Você está na página 1de 14

CIRURGIA

Estamos diante de um paciente do sexo masculino, 40 anos, que refere dor abdominal de
forte intensidade, associada a náuseas e vômitos, de início há 2 dias. História prévia de alguns
episódios de dores na mesma localização, principalmente após as refeições. Questão batida:
apareceu no HSL em 2015, na UFPR em 2016, na USP-SP em 2018 e no CERMAM em 2019.
Aqui, é esperado que o aluno se apresente, cumprimente o paciente, explore as
características da dor (início, localização, irradiação, fatores agravantes, fatores de melhora e
sintomas associados) e que solicite a realização do exame físico bem como aferição de sinais
vitais para que alguma hipótese diagnóstica seja aventada, bem como a classificação de
gravidade. O diagnóstico correto é de PANCREATITE AGUDA LEVE, baseando-se para isso
no Escore de Atlanta (LEVE: sem disfunções orgânicas, MODERADAMENTE GRAVE: com
disfunções orgânicas reversíveis em 48h, GRAVE: com disfunções orgânicas persistentes).
Em relação à conduta, é esperado que o candidato indique 3 itens: JEJUM (interromper a
cadeia da fisiopatologia da doença de retroalimentação da inflamação do parênquima
pancreático), ANALGESIA E HIDRATAÇÃO VENOSA (frequentemente os pacientes
encontram-se desidratados, tanto pelos episódios de vômitos, como por perda de líquidos
para o interstício).

O exame de imagem a ser solicitado é o USG DE ABDOME, para investigar a ETIOLOGIA da


pancreatite aguda. Não se deve solicitar TC de abdome de rotina nas primeiras 48-72 horas
do quadro sem suspeita de complicação. O paciente não pode receber alta antes da
realização da COLECISTECTOMIA (preferencialmente pela via videolaparoscópica), uma vez
que a pancreatite aguda do paciente foi de etiologia biliar.

Dê uma olhada no que era exigido no checklist dessa estação. Acredite: Fazer uma boa
anamnese tem o mesmo peso de acertar o diagnóstico.

Se apresentar (0,5)
Cumprimentar o paciente (0,5)
Explorar as características da dor (início, localização, irradiação, (1,0)
fatores agravantes, fatores de melhora e sintomas associados)
Solicitar o exame físico (0,5)
Solicitar a aferição dos sinais vitais (0,5)
Solicitar os exames laboratoriais corretos: (2,0)
Amilase (0,5) / Lipase (0,5) / Hemograma (leucograma) (0,2) /
Glicose (0,2) / AST (0,2) / DHL (0,2) / Creatinina (0,2)
Acertar o diagnóstico de pancreatite aguda (1,0)
Definir a gravidade como leve (0,5)
Indicar a prescrição de JEJUM / ANALGESIA / HIDRATAÇÃO
VENOSA (caso indique hidratação por via oral não será atribuído (2,0)
pontuação e perderá um ponto atribuído ao jejum)

Solicitar o USG de abdome (0,5)

Indicar a realização da colecistectomia videolaparoscopica antes (1,0)


da alta. Caso não especifique que a técnica deve ser
preferencialmente videolaparoscopica, o aluno ganhar metade da
pontuação.
NOTA FINAL 0,0 – 10,0

OS 5 A’S DA ESTAÇÃO
AMBIENTE
Atentar-se sempre ao ambiente é fundamental para uma boa condução da estação. Sala de
emergência, consultório, enfermaria, centro cirúrgico. São os mais diversos cenários que uma
estação de prova prática de cirurgia geral pode te colocar e saber como proceder em cada um
desses ambientes é um dos pontos chaves.

APRESENTAÇÃO
Sempre se apresente e cumprimente o paciente, além de ser cordial e convidar o paciente a se
sentar, caso esteja num consultório médico (“Olá, Sr João. Tudo bem? Meu nome é Bruno, sou
um dos médicos da equipe, eu que irei realizar o atendimento do senhor. Pode se sentar, por
gentileza, fique à vontade.”) Para isso, utilize sempre uma boa linguagem corporal com
expressão de fala em bom tom, demonstrando segurança e educação (mesmo que por dentro
o nervosismo esteja nas alturas).

