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Poder Judiciário

Justiça do Trabalho
Tribunal Superior do Trabalho

PROCESSO Nº TST-RR-1341-74.2015.5.02.0351

Este documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tst.jus.br/validador sob código 1004085AE956395791.
A C Ó R D Ã O
7ª Turma
GMRLP/hj/ge

RECURSO DE REVISTA. INTERPOSIÇÃO SOB A


ÉGIDE DA LEI Nº 13.467/2017. ADICIONAL
DE PERICULOSIDADE – OPERADOR DE
EMPILHADEIRA – EXPOSIÇÃO À SUBSTÂNCIA
INFLAMÁVEL GLP POR CERCA DE 10 MINUTOS
DIÁRIOS – INTERMITÊNCIA CONFIGURADA.
TRANSCENDÊNCIA POLÍTICA RECONHECIDA
(alegação de violação aos artigos 7°,
inciso XXIII, da Constituição Federal e
193 da Consolidação das Leis do
Trabalho, ao Anexo 2, VIII, “a”, da NR
16 da Portaria nº 3.214/78 do MTE,
contrariedade à Súmula nº 364 do TST e
divergência jurisprudencial).
Tratando-se de recurso de revista
interposto em face de decisão regional
que se mostra contrária à
jurisprudência consolidada desta
Corte, revela-se presente a
transcendência política da causa, a
justificar o prosseguimento do exame do
apelo. Em relação à questão de fundo,
discute-se o direito ao adicional de
periculosidade no caso de
reabastecimento do reservatório de GLP
da empilhadeira operada pelo
reclamante, por cerca de 10 minutos
diários. A controvérsia cinge-se em
definir se o lapso temporal médio de 10
minutos gastos na troca de botijões para
reabastecimento da empilhadeira,
configura ou não eventualidade, por
tempo extremamente reduzido, capaz de
impedir a concessão do referido
adicional. A jurisprudência do TST vem
se firmando no sentido de que no caso de
contato diário com GLP em área de risco,
há a periculosidade, ainda que por
poucos minutos, ou seja, mesmo que o
tempo de exposição seja reduzido, tendo
em vista a nocividade do aludido gás,
restando caracterizada a exposição
intermitente ao agente perigoso capaz
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de justificar o direito ao adicional de
periculosidade. Assim, na esteira do
entendimento jurisprudencial
consolidado nesta Corte, entende-se que
o abastecimento da empilhadeira pelo
autor, por cerca de 10 minutos diários,
configura exposição intermitente ao
agente periculoso, fazendo jus o
trabalhador ao respectivo adicional,
nos termos da primeira parte da Súmula
nº 364 desta Corte, segundo a qual “Tem
direito ao adicional de periculosidade
o empregado exposto permanentemente ou
que, de forma intermitente, sujeita-se
a condições de risco. Indevido, apenas,
quando o contato dá-se de forma
eventual, assim considerado o fortuito,
ou o que, sendo habitual, dá-se por
tempo extremamente reduzido.”. Recurso
de revista conhecido e provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso


de Revista n° TST-RR-1341-74.2015.5.02.0351, em que é Recorrente JAZIEL
GONÇALVES DE JESUS e Recorrida LOGOS LOGÍSTICA E TRANSPORTES PLANEJADOS
LTDA.

O Tribunal do Trabalho da 2ª Região, pelo acórdão de


seq. 01, págs. 358/364, ao analisar o recurso ordinário do reclamante,
rejeitou a preliminar de cerceamento de defesa arguida em face do
indeferimento do adicional de periculosidade, e, no mérito, deu parcial
provimento para “isentá-lo do pagamento dos honorários periciais, tendo em vista a concessão
dos benefícios da Justiça Gratuita, os quais devem ser suportados pela União”.
O reclamante interpõe recurso de revista, pela petição
de seq. 01, págs. 376/404, quanto ao tema: adicional de periculosidade
– operador de empilhadeira – exposição à substância inflamável GLP por
cerca de 10 minutos diários – intermitência configurada, por violação
aos artigos 7°, inciso XXIII, da Constituição Federal e 193 da
Consolidação das Leis do Trabalho, ao Anexo 2 da NR 16 da Portaria nº

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3.214/78 do MTE, contrariedade à Súmula nº 364 do TST e divergência
jurisprudencial.
Despacho de admissibilidade – seq. 01, págs. 432/436.
Contrarrazões – seq. 01, págs. 438/447.
Sem remessa dos autos à Procuradoria-Geral do
Trabalho, nos termos do artigo 95 do Regimento Interno do TST.
Publicação do acórdão impugnado após vigência da Lei
nº 13.467/2017.
É o relatório.

V O T O

Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de


admissibilidade (tempestividade, representação regular e dispensado o
preparo), o que autoriza a análise de seus pressupostos específicos de
admissibilidade.

ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – OPERADOR DE


EMPILHADEIRA – EXPOSIÇÃO À SUBSTÂNCIA INFLAMÁVEL GLP POR CERCA DE 10
MINUTOS DIÁRIOS – INTERMITÊNCIA CONFIGURADA
Inicialmente, cumpre consignar que está preenchido o
pressuposto do art. 896, §1º-A, da CLT.
Por outro lado, o processamento do recurso de revista
na vigência da Lei nº 13.467/2017 exige que a causa apresente
transcendência com relação aos reflexos gerais de natureza econômica,
política, social ou jurídica (artigo 896-A da CLT).
Conforme preconiza o artigo 896-A da CLT, com redação
atribuída pela Lei nº 13.467/2017, antes de se examinar os pressupostos
intrínsecos do recurso de revista, faz-se necessário verificar se a causa
oferece transcendência. Vejamos, por oportuno, a redação do referido
dispositivo:
Art.896-A - O Tribunal Superior do Trabalho, no recurso de revista,
examinará previamente se a causa oferece transcendência com relação aos
reflexos gerais de natureza econômica, política, social ou jurídica.
§ 1º São indicadores de transcendência, entre outros:
I - econômica, o elevado valor da causa;

