato criminoso é retratação dar-se-á, se assim desejar o
verdadeiro), EXCETO: ofendido, pelos mesmos meios em que se
praticou a ofensa. A retratação não é ato
1) Pres. da Rep. ou Chefe bilateral, ou seja, não pressupõe
de Governo estrangeiro. aceitação da parte ofendida para surtir
Cabe exceção da seus efeitos na seara penal, porque a lei
2) Crime de ação privada verdade (demonstrar não exige isso. O Código, quando quis
SEM condenação que o fato ofensivo é condicionar o ato extintivo da
(princípio da verdadeiro) SOMENTE se NÃO cabe exceção da punibilidade à aceitação da outra parte, o
oportunidade/ somente for funcionário público e verdade. fez de forma expressa, como no caso do
ofendido tem relativo à sua função. perdão ofertado pelo querelante depois
legitimidade, logo viola Obs. Não cabe se de instaurada a ação privada. O art. 143
regra da ação penal 3º aposentado. do CP exige apenas que a retratação seja
comprovar crime) cabal, ou seja, deve ser clara, completa,
definitiva e irrestrita, sem remanescer
3) Crime de ação privada nenhuma dúvida ou ambiguidade quanto
ou ação Pública COM ao seu alcance, que é justamente o de
absolvição (se absolveu, desdizer as palavras ofensivas à honra,
não há crime). Ctza que retratando-se o ofensor do malfeito. STJ.
fato é falso/ não é crime. Corte Especial. APn 912/RJ, Rel. Min.
Excludente de ILICITUDE (art. 142, CP): Laurita Vaz, julgado em 03/03/2021 (Info
NÃO há excludente
687)
do art. 142 do CP.
1) Ofensa em juízo ou quem dá publicidade.
Obs. Advogado pode 2) Opinião desfavorável da crítica.
praticar calúnia/ 3) Conceito desfavorável do func. púb.
desacato. ou quem dá publicidade.
Causa extintiva da PUNIBILIDADE (art. 143) :
Retratação ANTES da sentença.
NÃO há retratação.
SÓ em ação privada.
Mesmo meio, se ofendido desejar.
Sujeito passivo pode ser
Sujeito Passivo pode ser Pessoa Jurídica NÃO
PJ NÃO só em crimes
PJ somente em crimes pode ser sujeito passivo
ambientais (porque
ambientais (só neles se (porque NÃO tem honra
difamar não exige que
admite a prática por PJ). subjetiva)
seja crime)
Causas de AUMENTO DE PENA 1/3:

I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro.


II - contra funcionário público, em razão de suas funções.
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência,
EXCETO no caso de injúria. (porque é elementar da injuria preconceito)
Parágrafo único - cometido mediante paga ou promessa de recompensa = pena
em dobro.
o Ação penal = REGRA – privada.
o Pública condicionada à representação = Contra FUNCION. PÚBLICO e
INJURIA PRECONCEITO.
o Pública condicionada à requisição do Min. Justiça = Contra PRES.REP. e
GOV.ESTRAG.
o Pública Incondicionada = INJURIA REAL se resultar lesão corporal.

