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O bem sofrerá de um vício gerador de uma perda de valor se possuir uma imperfeição
determinante do seu posicionamento abaixo do habitual valor de mercado. Trata-se
de uma situação objetiva.
Se a coisa padecer de um vício impeditivo da realização do fim a que se destina está-se
perante situações de tipo funcional. Mesmo sem ser atingida por uma perda de valor -
por poder hipoteticamente ser vendida pelo mesmo preço, por mormente poderem
satisfazer outros fins que não os seus normais -, o bem não é de molde a desempenhar
a função padrão no cenário em apreço. O critério é novamente objetivo.
A diferença entre vício e falta de qualidade fazem-se sentir apenas a nível da prova a
fazer pelo comprador :
- Tratando-se de vícios, será suficiente o adquirente demonstrar o estado do bem e
evidenciar os padrões de funcionalidade das coisas do mesmo tipo.
- No caso das faltas de qualidade, o adquirente terá de tornar manifesto ter o
vendedor assegurados essas mesmas qualidades ou serem elas pressupostas pelo fim a
que se destinam.
Na hipótese de o vendedor ignorar ele próprio o vício ou falta de qualidade o art. 913º
é ainda aplicável. Porém, certos remédios são objeto de redução ou paralisação.
Pelo 914º, se estiver de boa-fé não lhe assiste o dever de proceder à substituição do
bem. O mesmo acontece para a questão da indemnização em caso de simples erro do
915º.
Mas, provado o defeito, há presunção de culpa e, destarte, má-fé do alienante. A
presunção pode ser por ele afastada.
A teoria do erro (p.e. ML, PL e AV, GT) defende ser a CeV defeituosa uma hipótese de
erro. O acordo negocial sobre coisa específica dirigir-se-ia apenas à coisa como tal, ao
objeto em si, como efetivamente se apresenta na sua individualidade singular e
espaciotemporal, sem abranger as qualidades da coisa. Assim, a designação de uma
coisa defeituosa adviria de um erro do comprador sobre o objeto do contrato.
A teoria do incumprimento (p.e. RM, MC, PALB) sustenta representar a designação de
um objeto falho uma hipótese de cumprimento defeituoso do negócio. Isto pelo facto
de a vontade contratual poder abranger os atributos do bem.
O primeiro remédio aparece pela remissão do 913º para o 905º - Anulabilidade por
erro. PALB defende que essa anulação deve ser convolada para uma resolução.
Possibilidade de culpa in contrahendo.
Supletividade dos arts. 913º e ss.
Estando nós no domínio do cumprimento defeituoso, o comprador goza da
possibilidade de não aceitar a coisa, alegar exceção de não-cumprimento, valer-se do
regime da mora, fixar um prazo admonitório, perder o interesse na prestação, dar o
contrato como não cumprido, resolvê-lo, e pedir uma indemnização nos termos gerais,
incluindo pelo interesse contratual positivo.
3. Redução do preço