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II - política, o desrespeito da instância recorrida à jurisprudência
sumulada do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal
Federal;
III - social, a postulação, por reclamante-recorrente, de direito social
constitucionalmente assegurado;
IV - jurídica, a existência de questão nova em torno da interpretação da
legislação trabalhista.
Com efeito, deve-se destacar, inicialmente, que a
parte final do § 1º do aludido artigo 896-A da CLT, ao se valer da expressão
“entre outros”, sinaliza que os indicadores de natureza econômica,
política, social ou jurídica são meramente exemplificativos, razão pela
qual a transcendência das matérias ventiladas no apelo revisional deve
atender a uma das hipóteses elencadas nos incisos I a IV do referido
dispositivo legal ou a outros elementos que demonstrem a relevância do
debate submetido ao exame do Tribunal Superior do Trabalho.
Portanto, consoante se extrai do art. 896-A, §1º,
inciso II, a transcendência política será reconhecida quando houver
desrespeito da decisão recorrida à jurisprudência sumulada do TST ou do
STF. Além disso, a 7ª Turma do TST vem reiteradamente decidindo que “o
desrespeito à jurisprudência reiterada do TST e a presença de divergência jurisprudencial ensejadora de
insegurança jurídica caracterizam, de igual modo, a transcendência política. Isso porque segurança
jurídica envolve um estado de cognoscibilidade, de confiabilidade e de calculabilidade.”
(Precedentes: TST-AIRR-10117-71.2017.5.15.0144, Relator Ministro
Evandro Pereira Valadão Lopes, DEJT 17/04/2020,
TST-Ag-AIRR-11271-31.2016.5.09.0014, Relator Ministro Evandro Pereira
Valadão Lopes, DEJT 17/04/2020 e TST-ARR-101029-95.2016.5.01.0029,
Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT 03/04/2020).
No presente caso, o reclamante requer a reforma da
decisão regional quanto ao tema “adicional de periculosidade – operador
de empilhadeira – exposição à substância inflamável GLP por cerca de 10
minutos diários – intermitência configurada”.
A causa oferece transcendência política, na medida em
que o e. Tribunal Regional, ao entender que o contato diário com o agente
periculoso em razão da troca de botijões para reabastecimento de GLP da
empilhadeira, pelo tempo médio de 10 minutos, configura tempo
extremamente reduzido, o que impede a concessão do adicional postulado,
ao consignar que “o próprio autor disse, na inicial, que ''realizava a troca do botijões, uma vez
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ao dia, demorando cerca de 10 minutos em cada operação'''', de modo que “as atividades
desenvolvidas pelo reclamante somente poderiam ser consideradas perigosas nos períodos em que este
efetuava o reabastecimento do reservatório de GLP da empilhadeira”, concluindo que “tendo em
vista que o contato do autor ao agente periculoso ocorria por tempo extremamente reduzido, este não faz
jus ao adicional de periculosidade”, acabou por contrariar a jurisprudência
consolidada desta Corte Superior, segundo a qual, no caso de contato
diário com GLP em área de risco, há a periculosidade, ainda que por poucos
minutos, ou seja, mesmo que o tempo de exposição seja reduzido, tendo
em vista a nocividade do aludido gás, restando caracterizada a exposição
intermitente ao agente perigoso capaz de justificar o direito ao
adicional de periculosidade.
Nesse sentido, cito o seguinte precedente desta Sétima
Turma, vejamos:
"DECISÃO REGIONAL PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.467/2017. (...) . RECURSO DE REVISTA DO AUTOR . ADICIONAL
DE PERICULOSIDADE. TEMPO DE EXPOSIÇÃO.
ABASTECIMENTO DE EMPILHADEIRA. TRANSCENDÊNCIA
POLÍTICA CONSTATADA. A jurisprudência desta Corte Superior,
consubstanciada na Súmula nº 364, é no sentido de que tem direito ao
adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que,
de forma intermitente, se sujeita a condições de risco. Indevido, apenas,
quando o contato ocorre de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou
o que, sendo habitual, é por tempo extremamente reduzido. Especificamente
no tocante ao abastecimento de empilhadeiras com GLP, a
jurisprudência desta Corte Superior tem se manifestado no sentido do
direito ao adicional de periculosidade, quando a exposição, apesar da
curta duração, ocorrer com frequência diária. Precedentes. Recurso de
revista conhecido e provido" (ARR-10431-86.2014.5.15.0058, 7ª Turma,
Relator Ministro Claudio Mascarenhas Brandao, DEJT 12/06/2020). (G.n.)
Verificada, portanto, a presença da transcendência
política da causa, prossegue-se na análise do apelo revisional.

CONHECIMENTO
O reclamante não se conforma com a decisão regional
que afastou o seu direito à percepção do adicional de periculosidade e
reflexos, por entender que os 10 minutos despendidos por ele na troca
de botijões de gás, uma vez ao dia, era eventual. Alega que laborava
exposto à periculosidade de forma habitual, pois entende que o tempo
correspondente a 10 minutos diários, nos quais permanecia na área de risco
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realizando a troca de botijões com GLP, uma vez ao dia, não se trata de
exposição eventual ao agente perigoso, o que justifica a condenação da
reclamada ao pagamento da referida verba, referente ao trabalho em tais
condições no período de junho de 2009 até abril de 2015. Aduz que o TST
tem reconhecido a existência de periculosidade na função de Operador de
Empilhadeira a gás quando ocorre a troca de cilindros, com tempo de
exposição de até dois minutos. Aponta violação aos artigos 7°, inciso
XXIII, da Constituição Federal e 193 da Consolidação das Leis do Trabalho,
ao Anexo 2, VIII, “a”, da NR 16 da Portaria n. 3.214/78 do MTE,
contrariedade à Súmula nº 364 do TST e divergência jurisprudencial.
O Tribunal Regional decidiu o tema pelos seguintes
fundamentos. In verbis:
1. Adicional de periculosidade. Preliminar de nulidade por
cerceamento do direito de defesa.
Disse o reclamante, na inicial, que laborou em área de risco, no período
de junho de 2009 a abril de 2015, pois, entre suas atividades, também
laborava com empilhadeira a gás liquefeito de petróleo, além de realizar a
troca dos botijões uma vez ao dia, durante cerca de 10 minutos cada
operação.
Em defesa, não negou a reclamada o fato do autor operar uma
empilhadeira movida a gás ou de efetuar a troca do botijão, tendo, apenas.
sustentado que referidas atividades não se enquadravam no Anexo II, da NR
16, da Portaria 3.214/78 do Ministério do Trabalho e Emprego. Alegou,
ainda, que os botijões de gás eram armazenados em pequena quantidade, em
área isolada, diversa do local de trabalho do reclamante, e que o obreiro
adentrava nesse local de forma eventual.
Determinada a realização de perícia técnica, o reclamante não
compareceu à diligencia e, segundo informações prestadas por
representantes da reclamada, constatou o Sr. Perito que o local onde o
reclamante laborava foi desativado, não fazendo mais parte do quadro de
funcionários da reclamada paradigmas que tivessem laborado à época do
autor. Por conseguinte, considerou o Experto a impossibilidade de concluir
se o obreiro realizava atividade de abastecimento de empilhadeira movida a
GLP em condições de risco acentuado ou em área de risco (fls. 208/209).
Em audiência de instrução, o preposto da reclamada nada soube
informar acerca das reais atividades do reclamante, ao que pretendeu o autor
fosse aplicada a pena de confissão (fls. 262/263).
A testemunha obreira confirmou o fato de que, em Jandira, o autor
operava empilhadeiras a gás e elétricas, todos os dias, além de ser o
responsável pela troca de gás desse equipamento. De se notar que, apesar de
referida testemunha não saber precisar a distância entre seu setor de trabalho
(estoque) e o local em que as empilhadeiras ficavam, afirmou ter visto o
autor trocando o gás das empilhadeiras fl. 263).
A testemunha da reclamada disse que o reclamante operava
empilhadeira (elétrica e a gás) dia sim e dia não, bem como que, quando