Acórdão que confirma ou reduz a pena INJÚRIA A ausência de previsibilidade de que a FALSIDADE IDEOLÓGICA Na falsidade ideológica,
interrompe a prescrição. Nos termos do inciso IV ofensa chegue ao conhecimento da vítima afasta o termo inicial da contagem do prazo da
do artigo 117 do Código Penal, o acórdão o dolo específico do delito de injúria, tornando a prescrição da pretensão punitiva é o momento da
condenatório sempre interrompe a prescrição, conduta atípica. O delito de injúria se consuma consumação do delito (e não o momento da
inclusive quando confirmatório da sentença de 1º quando a ofensa chega ao conhecimento da eventual reiteração de seus efeitos). A falsidade
grau, seja mantendo, reduzindo ou aumentando a vítima, sendo necessário dolo específico de ideológica é crime formal e instantâneo, cujos
pena anteriormente imposta. A prescrição é, como ofender a honra subjetiva da vítima. A acusada efeitos podem se protrair no tempo. A despeito
se sabe, o perecimento da pretensão punitiva ou não tinha como saber que a vítima estava ouvindo dos efeitos que possam, ou não, gerar, a falsidade
da pretensão executória pela inércia do próprio o teor da conversa pela extensão telefônica. Como ideológica se consuma no momento em que é
Estado. No art. 117 do Código Penal, que deve ser a injúria se consuma com a ofensa à honra praticada a conduta. Diante desse contexto, o
interpretado de forma sistemática, todas as causas subjetiva de alguém, não há que se falar em dolo termo inicial da contagem do prazo da prescrição
interruptivas da prescrição demonstram, em cada específico no caso em que a vítima não era seu da pretensão punitiva é o momento da
inciso, que o Estado não está inerte. Não obstante interlocutor na conversa telefônica e, consumação do delito (e não o da eventual
a posição de parte da doutrina, o Código Penal não acidentalmente, tomou conhecimento do teor da reiteração de seus efeitos). STJ. 3ª Seção. RvCr
faz distinção entre acórdão condenatório inicial e conversa. O tipo penal em questão exige que a 5.233-DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
acórdão condenatório confirmatório da decisão. ofensa seja dirigida ao ofendido com a intenção de julgado em 13/05/2020 (Info 672)
Não há, sistematicamente, justificativa para menosprezá-lo, ofendendo-lhe a honra subjetiva.
tratamentos díspares. STJ. 5ª Turma. AgRg no STJ. 6ª Turma. REsp 1.765.673-SP, Rel. Min.
AREsp 1.668.298-SP, Rel. Min. Felix Fischer, Sebastião Reis Júnior, julgado em 26/05/2020 (Info
julgado em 12/05/2020 (Info 672). STF. Plenário. 672).
HC 176473/RR, Rel. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 27/04/2020.
CÓDIGO FLORESTAL O art. 15 da Lei nº É possível a realização de acordo com a finalidade É cabível ação de exigir contas pelo
12.651/2012, que admite o cômputo da área de de exonerar o devedor do pagamento de ALIMENTANTE contra a GENITORA GUARDIÃ do
preservação permanente no cálculo do alimentos devidos e não pagos. É irrenunciável o alimentado para obtenção de informações sobre
percentual de instituição da reserva legal do direito aos alimentos presentes e futuros (art. a destinação da pensão paga, desde que proposta
imóvel, não retroage para alcançar situações 1.707 do Código Civil). O credor pode, contudo, sem a finalidade de apurar a existência de
consolidadas antes de sua vigência. Em matéria renunciar aos alimentos pretéritos devidos e não eventual crédito. Mudança de entendimento!
ambiental, deve prevalecer o princípio tempus prestados. Isso porque a irrenunciabilidade atinge ALIMENTANTE NÃO-GUARDIÃO tem o direito de
regit actum, de forma a não se admitir a aplicação o direito, e não o seu exercício. STJ. 3ª Turma. averiguar se os valores que paga a título de pensão
das disposições do novo Código Florestal a fatos REsp 1.529.532-DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas alimentícia estão sendo realmente dirigidos ao
pretéritos, sob pena de retrocesso ambiental. STJ. Cueva, julgado em 09/06/2020 (Info 673) beneficiário e voltados ao pagamento de suas
1ª Turma. REsp 1.646.193-SP, Rel. Min. Napoleão Estupro de vulnerável, vulnerabilidade despesas e ao atendimento dos seus interesses
Nunes Maia Filho, Rel. Acd. Min. Gurgel de Faria, temporária e ação penal segundo o art. 225 do CP básicos fundamentais. Decorre do exercício pleno
julgado em 12/05/2020 (Info 673). (na época da Lei 12.015/2009) Tese defensiva = do poder familiar e tem previsão expressa no § 5º,
