Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
Abstract
1 INTRODUÇÃO
2 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
1
Ainda nas palavras de Scalabrin e outros (2017, p. 114), temos que o erro material “ocorre
quando houver inexatidões “materiais” ou “erros de cálculo” na decisão; servem os aclaratórios,
nesses casos, pois, para corrigir tais erros materiais. Exemplos: (1) embora toda a fundamentação do
recurso seja no sentido de dar provimento ao recurso, constou na nota de expediente como
desprovido o agravo de instrumento”. (SCALABRIN, COSTA e CUNHA, 2017).
Os EmbDcl têm finalidade de completar a decisão omissa ou, ainda, de
aclará-la, dissipando obscuridades ou contradições. Não têm caráter
substitutivo da decisão embargada, mas sim integrativo ou aclaratório.
Prestam-se também à correção de erro material. Como regra não tem
caráter substitutivo, modificador ou infringente do julgado. (NERY JUNIOR e
ANDRADE NERY, 2019, p. 2378)
administrativo, admite-se a sua oposição como instrumento de colmatação da decisão recorrida [...]
Por outro lado, no âmbito do CARF, o Regimento Interno, que foi publicado
em junho de 2015, não acompanhou a evolução do Código de Processo Civil, este
de março de 2015, admitindo embargos de declaração apenas contra decisão
colegiada (acórdão): “Art.64. Contra decisões colegiadas proferidas pelos colegiados
do CARF são cabíveis os seguintes recursos: I – Embargos de Declaração; [...]”
(BRASIL, 2015).
2.3 Procedimento
Leandro Paulsen (2018, p. 467) doutrina que “o PAF não é regulado por
norma geral de direito tributário. O CTN limita-se a determinar que os atos sejam
documentados e que seja fixado prazo para exercício da fiscalização, não se
ocupando, propriamente, do procedimento”.
Segundo o Manual de Exame de Admissibilidade de Recurso Especial
(BRASIL, 2016, p. 85), “o Processo Administrativo Fiscal (PAF) é a espécie de
processo administrativo que trata da constituição e exigência de crédito tributário,
penalidades e acréscimos legais, na área federal, cujo rito é regulamentado pelo
Decreto nº 70.235, de 1972”.
A lei 9.784/99 definiu as regras em caráter geral para os processos
administrativos federais, sendo de aplicação subsidiária quando houver lei específica
regente, conforme disposto nos artigo 1º e artigo 69. Portanto, havendo dispositivo
específico e válido no Decreto 70.235/72, prevalece este sobre aquela. No caso de
lacuna, aplicamos a norma geral. (HARADA, 2013, p. 395-396).
Neste sentido, devem ser observados, no âmbito do PAF, todos os princípios
elencados no artigo 2º da norma geral, tais como: legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência. Outros princípios dispostos ao
longo do corpo normativo também devem ser observados. (PAULSEN, ÁVILA e
SLIWKA, 2014, p. 12)
Paulsen (2018, p. 468) divide o processo fiscal administrativo em duas fases,
“o Processo Administrativo-fiscal abrange todo o procedimento de fiscalização e de
autuação (a ação fiscal) e o processamento da impugnação e dos recursos (a fase
litigiosa)”.
À luz do artigo 7º, do Decreto Lei 70.235/72 (BRASIL, 1972), temos que o
procedimento fiscal tem início das seguintes maneiras:
a) o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente,
cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto;
b) a apreensão de mercadorias, documentos ou livros;
c) o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada.
Ademais, consoante §1º do Decreto Lei, iniciado o procedimento fiscal, exclui-
se a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores, bem como a
de terceiros envolvidos nas infrações verificadas, e torna ineficaz eventual consulta
que venha a ser formulada, a respeito do que estiver sendo objeto de fiscalização,
conforme inciso III, artigo 52 da mesma norma. (BRASIL, 1972)
Encerrados os atos fiscalizatórios e apurado o crédito tributário, sua exigência
será formalizada pela lavratura do auto de infração ou notificação de lançamento,
esses instruídos de documentos indispensáveis à comprovação da desobediência
legal. Dever-se-á observar regras de competência, tanto para o agente público
quanto para o órgão, bem como os requisitos dos artigos 10 e 11 do Decreto Lei,
tais como: base legal, indicação do fato, penalidades, dentre outros. A ausência
desses requisitos pode incorrer em eventual nulidade do lançamento. (HARADA,
2013, p. 597)
Por fim, temos que o procedimento de fiscalização se conclui com a
notificação ao contribuinte. Sem a notificação ao contribuinte, não temos lançamento
tributário encerrado, mas um procedimento inacabado e ineficaz. (STJ, 2010).