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havia necessidade, fazia a troca do gás, que durava em média 5 minutos, o
que era feito fora do armazém (fl. 263).
Ante o teor dos depoimentos prestados, pugnou o reclamante pelo
retorno dos autos ao Sr. Perito, o que foi indeferido, ao fundamento de que
não houve juntada de prova emprestada e de que a análise do adicional de
periculosidade através da prova oral colhida poderia ser perfeitamente
analisada pelo Juízo (fl. 264).
Prolatada a sentença, o r. Juízo de origem julgou improcedente a
pretensão referente ao pagamento do adicional de periculosidade, por não ter
sido conclusivo o laudo pericial, tendo em vista que não constou dos autos
prova emprestada e por considerar controvertida a prova oral (fls. 268/269).
Em que pese entender esta Relatora que os autos deveriam retornar ao
Sr. Perito para prestasse esclarecimentos acerca da eventual atividade
periculosa, vencida que fui pelos meus pares, passo à análise do mérito da
matéria.
Observe-se que, apesar do preposto da reclamada não saber informar
quais as atividades do reclamante o que, a princípio, implicaria na aplicação
da pena de confissão, o fato é que o próprio autor disse, na inicial, que
''realizava a troca dos botijões, uma vez ao dia, demorando cerca de 10
minutos em cada operação'''' (fl. 20).
De tudo quanto foi exposto acima, é possível concluir que as atividades
desenvolvidas pelo reclamante somente poderiam ser consideradas perigosas
nos períodos em que este efetuava o reabastecimento do reservatório de GLP
da empilhadeira.
Tendo em vista que o contato do autor ao agente periculoso ocorria por
tempo extremamente reduzido, este não faz jus ao adicional de
periculosidade.
Nesse sentido, a Súmula n° 364 do C. TST:
(...)
Com relação ao contato do recorrente com combustível gasoso, tal
hipótese é excepcionada, conforme teor do item 16.6 da mencionada NR-16:
''...as quantidades de inflamáveis, contidas nos tanques de consumo próprio
dos veículos não serão consideradas para efeito desta Norma..."'
Dessa forma, rejeito a preliminar e, no, mérito, mantenho a
improcedência do pedido.
Discute-se o direito ao adicional de periculosidade
no caso de reabastecimento do reservatório de GLP da empilhadeira operada
pelo reclamante, por cerca de 10 minutos diários.
Dos elementos fáticos narrados no acórdão regional,
não há dúvidas de que o autor estava exposto ao risco ao realizar a troca
de cilindro de gás para reabastecimento da empilhadeira que operava, uma
vez por dia, por aproximadamente 10 minutos.
Note-se que o Tribunal Regional, na análise de fatos
e provas, de inviável reexame nesta esfera recursal, nos termos da
Súmula/TST nº 126, afirmou que “A testemunha obreira confirmou o fato de que, em Jandira,
o autor operava empilhadeiras a gás e elétricas, todos os dias, além de ser o responsável pela troca de gás

