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Escola Bíblica
Marcos 14.1-11
Tema geral da passagem: A beleza de uma vida devotada a Jesus
versus a aridez de uma religiosidade superficial: duas respostas
conflitantes ao Reino de Deus
• Informações introdutórias:
O evangelista Marcos descreve, de forma resumida, alguns aspectos mais
importantes da última semana de Jesus entre os seus discípulos.
Vimos anteriormente, que Marcos relata que, no domingo, a apoteose da entrada
triunfal (Marcos 11.1-11), no dia seguinte, na segunda, exerce sua autoridade de
Rei/Salvador ao purificar o templo da corrupção religiosa (Marcos 11.12-18), na terça,
será um dia tenso para Jesus, ele será fortemente questionado, tentado, provado por uma
série de perguntas, de vários grupos religiosos e políticos, mas, como Rei Salvador irá
impressionar os seus interlocutores e desbancar seus opositores com respostas,
altamente, sábias e desconcertantes (Marcos 11.27-12.40); ainda na terça-feira, depois
de passar o dia inteiro sendo testado e colocado à prova, Jesus elabora um dos sermões
mais enigmáticos dos Evangelhos: o sermão apocalíptico (Marcos 13.1-37), e para fechar
esse dia cheio, ainda na terça, Jesus será ungido na cidade de Betânia (Marcos 14.1-9).
Já na quarta, Judas Iscariotes, um dos seus discípulos, planeja a prisão de Jesus
com as autoridades religiosas (Marcos 14.10-11); no outro dia, na quinta, Jesus se reúne
com seus discípulos para a celebração do que veio a ser chamado de “a última ceia”
(Marcos 14.12-26). Então, na sexta, Jesus é preso, julgado, condenado, crucificado e
morto (Marcos 15.1-47). No sábado, o seu corpo repousa na sepultura e no domingo, bem
cedinho, acontece o milagre da ressurreição gloriosa de Jesus (Marcos 16.1-20)
Pois bem, o texto objeto da nossa reflexão, situa-se na terça-feira, no qual traz aspectos
de um dos sermões mais enigmáticos de Jesus: o sermão apocalíptico ou o sermão
escatológico.
O cenário era dos preparativos de uma das festas mais importantes dos judeus,
uma festa que apontava algumas verdades teológicas:
Em primeiro lugar, apontava para o fato de que, a despeito da impotência do povo
de Israel, o Senhor decidiu intervir poderosamente para trazer libertação.
Essas duas festas deveriam servir de ensino para os judeus de que, por 430 anos
(Êxodo 12.40; Gênesis 15.13; Atos 7.6), ficaram no Egito, sob a condição de escravidão,
sendo sujeitos a “... a cruel escravidão. Tornaram-lhes a vida amarga, impondo-lhes a
árdua tarefa de preparar o barro e fazer tijolos, e executar todo tipo de trabalho
agrícola; em tudo os egípcios os sujeitavam a cruel escravidão.” (1.13-14), os quais era,
completamente, impotentes para promoverem suas próprias libertações.
Aquele cenário da celebração das festas da Páscoa e dos Pães sem fermento
deveria conscientizá-los de que fora a intervenção poderosa de Deus que os libertara
daquela vil condição, e não suas próprias forças.
Em primeiro lugar, apontava para o fato de que, apesar do demérito do povo de
Israel, o Senhor decidiu manifestar a sua graça libertadora.
Essas duas festas deveriam servir de ensino para os judeus de que, a intervenção
poderosa de Deus se deu, única e exclusivamente, pela graça, pelo amor e pela
misericórdia do Senhor.
Essa realidade fica evidente na seguinte passagem: “O Senhor não se afeiçoou a
vocês nem os escolheu por serem mais numerosos que os outros povos, pois vocês eram
o menor de todos os povos. Mas foi porque o Senhor os amou e por causa do juramento
que fez aos seus antepassados. Por isso ele os tirou com mão poderosa e os redimiu da
terra da escravidão, do poder do faraó, rei do Egito.” (Deuteronômio 7.7-8)
O cenário da celebração das festas deveria seria de lembrete à mente e ao coração
dos judeus de que, o único elemento que fundamentou a libertação daquele povo da
escravidão faraônica foi a graça escandalosa de Deus.
Em terceiro lugar, apontava para o fato de que, diante da intervenção graciosa
do Senhor, o povo de Israel devia responder em obediência e gratidão.
Essa terceira realidade é de suma importância para entendermos o grande
contraste que está acontecendo aqui Marcos 14, pois a introdução daquilo que
conhecemos como os “Dez mandamentos” fora introduzido com as seguintes palavras:
“E Deus falou todas estas palavras: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito,
da terra da escravidão.” (Êxodo 20.1-2)
Em outras palavras, a obediência e o cumprimento aos Dez Mandamentos não
seria a causa da intervenção divina na vida dos israelitas, pelo contrário, como abordamos
acima, isso se deu pela graça do Senhor. Por essa razão que o texto começa descrevendo,
não aquilo que o povo fez para Deus, mas sim o que Deus fez pelo povo.
No entanto, a recepção da graça de Deus por parte dos israelitas deveria gerar uma
resposta de vida: a obediência aos Dez mandamentos.
Todavia, o cenário da chegada da celebração dessas duas grandes festas judaicas
que celebravam a graça de Deus é marcado pelas seguintes palavras: “Faltavam apenas
dois dias para a Páscoa para a festa dos pães sem fermento. Os chefes dos sacerdotes e
os mestres da lei estavam procurando um meio de flagrar Jesus em algum erro e matá-
lo.” (Marcos 14.1)
Que tremenda contradição!
• a conspiração dos religiosos: os bastidores do plano para matar o
Filho de Deus (1-2,10-11)
Referências bibliográficas:
1. Bíblia de Estudo NVI, p. 1.706
2. Comentário do Novo Testamento: Marcos. William Hendriksen, p. 704.