APARAMENTAÇÃO
Toda estação de cirurgia geral pode te cobrar a realização de um procedimento e saber todos
os passos que antecedem o procedimento é fundamental. Existe técnica e existe método para
não nada passar. SEMPRE siga a sequência: explicar o procedimento → sanar dúvidas → pedir
consentimento → separar materiais → posicionar o paciente + monitorização, caso necessário
→ lavagem de mãos + paramentação → realize o procedimento.

ANAMNESE PERFEITA
Nesta estação a anamnese perfeita foi decisiva na elaboração da hipótese diagnóstica.
Explorar as características da dor (o famoso decálogo da dor) é indispensável e com certeza te
dará um pontinho no checklist. Então lembre que toda dor tem as seguintes características a
serem exploradas: (1) localização (2) qualidade ou caráter (3) intensidade (4) duração (5)
evolução (6) irradiação (7) fatores desencadeantes (8) fatores de melhora (9) sintomas
associados (10) relação com funções orgânicas

ARGUIÇÃO
Neste tópico, vale lembrar que a todo momento você está sendo avaliado na sua estação. Fale
sempre num tom claro e numa altura razoável para que o examinador possa te escutar com
clareza. O tom da fala pode te dar credibilidade por demonstrar propriedade no que está
executando ou simplesmente denunciar sua insegurança na condução do caso.

O PNP DA ESTAÇÃO
PRIMEIRO ATENDIMENTO
NÃOS:
(PRINCIPAIS CONTRAINDICAÇÕES)
PROCEDIMENTO:
(PREPARO, POSICIONAMENTO, PEDIR/SOLICITAR, PROTOCOLO, PÓS PROCEDIMENTO)
PREVENTIVA
Essa estação era sobre um paciente de 23 anos, que foi a uma consulta em UBS, relatando que
há cerca de 2 horas foi mordida por cachorro. Essa estação contou com a realização de 3 tarefas:
Dê a classificação do acidente; indique os cuidados locais com o ferimento no momento do
atendimento; dê as condutas pertinentes ao caso para o paciente.

OS “5A's DA ESTAÇÃO

AMBIENTE
O caso se apresenta em uma UBS, então precisamos entender que existem poucos recursos
disponíveis para o atendimento.

APRESENTAÇÃO
É algo medular, mas temos que lembrar que estamos em uma simulação. O paciente precisa
saber quem vai atendê-lo, então sempre falar o nome e que é o médico responsável. Além disso,
precisamos saber quem é nosso paciente, então perguntem o nome do paciente e, se ele estiver
em pé, o convide para sentar. Só de fazer esses passos que não tomam 10 segundos do seu
tempo e envolvem zero conhecimento médico vocês já garantiram pontos preciosos na sua
estação prática.

“APARAMENTAÇÃO”
Lembrar de pedir autorização, lavar as mãos e calçar luvas antes de examinar o paciente.

ANAMNESE:
Anamnese Perfeita, e aqui você vai confirmar com o paciente o que aconteceu, o que ele esta
sentindo, o que já tomou de conduta antes mesmo de vir para a consulta (Em nosso caso, se
lavou a ferida). É importante também saber se o paciente conhece o animal, se animal é vacinado
e se tem possibilidade de observá-lo (Isso alterará nossa conduta). Em relação ao paciente, nesta
parte, conseguimos evocar um outro mnemônico do nosso curso que é o PNP da Preventiva,
sendo o Primeiro "P" relacionado ao Pensamento de Médico de Família: aqui vamos perguntar
sobre comorbidades, alergias e a carteira de vacinação.