estupro de vulnerável (art. 217-A, § 1º, CP) art. 1.538 do CC: § 5º A guarda unilateral obriga o
ESTELIONATO A mudança na ação penal do crime somente é de ação penal pública incondicionada pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os
de estelionato, promovida pela Lei 13.964/2019, se vulnerabilidade for permanente (ex. doente interesses dos filhos, e, para possibilitar tal
retroage para alcançar os processos penais que já mental). Se vulnerabilidade for temporária (ex: supervisão, qualquer dos genitores sempre será
estavam em curso? A mudança na ação penal do decorrente de embriaguez), ação penal parte legítima para solicitar informações e/ou
crime de estelionato, promovida pela Lei nº condicionada à representação. Assim, quando o prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em
13.964/2019, retroage para alcançar os processos art. 225, parágrafo único do CP fala em “pessoa assuntos ou situações que direta ou indiretamente
penais que já estavam em curso? Mesmo que já vulnerável”, ele está se referindo à pessoa que é afetem a saúde física e psicológica e a educação de
houvesse denúncia oferecida, será necessário vulnerável (vulnerabilidade permanente) e não à seus filhos. Legítimo interesse processual em ação
intimar a vítima para que ela manifeste interesse pessoa que está vulnerável (vulnerabilidade dessa natureza é exclusivamente a finalidade
na continuidade do processo? NÃO. Posição temporária). 5ª Turma do STJ: NÃO. Lei Não faz protetiva da criança/adolescente beneficiário dos
amplamente majoritária na jurisprudência. Não distinção. 6ª Turma do STJ: SIM. Discussão existia alimentos, diante da sua possível malversação.
retroage a norma prevista no § 5º do art. 171 do ANTES da Lei nº 13.718/2018. Hoje não TODOS os Esta ação não pode buscar eventual acertamento
CP, incluída pela Lei 13.964/2019 (“Pacote crimes contra a dignidade sexual são ação pública de contas, perseguições ou picuinhas com a(o)
Anticrime”), que passou a exigir a representação incondicionada (sempre). Não há exceções! (salvo guardiã(ao), VEDADA possibilidade de apuração de
da vítima como condição de procedibilidade para a situações pretéritas à Lei 13.718/2018) créditos ou preparação de revisional, pois os
instauração de ação penal, nas hipóteses em que o alimentos são irrepetíveis. STJ. 3ª T. (Info
Ministério Público tiver oferecido a denúncia antes STJ (INFO 684/2020) Havendo pluralidade de 673/2020).
da entrada em vigor do novo diploma legal. A causas de aumento de pena e sendo apenas uma
retroatividade da representação prevista no § 5º delas empregada na terceira fase, as demais STJ (INFO 982/2020) Admite-se o uso de
do art. 171 do CP deve se restringir à FASE podem ser utilizadas nas demais etapas da informações processuais extraídas dos sítios
POLICIAL. A exigência de representação no crime dosimetria da pena. O deslocamento da eletrônicos dos tribunais, quando completas, a
de estelionato, trazida pelo Pacote Anticrime, não majorante sobejante para outra fase da fim de demonstrar a reincidência do réu. Para fins
afeta os processos que já estavam em curso dosimetria, além de não contrariar o sistema de comprovação da reincidência, é necessária
quando entrou em vigor a Lei nº 13.964/2019. trifásico, é a que melhor se coaduna com o documentação hábil que traduza o cometimento
Assim, se já havia denúncia oferecida quando princípio da individualização da pena. Ex. Camila de novo crime depois de transitar em julgado a
entrou em vigor a nova Lei, não será necessária foi condenada pela prática do crime de roubo sentença condenatória por crime anterior, mas
representação do ofendido. STJ. 5ª Turma. HC circunstanciado com o reconhecimento de três não se exige, contudo, forma específica para a
573.093-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, causas de aumento de pena (art. 157, § 2º, II, V e comprovação. Desse modo, é possível que a
julgado em 09/06/2020 (Info 674). STF. 1ª Turma. VII). O juiz pode empregar a majorante do inciso II reincidência do réu seja demonstrada com
HC 187341/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, (concurso de agentes) na terceira fase da informações processuais extraídas dos sítios
julgado em 13/10/2020 (Info 995). STF. 2ª Turma. dosimetria e utilizar as outras na primeira fase eletrônicos dos tribunais. STJ. 5ª Turma, julgado
ARE 1230095 AgR, Rel. Gilmar Mendes, julgado em como circunstâncias judiciais negativas. STJ. 3ª em 16/08/2018. STF. 1ª Turma.
24/08/2020. Seção.