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desse equipamento”; que “o próprio autor disse, na inicial, que ''realizava a troca dos botijões, uma
vez ao dia, demorando cerca de 10 minutos em cada operação'''' e que “é possível concluir que as
atividades desenvolvidas pelo reclamante somente poderiam ser consideradas perigosas nos períodos
em que este efetuava o reabastecimento do reservatório de GLP da empilhadeira”. Nesse cenário,
concluiu que “tendo em vista que o contato do autor ao agente periculoso ocorria por tempo
extremamente reduzido, este não faz jus ao adicional de periculosidade”.
Assim, observa-se que o Tribunal a quo, entendeu que
o contato com o agente periculoso em razão da troca de botijões para
reabastecimento de gás GLP da empilhadeira, pelo tempo médio de 10 minutos
diários, configura tempo extremamente reduzido, o que impede a concessão
do adicional postulado.
Logo, a controvérsia cinge-se em definir se o lapso
temporal médio de 10 minutos gastos na troca de botijões para
reabastecimento da empilhadeira configura ou não eventualidade, por
caracterizar tempo extremamente reduzido, capaz de impedir a concessão
do referido adicional.
No caso, observe-se que a permanência diária do
empregado em área de risco, ainda que por alguns minutos, não configura
contato eventual (acidental, casual ou fortuito) com o agente perigoso,
tampouco tempo extremamente reduzido. Veja-se que a atividade de
abastecer a empilhadeira ocorria diariamente, por cerca de 10 minutos,
descaracterizando por completo a eventualidade e, portanto, o tempo
extremamente reduzido entendido pela Corte Regional, porquanto o
infortúnio pode ocorrer em instantes, não sendo necessário que a
exposição ao agente perigoso ocorra por um considerável ou longo lapso
temporal dentro da jornada para que se verifique a situação de risco,
mormente considerando o alto risco de explosão do gás GLP.
Trata-se, portanto, de contato intermitente, com
risco potencial de dano efetivo ao trabalhador.
Na lição de Ives Gandra da Silva Martins Filho, “O
adicional é devido, segundo o TST, não apenas quando o contato é
permanente (trabalho contínuo na área de risco), mas também quando o
contato é intermitente (trabalho não contínuo na área de risco, mas com
constantes e previstas entradas nela). Só no caso do contato eventual
(que pode se dar ou não, pois é esporádico e sem previsão) não se admite
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o direito ao adicional” (Manual de Direito e Processo do Trabalho,
18.ªed., Saraiva, p. 155).
Na hipótese, considera-se possível o enquadramento
legal que justifica o adicional de periculosidade, uma vez que o contato
diário com gás inflamável em área de risco (explosão), pelo tempo médio
de 10 minutos, não pode ser considerado eventual (extremamente reduzido),
mas sim, intermitente, com potencial risco de dano efetivo à incolumidade
física do trabalhador.
Desta feita, entendo que o abastecimento da
empilhadeira pelo autor, por aproximadamente 10 minutos diários,
configura exposição intermitente ao agente periculoso, fazendo jus o
trabalhador ao respectivo adicional, nos termos da Súmula/TST nº 364,
in verbis:
“Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto
permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de
risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo
extremamente reduzido.”
Nessa esteira, vale salientar que é pacífica a
jurisprudência da SBDI-1 no sentido de que a exposição ao agente
periculoso, ainda que por minutos, não pode ser tida por extremamente
reduzida a ponto de minimizar substancialmente o risco e afastar o direito
ao adicional de periculosidade, conforme se constatam dos seguintes
julgados:
"AGRAVO EM EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. CONTATO INTERMITENTE.
SÚMULA 364,I, DO TST. 894, §2º, DO TST. Na hipótese, a E. Turma deu
provimento ao recurso de revista interposto pelo Reclamante porquanto
considerou, com amparo na jurisprudência desta Corte, que a permanência
habitual em área de risco, mesmo que por período de tempo reduzido,
consubstancia contato intermitente, com risco potencial de dano efetivo ao
trabalhador. A decisão Turmária ressaltou que "o contato intermitente do
reclamante com o agente perigoso por sete minutos, uma vez por dia, não
pode ser considerado eventual. Tem direito ao pagamento do adicional em
questão." A decisão agravada, por sua vez, afastou a suscitada contrariedade
à Súmula 364, I, do TST e asseverou que a Parte não demonstrou divergência
entre o caso em tela e a jurisprudência consolidada pelo TST, nos termos do
art. 894, §2º, da CLT. De fato, a decisão monocrática não merece reparos,
visto que os paradigmas transcritos não se revelam específicos para
configurar o confronto jurisprudencial, pois não tratam da mesma realidade
fática retratada nos autos. Nesse esteio, os julgados oferecidos adotam tese
no sentido de que não se constatou exposição a situação de risco, levando-se
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em conta o tempo e o agente de risco a que o empregado estava exposto. A
divergência jurisprudencial, hábil a impulsionar o recurso de embargos, nos
termos do artigo 894, II, da CLT, exige que os arestos postos a cotejo reúnam
as mesmas premissas de fato e de direito ostentadas no caso concreto. Assim,
a existência de circunstância diversa tornam inespecíficos os julgados, na
recomendação das Súmulas 296, I, e 23, ambas do TST . Verifica-se, assim,
que o acórdão embargado foi proferido em conformidade com a
jurisprudência consolidada desta Corte Superior e, dessa forma, o apelo não
demonstrou a incorreção da decisão nos termos do artigo894, §2º, da CLT.
Agravo conhecido e não provido" (Ag-E-RR-1000112-46.2016.5.02.0442,
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Relator Ministro
Alexandre Luiz Ramos, DEJT 29/05/2020).
"AGRAVO INTERPOSTO CONTRA DECISÃO DENEGATÓRIA
DE SEGUIMENTO DE EMBARGOS PROFERIDA POR MINISTRO
PRESIDENTE DE TURMA SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ABASTECIMENTO DE
EMPILHADEIRA. EXPOSIÇÃO À SUBSTÂNCIA INFLAMÁVEL -
GLP. HABITUALIDADE. TEMPO DE EXPOSIÇÃO. ART. 894, §2º,
DA CLT. Esta Corte Superior tem entendido que a exposição do trabalhador
à situação de risco por alguns minutos, desde que habitual, não caracteriza
tempo extremamente reduzido de que trata a Súmula nº 364 do TST. Assim,
tem-se que a Terceira Turma - ao concluir que o abastecimento de
empilhadeiras pelo período de tempo consignado no acórdão regional (cerca
de 3 minutos, uma ou duas vezes por turno de trabalho) configura exposição
intermitente ao agente periculoso, fazendo jus o trabalhador ao respectivo
adicional -, aplicou corretamente o entendimento consubstanciado na
Súmula 364 do TST. Nesse contexto, proferido o acórdão em consonância
com a iterativa e notória jurisprudência desta Corte sobre a matéria, inviável
o processamento dos embargos, ante o óbice previsto no § 2º do artigo 894 da
CLT. Agravo conhecido e desprovido"
(Ag-E-ED-RR-85500-50.2009.5.15.0010, Subseção I Especializada em
Dissídios Individuais, Relator Ministro Alexandre Luiz Ramos, DEJT
29/11/2019).
"RECURSO DE EMBARGOS - INTERPOSIÇÃO SOB A
REGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014 - ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE - MANUSEIO DE INFLAMÁVEL - GLP -
HABITUALIDADE 1. Esta Corte firmou o entendimento de que nas
operações de abastecimento de empilhadeira, por meio da troca de cilindros
de gás liquefeito de petróleo (GLP), a exposição diária e habitual a agente
inflamável em condições de risco acentuado, ainda que por apenas cinco
minutos, enseja o direito ao pagamento do adicional de periculosidade, uma
vez que não se configura o " tempo extremamente reduzido " , mas contato
intermitente, nos termos da Súmula nº 364 do TST . 2. Estando o acórdão
embargado em sintonia com esse entendimento, inviável o conhecimento dos
Embargos (art. 894, II, e § 2º, da CLT). Embargos não conhecidos "
(E-RR-11638-70.2013.5.15.0086, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, Relatora Ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzzi, DEJT
22/03/2019).
"AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS EM RECURSO DE
REVISTA. INTERPOSIÇÃO SOB A ÉGIDE DA LEI 11.496/2007.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. ABASTECIMENTO DE
EMPILHADEIRA. PERMANÊNCIA EM ÁREA DE RISCO POR
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CINCO A DEZ MINUTOS DIÁRIOS. EXPOSIÇÃO
INTERMITENTE. SÚMULA 364/TST. CONTRARIEDADE NÃO
CARACTERIZADA. 1. Hipótese em que a Turma consignou que
„Verifica-se do acórdão regional que o reclamante efetuava o abastecimento
de máquina empilhadeira uma vez ao dia, por cerca de 5 a 10 minutos, sendo
habitual a sua sujeição ao risco, não havendo falar em eventualidade.
Assim, tendo o Regional asseverado que o reclamante laborava em atividade
considerada perigosa, fazendo o abastecimento de veículo habitualmente,
não há falar em tempo extremamente reduzido, tendo em vista o agente
inflamável a que estava exposto. Nesse contexto, o Regional, ao indeferir o
pedido de pagamento do adicional de periculosidade, decidiu em
dissonância do entendimento consolidado desta Corte, consubstanciado na
Súmula 364‟. 2. Esta Corte, interpretando as disposições do art. 193 da CLT,
firmou entendimento, cristalizado na Súmula 364, firmado no sentido de que
„Tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto
permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de
risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo
extremamente reduzido’. 3. A permanência do empregado em área de risco,
por cerca de 5 a 10 minutos diários, não consubstancia contato com
inflamáveis por tempo extremamente reduzido. Trata-se, sim, de atividade
desenvolvida com potencial de risco efetivo, hábil a ensejar o pagamento do
adicional de periculosidade, na forma como decidido pela Turma.
Precedentes desta Subseção. 4. Contrariedade à Súmula 364/TST não
caracterizada. Recurso de agravo regimental conhecido e não provido."
(AgR-E-RR-1814-15.2012.5.12.0019, Relator Ministro: Hugo Carlos
Scheuermann, Data de Julgamento: 20/08/2015, Subseção I Especializada
em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 28/08/2015).
"AGRAVO REGIMENTAL. EMBARGOS. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE. INFLAMÁVEL. GÁS LIQUEFEITO DE
PETRÓLEO. ABASTECIMENTO DE EMPILHADEIRA