ARGUIÇÃO
Numa estação prática você NÃO VAI PARAR DE FALAR. Não importa o que seja, fale, quer
lavar as mãos, indique isso, garanta seus pontos. Toda ação precisa ser verbalizada, mesmo que
você a esteja realizando fisicamente. Seguindo com nossa estação, ao solicitar o exame físico
você receberia uma foto do ferimento e a 2ª tarefa seria entregue pedindo para definir as
condutas imediatas. Aqui você teria que indicar a lavagem do ferimento, NÃO suturar e fazer
curativo. Depois disso seriam as condutas de seguimento do paciente, lembrar o esquema de
profilaxia da raiva (Como acidente leve e animal desconhecido, 5 doses de vacina), prescrever
ATB, vacina antitetânica (Não esquecer de pedir o cartão de vacinação no retorno, cuidados
com a ferida, retorno e sinais de alarme.

PNP DA PREVENTIVA
PENSAMENTO DE MÉDICO DE FAMÍLIA
NOTIFICAÇÃO
PREVENÇÃO:

TAREFA 01 (TOTAL 03 PONTOS) - 0.25 POR CHECKLIST


Apresentou-se (Nome e Função)
Perguntou o nome do paciente e convidou para sentar-se - PARCIAL
(0.125) SE APENAS UM DOS DOIS
Questionou sobre a queixa principal e tempo de evolução
Questionou sobre sintomas associados (Limitação de movimento, perda
de força, formigamento)
Questionou se paciente higienizou o ferimento
Pediu permissão para examinar o paciente
Questionou sobre a origem do animal e histórico de vacinação
Questionou se paciente sabe o animal está
Questionou sobre comorbidades e medicações de uso contínuo
Questionou sobre alergias
Solicitou carteira de vacinação
Lavou as mãos e calçou luvas antes do exame
TAREFA 02 (TOTAL 03 PONTOS) - 1.00 POR CHECKLIST
Indicou lavagem do ferimento com solução fisiológica e degermante
antisséptico
NÃO indicou realização de sutura
Indicou curativo
TAREFA 03 (TOTAL 04 PONTOS)
0.7 Esquema vacinação antirrábica // 0.3 POR DEMAIS CHECKLISTS
Indicou esquema de vacinação antirrábica com 5 doses (0, 3, 7, 14 e 28
dias) - PARCIAL (0.35) SE NÃO MENCIONAR QUANTIDADE DE DOSES
E ESQUEMA → ESSE CHECKLIST VALE 0.7
Prescreveu Amoxicilina-Clavulanato por 7 dias - PARCIAL (0.15) SE
APENAS MENCIONAR NOME DE ATB
Indicou uma dose de vacina antitetânica e solicitou carteira de vacinação
no retorno - PARCIAL (0.15) SE APENAS UM DOS DOIS
Orientou cuidados locais com a ferida e lavagem diária com água e sabão
Orientou retorno se sinais de infecção da ferida (hiperemia local, edema,
piora da dor, febre, saída de secreção)
Orientou retorno em 48h para reavaliação
Realizou notificação imediata de acidente com animal suspeito de raiva -
PARCIAL (0.15) SE NÃO MENCIONAR QUE É IMEDIATA
Indicou necessidade de emissão de CAT
Orientou paciente a manter acompanhamento periódico na UBS
(Longitudinalidade) Questionou paciente sobre dúvidas
Utilizou linguagem clara, sem jargões
Aplicou os 4 níveis de prevenção?

GINECOLOGIA-OBSTETRÍCIA
Trata-se do caso de uma paciente de 32 anos, que vem à consulta ambulatorial
referindo que tenta engravidar há 3 anos, sem sucesso. Aqui, as tarefas a serem
avaliadas são realizar o atendimento, formular o diagnóstico sindrômico, solicitar
avaliação complementar inicial e definir o diagnóstico etiológico e conduta. Olha o
checklist completo dessa estação:

Realizar o atendimento 6 PONTOS


Apresentou-se (nome e função) 0,4
Questionou dados de identificação da paciente 0,4
Questionou o motivo da consulta 0,4
Questionou sobre método contraceptivo anterior e uso
0,4
de preservativo
Questionou relacionamento atual e frequência sexual
0,4
semanal
Investigou queixas ginecológicas (corrimento,
0,4
sangramento, dismenorreia)
Investigou infecções genitais prévias 0,4
Questionou dum 0,4
Questionou por que marido não veio à consulta 0,4