MOMENTO CONSUMATIVO DO FURTO E ROUBO


Teoria da AMOTIO
= consuma quando Teoria da ABLATIO
há remoção da = consuma quando
Teoria da coisa do local onde
Teoria da consegue levar a
APPREHENSIO = se encontrava. Não
CONCRETATIO = coisa, tirando da
consuma quando o é necessário que o
consuma quando esfera patrimonial
agente segurar a bem saia da esfera
tocar coisa alheia. do proprietário
coisa alheia. patrimonial da (posse mansa e
vítima. pacífica).

Adota-se a teoria da inversão da posse (vítima perde a posse e agente a obtém). Quando
cessa a clandestinidade em relação ao bem, ainda que por pouco tempo, por ter
conseguido tirá-la do local.

STF: Não é necessário que a coisa saia da “esfera de vigilância da vítima”. Para a
consumação, exige-se apenas a inversão da posse (ainda que por breve momento). Se o
agente teve a posse do bem, o crime se consumou, ainda que haja imediata perseguição
e prisão do sujeito.

CONSUMAÇÃO = CESSAÇÃO DA CLANDESTINIDADE = ainda que por poucos minutos, o


agente não esteve sob o riso de perder a coisa subtraída, porque:
o NÃO houve perseguição absolutamente imediata ou
o Perseguição imediata se iniciou e depois se interrompeu, ainda que
momentaneamente.
 Se agente se apossa do bem, sendo imediatamente perseguido e prendido por
policiais, há crime tentado.
 Se agente é perseguido, mas consegue despistar os policiais, ainda que por pocuo
tempo, há consumação. Há pessoas procurando o agente, porém sem saber
exatamente onde ele está.
 Se o agente se apossa dos bens, mas é preso ainda no local, há crime tentado.
 Se durante a fuga, ele se desfaz do objeto ou perde (vítima não recupera bem), há
crime consumado, porque resultou prejuízo econômico à vítima.
 Excepcionalmente, há crime consumado no caso do ladrão e do bem
permanecerem no mesmo local do furto. É o caso da empregada domestica, que
furta e esconde o bem por algum tempo na casa do empregador. Desapareceu
momentaneamente a possibilidade de recuperação dos objetos.
 Quando duas pessoas cometem o furto, mas apenas uma delas consegue evadir do
local com os bens, há crime consumado para ambas. Há auxílio mútuo e a
consumação de uma se estende a outra.

Nesses crimes omissivos basta a abstenção, é suficiente a


desobediência ao dever de agir para que o delito se consume. O
resultado que eventualmente surgir dessa omissão será
irrelevante para a consumação do crime, podendo representar
somente o seu exaurimento, pois responderá pelo resultado
quem lhe deu causa, que, na hipótese, não foi o omitente

Não se confunde a consumação com o crime exaurido, pois


neste, após a consumação, outros resultados lesivos ocorrem.
Embora não seja a regra, em alguns crimes o exaurimento não
ocorre simultaneamente com a consumação. Com efeito, o
crime pode estar consumado e dele ainda não haver resultado
todo o dano que o agente previra e visara, e que a própria
tipificação proíbe. Assim, a corrupção passiva, que se consuma
com a solicitação, exaure-se com o recebimento da vantagem
indevida; o crime de extorsão mediante sequestro consuma--se com
o arrebatamento da vítima e exaure-se com o recebimento do
resgate etc. No entanto, o iter criminis, que veremos logo a
seguir, encerra-se com a consumação, que, nem sempre,
repetindo, coincide com o exaurimento.