Conforme Paulsen (2018, p. 470), “A notificação, portanto, é essencial para que se
tenha por efetivamente lançado o tributo e, assim, exercido pelo Fisco o direito de
constituir o crédito tributário, afastando o decurso do prazo decadencial”.
3.2 Fase litigiosa:
3.2.2 Recursos
3
RESILIDER GERENCIAMENTO DE RESIDUOS IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA(SP143347
- SOLFERINA MARIA MENDES SETTI POLATI E SP222904 - JOYCESETTI PARKINS) X
DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL ADMINIS TRIBUTARIA EM SP - DERAT X
PROCURADOR CHEFE PROCURADORIA GERAL FAZENDA NACIONAL EM SAOPAULO – SP. [...]
Como mencionado pela própria impetrante às fls. 214/216, as petições de agravo e de embargos de
declaração são protocoladas na DERAT, encarregada de receber, protocolar e encaminhar os
requerimentos e petições endereçados ao CARF, no caso de contribuintes comdomicílio em São
Paulo. A DERAT, por sua vez, em14/10/2016, considerando que a decisão do Presidente da CSRF é
definitiva, nos termos do disposto no 6º do artigo 71 da Portaria MF nº 343/2015, indeferiu os
embargos de declaração cumulados compedido de revisão de ofício e o agravo de instrumento
apresentados pela impetrante, seguindo o processo ao CARF para que seja julgada a questão
qualificação da multa de ofício (fls. 46/47).A impetrante, então, entende que o delegado da DERAT é
incompetente para exarar tal decisão. Porém, não assiste razão à impetrante. De acordo com a
Portaria MF nº 343/2015, há previsão para interposição de agravo contra a decisão que nega
seguimento, total ou parcial, a recurso especial (artigo 71), o qual será dirigido ao Presidente da
Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), como feito pela impetrante. O Presidente da Câmara
Superior de Recursos Fiscais, nos termos do artigo 71, 5º, da referida Portaria, acolherá ou rejeitará,
total ou parcialmente, o agravo. No entanto, o parágrafo seguinte do artigo 71 assimdispõe: 6º Será
definitivo o despacho do Presidente da CSRF que negar ou der seguimento ao recurso especial, não
sendo cabível pedido de reconsideração ou qualquer outro recurso. - grifei. [...] (TRF-3, 2017)
inadmissibilidade questionada judicialmente pelo contribuinte (grifo
nosso).
4
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.
(BRASIL, 2015).
eleitorais quando não houver normas, nestes ramos do direito, que resolvam
a situação. 1.1 A aplicação subsidiária ocorre também em situações nas
quais não há omissão. Trata-se, como sugere a expressão 'subsidiária', de
uma possibilidade de enriquecimento, de leitura de um dispositivo sob um
outro viés, de extrair-se da norma processual eleitoral, trabalhista ou
administrativa um sentido diferente, iluminado pelos princípios fundamentais
do processo civil. 1.2 A aplicação supletiva é que ocorre apenas quando
há omissão. Aliás, o legislador, deixando de lado a preocupação com a
própria expressão, precisão da linguagem, serve-se das duas expressões.
Não deve ter suposto que significam a mesma coisa, se não, não teria
usado as duas. Mas como empregou também a mais rica, mais abrangente,
deve o intérprete entender que é disso que se trata. 1.3 Na verdade, teria
sido suficiente (e melhor) que o legislador se tivesse referido apenas à
subsidiariedade.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
HARADA, Kiyoshi. Direito Financeiro e Tributário. 22ª. ed. São Paulo: ATLAS S.A,
2013.
MEDINA, José Miguel Garcia; WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. Recursos e Ações
Autônomas de Impugnação. 1ª. ed. São Paulo: Revistas dos Tribunais, v. 2, 2008.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 27ª. ed. São Paulo:
Malheiros, 2002.
MELLO, Celso Antônio Bandeira De. Curso de Direito Administrativo. 14ª. ed. São
Paulo: Malheiros, 2002.
MONTENEGRO FILHO, Misael. Curso de Direito Processual Civil. 2ª. ed. São
Paulo: Atlas S.A, v. 2, 2006.
NERY JUNIOR, Nelson; ANDRADE NERY, Rosa Maria De. Código de Processo
Civil Comentado. 17ª. ed. São Paulo: Thompson Reuters Brasil, 2019.
PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário Completo. 9ª. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018.