Questionou se marido têm outros filhos 0,4

Investigou antecedentes pessoais (comorbidades, uso de


0,4
medicações, cirurgias e alergias)
Questionou sobre tabagismo, etilismo e uso de drogas
0,4
ilícitas
Questionou antecedentes familiares de infertilidade 0,4

Executou / solicitou exame físico geral 0,2


Calçou luvas 0,2
Executou / exame físico ginecológico 0,2
Solicitou consentimento da paciente antes de iniciar 0,2
Formular o diagnóstico sindrômico 1 PONTO
Infertilidade primária
Solicitar avaliação complementar inicial 1.5 PONTOS
Citou espermograma 0,7
Citou laboratório hormonal
Tsh 0,1
Fsh 0,1
Prolactina 0,1
Citou usg-tv ou histerossalpingografia 0,5

Definir diagnóstico etiológico e conduta 1.5 PONTOS

Prova de cotte negativa bilateral ou trompas impérvias


1 PONTO
na histerossalpingografia

Indicou fertilização in vitro 0.5 PONTO

Esse caso clínico apareceu de forma muito parecida na prova da UNICAMP em 2019 e
esse tema também caiu na USP em 2017! Foi considerada uma estação de dificuldade
alta. Antes de tudo, lembre dos nossos 5 A’s:

OS “5A's DA ESTAÇÃO
AMBIENTE
Qual é o cenário, quais recursos temos disponíveis no local, se é uma situação
ambulatorial ou de urgência/emergência…
APRESENTAÇÃO
Um dos pontos mais importantes que são avaliados em prova prática são nossas “soft
skills”. Como nos portamos diante do paciente, nossa relação médico-paciente,
empatia, habilidade de escuta... Isso devemos ter bem desenvolvido tanto para a vida
quanto para a simulação! Só porque estamos encenando, não devemos deixar isto de
lado no dia da prova prática. Seja cordial, diga seu nome, sua função e se interesse pelo
seu paciente! Ex.: “Bom dia! Me chamo Júlia, sou médica e faço parte da equipe de
ginecologia. Como posso te ajudar na consulta de hoje, fulana?”
ANAMNESE PERFEITA
Procure organizar seu raciocínio em ordem cronológica, a partir da percepção da
paciente do início do quadro. Quais as impressões dela sobre a sua queixa, como isso a
afeta, quais as expectativas sobre a busca por tratamento e explore os detalhes dos
fatos! Mas também se atente para anotar somente o que for relevante diante do
relatado.
APARAMENTAÇÃO
Pode parecer bobo, mas o óbvio deve ser dito: SEMPRE examinar a paciente de luva,
tanto as mamas quanto a região genital. Coloque-se no lugar da paciente, seja
respeitoso, peça consentimento antes de cada parte do exame físico e exponha
somente uma parte do corpo por vez ao examiná-la. Ex.: palpação mamária (uma mama
por vez, cobrindo a outra que não está sendo examinada); ao examinar uma gestante,
deixe um lençol cobrindo a pelve e as pernas enquanto você avalia o abdomen
(manobras de Leopold, ausculta de BCF, medida de altura de fundo) e cubra o abdomen
quando for realizar o toque vaginal ou exame especular.
ARGUIÇÃO
toda ação em uma prova prática deve ser verbalizada! Fale tudo que for fazer e estiver
fazendo. Ex.: “Estou lavando as mãos, calçando as luvas, palpo colo uterino, não palpo
anexos, mobilizo colo uterino...”
Ao iniciar a estação de GO, vamos lembrar do mnemônico PNP da GO!

PNP DA GO

PRIVACIDADE: Primeiramente, empatia e ambiente individualizado.