iter criminis e compõe-se de uma fase interna (cogitação) e de


uma fase externa (atos preparatórios, executórios e
consumação), ficando fora dele o exaurimento, quando se
apresenta destacado da consumação.
Condenações anteriores transitadas em Acórdão que confirma ou reduz a pena As revisões de valores previstos na LC
julgado NÃO podem ser utilizadas como interrompe a prescrição. Nos termos do 123/2006 não retroagem para
personalidade ou conduta social inciso IV do artigo 117 do Código Penal, descaracterizar o crime de frustração
desfavorável. Eventuais condenações o acórdão condenatório sempre do caráter competitivo de licitação. As
criminais do réu transitadas em julgado interrompe a prescrição, inclusive sucessivas revisões dos quantitativos
e não utilizadas para caracterizar a quando confirmatório da sentença de 1º máximos de receita bruta para
reincidência somente podem ser grau, seja mantendo, reduzindo ou enquadramento como ME ou EPP, da LC
valoradas, na primeira fase da aumentando a pena anteriormente 123/2006, para fazer frente à inflação,
dosimetria, a título de antecedentes imposta. A prescrição é, como se sabe, o não descaracterizam crimes de inserção
criminais, não se admitindo sua perecimento da pretensão punitiva ou de informação falsa em documento
utilização também para desvalorar a da pretensão executória pela inércia do público, para fins de participação em
personalidade ou a conduta social do próprio Estado. No art. 117 do Código procedimento licitatório, cometidos
agente. A conduta social e a Penal, que deve ser interpretado de anteriormente. Caso concreto: foi
personalidade do agente não se forma sistemática, todas as causas aberta licitação que era restrita a MEs e
confundem com os antecedentes interruptivas da prescrição demonstram, EPPs. A empresa “X” tinha um
criminais, porquanto gozam de em cada inciso, que o Estado não está faturamento acima daquilo que a LC
contornos próprios - referem-se ao inerte. Não obstante a posição de parte 123/2006 estabelecia como sendo o
modo de ser e agir do autor do delito -, da doutrina, o Código Penal não faz teto para ser considerada EPP. Desse
os quais não podem ser deduzidos, de distinção entre acórdão condenatório modo, a empresa “X”, segundo a lei
forma automática, da folha de inicial e acórdão condenatório vigente na época, não podia ser
antecedentes criminais do réu. Trata-se confirmatório da decisão. Não há, considerada EPP. Mesmo assim, os
da atuação do réu na comunidade, no sistematicamente, justificativa para sócios da empresa “X” forneceram
contexto familiar, no trabalho, na tratamentos díspares. STJ. 5ª Turma. declaração dizendo que ela se
vizinhança (conduta social), do seu (INFO 672/202O). STF. Plenário. HC enquadrava como EPP, com o objetivo
temperamento e das características do 176473/RR/2020. de fazer com que ela pudesse participar
seu caráter, aos quais se agregam da licitação. Pouco tempo depois,
fatores hereditários e socioambientais, entrou em vigor a LC 139/2011, que
moldados pelas experiências vividas aumentou os valores máximos para fins
pelo agente (personalidade social). Já a de caracterização como ME ou EPP
circunstância judicial dos antecedentes previstos no art. 3º da LC 123/2006.
se presta eminentemente à análise da Com essa mudança, a empresa “X”
folha criminal do réu, momento em que passou a ser considerada como empresa
eventual histórico de múltiplas de pequeno porte. Essa alteração
condenações definitivas pode, a critério legislativa não tem eficácia retroativa,
do julgador, ser valorado de forma mais não servindo para absolver os réus pela