REALIZADO PELO PRÓPRIO RECLAMANTE. CONTATO
HABITUAL. TEMPO DE EXPOSIÇÃO 1. De conformidade com a
Súmula nº 364 do TST, o empregado exposto de forma intermitente a
condições de risco tem direito ao adicional de periculosidade. Indevido,
apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o
fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.
2. O contato com o agente perigoso a cada jornada de trabalho por
aproximadamente dois a três minutos diários tipifica contato intermitente,
com risco potencial de dano efetivo à vida ou à incolumidade física do
empregado. Considera-se que o contato de minutos com o agente perigoso
configura tempo suficiente, muitas vezes, para significar a diferença entre a
vida e a eternidade. Precedentes da SbDI-1 do TST. 3. Agravo regimental a
que se nega provimento". (AgR-E-ARR-2841-13.2011.5.15.0010, Relator
Ministro: João Oreste Dalazen, Subseção I Especializada em Dissídios
Individuais, DEJT 05/06/2015).
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“RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA
LEI Nº 11.496/2007. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. TEMPO DE
EXPOSIÇÃO. 1. Inviável o conhecimento de embargos, por divergência
jurisprudencial, quando inespecíficos os arestos trazidos a cotejo, nos termos
da Súmula n.º 296, I, do Tribunal Superior do Trabalho. 2. Consoante
entendimento firmado por esta SBDI-I, a permanência habitual em área de
risco, ainda que por período de tempo reduzido - como no caso dos autos, em
que o reclamante realizava a troca do bujão de gás da empilhadeira
diariamente por aproximadamente quatro minutos -, não configura contato
eventual, mas intermitente, com risco potencial de dano efetivo ao
trabalhador, o que gera o direito à percepção do adicional de periculosidade.
Afigura-se inviável, nessa hipótese, a caracterização de contrariedade ao
item I da Súmula n.º 364 deste Tribunal Superior. 3. Recurso de embargos
não conhecido.” (E-ARR - 1407-04.2010.5.03.0092, Relator Ministro Lelio
Bentes Corrêa, DEJT 15/04/2014).
“RECURSO DE EMBARGOS - REGÊNCIA PELA LEI Nº
11.496/2007 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE -
ABASTECIMENTO DE EMPILHADEIRAS - TEMPO DE
EXPOSIÇÃO - SÚMULA Nº 364 DO TST. Da leitura da decisão
embargada extrai-se sua estreita consonância com a orientação
jurisprudencial estratificada na Súmula nº 364 do TST, pela qual "tem direito
ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou
que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido, apenas,
quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o
que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido". Na mesma
toada, verifica-se das premissas lançadas no julgado embargado que o
abastecimento das empilhadeiras pelo reclamante era realizado diariamente,
pelo lapso de dois a três minutos, aspecto que redunda na configuração de
exposição não eventual, embora intermitente, e por tempo que não pode ser
considerado extremamente reduzido a ponto de minimizar, de forma
substancial, o risco, mormente em se tratando de manuseio habitual de
inflamáveis gasosos liquefeitos. Recurso de embargos não conhecido.”
(E-RR-86400-77.2005.5.12.0003, Relator Ministro Luiz Philippe Vieira de
Mello Filho, DEJT de 31/8/2012).
"EMBARGOS. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. TROCA
DE CILINDRO DE GÁS GLP. CONTATO POR DOIS MINUTOS E
TRINTA SEGUNDOS POR TURNO. CARACTERIZADA A
HABITUALIDADE E A INTERMITÊNCIA. VIOLAÇÃO DO ARTIGO
896 DA CLT NÃO DEMONSTRADA. Tendo o eg. Tribunal Regional
afirmado que a exposição ao risco ocorria de uma a cinco vezes por semana,
resta demonstrada a habitualidade tratada na Súmula nº 364 do c. TST, pois o
contato não era fortuito, casual, mas decorria das próprias atividades
desenvolvidas pelo reclamante. Por outro lado, a exposição ao risco, um
minuto e quinze segundos, todos os dias, era considerável e não configura
tempo extremamente reduzido, pois a qualquer momento poderia ocorrer o
sinistro, especialmente considerando o alto grau de periculosidade do agente,
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gás GLP. Precedente: E-ED-RR-657260/2000, DJ-21/10/2005, SBDI-1,
Relatora Ministra Maria Cristina Peduzzi. Embargos não conhecidos"
(E-RR-734903-02.2001.5.03.5555, Relator Ministro Aloysio Corrêa da
Veiga, DEJT 20.04.2007).
Confiram-se também os seguintes precedentes desta 7ª
Turma e demais desta Corte:
"AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO
DE REVISTA. ACÓRDÃO REGIONAL PUBLICADO NA VIGÊNCIA
DA LEI Nº 13.467/2017. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
CILINDROS DE GLP. CONTATO REDUZIDO. HABITUALIDADE.
TRANSCENDÊNCIA. NÃO RECONHECIMENTO. I. (...) Não obstante, o
desrespeito à jurisprudência reiterada e a presença de divergência
jurisprudencial ensejadora de insegurança jurídica caracterizam, de igual
modo, a transcendência política. Isso porque segurança jurídica envolve um
estado de cognoscibilidade, de confiabilidade e de calculabilidade. Desse
modo, oferece transcendência política matéria em que se discute
contrariedade, pelo Tribunal Regional, a súmula do TST, a súmula do STF
ou a decisões que, pelo microssistema dos precedentes, dos recursos
repetitivos e de repercussão geral, possuem efeito vinculante ou sejam de
observância obrigatória. II. No caso dos autos, o tema "ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE - CILINDROS DE GLP. - CONTATO REDUZIDO -
HABITUALIDADE" não oferece transcendência econômica porque o valor
do tema devolvido no recurso não ultrapassa 30.000,00 (trinta mil reais). Não
apresenta transcendência jurídica porquanto não demonstrada a superação de
precedente ou a existência de distinção com o caso concreto. Tampouco
atende ao vetor da transcendência social, in casu , em que é recorrente a parte
reclamada. Por fim, não se observa a transcendência política do tema em
questão, porque não há desrespeito do órgão a quo à jurisprudência
sumulada do TST ou do STF, tampouco à jurisprudência reiterada desta
Corte ou à precedente vinculante firmado em repercussão geral ou em
incidente de recursos repetitivos, ao princípio federativo ou à harmonia dos
Poderes constituídos. III. Agravo interno de que se conhece e a que se nega
provimento" (Ag-AIRR-1000060-46.2016.5.02.0411, 7ª Turma, Relator
Ministro Evandro Pereira Valadao Lopes, DEJT 26/06/2020). (G.n.).
"DECISÃO REGIONAL PUBLICADA NA VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.467/2017. (...) . RECURSO DE REVISTA DO AUTOR . ADICIONAL
DE PERICULOSIDADE. TEMPO DE EXPOSIÇÃO.
ABASTECIMENTO DE EMPILHADEIRA. TRANSCENDÊNCIA
POLÍTICA CONSTATADA. A jurisprudência desta Corte Superior,
consubstanciada na Súmula nº 364, é no sentido de que tem direito ao
adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que,
de forma intermitente, se sujeita a condições de risco. Indevido, apenas,
quando o contato ocorre de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou
o que, sendo habitual, é por tempo extremamente reduzido. Especificamente
no tocante ao abastecimento de empilhadeiras com GLP, a
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jurisprudência desta Corte Superior tem se manifestado no sentido do
direito ao adicional de periculosidade, quando a exposição, apesar da
curta duração, ocorrer com frequência diária. Precedentes. Recurso de
revista conhecido e provido" (ARR-10431-86.2014.5.15.0058, 7ª Turma,
Relator Ministro Claudio Mascarenhas Brandao, DEJT 12/06/2020). (G.n.).
"RECURSO DE REVISTA – (...) ABASTECIMENTO DE
EMPILHADEIRA E TRATOR - CONTATO HABITUAL COM
PRODUTO INFLAMÁVEL. 1. A Corte regional excluiu a condenação ao
pagamento do adicional de periculosidade por considerar que, embora a
exposição do reclamante ao agente perigoso fosse habitual, era por tempo
extremamente reduzido. Consignou que o reclamante realizava o
abastecimento da empilhadeira por duas vezes na semana e do trator uma
vez, empregando cinco minutos em cada operação. 2. Com base na moldura
fática delineada pela Corte regional, constata-se que o contato do reclamante
com material inflamável durante operação de abastecimento da empilhadeira
e trator com gás liquefeito de petróleo (GLP) fazia parte da rotina de trabalho
do autor durante o pacto laboral. 3. O tempo de duração do abastecimento
dos cilindros de GLP não minimiza de forma substancial o risco,
especialmente em se tratando de agente inflamável, no qual qualquer fagulha
pode provocar uma explosão em milésimos de segundo. Por consequência,
não pode ser considerado extremamente reduzido. Recurso de revista
conhecido e provido" (RR-43-65.2010.5.02.0434, 7ª Turma, Relator
Ministro Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, DEJT 13/09/2019).
"AGRAVO INTERNO EM AGRAVO DE INSTRUMENTO EM
RECURSO DE REVISTA EM FACE DE DECISÃO PUBLICADA NA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. (...) ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE. GÁS GLP. TROCA DE CILINDROS DE
MÁQUINA EMPILHADEIRA. A delimitação fática que consta dos autos
é a de que o autor, no exercício de suas funções, executava de forma habitual
o abastecimento do gás de GLP de empilhadeiras, em áreas de risco,
mantendo contato direto com líquidos inflamáveis. Este Tribunal Superior
firmou o entendimento de que a exposição habitual do trabalhador a agente
inflamável, em razão da troca de cilindros de gás GLP de empilhadeira, ainda
que por tempo reduzido, gera direito ao adicional de periculosidade, tendo
em vista o grau de risco inerente a essa atividade. Precedentes. Agravo
conhecido e não provido" (Ag-AIRR-10631-49.2016.5.03.0061, 7ª Turma,
Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT 30/08/2019).
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA
INTERPOSTO A ACÓRDÃO PUBLICADO NA VIGÊNCIA DA LEI N.º
13.467/2017. RITO SUMARÍSSIMO. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO A AGENTE DE RISCO
(INFLAMÁVEL). CONTATO INTERMITENTE. SÚMULA N.º 364, I,
DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. TRANSCENDÊNCIA DA
CAUSA NÃO RECONHECIDA. 1. Cuida-se de controvérsia acerca da
natureza da exposição ao agente de risco (abastecimento do veículo de
trabalho), se intermitente ou eventual, quando o contato do empregado com
inflamáveis dava-se uma vez por semana, por 15 minutos em média. 2.
Constatado o preenchimento dos demais requisitos processuais de
admissibilidade, o exame do Recurso de Revista sob o prisma do pressuposto
de transcendência revelou que: a ) não demonstrada a transcendência
