Crianças Selvagens

As “crianças selvagens” são crianças que cresceram privadas de todo o contacto

humano, ou cujo contacto foi mínimo. Geralmente, estas crianças são abandonadas.
As “crianças selvagens” apresentam características muito peculiares, no momento em
que são encontradas possuem:

 - Em geral, não gostam de usar qualquer tipo de vestuário;

 - Não gostam de companhia humana;
 - Procuram companhia de animais;
 - Mostram pouco ou nenhum controlo emocional;

ISABEL QUARESMA:
Isabel Quaresma, é um caso português, uma menina que viveu a sua infância num
galinheiro. Na verdade, ainda que tivesse mantido algum contacto com a sua mãe, é
muito provável que esta pouco ou nada falasse com a sua filha, limitando-se a
alimentá-la como alimentava as galinhas.
Quando encontrada, Isabel tinha a cabeça muito pequena para a idade, tinha uma
grande debilidade e estava sob subdesenvolvimento ósseo. Também revelava atitudes
extremamente agressivas e comia o seu próprio cabelo. Isabel apresentava índices de
velhice acentuados e tinha problemas de coluna.
Ao entrar na sociedade, Isabel teve alguns progressos embora o seu
desenvolvimento tenha sido lento. Isabel conseguiu aprender algumas coisas básicas
como descascar laranjas e bananas, abrir algumas portas e pegar num lápis e riscar.
Analisando os processos de educação, a Isabel fez alguns progressos a vários níveis,
tanto a nível de sociabilidade como a nível de sentimentos.
 Usa roupas limpas;
 Usa a casa de banho;
 Sabe estar em grupo;
 Não tem medo das pessoas;
 Sabe separar as cores;
 Percebe a expressão facial dos outros;
SUJIT KUMAR
Sujit Kumar foi preso com os animais. Passou 22 anos amarrado a um galinheiro, o
que o levou a comportar-se como aves.
Kumar passou muito mais tempo com as aves do que com os humanos, que vinham
apenas dar alimento e limpar. Quando era pequeno, a mãe de Kumar suicidou-se e o
pai foi assassinado. Kumar já tinha algum nível de distúrbio mental, e os seus avós o
deixaram com as galinhas por não conseguirem lidar com ele.
Em 2003, Elizabeth Clayton, uma executiva australiana, encontrou Kumar, já adulto,
e simpatizou com Kumar, decidindo acolhê-lo. Aos 30 anos, Kumar ainda comunicava
por cacarejos e atacava com bicadas.

Os casos das “crianças selvagens” só vêm a mostrar que os seres humanos precisam
de cultura. Estas crianças são um bom exemplo de que não basta a herança genética
para nos tornarmos humanos. A Natureza deu-lhes a herança genética que as tornou
crianças humanas, com traços físicos, mas o meio não as estimulou para serem
parecidas aos Homens, no comportamento, nas reações, no sentimento.