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Entretanto, existem outros países com restrições às mulheres cujas leis não
deixam brecha para serem consideradas “protecionistas”. Em Madagascar, por
exemplo, as mulheres só podem trabalhar em “estabelecimentos familiares”.
Isso significa que elas são impedidas de trabalhar no período da noite, em
profissões em que tenham que lidar com literatura ou outros objetos que sejam
considerados socialmente como “imorais”. Já na Argentina, as mulheres não
podem trabalhar na produção de licores ou com destilação de álcool.
Nas vezes em que existe uma penalidade, ela não passa de uma multa de 470
dólares e – raramente – de 15 dias na prisão. Além disso, se o casal possuir
uma conta conjunta no banco e o marido abusivo não pagar a multa, a justiça
russa cobra o valor da esposa. O dinheiro recolhido com essas taxas é
encaminhado a um fundo e ninguém sabe o que é feito com ele, como ressalta
a russa Alena Popova.
Mas não é só em Serra Leoa que garotas grávidas deixam de cursar a escola.
Mesmo não existindo nenhuma lei que as impeça de estudar, em vários países
essas meninas abandonam os estudos por não suportarem lidar com todo o
preconceito e julgamento das outras pessoas. A falta de apoio dos pais
também faz com que a jornada dessas jovens seja muito mais difícil. No Brasil,
por exemplo, apenas uma em cada quatro mães que tem entre 15 e 17 anos
finaliza a educação básica – segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílio (Pnad), realizada em 2015. Isso significa que apenas cerca de 25%
das 21 milhões de adolescentes grávidas no Brasil voltam a estudar.