política da causa, na medida em que o acórdão recorrido revela
consonância com o disposto na Súmula n.º 364, I, deste Tribunal
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Superior; b ) não se verifica a transcendência jurídica , visto que ausentes
indícios da existência de questão nova acerca da controvérsia ora submetida
a exame, mormente diante da plena vigência da Súmula n.º 364, I, desta
Corte superior, a obstaculizar a pretensão recursal; c ) não identificada a
transcendência social da causa, uma vez que não se cuida de pretensão
recursal formulada em face de suposta supressão ou limitação de direitos
sociais assegurados na legislação pátria; e d ) não há falar em transcendência
econômica , porquanto o valor arbitrado à condenação (R$ 30.000,00 - p. 241
do eSIJ) não se revela elevado ou desproporcional ao pedido formulado e
deferido na instância ordinária. 3. Configurado o óbice relativo ao não
reconhecimento da transcendência da causa quanto ao tema sob exame,
resulta inviável o processamento do Recurso de Revista, no particular. 4.
Agravo de Instrumento não provido" (AIRR-11224-75.2016.5.15.0051, 6ª
Turma, Relator Ministro Lelio Bentes Correa, DEJT 20/11/2020). (G.n.).
"I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA -
PROVIMENTO. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. A potencial
contrariedade à Súmula 364, I, do TST impulsiona o recurso de revista.
Agravo de instrumento conhecido e provido. II - RECURSO DE REVISTA.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. "Tem direito ao adicional de
periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma
intermitente, sujeita-se a condições de risco" (Súmula 364/TST), sendo esta a
hipótese dos autos. De outra sorte, o trabalho em condições intermitentes não
afasta o convívio com as condições perigosas, ainda que tanto possa ocorrer
em alguns minutos da jornada ou da semana. No presente caso, o contato do
trabalhador com o agente perigoso ocorria rotineiramente, não podendo ser
considerado eventual ou fortuito. O risco é de consequências graves,
podendo alcançar resultado letal em uma fração de segundo. Recurso de
revista conhecido e provido" (RR-570-76.2019.5.10.0111, 3ª Turma, Relator
Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, DEJT 20/11/2020).
"I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA
DO RECLAMANTE REGIDO PELA LEI 13.467/2017. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE. ABASTECIMENTO FEITO PELO PRÓPRIO
MOTORISTA. EXPOSIÇÃO A RISCO. Demonstrada possível
contrariedade à Súmula 364, I, do TST, impõe-se o provimento do agravo de
instrumento para determinar o processamento do recurso de revista. Agravo
de instrumento provido. II - RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE
REGIDO PELA LEI 13.467/2017. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
ABASTECIMENTO FEITO PELO PRÓPRIO MOTORISTA.
EXPOSIÇÃO AO RISCO. No caso dos autos, o reclamante, como motorista,
era responsável pelo abastecimento, uma vez por semana, do caminhão em
que trabalhava. Esta Corte tem jurisprudência firmada no sentido de que a
exposição à líquidos inflamáveis, de forma intermitente, ainda que por
reduzido tempo, gera direito a percepção de adicional de periculosidade.
Recurso de revista conhecido e provido. (...)"
(RRAg-1000471-05.2017.5.02.0363, 2ª Turma, Relatora Ministra Delaide
Miranda Arantes, DEJT 13/11/2020).
"I - AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA
INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO A RISCO. CONTATO
INTERMITENTE. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE TEMPO
EXTREMAMENTE REDUZIDO. O Tribunal Regional concluiu ser
indevido o adicional de periculosidade ao argumento de que a permanência
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do reclamante no local de risco por 5 a 10 minutos é considerada
extremamente reduzida. Ante a possível contrariedade à Súmula nº 364, I, do
TST, deve ser provido o agravo de instrumento. Agravo de instrumento a que
se dá provimento. II - RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO NA
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE. EXPOSIÇÃO A RISCO. CONTATO
INTERMITENTE. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE TEMPO
EXTREMAMENTE REDUZIDO. O Tribunal Regional concluiu ser
indevido o adicional de periculosidade ao argumento de que a permanência
do reclamante no local de risco por 5 a 10 minutos é considerada
extremamente reduzida. Conforme se extrai do acórdão recorrido, a perícia
concluiu que o reclamante estava exposto a fatores de periculosidade e a
prova oral produzida nos autos confirmou que o reclamante adentrava a
cabine primária 3 vezes por semana, permanecendo no local de 5 a 15
minutos. A situação dos autos não afasta o convívio com as condições
perigosas, ainda que possa ocorrer em alguns minutos da jornada. O risco é
de consequências graves, podendo alcançar resultado letal em uma fração de
segundo. Assim, considerando essa realidade fática, não há que se exigir
contato permanente para o reconhecimento do direito ao adicional de
periculosidade, tendo em vista que o risco pode ocorrer a qualquer momento.
Trata-se, no presente caso, de contato intermitente com o agente perigoso. A
jurisprudência sedimentada neste Tribunal Superior é no sentido de que o
contato com o agente de risco, ainda que por poucos minutos diários,
caracteriza a exposição intermitente, nos termos da Súmula nº 364 do TST,
sendo devido o adicional de periculosidade. Recurso de revista de que se
conhece e a que se dá provimento" (RR-2414-72.2012.5.15.0077, 2ª Turma,
Relatora Ministra Maria Helena Mallmann, DEJT 06/11/2020).
"RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.
Merece reforma a decisão regional que, não obstante o laudo pericial ter
definido a atividade desenvolvida pelo obreiro como perigosa, indeferiu o
adicional de periculosidade por entender que a exposição ao risco se dava de
forma eventual e por tempo extremamente reduzido. O Tribunal Regional
deixou assentado que a troca de cilindros de GLP da empilhadeira se dava 2
vezes por dia, nos 8 primeiros meses de trabalho, com duração de 3 minutos
quando realizada por duas pessoas, e que, após esse período, o reclamante
passou a realizar a troca de 2 cilindros, 1 vez a cada 3 dias. Tal decisão, além
de contrariar o disposto no item I da Súmula nº 364 desta Corte, vai de
encontro ao entendimento da SDI-1/TST de que a exposição por minutos não
pode ser tida por extremamente reduzida a ponto de minimizar
substancialmente o risco e afastar o direito ao adicional de periculosidade.
Recurso de revista conhecido e provido" (RR-1001348-53.2017.5.02.0036,
8ª Turma, Relatora Ministra Dora Maria da Costa, DEJT 03/11/2020).
“RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE. ABASTECIMENTO DE EMPILHADEIRA
COM GLP. EXPOSIÇÃO À CONDIÇÃO DE RISCO POR 7
MINUTOS DIÁRIOS. CONFIGURAÇÃO DE CONTATO
INTERMITENTE. ADICIONAL DEVIDO. Nos termos da Súmula 364
do TST, "tem direito ao adicional de periculosidade o empregado exposto
permanentemente ou que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de
risco. Indevido, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim
considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo
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extremamente reduzido." Na hipótese, ficou consignada a permanência do
reclamante em área de risco por 7 minutos diários. Assim, forçoso o
reconhecimento da exposição intermitente à condição de risco, o que enseja
o pagamento do respectivo adicional. Precedentes. Recurso de revista
conhecido e provido.” (RR - 1177-84.2011.5.15.0126 Data de Julgamento:
17/12/2014, Relatora Ministra: Delaíde Miranda Arantes, 2ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 19/12/2014).
“ADICIONAL DE PERICULOSIDADE. RECURSO DE REVISTA.
OPERADOR DE EMPILHADEIRA. CONTATO HABITUAL COM
AGENTE INFLAMÁVEL. TEMPO DE DURAÇÃO DA OPERAÇÃO
DE ABASTECIMENTO: APROXIMADAMENTE TRÊS MINUTOS,
UMA VEZ POR JORNADA. ADICIONAL DEVIDO. No caso em
exame, ficou demonstrada a habitualidade tratada na Súmula nº 364 do TST,
pois o contato com os produtos inflamáveis não era fortuito, casual, mas
decorria das próprias atividades desenvolvidas pelo reclamante. Com relação
ao tempo de exposição ao risco, os três minutos, aproximadamente, que o
reclamante ficava exposto ao risco são suficientes para configurar o
potencial lesivo, especialmente considerando o alto grau de periculosidade
nas operações de abastecimento. Não se pode considerar tempo
extremamente reduzido, porquanto o autor aguardava, em área de risco, o
abastecimento das empilhadeiras. Desse modo, pautando-se na premissa
incontroversa de que o reclamante realizava operações de abastecimento de
empilhadeira de forma habitual e, portanto, estava exposto a agentes
inflamáveis em condições de risco acentuado, tem-se que o Regional, ao
indeferir o pagamento do adicional de insalubridade, decidiu em dissonância
com o teor da Súmula nº 364 do TST, negando ainda vigência ao artigo 193
da CLT. Recurso de revista conhecido e provido.” (RR -
2242-60.2010.5.02.0434 Data de Julgamento: 14/05/2014, Relator Ministro:
José Roberto Freire Pimenta, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT
23/05/2014).
E de minha lavra:
“RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE - OPERADOR DE EMPILHADEIRA -
VEÍCULO ABASTECIDO PELO RECLAMANTE E POR TERCEIROS -
EXPOSIÇÃO À SUBSTÂNCIA INFLAMÁVEL GLP - 5 A 7
MINUTOS DIÁRIOS. Discute-se o direito à percepção do adicional de
periculosidade em dois períodos distintos: até dezembro de 2005 - a
empilhadeira era abastecida pelo reclamante, por 5 a 7 minutos diários; a
partir de dezembro de 2005 - a empilhadeira passou a ser abastecida por
terceiros. O abastecimento da empilhadeira pelo autor, por 5 a 7 minutos
diários, configura exposição intermitente ao agente periculoso, fazendo
jus o trabalhador ao respectivo adicional, nos termos da Súmula/TST nº
364. Todavia, o mero acompanhamento do abastecimento efetuado por
terceiros não dá direito ao adicional de periculosidade, uma vez que o Anexo
2 da NR 16 do Ministério do Trabalho, ao declarar como perigosa as
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2.200-2/2001, que instituiu a Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira.
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PROCESSO Nº TST-RR-1341-74.2015.5.02.0351

