Você está na página 1de 14

Diálogo Aberto

(Open Dialogue)

Fábio D'arcy e Gabriel Ennes


Diálogo Aberto
Nascida na Finlândia no início da década de 1980,
tendo como seu principal idealizador o psicólogo
clínico Jaakko Seikkula, a metodologia Open
Dialogue surge como uma forma de atenção
imediata às crises psicóticas que
recorrentemente eram relatadas no contexto de
uma das principais regiões do país, conhecida
como Lapônia Ocidental.
Diálogo Aberto
Surge como um divisor de águas para o tratamento de
psicoses, esquizofrenia e outros transtornos mentais
associados;
É uma abordagem que prioriza o contato com o indivíduo
e sua rede de apoio;
Não se utiliza obrigatóriamente de psicofármacos em seu
tratamento.
Diálogo Aberto
A metodologia do Diálogo Aberto contribuiu para uma
significativa redução da incidência de casos de
esquizofrenia na província da Lapônia Ocidental, fazendo
com que o número de usuários de suas redes de apoio
mental, nessas condições, diminuísse expressivamente
com passar dos anos.
Os 7 Princípios Fundamentais
da Abordagem DA:
Ajuda imediata;
Inclusão da Rede social;
Flexibilidade e mobilidade;
Responsabilidade;
Garantia da Continuidade Psicológica;
Tolerância à incerteza;
Dialogismo.
Ajuda Imediata
O primeiro encontro ocorre nas primeiras 24 horas após o
contato inicial e tem como objetivo principal a prevenção
da hospitalização.
Nesse caso, é importante que se tenha um serviço de crise
que funcione 24h.
Todos, inclusive o paciente psicótico, participam das
primeiras reuniões, durante o período mais intenso do
surto psicótico.
Inclusão da Rede Social
As primeiras reuniões podem contar com os usuários dos
serviços, suas famílias e outros membros importantes de
suas redes sociais, estes últimos são convidados a
oferecer apoio ao usuário e à família.
Colegas de trabalho, amigos próximos, entre outros,
também são bem vindos para apoio.
Flexibilidade e Mobilidade
O tratamento é adaptado às necessidades específicas e
alteradas em cada caso e, havendo a aprovação da
família, ocorre na residência do paciente.
Cada paciente precisa ser tratado de maneira que melhor
se adapte a especificidade de sua linguagem, seu estilo de
vida e sua possibilidade de utilizar determinados métodos
terapêuticos, bem como a duração do tratamento.
Responsabilidade
A organização da primeira reunião fica a cargo do
profissional que fez ou recebeu o primeiro contato com a
família. O tratamento é deliberado nessa ocasião.
A equipe responsabilizada pela primeira reunião deve
assumir toda a responsabilidade necessaria para analisar
o problema atual e planejar o futuro tratamento.
Garantia da Continuidade
Psicológica
Todo o tratamento fica sob a responsabilidade da mesma
equipe, pelo tempo que for necessário, seja no setor
ambulatorial como de internação.
Parte da continuidade psicológica está em integrar
diferentes métodos terapêuticos num processo conjunto de
tratamento, a fim de que os métodos não concorram entre
si, mas apoiem uns aos outros. Ex: Atendimento Individual.
Tolerância à Incerteza
Para desenvolver tolerância à incerteza na equipe e na
família, um sentimento de confiança é fomentado em
relação ao processo como um todo.
Em crises psicóticas, o sentimento de confiança ganha
mais força com a realização de reuniões diárias, pelo
menos nos primeiros 10 a 12 dias e, após isso, organizadas
com regularidade, conforme os desejos da família.
Cuidado em não tomar decisões/contrato em momentos
de crise.
Dialogismo
O diálogo é concebido como meio de fomentar o
protagonismo dos usuários e dos familiares nas narrativas
das suas próprias vidas ao conversarem sobre seus
problemas. Na conversa, novos olhares são criados a
partir da relação entre os participantes.
A promoção de diálogo é o foco primário, e o foco
secundário é a promoção de mudanças no usuário ou na
família.
Novos significados são gerados como que na interseção
entre os que participam da discussão.
Pontos Importantes
Os problemas são vistos como um constructo social,
reformulados em cada conversa;
Cada pessoa fala com a sua própria voz e escutar torna-se
mais importante do que a maneira de entrevistar;
É possível comentar uns com os outros aquilo que
ouviram;
A reunião acontece em um grupo aberto, todos os
participantes sentam-se na mesma sala, em círculo;
Referências
SEIKKULA, Jaakko; ARNKIL, Tom Erik. Reuniões dialógicas
de Redes Sociais: formas de dialogismo no trabalho
psicossocial. SciELO-Editora FIOCRUZ, 2020.

https://redehumanizasus.net/96429-roda-de-dialogo-
intervencao-sobre-a-crise-psicotica-no-territorio/

Você também pode gostar