enfática, o que, por si só, já demonstra a declaração falsa. STJ. 5ª Turma. AREsp
desnecessidade de se valorar 1.526.095-RJ, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
negativamente outras condenações julgado em 08/06/2021 (Info 700).
definitivas nos vetores personalidade e
conduta social. STJ. 3ª Seção. STJ (INFO
647/2019)
O porte de arma branca é conduta que Pagar remuneração a funcionário Não é necessário que a droga passe por
permanece típica na Lei das fantasma não configura crime. O dentro do presídio para que incida a
Contravenções Penais. A previsão do pagamento de remuneração a majorante prevista no art. 40, III, da Lei
art. 19 da Lei das Contravenções Penais funcionários fantasmas não configura 11.343/2006. João, de dentro da
continua válida ainda hoje? • Em relação apropriação ou desvio de verba pública, unidade prisional onde cumpre pena,
à arma de fogo: NÃO. O porte ilegal de previstos pelo art. 1º, inciso I, do liderava uma organização criminosa.
arma de fogo caracteriza, atualmente, o Decreto-Lei nº 201/67. O pagamento de Com o uso de telefone celular, ele
crime previsto nos arts. 14 ou 16 do salário não configura apropriação ou organizava a dinâmica do grupo e
Estatuto do Desarmamento. • Em desvio de verba pública, previstos pelo comandava o tráfico de drogas, dando
relação à branca: SIM. O art. 19 do art. 1º, I, do Decreto-Lei nº 201/67, pois ordens para seus comparsas que, de
Decreto-lei nº 3.688/41 permanece a remuneração é devida, ainda que fora do presídio, executavam a
vigente quanto ao porte de outros questionável a contratação de parentes comercialização do entorpecente. João
artefatos letais, como as armas brancas. do Prefeito. STJ. 6ª Turma. (INFO foi condenado por tráfico de drogas (art.
A jurisprudência do STJ é firme no 667/2020). 33 da Lei nº 11.343/2006). Neste caso,
sentido da possibilidade de tipificação ele deverá ter a sua pena aumentada
da conduta de porte de arma branca com base no art. 40, III? SIM. Se o
como contravenção prevista no art. 19 agente comanda o tráfico de drogas de
do DL 3.688/41, não havendo que se dentro do presídio, deverá incidir a
falar em violação ao princípio da causa de aumento de pena do art. 40, III,
intervenção mínima ou da legalidade. da Lei nº 11.343/2006, mesmo que os
STJ. 5ª Turma. (INFO 668/2020). efeitos destes atos tenham se
manifestado a quilômetros de distância.
Não é necessário que a droga passe por
dentro do presídio para que incida a
majorante prevista no art. 40, III, da Lei
nº 11.343/2006. Esse dispositivo não faz
a exigência de que as drogas
efetivamente passem por dentro dos
locais que se busca dar maior proteção,
mas apenas que o cometimento dos
crimes tenha ocorrido em seu interior.
STJ. 5ª Turma. HC 440.888-MS, Rel. Min.
Joel Ilan Paciornik, julgado em
15/10/2019 (Info 659).
QUEM CONCEDE AS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA DA LEI MARIA DA PENHA? Novidade Lei nº 13.827/2019
Regra: só a autoridade judicial pode conceder medidas protetivas de urgência.
Exceção: a medida de afastamento do agressor do lar pode ser determinada pelo Delegado ou policial se o Município não for
sede de comarca.
Se houver risco atual ou iminente à vida ... o agressor deverá ser imediatamente Esse afastamento será determinado:
ou à integridade física ou psicológica da afastado do lar, domicílio ou local de 1ª opção: pela autoridade judicial.
mulher ou de seus dependentes... convivência com a ofendida 2ª opção: pelo Delegado de Polícia, se o
Município não for sede de comarca.
3ª opção: pelo policial (civil ou militar),
se o Município não for sede de comarca
e não houver Delegado disponível no