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atividades realizadas nos locais de enchimento de vasilhames com
inflamáveis gasosos liquefeitos, faz expressa menção aos trabalhadores que
se dedicam a tal atividade e àqueles que laboram na área de risco. Adota-se,
neste ponto, o mesmo fundamento que levou o TST a se posicionar no
sentido de que é indevido o adicional de periculosidade aos motoristas que
acompanham o abastecimento realizado por outrem, bem como aos
tripulantes que permanecem no interior da aeronave durante o seu
reabastecimento. Recurso de revista conhecido e parcialmente provido. (...)”
(RR-330-85.2010.5.15.0007, 2ª Turma, Relator Ministro Renato de Lacerda
Paiva, DEJT 13/03/2015).
"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA.
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE – ABASTECIMENTO DE
EMPILHADEIRA A GÁS - EVENTUALIDADE . Nega-se provimento a
agravo de instrumento que visa liberar recurso despido dos pressupostos de
cabimento. Agravo desprovido" (AIRR-367-44.2012.5.02.0221, 2ª Turma,
Relator Ministro Renato de Lacerda Paiva, DEJT 16/05/2014).
“RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE
PERICULOSIDADE - TROCA DE CILINDRO DE GÁS DA
EMPILHADEIRA - 4 A 8 MINUTOS. In casu, constata-se, que o autor
estava exposto a risco ao realizar a troca de cilindro de gás para
reabastecimento da empilhadeira que operava diariamente. Desse modo, a
exposição ao risco decorria das próprias atividades desenvolvidas, já que o
autor, exercendo a função de operador de empilhadeira, via-se obrigado a
abastecer o veículo diariamente. Assim, a exposição do empregado durante
quatro a oito minutos diários ao risco decorrente de substâncias inflamáveis
lhe confere o direito à percepção de adicional de periculosidade. Recurso de
revista conhecido e provido.
(RR - 142600-20.2009.5.02.0302 Data de Julgamento: 27/05/2013, Relator
Ministro: Renato de Lacerda Paiva, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT
07/06/2013).
Assim sendo, dada a evidência de o Colegiado ter
firmado a convicção de que, apesar do reclamante laborar em área
considerada de risco, na função de operador de empilhadeira, o tempo
aproximado de 10 minutos despedido para a troca de cilindro de gás para
reabastecimento da empilhadeira configura exposição eventual ao agente
perigoso, por se tratar de tempo extremamente reduzido, tem-se tal
conclusão como dissonante do entendimento jurisprudencial desta Corte,
consubstanciado na Súmula nº 364 do TST.
Desse modo, tendo em vista que o autor estava exposto
de forma intermitente a risco potencial de explosão, por contato com
agente inflamável, ao realizar a troca de cilindro de gás para
reabastecimento da empilhadeira que operava diariamente (ao menos uma
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vez ao dia), faz ele jus ao adicional de periculosidade pleiteado, no
período em que atuou como operador de empilhadeira.
Conheço do recurso de revista, por contrariedade à
Súmula nº 364 do TST.