NÚMEROS: idade, paridade, menarca, sexarca, data da última menstruação, intervalo
entre ciclos menstruais, duração de cada ciclo, frequência sexual e número de parceiros
sexuais atuais (se houver).
PARCEIRO: Idade, como é o relacionamento (descartar casos de abuso emocional,
físico, financeiro, sexual).
Escolhemos esta estação para nossa imersão por necessitar de um raciocínio clínico do
aluno, a partir da anamnese, exame físico, hipótese diagnóstica, exames
complementares, interpretação destes e conduta! Vamos relembrar alguns pontos
importantes referentes à infertilidade conjugal: apresenta elevada prevalência no
Brasil, atingindo 10 a 15% dos casais em idade reprodutiva; o diagnóstico somente
pode ser dado após 1 ano de tentativas de engravidar, ou seja, com frequência sexual
regular e sem uso de nenhum método contraceptivo; em algumas situações, a
investigação pode ser feita antes de completar um ano de tentativas sem sucesso,
como: idade feminina > 35 anos, antecedentes de oligo/amenorreia, doença peritoneal,
tubária e/ou uterina conhecida ou suspeita, suspeita ou diagnóstico de endometriose
profunda, suspeita ou diagnóstico de subfertilidade masculina. A partir disso, se
estabelece o diagnóstico de infertilidade. Primária, se a paciente nunca engravidou.
Secundária, se ela já engravidou alguma vez. Algumas situações obstétricas podem ser
causa de infertilidade secundária, como síndrome de Asherman (sinéquias uterinas pós-
curetagem), síndrome de Sheehan (hipopituitarismo por necrose hipofisária após
choque hipovolêmico), gestação ectópica, DIP (hidrossalpinge secundária ao dano ciliar
no epitélio das trompas).
Por fim, os exames complementares básicos são solicitados conforme as causas mais
comuns: irregularidade menstrual: a avaliação da ovulação e frequência menstrual é de
fundamental importância, sendo feita através da anamnese e exames laboratoriais.
Inicialmente solicitamos FSH, TSH e prolactina, para descartar causas de anovulação
crônica como falência ovariana precoce, amenorreia hipotalâmica, hipotireoidismo,
hiperprolactinemia e outros; fator masculino: o exame básico para investigação nesses
casos é o espermograma! Não é infrequente a associação de causas de fertilidade,
portanto é muito importante fazer uma propedêutica básica do CASAL mesmo na
presença de um fator causal feminino já estabelecido; alterações tuboperitoneais:
exame de imagem para avaliar permeabilidade tubária e cavidade uterina (para
descartar obstruções, distorções e malformações). Podemos solicitar a ultrassonografia
transvaginal ou a histerossalpingografia, como no caso clínico da nossa estação.

PEDIATRIA
Estamos diante de um caso em que você encontra a Maria, 25 anos, primigesta, idade
gestacional de 37 semanas e 3 dias, que realizou pré-natal, mas não fez ultrassom
morfológico. deu entrada no hospital há 1 hora, com a queixa de que o bebê estava
mexendo menos nas últimas 6 horas. cardiotocografia com padrão não tranquilizador,
sendo indicado parto cesáreo, fora de trabalho de parto, com bolsa íntegra. sorologias
de pré-natal maternas sem alterações e pesquisa de estreptococo do grupo b materno
negativa. o que você faz ao adentrar na sala de parto?intra-hospitalar - sala de parto.
espera-se que aluno se apresente para a equipe, cheque os materiais de reanimação e
se paramente com luva estéril. o líquido amniótico estava tinto de mecônio e o bebê
nasceu hipotônico e com respiração irregular. o obstetra perguntou quanto tempo
pode aguardar para clampear o cordão e que você deveria solicitar clampeamento
imediato do cordão umbilical, pois se trata de um recém-nascido a termo, que não está
respirando ou chorando e não está com tônus muscular em flexão. Depois de
clampeado o cordão, espera-se que sejam realizados os passos iniciais: aquecer,
posicionar, aspirar se necessário, secar e avaliar frequência cardíaca e padrão
respiratório.