momento.
Obs: se a medida for concedida por Delegado ou por policial (situações 2 e 3), o Juiz será comunicado no prazo máximo de 24
horas e decidirá, em igual prazo, sobre a manutenção ou a revogação da medida aplicada, devendo dar ciência ao Ministério
Público concomitantemente. Obs2: as demais medidas protetivas deverão ser sempre concedidas pela autoridade judicial (não
há exceções).
Vedação à liberdade provisória
Não será concedida liberdade provisória...
- ao autor de um crime praticado com violência doméstica e familiar contra mulher
- caso esteja demonstrado que a soltura do agente acarretará
- risco à integridade física da vítima ou
- risco à efetividade da medida protetiva de urgência
A reconciliação entre a vítima e o Construir uma casa em uma unidade de Para que se configure o crime do art. 5º
agressor, no âmbito da violência conservação: crime do art. 64 da Lei da Lei nº 13.260/2016 (atos
doméstica e familiar contra a mulher, 9.605/98 (os delitos dos arts. 40 e 48 preparatórios de terrorismo) exige-se
não é fundamento suficiente para ficam absorvidos) Absorção do delito que o sujeito tenha agido por razões de
afastar a necessidade de fixação do do art. 40 pelo crime do art. 64 da Lei xenofobia, discriminação ou
valor mínimo para reparação dos danos nº 9.605/98. O delito de causar dano em preconceito de raça, cor, etnia e
causados pela infração penal. A unidade de conservação (art. 40 da Lei religião. A tipificação da conduta
posterior reconciliação entre a vítima e nº 9.605/98) pode ser absorvido pelo descrita no art. 5º da Lei Antiterrorismo
o agressor não é fundamento suficiente delito de construir em solo que, por seu (atos preparatórios de terrorismo) exige
para afastar a necessidade de fixação do valor ecológico, não é edificável (art. 64 a motivação por razões de xenofobia,
valor mínimo previsto no art. 387, inciso da Lei nº 9.605/98). Para analisar a discriminação ou preconceito de raça,
IV, do CPP, seja porque não há previsão possibilidade de absorção do crime do cor, etnia e religião, expostas no art. 2º
legal nesse sentido, seja porque art. 40 da Lei nº 9.605/98 pelo do art. do mesmo diploma legal. STJ. 6ª Turma.
compete à própria vítima decidir se irá 64, não é relevante a diversidade de HC 537.118-RJ, Rel. Min. Sebastião Reis
promover a execução ou não do título bens jurídicos protegidos por cada tipo Júnior, julgado em 05/12/2019 (Info
executivo, sendo vedado ao Poder incriminador; tampouco impede a 663).
Judiciário omitir-se na aplicação da consunção o fato de que o crime
legislação processual penal que absorvido tenha pena maior do que a do
determina a fixação do valor mínimo em crime continente, como se vê na própria
favor da ofendida. CPP/Art. 387. O juiz, Súmula 17/STJ. Absorção do delito do
ao proferir sentença condenatória: (...) art. 48 pelo crime do art. 64 da Lei nº
IV - fixará valor mínimo para reparação 9.605/98 A conduta do art. 48 da Lei nº
dos danos causados pela infração, 9.605/98 é mero pós-fato impunível do
considerando os prejuízos sofridos pelo ato de construir em local não edificável.
ofendido; STJ. 6ª Turma. REsp Afinal, com a própria existência da
1.819.504-MS, Rel. Min. Laurita Vaz, construção desejada e executada pelo
julgado em 10/09/2019 (Info 657). agente - e à qual, portanto, se dirigia seu
dolo -, é inevitável que fique impedida a
regeneração da flora antes existente no
mesmo lugar. Por isso, o princípio da
consunção obsta a punição autônoma
dos dois delitos. STJ. 5ª Turma. REsp
1.925.717-SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas,
julgado em 25/05/2021 (Info 698).

Você também pode gostar