MÉRITO
Como consequência lógica do conhecimento do recurso
de revista, por contrariedade à Súmula nº 364 do TST, dou-lhe provimento
para condenar a reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade
e reflexos correspondentes, conforme se apurar em liquidação de sentença.
Honorários periciais em reversão, a cargo da reclamada, no importe de
R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais), conforme fixado na sentença
(pág. 306 do seq. 1). Custas adicionais no importe de R$ 100,00 (cem reais)
sobre o valor da condenação acrescido em R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

ISTO POSTO

ACORDAM os Ministros da Sétima Turma do Tribunal


Superior do Trabalho, por unanimidade, conhecer do recurso de revista
quanto ao tema “adicional de periculosidade – operador de empilhadeira
– exposição à substância inflamável GLP por cerca de 10 minutos diários
– intermitência configurada”, por contrariedade à Súmula nº 364 do TST,
e, no mérito, dar-lhe provimento para condenar a reclamada ao pagamento
do adicional de periculosidade, conforme se apurar em liquidação de
sentença. Honorários periciais em reversão, a cargo da reclamada, no
importe de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Custas adicionais
no importe de R$ 100,00 (cem reais) sobre o valor da condenação acrescido
em R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
Brasília, 3 de março de 2021.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


RENATO DE LACERDA PAIVA
Ministro Relator

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