O obstetra realizou clampeamento imediato do cordão umbilical e o RN foi levado ao


berço aquecido para ser avaliado por você, que realizou os passos iniciais e constatou
que, à ausculta, o paciente apresentava frequência cardíaca de 80bpm. Indicada a
ventilação com pressão positiva, em ar ambiente por se tratar de um recém-nascido a
termo, além da monitorização do bebê em membro superior direito. Mesmo após dois
ciclos de ventilação com pressão positiva com técnica adequada, foi preciso realizar a
intubação orotraqueal e ventilação com pressão positiva via cânula. Após a intubação
o recém-nascido recuperou a frequência cardíaca e apresentou FC 145bpm e saturação
de 80% ao monitor cardíaco, com FiO2 de 50%. Após a estabilização foi optado por
realizar a transferência à UTI neonatal para investigação do quadro de desconforto.
Dentre os possíveis diagnósticos sindrômicos de desconforto respiratório precoce,
poderiam ser citados: síndrome da aspiração meconial; taquipneia transitória do recém-
nascido; desconforto respiratório adaptativo; hipertensão pulmonar persistente
neonatal; hérnia diafragmática congênita. Para elucidar o diagnóstico, foi solicitado raio
X de tórax, com a seguinte imagem:

Com a imagem fica claro o diagnóstico de hérnia diafragmática congênita, que tem
como conduta definitiva a cirurgia. É questionado ainda ao aluno qual conduta seria
diferente caso o diagnóstico tivesse sido realizado durante o pré-natal, que seria a
ventilação com pressão positiva.

Estação completa é difícil sobre reanimação neonatal. Tema importante é que já foi
cobrada por diversas bandas, como UNESP 2019; UFPR 2018; UNIFESP 2018; HSL
2018; SCMSP 2016.

Confere o checklist completo da estação:


OS “5A's DA ESTAÇÃO

AMBIENTE
Sala de parto -> provável caso de reanimação neonatal (fluxograma SBP). Lembrar
sempre que, a primeira coisa a se fazer, antes de QUALQUER nascimento (de risco ou
não) é checar todo o material da reanimação neonatal.

APRESENTAÇÃO
SEMPRE se apresentar, com nome e função, independente da estação e da disciplina.

“APARAMENTAÇÃO”
Toda vez que for necessária a realização de qualquer CONTATO COM O PACIENTE,
principalmente para realização de procedimentos, é importante lembrar da
paramentação adequada (nesse caso, em sala de parto, lembrar que é necessário o uso
de privativo do centro obstétrico/pré-parto e LUVA ESTÉRIL para recepcionar o RN).

ANAMNESE
Corresponde a “apenas" 80% do diagnóstico médico. Foque nas perguntas adequadas
para a resolução do caso em questão. Nesse caso, a anamnese estava toda “pronta” nos
cards. Prestar atenção nos detalhes é FUNDAMENTAL (ex: mãe sem USG morfológico,
logo não sabia do diagnóstico de HDC).

ARGUIÇÃO
A postura e fala do aluno perante ao examinador é de fundamental importância, visto
que a linguagem corporal também fala! Fale sempre em voz alta e com tom firme
(mesmo que por dentro, esteja cheio de dúvidas).

PNP DA PEDIATRIA

PRIMEIRAS INFORMAÇÕES: história clínica, anamnese materna…


NORMATIVAS: FLUXOGRAMAS DE REANIMAÇÃO NEONATAL, protocolos…
PERIGO: SINAIS DE ALERTA: FC, FR, MAUS TRATOS, ABUSO SEXUAL, TCE…

CLÍNICA
É apresentado ao aluno que ele está em um cenário hospitalar terciário com todos os
recursos a disposição, com o seguinte caso: paciente 64 anos, hipertenso e tabagista
com queixa de dor no peito localizada com irradiação para membro superior esquerdo.
Realizada anamnese inicial e monitorização, é esperado que o aluno solicite o
eletrocardiograma e identifique os fatores de risco para síndrome coronariana aguda.
No primeiro momento o paciente apresenta sinais vitais estáveis, está responsivo e
comunicativo.

O aluno recebe o ECG, que evidencia supra de segmento ST de parede anterior extenso
bem pronunciado V1-V6, fechando o diagnóstico de infarto com supra.

