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AULA VI - VICIOS REDIBITÓRIOS

VICIOS REDIBITÓRIOS: trata-se de defeitos ocultos existentes na coisa alienada, objeto de


contrato comutativo, não comuns a coisa, que a tornam imprópria ao uso a que se destina ou
lhe diminuem sensivelmente o valor, de tal modo que o ato negocial não se realizaria se esses
defeitos fossem conhecidos, dando ao adquirente ação para redibir o contrato ou para obter o
abatimento do preço.

Contrato Comutativo: são aqueles contratos de prestação certa e determinadas, onde as


partes podem antever as vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes
de sua celebração por não envolver nenhum riso.

Ex: Contrato de compra e venda de uma geladeira que possui um defeito no motor que não faz
com que ela resfrie devidamente os alimentos, não servindo para seu uso próprio.

Contrato de aluguel onde há uma infiltração oculta na parede da cozinha.

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por
vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe
diminuam o valor.

Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.

Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o
adquirente reclamar abatimento no preço.

Fundamento Jurídico dos Vicios Redibitórios:

A proteção do equilíbrio das prestações, nos contratos comutativos, e da boa fé objetiva dos
contratantes em todos os negócios jurídicos, impuseram àquele que entrega determinado
objeto a obrigação de responder pelos defeitos e vícios, não só do direito transferido, como
também da própria coisa.

Teorias Explicativas dos Vícios Redibitórios:


Há várias teorias que buscam explicar os vícios redibitórios, todavia iremos trabalhar apenas
com duas: A teoria da Equidade e a Teoria do Inadimplemento contratual.

Teoria da Equidade: para essa teoria reconhecesse o vicio redibitório, haja vista a necessidade
de se manter o justo equilíbrio entre as prestações dos contratantes como é de rigor nos
contratos comutativos. Sendo tais contratos caracterizados com a possibilidade de se antever
as prestações e contraprestações, não poderia o direito ficar indiferente a uma prestação
desvantajosa para uma das partes, ainda que partisse de um vicio oculto. (Corrente
Minoritária).

Teoria do Inadimplemento Contratual: trata-se da teoria mais acertada e difundida no direito


brasileiro, que aponta como fundamento do vicio redibitório o principio da garantia, segundo
o qual todo alienante deve assegurar, ao adquirente a titulo oneroso, o uso da coisa por ele
adquirida de acordo com os fins que lhe é proposto e destinada, sob pena de restituir o valor
do preço, dar abatimento e ao depender do caso responder por perdas e danos.

Efeitos dos Vícios Redibitórios:

Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que


recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido,
mais as despesas do contrato.

1° Hipótese: Se quem realizou a venda tinha conhecimento do vicio ou defeito da coisa, estará
obrigado a devolver o que recebeu mais perdas e danos, ou seja, indenização por danos morais
e materiais se houver. Deve indenizar pois o alienante nessa hipótese esta por ferir o artigo
422 do código civil, principio da boa fé objetiva no seu dever anexo de proteção da lealdade e
informação e por isso seu ato é ilícito, logo deve ser indenizado.

Ex: Imagine que TICIO ao vender um carro para MÉVIO sabia que o carro possuía um defeito
oculto no motor, o que de fato inutilizaria o veiculo, que se MÉVIO viesse a ter conhecimento
jamais teria celebrado o negócio jurídico. Desta forma, TICIO terá que devolver o dinheiro que
recebeu pelo carro, pegar o carro de volta, pagar por despesas com o contrato ou qualquer
outra despesa de ordem material, e terá que verificar se houve dano moral, e caso haja
ocorrido o dano moral, fica também TICIO obrigado a indenizar moralmente na medida da
extensão do dano.

OBS: Geralmente em casos como explicitado no exemplo acima o juiz acaba por conceder o
dano moral, em seu caráter pedagógico, no sentido de buscar a ensinar e educar a aquele que
teve uma conduta contra aos preceitos jurídicos não mais assim agir.

FAZER UM JUIZO CRITICO COM OS ALUNOS SOBRE O DANO MORAL.


2° Hipótese: se quem realizou a venda não tinha conhecimento do vicio ou do defeito da coisa,
ficará obrigado tão somente a devolver o valor recebido e arcar com possíveis despesas do
contrato.

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