Durante avaliação paciente vai ficando hipotenso, sudoreico, com piora da dor no peito
e dispneia com necessidade de O2. É esperado que o aluno indique angioplastia
primária e dose de ataque de AAS e clopidogrel. Apesar das medidas iniciais o paciente
se apresenta em parada cardiorrespiratória, evidenciada pelo monitor com ritmo de
fibrilação ventricular. São iniciadas manobras de reanimação de acordo com o
protocolo ACLS, 2 ciclos e o paciente retorna a respiração espontânea. Realizados os
cuidados pós parada e definida a ida do paciente ao cateterismo, chega ao fim a estação
de clínica médica, sobre abordagem da dor torácica.

TAREFA 1: Primeiro contato e coleta da história. (5,0)

01- Se apresentou adequadamente? (0,5)


02- Solicitou monitorização? (0,5)
03- Identificou na história fatores de Risco para SCA? (1,0)
04- Identificou possibilidade de SCA e pediu ECG? (1,0)
05- Fez o diagnóstico de IAMCSST? (1,0)
06- Indicou terapia hemodinâmica de emergência? (0,5)
07- Realizou dose de ataque de AAS + Clopidogrel? (0,5)

Tarefa 2: Identificar PCR e iniciar Manobras de reanimação ACLS. (4,0)

01- Identificou a PCR de forma ágil? (1,0)


02- Definiu o ritmo de forma correta? (0,5)
03- Iniciou manobras de Reanimação? (1,0)
04- Solicitou Uso de Desfibrilação Elétrica? (0,5)
05- Carga elétrica adequada? (0,2)
06- Solicitou Gel antes de realizar CVE? (0,2)
07- Solicitou que equipe se afastasse do local? (0,3)
08- Após o choque, retornou com massagem de reanimação? (0,3)

TAREFA 3: Cuidados Pós parada + Seguimento (1,0)


01- Indicou Cuidados Pós Parada? (0,25)
02- Solicitou cateterismo da mesma forma? (0,25)
03- Cogitou necessidade de Via Aérea definitiva? (0,25)
04- Dirigiu aos familiares para maiores informações do caso e comunicação
das notícias. (0,25)

OS “5A's DA ESTAÇÃO

AMBIENTE
A primeira coisa a ser indentificado ao entrar em uma estação de clínica médica é qual
tipo de suporte e nível de atendimento vamos conseguir entregar ao nosso paciente.
Como por exemplo na SCA, muda completamente a nossa conduta a depender do local
do atendimento. Podemos ir de uma angioplastia primária em hospital terciário para
encaminhar o paciente com urgência se fosse uma UBS.

APRESENTAÇÃO
Como todos os setores e estações, se apresentar como médico do setor ao paciente e
familiares pode fazer toda diferença e costuma pontuar na maioria das provas.

“APARAMENTAÇÃO”
Não tão raro em estações de clínica médica você vai estar exposto a secreções do
paciente seja por tosse, feridas, sangramento, mucosas … importante ficar atento a esse
detalhe de usar luvas e higienizar as mãos!

ANAMNESE
“A Clínica é soberana”. Quem nunca escutou isso que atire a primeira pedra. E para
chegarmos em um diagnóstico preciso é extremamente necessária uma boa anamnese
que absorva informações úteis e relevantes para aquela determinada patologia.
Durante a avaliação inicial é de extrema importância que se faça uma avaliação dos
fatores de risco do paciente para determinar a conduta e necessidade de investigação
invasiva por exemplo. Construam boas histórias com um foco em epidemiologia,
fatores de risco e cronológicos de todo caso.
ARGUIÇÃO
Como você vai coordenar a equipe durante um atendimento de uma PCR sem
verbalizar as condutas? Sem ter uma comunicação eficiente em alça fechada? O óbvio
precisa ser dito! Pensem as condutas em voz alta, verbalizem o raciocínio de vocês! Isso
vai garantir pontos preciosos no checklist final.

PNP DA CLÍNICA MÉDICA

Propedêutica: anamnese e exames…


Numerosos Protocolos: Guidelines como ACLS, manejo de choque séptico e protocolo
SPIKES
Plano de Cuidado: linha de cuidado, retorno ambulatorial, seguimento da investigação,
fluxo reverso para UBS…

Você também pode gostar